Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 18
Um acordo de alto risco


Notas iniciais do capítulo

Olá
Boa leitura



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Suas bocas se moviam com vontade e também com cuidado. Damon sentiu o peso do seu corpo aumentando gradativamente sobre o corpo frágil que possuía, logo se rendeu á intensidade do beijo. Mergulhou os dedos nos seus cabelos o puxando para mais perto. Bonnie passou uma das mãos pelos cabelos negros e com as pontas dos dedos contornou orelha de Damon, acompanhando a curva do pescoço, circulando o ombro... Damon já estava sem ar quando ela deslizou a mão por suas costelas e apertou os dedos em sua cintura...

– Achei que a vampira indigesta era sua namorada.

Bonnie se levantou rapidamente, enquanto Damon ainda estava no chão arfando e mentalmente praguejando pela interrupção.

– Apareça, Mina – Bonnie mandou a procurando.

A ruiva apareceu sentada na poltrona com o queixo apoiado nas mãos enluvadas.

– O que faz aqui?

– Vim informar que o fantoche que te atacou tinha como missão matar os vampiros Salvatore. E como não conseguiu é provável que outros sejam mandados atrás de vocês.

– Matar os vampiros Salvatore? – repetiu Damon se levantando – Como assim nos matar?

– Como se mata um vampiro, óbvio – respondeu a ruiva

– Quem quer mata-los? – perguntou Bonnie mais objetiva – Por quê?

– Él-Lir o porquê ainda não sei.

– Quem é esse? – Damon quis saber

– O que foi que vocês fizeram para ele querer mata-los, Damon?

Damon olhou zangado para Bonnie, do modo como ela falava fazia parecer que ele e o irmão estavam sempre arrumando problemas com malucos assassinos.

– Nada, nem sei quem é esse cara.

– Q’rey, o bruxo para quem dei carona.

– Aquele de quem Stefan estava te protegendo e que mesmo assim te levou para um piquenique noturno?

– Eu não lhe devo satisfações

– Deve quando sai com o cara que está tentado me matar.

– Há um minuto nem sabia que estavam tentando te matar.

– Agora sei e te proíbo de chegar perto daquele cara.

– Não manda em mim.

Mina pigarreou chamando atenção deles.

– Acho que seria sensato ouvir Damon desta vez, Bonnie. Considerando que Él-Lir esta em Mystic Falls por você.

– Por mim? – Bonnie quase gritou olhando para os lados como que esperando ver Q’rey se materializando, igual Mina fazia.

– Não precisa entrar em pânico. Ele... como dizer... ele quer te conquistar.

– Conquistar? Como assim conquistar?

Mina deu de ombros.

– Não sei explicar direito, mas especificamente ele está procurando uma nova esposa e te escolheu.

Bonnie encarou Mina por um instante e riu.

– Podia ter me pedido em casamento quando eu ainda era mulher – disse voltando a rir

Mina suspirou, absorvendo um pouco do calor presente no resinto, como um holograma surgiu uma rua em chamas, casas, carros, árvores queimavam. Caminhando sozinha no meio da rua estava Bonnie, ela arrastava um pedaço de ferro pontiagudo e murmurava uma melodia triste, apesar da destruição visível ela sorria. A imagem desapareceu. Boonie ficou muda olhando para onde a pouco vira seu reflexo. Conhecia aquilo, estava sendo atormentada por aquela visão desde que despertou do “coma”.

– Isso foi um truque de bruxa, não deve ser levado á serio – disse Damon critico.

– Não foi um truque e isso vai doer – murmurou Bonnie segurando o rosto de Damon dando acesso á uma de suas lembranças, uma visão.

Ela estava no alto da igreja com uma lança de ferro na mão preparada para atirar, procurava no resto da cidade em chamas pela criatura que á caçava. De onde estava via corpos queimados e destroçados, casas desabadas, carros virados. Vira o corpo de Stefan sobre o telhado da prefeitura, ele havia sido o último á ser assassinado pela criatura, fechou os olhos virando o rosto para não ver os olhos vidrados do amigo. Então ouviu alguém chamando seu nome, caminhando entre as chamas estava quem ela procurava...

Bonnie interrompeu o resto da visão, não precisava compartilhar tudo.

– Esse é meu futuro, Damon. Fogo e Sangue. Não muito diferente da visão de Mina.

A ruiva interrompeu uma pergunta de Damon, dizendo:

– A primeira vez que tive essa visão eu vi uma cidade cercada de fogo, Él-Lir estava no centro de tudo vendo as pessoas gritando enquanto o fogo as consumia, ao lado dele estava uma mulher, de coração tão sombrio quanto o dele fora. Você.

– Sua visão está errada. Eu estava caçando ele e não o ajudando, eu vi. Você entendeu errado...

– Talvez tenha entendido errado mesmo, Bonnie. Mas de qualquer modo ele está aqui por você. Tenho tentado fazer essa visão mudar e o máximo que consegui fazer isso que mostrei a vocês.

Bonnie ainda olhava para o mesmo lugar, definitivamente ela devia ter saído de Mystic Falls. Provavelmente teria tido uma vida feliz se tivesse ido morar com sua mãe em Nova Iorque, mesmo Abby sendo uma vampira. Pelo menos ela não atraia tantos problemas. Ou quem sabe apenas tivesse seguido em frente quando pensou em fugir, dirigido sem olhar para trás para qualquer lugar, teria conhecido pessoas normais e sobrenaturais, vivido suas próprias aventuras. Talvez devesse ter ido atrás de Jeremy e se tornado uma caçadora de vampiros, teria ajudado mais pessoas que estando ali onde um monstro viera a procurar trazendo morte e destruição... Seus pensamentos foram cortados por Damon que lhe dissera algo que nem ouviu:

– Desculpe. O que disse?

– Disse que irá te proteger de Él-Lir – repetiu Mina rindo – Você não pode nem me tocar, Damon. Chegar perto dele será bem mais difícil.

– Por que veio me dizer isso? – Bonnie perguntou desconfiada, se bem se lembrava Mina não era uma pessoa muito confiável.

A ruiva deu de ombros.

– Seria um desperdício destruir uma cidade com o histórico de Mystic Falls. E por que não quero que Él-Lir consiga o que quer.

– Se casar comigo?

– Em ordem prioritária, ganhar seu coração, me matar, transformar você em uma imortal, se tornar imortal, e... não sei o que ele pretende fazer depois que se tornar imortal.

– Como você sabe disso?

– Fui procura-lo a pouco para saber por que estava dando vida á objetos inanimados apenas para matar alguém que podia ser morto com um pequeno incêndio – ela retirou de dentro da bolsa um frasco pequeno e transparente com um liquido vermelho escuro dentro, sangue. – Ele não gostou muito de me ver e ficou bem irritado quando soube que sua marionete não matou o Damon, enquanto ele tentava me matar de novo, coletei isto. Não faço menor ideia do que vai fazer com ele, mas quando precisar e vão precisar é melhor que tenham em mãos.

– O que vamos fazer com umas gotinhas de sangue? – perguntou Damon pegando o frasco e o abrindo.

– Você agora é uma bruxa, vai descobrir quando chegar a hora. E tome cuidado, o sangue dele é venenoso.

Damon que cheirava o sangue rapidamente tampou o frasco, em seguida olhou desconfiado para Mina.

– Por que envenenou o sangue dele?

– Não envenenei coisa nenhuma, o sangue dele é um veneno natural e não me faça perguntas que não sei responder – ela se levantou se preparando para sair quando se lembrou de mais uma coisa – Bonnie, disse-me que queria conversar, sobre o que?

Bonnie piscou buscando na mente o que queria falar com Mina, tivera um dia tão agitado e a noite cheia de informações que por um momento se esquecera de Klaus, se recordando que ele era prioridade na sua lista de coisas sobrenaturais para resolver com a ruiva. Lançou um rápido olhar para Damon que voltara ao Bourbon e disse:

– Vamos conversar lá fora Mina, e Damon pare de embebedar meu corpo.

Ele ergueu o copo com uísque e pegou um livro de feitiços que tentara ler mais cedo, se distraiu por um momento se lembrando do beijo e sorriu, se perguntou até onde teriam ido se a ruiva não tivesse os interrompido. Ficou preocupado com Bonnie, as noticias que Mina trouxera não era agradáveis, ele já não gostava de Q’rey antes apenas por ele dar em cima da morena, agora gostava menos por saber que era ele quem causava medo em Bonnie, era por causa dele que ela queria ter ficado em coma.

...

– Mina – começou Bonnie do lado de fora da mansão Salvatore – Alguns meses atrás você fez um feitiço-contrato com Klaus Mikaelson, pode desfazê-lo?

Mina se virou estudando o rosto do vampiro.

– O que é um feitiço-contrato e quem é Klaus Mikaelson?

– O feitiço-contrato é um tipo de pacto, você dá uma coisa para ele e ele te deu algo em troca. Klaus é um hibrido de mil anos que mora em Nova Orleans e tem uma filha chamada Hope.

– Ah! Nicolas. Um imortal irritante e assustador que se sacrificou pela filha. Á última vez que o vi ele estava sendo devorado por chamas negras. Ele pediu proteção á Hope e eu concedi proteção eterna.

– Você a condenou á uma vida solitária. Uma ancestral dela quer a magia que ela possui e para isso esta disposta a matar todos que cruzarem seu caminho. Hope vai sofrer quando todos que ela ama pagar pela proteção que possui.

– Nesse caso, sugiro que ela dedique sua vida á proteger aqueles á quem ama. Pronto.

– Ela é uma criança.

– Ela vai crescer conhecendo o valor das coisas importantes como liberdade e família.

Bonnie puxou o braço de Mina para fazê-la se virar, mas sua mão foi queimada.

– Corpo de vampiro, Bonnie. Não pode me tocar e isso vai levar um tempo até se regenerar.

– Por que isso acontece? – ela perguntou momentaneamente distraída.

– A magia que mantêm um vampiro vivo é oposta á magia que me sustenta. Contato físico machuca vampiros, mas os efeitos em vocês são menores que em mim.

Bonnie olhou para onde havia segurado, não havia nem uma marca de dedo ali.

– Não esse tipo de efeito, Bonnie. O efeito em mim é permanente, imperceptível, indolor e fatal. É como dar pequenas porções de arsênico para um humano diariamente.

– Está sendo envenenada?

Mina deu de ombros.

– Voltando ao assunto Nicolau, por que eu deveria desfazer o nosso acordo?

– O nome dele é Niklaus. E vocês não fizeram um acordo justo, enganou ele.

– Nicolai... Nick. Ele se dispôs á pagar o preço que fosse pela proteção da filha. Não há por que reclamar. Ela está protegida do mal que a cerca e quando ela tiver idade para decidir pelo que lhe for melhor, ela poderá ter o pai novamente.

– Como assim?

– Assim. Faz parte do meu acordo com Nick. Se sacrificar foi escolha dele, sem perguntar á criança se ela aceitava perder o pai. Quando ela o quiser de volta ela o terá.

– Klaus não me disse isso.

– Não disse por que não sabe, não daria á ele nenhuma esperança. Talvez Hope nunca deseje ter o pai ao seu lado novamente... Como assim ele não te disse isso?

Bonnie ponderou sobre contar a respeito do jardim fantasma, optou pela verdade, afinal não tinha como se livrar da presença Klaus sem ajuda de Mina. Explicou á Mina sobre seus sonhos estranhos com Klaus, detalhando o máximo possível. Mina apenas ouviu atenta, com o cenho franzido e olhar distante, como se estivesse assistindo os acontecimentos da narração de Bonnie em tempo real. Quando a bruxa-vampiro terminou a ruiva perguntou:

– Desde quando você tem recebido visitas de Nicolas?

– Niklaus – Bonnie corrigiu automaticamente – Não sei com certeza há quanto tempo. Talvez duas ou três semanas.

– Antes ou depois de ter me conhecido?

Bonnie pensou demoradamente.

– Antes. Não foi depois. Eu tinha te visto quando voltou no tempo lá no Grill e só comecei a sonhar com Klaus semanas depois.

Mina assentiu e disse mais para si que para Bonnie:

– Ela realmente tem poder, conseguiu se conectar com ele. Só Aizzah é capaz de desfazer minhas simpatias... – a ruiva estalou o dedo – Você entra em transe quando se comunica com Nick. Foi isso que me atraiu para seu quarto na universidade.

– Então, pode devolver Klaus para nossa realidade?

– Posso, mas não farei isso por hora.

– Quê? Ele precisa voltar para ajudar a filha.

– Ele está a ajudando mantendo-se morto. E já disse, quando ela o quiser ela o terá.

– Hope é uma criança, não sabe nem a diferença entre um amigo imaginário e uma pessoa real.

– E é por ela ser uma criança que não matei o pai por completo, apenas o fiz dormir. Um sono eterno até que aquela por quem ele se sacrificou o chame para a vida.

– Não é justo isso, vai priva-la de ter o amor do pai por quanto tempo?

Mina puxou um cordão de dentro da bolsa. Bonnie resistiu á curiosidade de perguntar quantas coisas ela carregava ali. No cordão havia uma joia verde-azulada rajado de cinza, não era grande, mas tinha uma atração estranha. Um magnetismo que fez Bonnie querer pegar e correr para longe como se fosse Sméagol protegendo seu bem mais precioso. Mina estendeu á ela o cordão, hesitante ela o pegou.

– Pode sentir? – perguntou a ruiva a tirando de sua contemplação

– O quê?

Mina olhava para a gema, então Bonnie o segurou na palma da mão fechando em seguida. A pedra era fria e mesmo assim sentiu um pulsar suave, lento e inseguro. Olhou surpresa para Mina, um pouco confusa e admirada.

– Parece que está vivo.

– Isso é o coração de um imortal. Foi me oferecido espontaneamente e eu o aceitei, devolverei á quem ele pertence por direito quando ela precisar dele.

Bonnie apertou novamente a gema sentindo o pulsar suave, era estranho. De certo modo o coração dele estava morto, mas ainda pulsava. A mente dela foi mais distante se lembrando de Mina ter dito que tinha dois corações e que apenas um era dela. Rapidamente voltou ao presente:

– Como assim devolvera á quem pertence quando ela precisar? Klaus precisa dele para viver.

Mina deu de ombros novamente.

– Eu precisava de uma fonte de poder para proteger a Hope. Lembre-se Bonnie, o amor é uma arma poderosa quando usado do modo certo. Transformei o coração de Nick em um amuleto. Por direito o coração dele pertence á Hope.

Mina estendeu a mão pedindo o Coração de Klaus novamente, Bonnie hesitou em devolvê-lo, não era apenas uma joia bonita, era o coração de um imortal carregado de poder.

– Bonnie, eu não matei seu amigo, ele voltara á viver em breve. Prometo.

– Por que não deixou o coração dele com a Hayley já que pertence á filha dela?

– Preciso da energia do coração – Mina se justificou tomando o amuleto da mão de Bonnie – Posso bloquear sua conexão com Nicolai se quiser é o máximo que posso fazer.

Bonnie ia aceitar, mas...

– Não. Prefiro ter Klaus nos meus sonhos que ter a família dele me perseguindo. Ao menos assim posso mantê-lo informado das coisas.

– Boa escolha. Mais alguma coisa?

Deixar Klaus morto ia no mínimo fazê-lo se irritar, mas ele não podia fazer nada contra ela – assim desejava – e também se Mina não estava disposta á ajudar, seria melhor dar a ela tempo para mudar de ideia, afinal ameaça-la não era nem de longe a coisa mais inteligente de se fazer.

– Sim, pode desfazer a troca de corpos?

– Isso não.

– Está mentindo – acusou Bonnie apontando para o amuleto na mão da ruiva – Uma pessoa que pode enganar o Klaus e fazer isso, pode sem duvida reverter um feitiço de troca de corpos. A menos que não queira.

Mina deu de ombros. Então Bonnie percebeu que ela sempre fazia aquilo quando afirmava algo com que não se importava. Concluiu para si mesma:

– Você não quer desfazer a troca de corpos – ela olhou incomodada para a bruxa-ruiva dando um passo hesitante para trás – O que quer comigo e meus amigos?

– Não quero nada com eles ou você – a ruiva fez um gesto com a mão como quem recusa algo e continuou – Se eu dizer a verdade vai me deixar em paz em relação a isso?

Bonnie assentiu

– Promete?

– Juro que não irei te perturbar mais com isso se me dizer a verdade.

– Estou tentando mudar o trágico futuro desta cidade e seus habitantes.

– Mudar o futuro? Está tentando impedir que a cidade seja destruída me mantendo no corpo de Damon?

Outro dar de ombros e um sorriso sinistro.

– Minha primeira opção era te matar, mas não sei o que Él-Lir faria se isso acontecesse e não quis arriscar. Tomarei uma decisão quando meu tempo terminar e então talvez você não viva para ser responsável pela destruição da cidade. Já disse a verdade, até breve Bonnie.

...

Damon realmente não gostava de ser bruxa. Não conseguia ouvir a conversa das pessoas. Não tinha sua força e nem sua velocidade habitual. E para variar não tinha menor resistência á bebidas. Ligeiramente bêbado tentou focar na leitura dos grimórios espalhados pelo chão e acabou achando um feitiço de invisibilidade, agora metade dos livros, o sofá e parte da parede haviam desaparecido. Sequer percebeu Bonnie entrando novamente na biblioteca.

– Stefan vai ficar zangado – disse Bonnie olhando para fora – Muito zangado.

– Por acaso a sabichona pode fazer as coisas reaparecerem? Pelo menos a parede.

– Damon, Damon... – brincou Bonnie notando que ele estava bêbado – Caso não tenha notado eu agora sou o vampiro que apenas reclama e você é a bruxa que deve se esforçar para salvar o dia. Se concentre um pouco mais e faça as paredes voltarem ao lugar.

Bonnie se sentou com uma garrafa de uísque, observando distraída para as tentativas fracassadas de Damon. Tinha a cabeça tão cheia de informações que nem mesmo era capaz de se importar com o fato de Damon estar usando o feitiço do modo errado. Mina estava a poupando até que não tivesse mais opções além de mata-la. Por quê? Por que uma bruxa com o poder que ela tinha simplesmente não matava Q’rey e pronto? Recapitulando as conversas estranhas que tivera com Mina desde que a conhecera, Bonnie sabia que: Mina não era confiável; era invejavelmente boa com manipulação de fogo; estava usando o coração de Klaus como canalizador para a proteção de Hope; não gostava de vampiros; estava sendo envenenada...

– Ela está morrendo – disse chamando a atenção de Damon que estava tentando outro feitiço sem menor sucesso.

– Quem está morrendo?

– Mina. Ela disse que a magia que mantêm os vampiros vivos é oposta á magia dela. Por isso os vampiros são afetados quando tocam nela. E nela os efeitos são permanentes e fatais, foi isso que ela quis dizer com dar pequenas doses de arsênico diariamente. Mystic Falls está a matando...

Damon franziu o cenho, estava um pouco tonto, mas consciente o bastante para compreender que Mina estava morrendo e isso significava algo para Bonnie. Deixou que ela continuasse seu raciocínio.

–... Por isso ela pegou o coração dele. Lógico, amor é a arma mais poderosa que existe quando usado do modo certo. Ela conseguiu transferir as emoções dele para uma pedra e está usando isso para canalizar seu poder. Não é só calor que ela usa. Por isso não quer devolver o coração, precisa dele para derrotar Q’rey... – ela arfou compreendendo as razoes dela em querê-la presa no corpo de Damon – É por isso que a última alternativa dela caso tudo falhar é me matar.

Ela se levantou correndo para fora. Damon a seguiu. Bonnie chamou pela ruiva algumas vezes e acabou desistindo.

– Bonnie, me explica o que está acontecendo.

Ela se virou para Damon. Sentou-se na soleira da porta olhando o vazio noturno. Damon sentou ao seu lado esperando. Bonnie pigarreou começando a explicar do modo mais vago e menos complicado que foi capaz, omitindo tudo que pôde sobre Hope e Klaus.

– Acho que não odeio tanto a ruiva má do leste – comentou Damon após fazer Bonnie contar duas vezes o que ela sabia – Afinal ela está tentando te proteger.

– Ótimo, está mais bêbado do que parece.

Ele revirou os olhos, Bonnie nunca perdia a mania de julga-lo e como na maioria das vezes o julgara errado.

– Não estou bêbado, Bonnie. Não o bastante para ignorar que a sua amiga bipolar está morrendo por causa do contato com vampiros. Que ela está tentando impedir que a cidade seja destruída por aquele cara. Também entendo que ela está esperando até que seja tarde para te matar, mas não sabe quanto tempo tem de vida. E o que me importa, ela está tentando mudar o futuro mantendo você no meu corpo para que não haja menor chance daquele cara te conquistar, por que segundo a ruiva, ele quer seu coração e seu coração só terá valor para ele se você o amar.

Bonnie sorriu, ele realmente não estava tão bêbado quanto parecia.

– Só não entendo por que eu. Com tantas bruxas poderosas no mundo, por que ele foi me escolher?

– Se entendi, aquele cara quer seu coração. Ele quer que você o ame.

– Pobre coitado, com tantas mulheres que se jogariam aos pés dele, foi escolher logo eu.

Damon encostou a cabeça no ombro de Bonnie.

– Entendo ele ter te escolhido. Quem não se apaixonaria por você Bon Bon?

– Pare com isso, Damon.

– Parar com o que? Bonnie, você é a pessoa mais maravilhosa que conheço... e não diga que estou bêbado, por que não estou.

Bonnie revirou os olhos, imaginando a próxima vez que se encontraria com a Mina, exigiria que ela revertesse aquela troca de corpos antes que fizesse algo que não deveria com Damon. Um farol apareceu no caminho e eles ergueram a cabeça. Era Stefan que estacionou na entrada da casa e desceu preocupado com o fato deles estarem sentados ali.

– O que ouve?

– Recebemos uma visitinha noturna da ruiva – informou Damon

– O que ela queria agora? Saiu daqui toda estranha depois de ter visto aquele boneco de pano.

Bonnie piscou se lembrando disso, havia se esquecido do por que Mina havia retornado á mansão Salvatore. Ela explicou rapidamente, evitando que Damon falasse algo.

– Ela veio ouvir minha versão dos fatos sobre a troca de corpos e avisar que talvez sejam enviados outros fantoches para tentar matar você e o Damon. Ela descobriu que foi Q’rey que mandou aquela coisa, mas não sabe o porquê ainda. Pediu que não nos envolvêssemos, por que se algum vampiro cruzar o caminho dela, ela mesma irá mata-lo. E Damon fez a parede da biblioteca desaparecer.

– Quê? Não... espere um pouco. Por que Q’rey quer nos matar? Você não estava saindo com ele? E como assim fez uma parede desaparecer?

Damon olhou para Bonnie, entendeu que ela não queria dizer a Stefan mais sobre a visita de Mina, mas estava irritado pelo fato dela ter usado a parede invisível para se safar da verdade.

– A culpa da parede estar invisível é da Bonnie que não me disse como desfazer o feitiço.

– Não tenho culpa se bebeu e começou a brincar com magia.

– Quem mandou me deixar sozinho com livros de feitiços e bourbon?

– Não me culpe por ter feito a parede sumir.

– Calem a boca! – mandou Stefan entrando em casa e indo para a biblioteca.

Me deve explicações” – sussurrou Damon para Bonnie, indo atrás do irmão.

Damon levou um tempo considerável para restaurar a bagunça invisível que causara, Stefan ralhou com ele por brincar com os poderes de Bonnie. Já era bastante tarde quando se deitou, mas antes de encerrar a noite ele precisava de algumas explicações, pegou o celular e escreveu:

Por que mentiu para Stefan?”

Alguns minutos depois, Bonnie respondeu:

Não menti, apenas omiti. E o que eu devia contar? Que Q’rey quer meu coração ou que Mina pretende me matar para que isso não aconteça?”

Bonnie, eu te conheço. Pode mudar de corpo, mas sempre será a mesma. Está querendo resolver tudo sozinha de novo?”

Não. Se quisesse resolver tudo sozinha não teria te contado o que ela me disse. Só não quero envolver todos nesse assunto

Todos você quer dizer, Caroline e Elena?”

Sim. Prefiro-as longe de problemas como Mina ou Q’rey que não nutrem muito carinho por vampiros

E o que te faz pensar que eu não contarei á eles?”

1. Você está literalmente na minha pele; 2. Você sempre escolhe proteger a Elena o que significa que não vai querer que ela se envolva com aqueles dois; 3. Quanto menos pessoas envolvidas nos meus problemas, menos pessoas terei que proteger

Damon revirou os olhos, ficara impaciente com a demora da resposta e agora que o lia sentiu uma pontada de culpa. Ele sempre escolhia proteger Elena e isso sempre causava danos á Bonnie. Escreveu:

Agora são nossos problemas. Meu e seu. Me encontre amanhã na floresta, ao amanhecer

Para quê?”

Boa noite, Bonnie


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Notas finais do capítulo

Este capitulo foi reescrito várias vezes, por isso o meu atraso.
Tinha intensão de fazer uma cena Hot nele, mas descobri que não tenho capacidade para isso. Então fico lhes devendo para o capitulo seguinte algo mais picante entre Bonnie e Damon
^^



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