Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 16
Consequências




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Stefan deu as três bolsas de sangue para Bonnie alimentar o corpo do irmão, mesmo que fosse óbvia a relutância da bruxa em ingerir sangue humano, o corpo de Damon era mais forte e ela não conteve a necessidade de beber mais e sentir prazer com aquilo. Quando terminou ficou parada olhando para os pés do corpo do vampiro. Havia sentido medo, raiva, angustia, remorso e temor pelos vampiros desde que soubera da existência deles. Havia se adaptado á eles para que não enlouquecesse ou pior, perdesse as amigas sem lutar em mantê-las mais humana possível, agora era um deles. Não exatamente uma vampira, mas ainda assim um deles.

– Você está bem? – ouviu sua voz tensa á um passo dela.

Sentiu uma mistura de calma e irritação ao ouvir sua própria voz. O corpo de Damon ainda reagia á algumas coisas sem que ela pudesse interferir. Não saberia dizer se isso era bom ou ruim.

– Não sei – respondeu sincera, se virou para Hayley que conversava em voz com Marcel e Aiden á respeito de conversar com Elijah e Rebekah – Quanto tempo apaguei?

– Só o tempo de voltar para cá e se alimentar – respondeu mostrando que estava atenta a eles enquanto parecia distraída – Vamos procurar um lugar para dormir, te ligo amanhã caso eu tenha tomado alguma decisão.

– Tudo bem. Mas não tenha pressa.

Os três saíram. Ouviram o carro deles se afastarem, então Damon se virou para Bonnie. Parecia que ia discutir com o espelho, mas não tinha outra opção.

– O que tinha de tão importante para conversar com Hayley? Por que vieram atrás de você e por que demorou tanto tempo para se alimentar?

– Eu havia comido bastante no café da manhã, não achei que fosse precisar de sangue tão rápido assim.

– Acontece que sou um vampiro, meu corpo precisa de sangue tanto quando seu precisa de água. Se não quiser que eu comece á viciar seu corpo com porcarias é melhor cuidar mais do meu corpo.

Bonnie encolheu os ombros, estava casada. Aquele corpo não acompanhava sua mente e espírito.

– Vou tomar mais cuidado.

– O que Hayley queria com você que foi leva-la para tão longe?

Ela olhou para cima, parecia mais velha do que era pelo modo com que Damon a olhava zangado. O corpo do vampiro reagia de modo estranho, parecia que queria rir pela expressão que via, ao mesmo tempo em que queria acolher a si mesma e proteger. Trincou os dentes e resmungou:

– Maldita emoção de vampiro – fechou os olhos, foi pior, o coração acelerado de seu corpo chamava sua atenção – Saia daqui, Damon. Por favor.

– Não antes de me dizer...

Bonnie abriu os olhos. Damon deu um passo para trás e tudo seguinte foi rápido demais para que seus olhos de bruxa acompanhassem. Bonnie deu um salto em sua direção com as presas sedentas, os olhos focados na garganta. Mas antes que a tocasse, Damon sentiu o corpo sendo empurrado para longe por Stefan enquanto Enzo segurava Bonnie.

– Vem – Damon ouviu Caroline puxando o puxando para longe, escada acima onde a fome do seu corpo não a atingiria sem ter que passar pelos outros.

Quando a trancou no quarto, sentiu o corpo de Bonnie reclamando pelo excesso de adrenalina, tremeu por um tempo e se encostou na porta ouvindo o som de briga no andar de baixo.

...

Bonnie simplesmente perdera o controle. Uma sede anormal se apossou de sua mente, queria morder seu corpo, o corpo onde Damon estava preso. Tinha algo errado na reação do corpo do vampiro, antes sempre considerara a raiva de Damon um exagero, mas agora sabia o que era tentar controlar uma sede incontrolável. Precisava aprender a controlar aquilo até que descobrissem como retornar ao seu corpo, do contrario era um perigo para qualquer pessoa.

Porém ao perceber o que quase fizera com si mesma, ela se deixou controlar por completo pela fúria do vampiro. Embora o corpo de Damon agisse por instinto, algo que ele levara cem anos para controlar, ela estava simplesmente libertando, sem nem mesmo tentar impedir. Com a força e velocidade vampiresca do corpo, se libertou de Enzo o jogando contra um móvel, sentiu a aproximação de Stefan e antes que seu irmão o tocasse, ele se virou dando socos precisos, deixando Stefan desorientado tempo o bastante para ter o pescoço quebrado, então:

– Damon! – o tom de desespero na voz de Elena apenas o deixou mais irritado.

Em um movimento mais rápido que ela podia supor, ele se aproximou e quebrou seu pescoço, também. Subiu para o andar de cima seguindo o corpo de Bonnie. Foi barrado por Enzo que havia se recuperado.

– Bonnie, pare com isso – ele mandou, mas Bonnie não tinha nenhum controle do que estava fazendo, o corpo de Damon estava agindo por livre vontade.

Ele pegou Enzo pelo pescoço, mas o vampiro conseguiu se soltar e tentou quebrar seu pescoço, uma tentativa inútil. Damon era mais velho e mais forte que Enzo. Ele lançou o amigo contra a parede do outro lado da sala com força o bastante para que parte da parede rachasse e Enzo perdesse a consciência. Subiu o resto da escada velozmente e parou na frente do quarto onde o único corpo com coração pulsante estava.

– Droga – murmurou Caroline sabendo que Bonnie-Salvatore estava atrás da porta parado no corredor, ouvira cada movimento desde de que se trancara no quarto com Damon-Bennett esperando que ele se acalmasse, olhou para Damon – Consegue ficar invisível?

Ele bem que tentou, repetiu Invisique varias vezes sem nenhum resultado. Não sabia exatamente o que havia acontecido com seu corpo, mas sabia que Bonnie não estava mais no controle, e isso colocava todos em perigo.

Há muitos anos perdera de vez a razão de se deixou levar pela insanidade do monstro que achava que era, até que descobriu que podia desligar a humanidade. Isso ajudou bastante. Anos depois quando se religou, seu lado mais obscuro já havia sido controlado. Achou que nunca mais fosse precisar ser um monstro se agisse feito um. Ninguém sabia disso, até agora.

Ele despertou do devaneio em suas lembranças quando a porta foi aberta com um estrondo atingindo o outro lado da parede, ao menos Caroline não estava tão distraída e puxou a amiga á tempo de não ser golpeada pela “porta voadora”.

– Santo Drácula – murmurou a loira com os olhos esbugalhados

Damon parecia ter se transformado em outra criatura. Os olhos azuis contra o vermelho-sangue, estavam opacos e desfocados. As presas á mostra como se fosse um lobo raivoso. A expressão corporal preparado para um ataque rápido e o rosto contorcido em um misto de dor e raiva.

– Isso é ruim – sussurrou o vampiro preso no corpo da bruxa – Não se mexa

– Quem disse que quero? – retrucou a vampira no mesmo tom sussurrante com um pouco mais de pânico na voz

O monstro Damon olhava as duas com a mesma curiosidade de um gato que espera o rato fazer alguma coisa interessante, como tentar fugir, antes de dar seu ataque final. O Damon no corpo da bruxa, procurou uma vela em volta, Bonnie era boa com feitiços de fogo, não achando a vela, ele se concentrou na porta despedaçada na parede contraria. Não ia colocar fogo no próprio corpo, mas podia distraí-lo por alguns segundos. Mas em vez de incendiar, a porta apenas voou com força na direção onde seu corpo estava.

– Corre! – gritou ele para Caroline

Ela fugiu, mas ele preso no corpo de uma bruxa não foi muito longe. Sentiu a mão estranhamente sem temperatura dele segurando-lhe o pulso. Virou-se o encarando. Os olhos opacos não possuíam nenhum vestígio de vida, seu corpo era literalmente um zumbi, uma casca vazia reanimada por magia sem menor noção de razão ou emoção. Um monstro.

– Bonnie?! – ele chamou – Você está ai? Lute. Bonnie.

Por um tempo pavorosamente longo, ficaram parados, Damon já não sentia mais os dedos da mão direita, cujo pulso estava sendo quase esmagado pela força exagerada e sem controle. Em outra situação Damon não teria menor piedade de atacar, mas temia ferir Bonnie, já que não sabia até onde a troca de corpos se estendia nas proporções físico-mental-espiritual.

– Está se machucando, Bonnie – Damon resolveu insistir em atrair atenção de Bonnie mais uma vez – Me solte.

Ele estendeu o braço da bruxa em direção da boca do vampiro, levou alguns segundos para que ele se movesse e mordesse o pulso. Caroline apareceu na escada com algumas estacas improvisadas na mão e no segundo seguinte o corpo zumbi se dobrou tentando arrancar a estaca crava em um ponto cego nas costas, onde era realmente difícil de alcançar. A vampira cravou mais duas estacas em cada perna até que ele caísse de vez.

– E agora? – perguntou com orgulho na voz, e desespero por não saber o que fazer

– Verbena – Damon respondeu correndo até seu quarto onde guardava uma caixinha com verbena, para caso de alguma emergência, que até agora se resumia em algum problema comportamental de Stefan.

Quando voltou ao corredor, Caroline ainda estava á uns dez passos do corpo que se contorcia tentando alcançar a estaca na costa. Stefan que já havia se recuperado do pescoço quebrado estava encostado na parede próxima ao corpo do irmão, com ar preocupado. Damon agachou-se forçando um pouco de verbena pela boca do vampiro que reagiu imediatamente rosnando e rugindo enquanto a boca queimava.

Stefan olhou desconfiado, mas não perguntou nada. Queria fazer muitas perguntas, mas antes precisava saber exatamente o que queria perguntar. Quando por fim o vampiro se deu por vencido, ficou parado. A boca queimava, havia engolido alguma porção suficiente para enfraquecê-lo e a estaca fora removida enquanto o trancavam na sela de contenção no porão.

...

A sala estava uma bagunça á nível de briga de bar, alguns moveis quebrados, a parede rachada e três vampiros encarando uma bruxa em silêncio no sofá que permanecera intacto na destruição e uma vampira caminhando de um lado para o outro com uma garrafa na mão.

– O que deu na Bonnie? – Elena perguntou

– Acho que ela não aprendeu a controlar-se ainda – sugeriu Caroline – Igual como ficamos quando passamos pela transição.

– Bonnie deixou a fome tomar conta e quando começou a beber sangue não conseguiu parar – Stefan falou menos convicto do que soou, ele tinha outra teoria, mas queira discutir com Damon em particular.

– Precisamos desfazer essa troca de corpos antes que algo pior aconteça – Damon informou – Bonnie é uma bruxa, sabe controlar o corpo de uma bruxa e não o de um vampiro. Meu corpo é muito mais velho que ela, deve estar reagindo ás minhas necessidades. Bonnie não vai aguentar muito tempo sendo eu, não sem causar grandes estragos.

– Como consegue controlar o corpo dela? – Caroline perguntou, ela ainda estava agitada pela ação e estava andando de um lado para o outro com uma garrafa quase vazia de uísque na mão

– Já fui humano. As emoções da Bonnie controla a magia dela, só preciso ficar calmo que não saio explodindo nada nem colocando fogo em tudo.

– Ou ficar nervoso – Caroline reclamou, recordando do pânico no quarto onde ele não conseguiu nem colocar fogo na porta.

– Não cresci bruxo, só sei algumas palavras que Bonnie usa em feitiços.

– Isso não importa – Enzo sentado em silêncio aparente, ouvia o corpo ainda fraco de Damon se debatendo – Quanto tempo acham que leva até ela voltar ao normal? Ou até que suas bruxinhas achem o feitiço de troca de corpo?

– O feitiço talvez nem exista. Já tentaram os que Jô e Ric mandaram e nenhum funcionou. Quanto ao voltar ao normal, acho que só saberemos esperando.

Soltaram ao silêncio, ouvindo os sons estranhos que fazia. Como se um animal ferido estivesse chamando pela morte que o esquecera. Fora os sons que fazia no porão, o único barulho eram os dos passos de Caroline que andava agora apenas para ignorar a falta de barulho. Um celular tocou os tirando da contemplação ao vazio que faziam. Levaram mais tempo que o necessário para encontrarem, estava debaixo do sofá.

– É seu – disse Elena jogando o aparelho para Damon.

– Oi? – atendeu, ríspido.

“Bonnie? É a Hayley, posso falar com o Damon?”

– Ele está no banho, quer deixar recado?

Ouve um tempo de hesitação, então ela disse:

“Você conhece a bruxa do pântano?”

– Quem?

“Tina, Gina, Nina, Lina...”

– Mina – disse Caroline parando de caminhar para prestar atenção á conversa.

“Isso, Mina. Como ela é exatamente?”

Damon detalhou o que lembrava da bruxa:

– Hippie. Ruiva. Olhos verdes claros. Magra. Não muito alta. Um pouco psicótica e neurótica. Por quê?

“Queria ter certeza que era a mesma pessoa. Vou ficar mais uns dias aqui em Mystic Falls e tentar acha-la. Tem alguma ideia de onde ela possa ser achada?”

– Ideia nenhuma, ela some quando convêm e volta quando precisa. Se a encontrar, diga para vir falar comigo imediatamente.

“Tudo bem”.

– Mina? – o tom de Elena foi de desagrado, não gostava da bruxa ruiva – Ela não é muito amistosa com vampiros.

– Mas é amiga de Bonnie e pode querer ajudar. Além de que foi ela quem disse a Bonnie o feitiço inútil que poderia recuperar minhas habilidades e que causou toda essa bagunça.

Caroline fez um floreio com a garrafa vazia, enquanto disse aborrecida:

– Segundo Mina foi você quem causou todo o problema, começando por ter irritado alguém a ponto de arrancarem suas habilidades. E o feitiço não foi tão inútil, afinal os poderes de vampiro voltaram.

– Cala a boca – resmungou Damon se levantando e indo para a cozinha – Vou comer alguma coisa, isso tudo me deixou com fome.

Na casa de uma boa senhora hipnotizada...

Hayley ligou para Elijah para confirmar a descrição física da bruxa do pântano. Considerando o que Damon e Bonnie disseram sobre não saberem onde e nem como achar a bruxa que ia e vinha quando queria, Elijah decidiu procura-la em Nova Orleans e arredores. Enquanto isso Hayley tentaria acha-la em Mystic Falls.

Ela havia contado aos amigos o que Damon lhe contara a respeito do feitiço, Davina que estava presente do outro lado da linha reconheceu o feitiço como uma espécie de pacto mais perigoso, por que podia ser mudado de acordo com a vontade de quem o fazia incluindo e excluindo clausuras. Segundo ela sabia também, o feitiço de contrato, não podia ser alterado contra a vontade da bruxa sem causar problemas maiores como, por exemplo, trocar a vida da Hope pela volta do Klaus.

Isso apavorou Hayley.

Explicou também o que foi capaz sobre o que entendeu sobre como Damon sabia o que havia acontecido. Elijah e Rebekah ficaram em duvidas se era mesmo o que ele dissera á respeito de comunicar pelos sonhos, não que Klaus não fosse capaz disso. A dúvida deles era: por que ele iria procurar pelo Damon? Teria sido mais pratico e convencional que Klaus conversasse com um deles que eram seus irmãos, ou com Marcel ou Hayley. Para isso nem mesmo as teorias mais complexas acharam razão para ser.

Por fim falaram sobre o modo estranho com que Damon agiu, não se alimentando de sangue e desmaiando. O que era pela experiência de Rebekah, novidade, pois Damon costumava se alimentar mais que o necessário apenas por precaução. Concluíram que deviam estar mesmo com algum problema, principalmente após Marcel e Aiden falarem sobre o casal de bruxos loiros que estavam exaustos de fazer algo que aparentemente exigia bastante esforço, para necessitarem de três bruxos, uma vez que Bonnie viera do mesmo lugar onde eles estavam trabalhando.

And if the night is burning. I will cover my eyes

For if the dark returns then my brothers will die

And as the sky's falling down it crashed into this lonely town

And with that shadow upon the ground I hear my people screaming out…”

Bonnie deu um longo suspiro, estava com medo. Mas não saberia dizer o que tanto temia. Apesar do medo estava se sentindo calma, algo lhe dizia que estava segura, mas não ia arriscar abrir os olhos.

– Musica triste – ouviu a voz de Klaus ao seu lado, abrindo os olhos e se erguendo.

Olhou em volta para o jardim fantasma, era dai que vinha a falsa sensação de segurança. Sem nem mesmo compreender abraçou Klaus. Sentia-se bem ao saber que podia se refugiar naquele lugar quando não tivesse mais suportando ficar acordada. Não que isso fosse bom.

– O que aconteceu? – perguntou o hibrido estranhando a repentina aproximação da bruxa

– Aconteceu muitas coisas. Nem sei por onde começar – ela se afastou dele mudando a posição no banco de pedra – Quando sai daqui não acordei imediatamente, fiquei em algum estado de sono, que não sei explicar. Enquanto estávamos aqui, Liv e Luke, bruxos, tentaram me acordar e para isso usaram a ligação que eu havia feito com Damon. Mas durante o feitiço alguma coisa deu errado e eu acabei trocando de corpo com Damon.

Klaus ergueu uma sobrancelha. Mas ficou em silêncio ouvindo o resto.

– Não conseguimos achar o feitiço certo para reverter, não é como possessão ou troca de peles. Todas as reversões conhecidas para esses tipos de feitiço foram usadas e nenhum deu certo. Agora estou presa no corpo de Damon e ele está em meu corpo.

Ela ficou em silêncio um tempo olhando as próprias mãos. Ao menos ali ela estava no próprio corpo.

– Algum problema?

Bonnie sorriu:

– É bom ouvir essa pergunta de volta – disse á si mesma, e olhou para Klaus – Hayley veio me procurar.

– Veio?

– Sim, algumas horas atrás. Falei para ela o que me contou sobre o Contrato. Ela está procurando pela Mina, mas não acho que ela terá muita sorte em achar aquela ruiva.

– O que mais ela falou?

– Sua filha está protegida. Após minhas ligações para Elijah eles já estavam supondo que mais ou menos eu tivesse algo haver com a proteção da Hope e sua morte. Acho que ela ficou decepcionada em saber que a bruxa que causou todo esse problema não era uma que podia ser tão facilmente achada e manipulada. Acho que vai ter uma surpresa desagradável com Mina.

Klaus perguntou mais detalhes sobre a conversa entre ela e Hayley. Por uns minutos ela apenas respondeu as perguntas dele e detalhou tudo o que foi capaz de lembrar, ou seja, a conversa inteira. Depois ele fez questão de saber sobre o que havia acontecido com a troca de corpos. Bonnie contou algumas coisas que julgou interessante a respeito da troca e sobre o completo descontrole do corpo de Damon.

– Então o corpo de Damon reage ao seu corpo com raiva? – perguntou Klaus começando a rir

Bonnie se levantou irritada por ele não levar o assunto a serio, deu alguns passos antes dele se recuperar da gargalhada e alcança-la. Bonnie não parou, pensar enquanto anda era realmente mais fácil que pensar parada.

– Não é engraçado Klaus. Eu sempre soube que Damon apenas me suporta por eu ser útil á ele, mas o ódio que senti quando meu corpo estava tão perto de mim... eu não soube como controlar aquilo. Acho que este jardim é um refugio para meus medos.

Klaus parou com ar chocado, depois dobrou o braço para que Bonnie usasse como apoio. Era algo antiquado, mas ela não se importou. Ao menos ali Klaus não era mais um monstro que ela devia temer, e sim algo próximo á um amigo:

– Minha caríssima criança – Klaus começou usando seu sotaque britânico que fez Bonnie sorrir – O que você precisa aprender é que ódio e amor são sentimentos fortes que facilmente podem ser confundidos.

– Hum, eu...

– Hã-hã. Eu ainda não terminei. Você bastante jovem ainda, Bonnie, tem muito que aprender. Damon é cento e muitos anos mais velho que você. O corpo dele responde ás próprias emoções. Considerando o que me contou sobre as ultimas aventuras que viveram, eu não diria que Damon te veja apenas como uma bruxa útil.

– Ah claro! Faz todo sentido, o corpo de Damon criou consciência própria e me jogou para fora do corpo por saber quem sou. Animador.

Klaus resmungou algo em algum idioma antigo que Bonnie não compreendeu:

– Que disse?

– Disse que é surda. Escuta, mas não ouve. Não presta atenção e interpreta tudo errado.

– Eu presto atenção sim Klaus. Disse que Damon não vê apenas como uma bruxa, e que como vampiro o corpo dele já adaptou-se as necessidades dele, coisas que ele se habituou a fazer nos seus quase cento e oitenta anos. E eu não sou capaz de controlar tantos anos de existência sem cometer o erro de ser controlada pelo vampirismo. Deve ser semelhante á desligar a humanidade.

– É falando assim, faz parecer que eu disse besteira mesmo.

– Não disse besteira, disse exatamente o que eu precisava saber. Enquanto eu estiver no corpo de Damon terei que aprender a controlar as emoções dele. Vai ser uma experiência... Interessante.


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