Finalizando as apresentações, Mayuri ordenou todos a se deitar e descansar em seus respectivos quartos. Cada um tinha um quarto com formas e cores que assemelhavam seus atributos. Natsu, mesmo emocionado com a presença de tantas pessoas novas, sentia-se ainda muito vazio e o sentimento de culpa e remorso o inundava cada vez mais. Tentou dormir por diversas vezes e nada o vazia pegar no sono. O vazio só aumentava. Levantou com cuidado para não acordar Happy e abriu a porta oriental, feito de fios de tecido da melhor qualidade. Passando por um corredor largo com diversos quadros de dragões entre outras paisagens históricas de Fiore, todas conseguiram chamar a atenção do rosado. Avistou uma das portas abertas e logo chegou a uma das varandas, sentiu a brisa fresca conforta-lhe. Passou minutos contemplando a luz da lua que estava simplesmente perfeita.

Debruçado sobre uma cerca de madeira branca, Natsu teve uma visão estranha, vira algo se mexer entre as copas das árvores. O bosque sem fim tinha perfeita harmonia com o templo. Ampliando ainda mais seus sentindo inumanos, Natsu começou a ver uma espécie de sombra gigantesca, vindo á sua direção. Seus sentidos aguçados o deixaram confuso, pois o cheiro parecia-lhe muito familiar. Até perceber que se tratava de Igneel vindo á sua direção. Não podia ser, pensava agoniado por sua percepção. Como poderia ser afinal? Se o vira pessoalmente sendo mutilado por Acnologia?

Igneel...?

Natsu chamou por seu pai-dragão, e nada foi respondido. Podia ouvir o bater das asas do dragão, o que não ouvia era seus grunhidos ou uma resposta qualquer. Em pé na cerca, Natsu estava pronto para mergulhar no bosque e ir atrás do seu dragão, quando foi pego pelo cachecol e jogado com força no chão. Suas costas entraram em atrito contra o chão de mármore e no mesmo instante, começou a sentir dores.

– Você bebeu? – a voz grossa de Gajeel o desprendeu da loucura. Passando as mãos nas costas e analisando a situação, Natsu piscou algumas vezes até perceber onde estava e o que estava fazendo.

– Ga... Gajeel? O que... – antes de terminar a frase, Gajeel deu-lhe um soco formidável na região da maça do rosto.

– Seu merda! Você tava tentando fazer o que?

– Ai! Não precisava ter me batido! Quer brigar seu verme? – Natsu fechou os punhos e suas chamas emanaram de seus antebraços até os punhos. – Eu vou...

Gajeel não reagiu. Apenas cruzou os braços e deixou que seus olhos cor rubi dissessem tudo o que sentia naquele momento.

– Sei que sente falta dele... Salamander você deve voltar ao normal. Deve voltar ao seueu. – É o Gajeel que conheço? O mago do fogo questionou a si mesmo, quando viu seu colega e rival sério e com ar responsável.

– Eu preciso de um tempo. Vê-lo sendo mutilado e derrotado está me matando!

– Não é problema meu e nem da Guilda. – Natsu se recompôs. Ele tem razão. O mago do fogo se ajeitou e arrumou o cachecol, deixando Gajeel falar mais. – Escute bem o que vou falar, aqui teremos uma boa oportunidade de conhecer quem somos e o que somos. Realmente não tivemos um treinamento adequado devido ao “sumiço-não-sumiço” de nossos pais.

– Sei disso.

– Sabe mesmo? Por que pra mim, você tava tentando se matar.

– Eu vou me recompor. – ambos se olharam por alguns segundos. – Parecemos mais velhos agora...

– É... Parece que sim. – Gajeel deu um sorriso de canto e Natsu obviamente estranhou.

– O que é?

– Eu vou ficar mais forte e teremos mais uma luta. Igual como foi telhado da Phatom, só que EU vou ganhar desta vez.

–Ah! Só em sua imaginação! – ficaram em silencio por um tempo até Gajeel dar as costas e olhar entre os ombros.

– Vamos dormir...

– Sim... Vamos.

Voltando aos seus respectivos quartos, o templo ficou silencioso, sendo apenas iluminado por alguns lampiões cheios de magia de iluminação e com a luz da lua que acobertava todo o mundo.