I'm a survivor: Haymitch Abernathy escrita por Alle White


Capítulo 12
Wood


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei décadas pra postar, sei disso. Faz mais de um ano que iniciei a fanfic e ainda não está concluída, mas em minha defesa, declaro que passei o fim do ano passado estudando para a faculdade e este ano passei os primeiros meses com a internet ruim. Resultado? Minha internet continua ruim, mas pelo menos passei na faculdade.

De qualquer forma, o novo capítulo está ai! Dessa vez procurei focar em duas coisas: a mente de Haymitch (como sempre) e um destaque nessa edição dos Jogos. Não alterei a linha do tempo do mundo da Tia Suzi, apenas criei alguns personagens para focar em Haymitch, sendo assim, os Jogos antecedentes aos de Peeta e Katniss não foram alterados.

Espero que gostem ♥

(Aviso: Estou dando uma revisada na fanfic, talvez, em alguns capítulos, eu aumentarei o número de palavras e modificarei algumas coisas. Mesmo assim, manterei a mesma essência!)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/584115/chapter/12

— Haymitch? – Chamou a menina cujo eu carinhosamente chamava de tia. Não por ela ser velha, afinal, tinha quase a minha idade. Mas sempre me tratou como se eu fosse seu sobrinho, apertando minhas bochechas e bagunçando meu cabelo. Seu semblante não era nada agradável. Olhos inchados, olheiras, cabelo despenteado... Um estado digno de pena. Também, quem conseguiria fazer algo para melhorar a aparência depois de ter perdido a irmã? – Eu queria lhe entregar isso... Era dela. – Disse, entregando-me o que, mesmo sem precisar ver, já sabia o que era.

— Ma... Mas tia... – Tentei dizer algo, algo que mostrasse minha indignação por ter recebido uma coisa que era tão valiosa para minha melhor amiga. Minha melhor amiga morta. – Eu não posso ficar com isso... – Questionei, devolvendo o broche para ela. – Você merece muito mais! Eu não consegui cumprir minha promessa de protegê-la. Ela morreu por minha causa.

— Maysilee sabia que você sairia vivo de lá. Você sempre questionou esse sistema Haymitch. Você havia jurado pra ela que se acabasse entrando naquela arena, sairia de lá! – Vociferou provavelmente irritada pelo fato de eu continuar me culpando pela morte dela – Você precisa ficar com isso, e se lembrar de que ela sempre acreditou em você.

Acordei depressa, ignorando o que acabara de acontecer em sonhos. Minha cabeça latejava, provavelmente devido ao tanto que bebi noite passada, antes de apagar. Caminhei em passos lentos e descompassados até a cômoda e apanhei a primeira roupa limpa que vi pela frente. O dia provavelmente seria longo e eu deveria estar, no mínimo, apresentável. Haviam se passado três dias desde que Emily havia deixado a arena. Eu havia conseguido permissão para retornar ao 12 e participar do velório e enterro da garota, mas quem, em sã consciência, gostaria de ter o culpado da morte presente? Então deixei um bilhete junto ao caixão da menina para que seus familiares soubessem como proceder com o enterro. Com certeza estar lá, junto aos meus companheiros de distrito, seria ainda pior do que aturar capitólios hipócritas. Se bem que desde que eu estourei e falei tudo o que estava engasgado, nenhum deles ousou dizer mais nada. Claro, com exceção de Effie. Ela tinha o dom de me tirar do sério, mas desde que a garota morreu, seu passatempo preferido era perguntar como eu estava.

Após concluir toda a minha higiene e perceber que havia acabado com todo o estoque de licor que havia em meu quarto, segui para a cozinha para preparar uma boa xícara de café. Por sorte, todos estavam na sala, então eu poderia pelo menos desfrutar de alguns minutos sóbrio e em paz. Minutos que, naquela altura do campeonato, eram preciosos demais. O café já estava pronto, então, apenas o depositei na xícara e passei a beberica-lo. Optei por não adoçá-lo, afinal, a vida estava ficando cada vez mais amarga. Suspirei, sentindo a quentura do líquido descer pela minha garganta, tirando toda a secura da mesma devido a tanto consumo de álcool.

 

xxx

 

Por incrível que pareça, David estava se saindo bem na arena, algo que não era lá muito comum para os tributos do distrito 12. Alguns na capital questionavam a forma de preparação do rapaz, uma vez que o distrito que ele pertencia não era um dos carreiristas e, além disso, era o mais pobre. Os mais idiotas questionavam se David dava alguma escapulida para praticar alguma habilidade. Eu não o conhecia, embora fosse do meu distrito, mesmo assim, por ter passado tempo suficiente com o rapaz, pude perceber que ele não era tão esperto ao ponto de conseguir escapar ou encontrar algum esconderijo para que pudesse praticar alguma coisa em prol de se sair bem nos Jogos. O que estava acontecendo ali era apenas um golpe de sorte.

Acontece que alguns patrocinadores, os com mais condições, estavam de olho em uma garotinha, o que fazia o golpe de sorte do tributo cujo sou mentor, permanecer apenas um golpe de sorte. Julgando pela forma como os demais tributos olhavam para ela desde a época da colheita, todos a julgaram como sendo insignificante. Todos, inclusive Emily e David, trataram a menina como se não fosse nada. Um grande erro, devo acrescentar. Para os que estavam do lado de fora, principalmente para nós, vitoriosos, era possível enxergar na menina sede de vitória. Ela era uma verdadeira atriz, fazendo-se de coitada e ao mesmo tempo necessária para a sobrevivência do grupo cujo havia se aliado.

Embora não tivesse nada a ver com David, eu procurei ficar atento a tudo, ignorando a presença de Effie e os estilistas – possivelmente haviam notado que não pretendia conversar com nenhum deles. Franzi o cenho, assistindo a cena que se seguia. Tratava-se de uma cena importantíssima para a sobrevivência de, pelo menos, três tributos. A garotinha mais uma vez havia dado a impressão de ser frágil e necessária, ajudando aqueles que se aliaram a ela. Entretanto, quando não estava na presença deles, um olhar incrivelmente sádico podia ser notado, mesmo de relance. Eu conhecia aquele olhar, eu já tive aquele olhar...

Suspirei cansado. Levantei e segui até a mesa atrás de um dos sofás e coloquei alguns cubos de gelo dentro de um copo que ali se encontrava. Apoderei-me de uma das garrafas de uísque e depositei o líquido no copo. Já com ele em mãos, voltei para meu lugar e dei um singelo gole, apenas degustando o maravilhoso sabor e sentindo os primeiros sinais do teor alcóolico da bebida fazerem efeito. David praticamente nem aparecia na tela e, por mais que como seu mentor, tivesse acesso a todos os locais em que ele estivesse passando, nada interessante parecia acontecer. A única coisa possivelmente excitante em tudo o que ele havia feito, era ter engolido uma frutinha e quase morrido engasgado, o que felizmente não aconteceu.

— Essa garota... – Comentei em voz baixa, mais para mim do que para os demais enquanto voltava minha atenção para a cena que acontecia. Por sorte, nenhum deles me respondeu, mas Effie passou a me encarar, talvez tentando entender. A questão é que eu havia captado o desespero da garota por sobrevivência. Aquele olhar sádico denunciava seu desespero, seu medo de morrer e a necessidade excessiva de matar para manter-se viva. Ela era o tributo que possuía mais vantagens ali e, mesmo eu sabendo que David ainda tinha – mesmo que remotas – chances de ganhar, havia algo me dizendo que era ela quem sairia viva daquela arena.

Ela iria aprontar alguma, disso eu sabia. Talvez tivesse coragem suficiente para matar três de uma vez, mas assim que o primeiro canhão soasse, os outros dois acordariam e perceberiam o que ela havia feito. Suspirei apreensivo, temendo que aquela menina aparentemente frágil (só na aparência mesmo) sofresse as consequências de seus atos. Pra ser sincero, não tinha certeza se queria que ela saísse viva dali, eu sabia o que aconteceria caso ela conseguisse. Melhor que morresse ali, assim como Emily.

Johanna, como era chamada, parecia frágil, com medo. Seu desespero era evidente e eu já imaginava as sequelas que surgiriam nela, caso vencesse essa edição dos Jogos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Sei que ficou um pouco parado, sem ação e mais focado na percepção de Haymitch em cima de Johanna e na forma como ele a vê agindo na arena. Mas era exatamente isso que eu queria captar, afinal, achei necessário situar vocês sobre essa edição dos Jogos.

Comentários são sempre bem-vindos, me ajudam a melhorar cada vez mais



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I'm a survivor: Haymitch Abernathy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.