Out States — Dark Sky

LARA CROFT 10 de Novembro de 1997, 16:36.

Notava que Júlia praticamente contava cada detalhe de sua historia, parecia que eu estava lendo o que ela falava e imaginava como se ela estivesse me mostrando um desenho, depois de caminhar por diversas horas chegávamos ao fim do túnel, estávamos na segunda estrada que vai de Roseward a Dark Sky, obviamente teríamos que andar tudo aquilo e na maior tranquilidade, se não tivesse a surpresa dos capangas do Ricardo vasculhando o local, caminhamos até a floresta adentro na esperança de não ser encontrada lá, obviamente é uma má escolha, por conta de lobos, animais selvagens, bichos papão além de ter algum chupa-cabra ou ET vigiando o local.

Júlia parecia saber a estrada da floresta toda, caminhávamos praticamente na escuridão, somente uma lanterna que falhava de minuto a minuto. Ela parecia estar determinada de sair de lá o mais rápido possível e esquecer sobre o que aconteceu há pouco tempo, mas acho que sei como ela está; o maior ‘vilão’ da vida dela voltar para Dark Sky, ainda possível nesse momento tão peculiar que são os desaparecimentos.

Eu andava lentamente para não chamar atenção dos espíritos da floresta, notava o rio fluindo lentamente e o som dele batendo nas pedras me fazia sentir mais tranquila, a não ser o som de coruja e estalos da noite, talvez eu tenha pisado em algum galho, ao olhar pra cima noto as estrelas, o céu parecia diamante de tão reluzente, notava a constelação de Escorpião novamente, além de libra e virgem, notei um objeto vermelho, provavelmente era marte. Aquela visão apagou quando as arvores cobriram novamente o céu, estávamos caminhando quando me veio uma pergunta peculiar sobre um acontecimento de alguns dias atrás, Minhas roupas e a mochila haviam sido pegadas, mas a Júlia não me contou como aconteceu, talvez fosse o momento certo para perguntar, afinal deve ser legal descontrair em uma floresta assombrada.

— Então... — falei pausadamente. — Como conseguiu minhas coisas de volta?

— A Mochila? Não foi nada fácil, mas eu contarei.

Lucy ou Júlia havia acordado alguns dias antes e logo que acordou estava disposta para qualquer coisa. Ao acorda ela disse que se sentiu meio tonta, mas conseguiu se recompor, ao notar que estava no hospital invés de sua casa ela logo enlouqueceu, saiu correndo em disparada a porta quando o motorista falou que as encontrou em estado de ‘coma’ e bastante fria e achou que estavam mortas, e logo ligou para os amigos para levar-nos duas até o hospital, ela acordou e resolveu tomar uma ducha rápida e foi correndo até o local do deslizamento, pois, havia algumas malas e passaportes.

— Tive que correr nessa hora, pois o carro estava saindo. — falou — Os homens que estavam lá acharam curioso ter uma mulher em uma passagem de basicamente “você vai para um abismo indo de cara as correntezas de um rio fluido” — falou com um tom de comedia, achei bem engraçado e havia esquecido que estavam na floresta até o momento em que ouvir pisadas vindas ao nosso leste. — Lara vamos para aquele lado, esconderemos nos arbusto e iremos ver quem é que seja. — concordei, pulamos o rio e nos escondemos nos arbusto, três homens com tochas e arcos estavam a nossa busca junto com alguns cães, isso me fez lembra uma nostalgia bem tenebrosa da minha juventude, ouvimos árvores caindo e um cheiro de alguma coisa queimando. — Eles estão botando fogo na floresta… isso não é legal… — falou sussurrando.

— Por quê?

— Os deuses ficam furiosos quando usam armas ou ferramentas que não são do seu porte, obviamente a natureza é o que prevalece, você não notou estranho termos tantas terras e só ficar no meio de uma montanha? Tudo é por alguma coisa Lara, basicamente nada é por acaso, uma cidade no meio de uma montanha? Isso é bem insano, deu acordo com alguns livros dizem que os deuses deram espaço suficiente aos homens e eles não podem destruir regras, mesmo que a deusa seja a mais gentil de todas, a ira acaba despertando.

— Isso quer dizer que… — fui interrompida com uma voz.

— Pegamos. — o homem chamou a tropa e nós prendeu nem deu tempo de fugimos, ele usou um sinalizador no meio da floresta que acabou provocando um incêndio em massa, galhos e madeiras começaram a cair, o som calmo tinha acabo varias homens gritando e o fogo se espalhava cada vez mais.

Em um momento de distração eu e Júlia conseguimos fugir, a situação não era tão boa, estávamos bem longe da cidade, havia vários homens armados, alguns com arma, outros com arco, pareciam uma caça coletiva, na realidade um déjà vu puro do meu passado.

— Escuta, existe uma caverna que da para o outro lado e paramos logo de cara com o lago da névoa. — falou cansada.

— Certo, vamos? — falei com a maior felicidade. — Ela não parecia feliz aparantemente queria usar aquilo como ultima opção. — Algum problema?

— É a caverna onde está o tal bicho… não é atoa que vimos àquela ilusão naquele dia, aliais Lara, isso é meu problema você devia ir para Dark Sky o mais rápido possível e chamar bombeiro para conter o fogo, quanto mais destruição mais irá terá.

— Estarei com você, vamos eu tenho uma ideia.

Para falar a verdade eu não tinha nenhuma, era legal confortar a pessoa, o ruim é não ser confortado, andávamos lentamente para não chamar atenção, alguns homens estava na beirada do rio para não se perder na mata, depois de minutos andando no meio da floresta paramos.

— Olha tenta tirar desamarrar isso… — Júlia conseguiu desamarrar, não como você está pensando e sim com um pedaço de galho, a corda era bastante resistente…

— Lara… tem um bicho nas suas costas…

— O QUE? — falei me balançando.

— É brincadeira — riu.

— Olhe Júlia só não te dou uma su…

— O que foi? Lara não vou cair nessa pegadinha…

— Não é pegadinha — puxei Júlia para meu lado, havia dois lobos bem famintos ali, gruindo.

— Corre!

Galhos, folhas, pedras, tudo na minha cara; se eu e ela estamos arranhadas? Deve está com um tremendo buraco em algum lugar da roupa, arranhões pela cara e assim vai, Júlia não parava de desfiar das árvores parecia que ela sabia onde cada uma estava.

Estávamos quase lá só faltava atravessar o rio até chegar à caverna, quando um lobo abocanhou a perna de Júlia e ela caiu de cara no chão.

— Júlia!

— Vai morder a perna da… — Júlia pegou uma pedra que estava ali perto e surrou o lobo na cabeça o fazendo cair durinho no chão.

— Onde está o outro? — reflexo é vida. Chutei-o quando estava ao pulo tentando ter uma janta às sete horas da noite, ele rolou de rio a baixo.

— Consegue andar?

— Acho que sim. — é claro que não, a perna dela não estava em boas condições e estava sangrando um pouco eu precisava de remédios urgentemente. Um vento frio bateu sobre min e deixou em pé meu fio de cabelo ao virar ao lado a entrada da caverna.

— É Lara eu acho que você vai ter que provar que é uma boa amiga...

— Como assim?- Júlia acabou desmaiando e eu a segurei, uma tropa estava correndo até o lugar onde estávamos não havia opção, essa era única.

Entrei na caverna escura, apenas pensava em uma coisa sobre tudo isso; Lasquei-me.