Cinderello escrita por Teeh_Kaulitz


Capítulo 10
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Algo surpreendente vai acontecer nesse cap, mas talvez vcs gostem. Vai ser bom pras fantasias de vcs
E me desculpem pela demora. Ah, e o Aoi vai narrar uma grande parte desse cap.
Enfim, vou deixar que leiam.
Boa leitura



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As semanas se passaram lentamente. Eu ia todo o dia na casa de Reita e ficava muito feliz em acompanhar sua recuperação. Ele fazia questão de dizer que ela se devia graças a mim, que acelerava aquele processo doloroso. Eu queria mesmo ser capaz de fazer isso, não queria vê-lo sofrer nem mesmo por um segundo a mais.

 

Eu levava todo dia a matéria das aulas que ele perdia e o ajudava a estudá-las. E sempre que tinha um dinheirinho extra, eu comprava alguma coisinha para ele, por mais ridícula que fosse. E apesar de ele achar que eu estava gastando meu dinheiro à toa, ele sempre ficava feliz com as bugigangas que eu levava, sempre as tinha com muito carinho.

 

Um dia, quando cheguei à sua casa, ele falou que tinha algo importante para me dizer.

 

-Ruki, - ele começou. -Lembra-se daquele dia na lanchonete, quando eu te "conheci"?

 

-Lembro sim, amor. Você me consolou. - ri daquela situação, agora parecendo tão boba. Afinal, ele me protegia bem mais agora. - Por quê?

 

-É que eu estava pensando... Eu estou sem ir à escola tem bastante tempo, e fiquei preocupado de que fizessem com você o mesmo que fizeram comigo - ele estremeceu um pouco.

 

-Não fique assim... Você sabe que sei me defender! - Fiz um sinal de músculos nos braços, tipo o Superman, no intuito de tentar fazê-lo rir um pouco. Pelo menos funcionou. Mas logo sua expressão estava séria de novo.

 

-Lembra que naquele mesmo dia eu lhe disse que eles não conheciam dificuldades e coisas do tipo? - fi que sim com a cabeça. - Então. Eu disse isso, e acho que já está na hora de revelar, porque eu também já fui assim.

 

-O quê? - perguntei surpreso. Não conseguia imaginar ele passando por dificuldades financeiras.

 

-Pois é. Foram tempos muito difíceis. Mas voltando ao assunto principal, era só para dizer que eu passei por muitas humilhações, e sei que é terrível. Mas eu queria dizer para você não abaixar nunca sua cabeça, jamais faça isso! Tenha orgulho de suas origens, ok?

 

-Eu tenho sim!

 

-Fico feliz em saber disso. E, sinceramente, estude bastante para tirar as melhores notas e, no futuro, ter um bom emprego. Esfregue isso na cara deles. - nós rimos.

 

-Farei isso sim. - prometi e depositei um beijo em sua testa. Permanecemos um tempo calados.

 

                                    oOoOoOoOoOoOoOoOoOo

 

.: AOI'S P.O.V. :.

 

Cheguei em casa eram por volta das 18:00 h. Eu estava apenas caminhando pelas ruas, sem saber o que fazer. Apenas pensando. Pensando em como tudo se complicou ultimamente, quando eu percebi por quem eu estava apaixonado: Por meu próprio pai!

 

Como isso podia estar acontecendo? Era algo impossível! Eu tinha de me controlar, ele é meu pai, droga. Mas eu queria tanto que não fosse assim. E foram esses os pensamentos que dominaram minha mente por toda a caminhada.

 

Abri a porta lentamente, e na sala, encontrei Uruha assistindo TV. Ele tinha uma expressão preocupada e pensativa. Fiquei por alguns segundos admirando seu rosto, tão belo. E de repente, assustado, ele parecia ter percebido minha presença. Desviei o olhar rapidamente.

 

Estava me preparando para subir pro meu quarto, quando de repente, o ouço falar:

 

-Yuu, preciso falar com você.

 

-O que você quer? -  minha voz saiu um pouco ríspida, mas não pude evitar. Porém, não havia sido minha intenção.

 

-Na verdade queria falar com você e com seus irmãos. - nesse momento, Ruki chega e vê a cena, já provavelmente imaginando o que aconteceria. Ele continua. - Ruki, poderia chamar o Kai, por favor. Precisamos todos conversar.

 

Ruki obedeceu prontamente, subindo as escadas. Naquele pouco tempo, que para mim parecia enorme, fiquei apenas o encarando. Ele me olhava também, mas parecia que havia algo novo em seu olhar, algo que eu não soube identificar.

 

E em poucos segundos, eles voltaram para a sala. Uruha sentou-se novamente na poltrona e gesticulou para que sentássemos no sofá a frente dele. Assim o fizemos.

 

-Eu tenho algo para contar a vocês, mas não sei como irão reagir. Talvez não gostem muito desta notícia. Ruki, você talvez não se importe muito, é algo mais relacionado a Aoi e Kai, mas ainda assim quero que você saiba também, afinal, você é como um filho para mim, e pode ajudar eles a se controlarem um pouco.

 

Eu imaginei o quão terrível seria aquela notícia e estremeci. Ele recomeçou:

 

-Bem- suspirou - eu quero contar que, apesar de tudo que passamos, tudo que vivemos, e o tempo que ja os tenho como filhos... bem... não era tão verdadeiro assim, nossa relação de pai e filhos.

 

-O quê? - Kai perguntou, um pouco exaltado. Ele estava nervoso já, e aquela sensação também começava a me dominar. - Como assim?

 

-Eu quero dizer que... além de Ruki... eu também não sou o pai verdadeiro de vocês. - ele colocou o rosto entre as mãos e logo depois as passou para os cabelos, como se estivesse estressado. 

 

Levei um minuto para processar aquela informação. Pude ver Kai tremendo ao meu lado, enquanto Ruki tentava o acalmar. Ele abraçou-o e Kai começou a chorar. Ele não podia acreditar. E nem eu, mas eu permanecia imóvel.

 

Até que no minuto seguinte, a raiva me subiu à cabeça e tomou conta de todo o meu corpo. Eu tremia descontroladamente, de raiva. Levantei me do sofá, exaltado, batendo com força a mão em minhas pernas.

 

-Como assim?! - comecei, gritando. Uruha olhou para mim desconcertado, e talvez, com um pouco de medo. Ignorei sua expressão e prossegui. - Quer dizer mesmo que todos esses anos que passamos juntos não significaram nada para você?! Que você apenas nos usou para ter a família que sempre quis?! Escondeu isso de nós durante anos e anos e agora resolve nos contar isso do nada como se estivesse tudo bem?!

 

-Não é bem assim! - ele levantou-se também - Eu os protegi! Sua mãe era muito minha amiga e ela deixou comigo uma carta, dizendo que se algum dia, algo acontecesse a ela e a seu pai, para que eu ficasse com vocês. E quando eles sfreram um terrível acidente de carro foi exatamente o que fiz! Você está sendo ingrato!

 

Levantei mais minha voz:

 

-INGRATO? EU? Eu nunca esconderia todos esses anos dos meus filhos que eu não era seu pai verdadeiro! E o que se passava por nossas cabeças, nossos sentimentos? Você nunca se importou com isso?!

 

-Não diga isso!É claro que me importo!

 

-E a casa?! Agora que sabemos não ter laços de sangue, vai nos expulsar daqui?! - comecei a avançar para ele, mas Ruki me segurou, juntamente com Kai - ME SOLTEM!!! - eles não obedeceram.

 

-Lógico que não farei isso! Se alguém tiver que sair daqui, que esse álguem seja eu! Apesar de vocês poderem não me considerar mais um pai, ainda os amo muito e os considero meus filhos, afinal, os criei todos esses anos! - e ele começava a chorar, mas não dei importância.

 

-Por favor, não me venha com essas falsas lágrimas! Eu odeio gente que mente! Eu não duvido nada que você inclusive tenha provocado esse acidente com nossos pais para que pudesse ficar com a herança de nossa família e conosco, para quando não fôssemos mais úteis, nos dispensasse e ficasse com a herança!

 

-Aoi, não diga isso! -disse Kai.

 

-Cala a boca, não estou falando com você!!! - ele se encolheu.

 

-Eu não acredito que tenha coragem de pensar que fiz isso! - continuou Uruha, agora chorando desesperadamente. - Eu os amo do fundo do meu coração, caso contrário, não teria dedicado toda a minha vida a criá-los. E eu só revelei tudo isso por que algo me obrigou a fazer isso. Algo surgiu entre nós, e tive que contar. Mas eu os amo, acima de tudo!

 

-Sério? - eu disse ápero. -Mas saiba que eu te odeio! - as lágrimas me vieram também.

 

Me soltei de Ruki e Kai e subi correndo para o meu quarto. Tranquei a porta e me joguei na cama, chorando. Agora, já não me lembrava nem mesmo que um dia fui apaixonado por aquele homem. E agora o que eu mais desejava, havia se concretizado: ele não era mais meu pai. Mas isso não era o que eu tinha imaginado. E ainda assim eu estava muito irritado com ele...

 

.: RUKI'S P.O.V. :.

 

Uruha chorava compulsivamente, enquanto se sentava novamente na poltrona tentando se controlar. Eu e Kai o abraçamos, e Kai sussurou audivelmente para ele:

 

-Pai, apesar de não ser verdadeiramente nosso pai, eu ainda te amo. É claro que fiquei um pouco chocado com isso no início, mas seria uma reação normal de qualquer um, afinal, é uma revelação chocante. Mas eu não consigo me imaginar odiando um homem que dedicou toda a vida para nos criar, cuidar de nós e nos oferecer amor e carinho. Aoi ficou assustado, mas o conhecendo, sei que ele vai superar.

 

Resolvi intervir:

 

-Sei que não sou seu filho verdadeiro, nem mesmo irmão de Aoi ou Kai, mas mesmo assim, o que ele diz é verdade. Inteiramente. Conheço e convivo com você por tempo o suficiente para ter a confiança de dizer que realmente é nosso pai. Nos criou, nos deu casa e comida. Nos ensinou tudo o que sabemos! Seria impossível, pelo menos para mim, não o ver como um pai agora.

 

-E para mim também - disse Kai. - Eu te amo muito, pai. E, acredite, nem que Yuu cuspa fogo pelas orelhas, deixaremos que você saia daqui. Até porque sabemos que ele irá superar isso também.

 

Ele parou de chorar por algum tempo, mas logo recomeçou a fazê-lo. Nos abraçou e disse:

 

-Eu amo vocês, meus filhos.


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Notas finais do capítulo

E então, gente, gostaram? Foi chocante eu sei, mas isso vai melhorar no futuro, possivelmente no proximo cap. E não fiquem com raiva do Aoi, algo bom vai acontecer =D
Enfim, espero que tenham gostado.
Se quiserem saber o pq da dempora pra escrever, leiam o meu perfil por favor. E obrigada
Reviews?
Bjs, se cuidem ;**



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