Amor...Dor...Reencontro escrita por NiniPatrIlario


Capítulo 9
Capitulo 9 : As gravações




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583990/chapter/9

Passavam apenas das sete quando Carlos Daniel despertou com os primeiros raios de sol que escapavam pelos estoros semi-abertos.

– Meu Deus, já passam das sete, vamos estar atrasados! - Levantando-se rapidamente abriu a porta do quarto para ver se Paulina já se tinha levantado mas na casa reinava um profundo silêncio. Bateu então à porta do seu quarto mas como ninguém respondeu, atreveu-se a entrar de vagarinho para não acordar a sua filha se ainda estivesse a dormir.

Ao ver o quadro que se oferecia a ele, ficou alguns segundos a ademirar aqueles dois anjos que dormiam abraçados no meio daquela grande cama.

O quarto dela era maior do que o seu, tinha uma casa de banho atenente como a dele e uma grande janela em três partes coberta por duas cortinas, uma transparente e a outra dourada para enfeitar. A cama ficava encostada à janela, era uma cama de ferro preta, os lençois beges eram de seda e frente a ela tinha um sofá também em ferro com almofadas brancas e uma coberta da mesma cor. Atrás da cama havia um pequeno candeeiro composto de três velas, duas vermelhas e uma branca no meio. Ao lado do sofá havia uma planta e na parede direita um quadro de uma jarra de flores encima de uma cadeira. Como a mulher que dormia nele, o quarto era simples mas cheio de vida.

Lizett abraçava a Paulina e o seu rosto estava aninhado no pescoço da jovem mulher, ambas estavam em bola como se tivessem frio. Avançou lentamente e sem fazer ruido, chegando à beira da jovem mulher, pousou uma mão no seu ombro e a chamou baixinho como num suspiro. Dormindo, ela estremeceu e ao sentir uma mão em cima dela se virou de repente quase dando um estalo nele, mas este foi mais rápido e segurou no seu fino e delicado pulso pálido antes de que a sua mão se pousasse no seu rosto.

– Desta vez não, meu Anjo. - Disse levando a mão dela aos seus labios e dando um beijo na sua palma quente.

Não foi capaz de dizer nada, era tão bom acordar e ver aquele homem à sua frente.
– Bati à porta mas não respondeste, já passam das sete e...

– Quê? Já estamos atrasados, não devia ter dormido tanto. E agora? - Disse se levantando rapidamente fazendo com que ele cambaleasse.

Ao se levantar a sua camisa de noite de seda azul clara subiu mostrando as suas longas e bronzeadas pernas. Notando o olhar de Carlos daniel, se atou a puxar a camisa para baixo.

– Calma, não te preocupes. Tens tempo. Ninguém vai dizer nada por estarmos atrasados.

– Melhor vou tomar banho e visto-me rapidamente. Entretanto a Lizett pode continuar a dormir e quando acabe eu mesma lhe darei o seu banho. Se quiseres também podes fazer o mesmo, no teu quarto tem uma cabine de duche.

– Vamos no meu carro. – Propôs Carlos Daniel uma hora mais tarde abrindo a porta para as ciranças entrarem.

– Eu vou no meu. - Já ia para o seu carro quando a agarrou pelo braço e a persuadiu de que era melhor se fossem todos no dele para não perderem tempo pois ela ainda não conhecia bem o caminho. Ela acabou por aceitar e meia hora depois estavam nos locais das gravações.

– Vieram juntos? - Preguntou Chantal com aquele ar de nojentinha que so ela tinha.
Paulina ia falar mas Carlos Daniel lhe cortou a palavra.

– Como podes ver sim, mas que mais te dá como viemos? - Respondeu ironicamente. - Vamos Paulina, crianças.

Foram ao encontro de Salvador para lhe anunciar que iam estudar as réplicas de Paulina enquanto tomavam o pequeno-almoço e que em menos de uma hora voltariam para começar os promocionais da telenovela e, como uma familia, os quatro foram ao café que ficava na esquina dos locais. Apos pedirem o pequeno-almoço foram para numa mesa redonda no fundo da sala. Era um café agradáavel, perfeito para as familias tomarem o café da manhã aos domingos. O café estava dividido em duas salas, a sala do bar e a do restaurante. Onde eles estavam havia varias mesas redondas com uma toalha vermelha e uma jarra branca com uma rosa amarela falsa. As janelas rodeavam o café inteiro e estavam viradas tanto para um jardim como para a estrada permitindo ver todas as pessoas que por lá passavam. O empregado de mesa era um rapaz jovem que não devia de ter mais de 25 anos, encontarva-se atrás do balcão, era uma pessoa simpática e agradável, mal chegaram serviu-os com um enorme sorriso e tomou Paulina por esposa de Carlos Daniel pois quando perguntou o que iam tomar, Carlos Daniel foi o primeiro a responder e logo ele perguntou: “E a sua esposa? O que deseja tomar?”, ao ouvir aquelas palavras, Paulina tinha corado mas nenhum deles o tirou do seu desengano e fizeram o seu pedido.

– Gostaram da noite de ontem? - Perguntou Paulina mais radiante do que nunca com os seus jeans e um curpete rosa que condizia com os seus pequenos brincos em forma de perola.

– Adorei. - Disseram as crianças em coro fazendo-os rir.

– Pai? Porque é que chamaste a Paulina de meu anjo e lhe deste um beijo na mão? - Perguntou Lizett inocentemente fazendo a Paulina se engasgar com o gole de café que acabara de tomar.

– Ficou toda coradinha! - Lançou Carlinhos rindo e dando uma grande dentada no seu pão.

– Tu estavas acordada Lizett? Pensei que dormias.

– Não, já estava acordada, mas estava bem nos braços da Paulina.

Ao ouvir aquela dulçura nos labios da menina, Paulina se sentiu emocionada. Levantou-se e se ajoelhou ao lado da cadeira da menina, passou-lhe uma mão carinhosa no cabelo apôs ter-lhe dado um beijo na testa e confessou que também se sentia bem ao seu lado.

Carlos Daniel sabia que Paulina tinha vivido algo que a marcou profundamente e fazia com que ela receasse ficar sozinha com ele, mas ele também sabia que era a mulher e a mãe ideal para a Lizett. Desde que a sua esposa falecera nenhum deles voltou a ter aquela alegria que costumavam ter, Lizett era uma menina inteligente e cheia de vida, certo, mas já não era como antes. Ela cada vez se fechava mais no seu mundo e não lhe fazia nenhum tipo de perguntas sobre a sua falecida mãe e varias noites acoradava chorando e gritando pelo nome dela, mas quando a ia ver não dizia nada e simplesmente se voltava a deitar e fechava os olhos dizendo para o seu pai não sair do seu lado até que os monstros dos seus sonhos desaparecessem.

Ele esperava que Paulina a podesse ajudar a superar esse pesadelo que tanto a tormentava dando-lhe um poco do seu amor, mas ao mesmo tempo tinha medo de que tanto a Lizett como ele se habituassem a estar com ela, e uma vez que ela tivesse que ir embora ou simplesmente quizesse seguir o seu caminho - coisa que era perfeitamente normal - ela os abandonasse fazendo com que a Lizett e ele sofressem novamente por uma mulher que ambos amariam.

Não queria voltar a amar por medo de perder a sua amada, mas ele estava consciente de que se sentia atraído por ela e não so fisicamente, pois os seus pensamentos eram exclusivamente dedicados a ela desde o primeiro dia em que se viram. O que fazer? Pensava. Amar-la? Ignorar-la? Ela era ou esteve casada, ele estava seguro pois viu a foto na parede. O que teria acontecido para que ela estivesse agora sozinha? Ele tinha que lhe perguntar, mas não hoje, não agora, esperaria a que ela tivesse mais confiança nele e podesse finalmente abrir o seu coração e podesse enfrentar os seus proprios demonios interiores, porque ele sabia que algo a atormentava e era esse algo que fazia com que ela o rejeitasse.

Como previsto em menos de uma hora os quatro estavam de volta e prontos para actuar.

Para fazer os promocionais Paulina tinha que mudar varias vezes de roupa dado que em cada cena em que aparecia tinha uma roupa diferente. A primeira cena que faziam juntos era junto à lareira onde ambos bebiam um copo de espumante e ela estava vestida de rosa claro e ele de camisa branca com um colete e umas calças de fato pretos. Nessa primeira imagem era a falsa mulher quem podiamos ver, ou seja, a boa e sincera das gêmeas, para ambos foi fácil sorrir e fazer de conta que eram um casal feliz que festejava o facto de estarem juntos visto que se sentiam atraídos um pelo outro e aquela cena simplesmente mostrava o que eles mais desejavam fazer naquele momento.

Foi um momento de complicidade e de felicidade. Mas quando Carlos Daniel segurou no seu queixo para a preparar ao beijo que iam ter que compartilhar para a cena, as borboletinhas voltaram a voar no seu estomago, sentimento que ela pensava já ter esquecido mas que afinal estava apenas adormecido esperando por um momento crucial para voltarem a despertar.

Quando os labios de Carlos Daniel tocaram nos dela, Paulina se sentiu flutuar, voltou a pensar no momento que tinham partilhado na noite anterior e que não pode ser consumido pelo seu medo de não estar à altura das esperanças de Carlos Daniel.

Essa cena foi a parte mais exitosa do promocional. Mas quando o beijo tinha que chegar ao fim, eles continuaram abraçados e a se beijarem, o cameramen foi então obrigado a dizer corta duas vezes e quando se soltaram Paulina corou e notou que todos sorriam maliciosamente mas nenhum fez algum tipo de comentario pois o que contava era que a cena ficou optima e parecia tão real que estavam seguros de que com aqueles dois protagonistas a novela ia ser um éxito absoluto.

Quando tinham dito corta para que o beijo tocasse ao seu fim, foi contra a vontade deles que tiveram que se soltar. A pesar desse beijo fatal, a chama do desejo permanecia acesa em ambos, era como um fogo indomavél que os ia consumir a pouco e pouco se não se decedissem a realizar aquele desejo tão ardente.

A cena que Paulina mais gostou de fazer - além da cena com o protagonista - foi quando gravou com as crianças à mesa. Ela dava um gomo de laranja a cada um deles e ambos riam, encontrando assim o momento de complicidade que tinham compartido na noite anterior. Apos os promucionais poderam começar o primeiro capitulo. Para terminar esse capitulo apenas faltava as cenas em que aparecia Paulina pois todas as outras já tinham sido gravadas enquanto que esperavam encontrar uma protagonista digna de esse nome.

Tudo começava à volta das belas praias de Cancun. Foi a primeira vez que Paulina teve que fazer dois papeis diferentes ao mesmo tempo, ela tinha que mudar de voz sempre que fazia de má ou de boa pois a má tinha a voz mais rouca do que a outra que tinha uma voz mais suave e pousada e assim como tinha que mudar o tom da sua voz, também tinha que mudar de roupa e de maquilhagem. Mas mesmo assim, conseguiram realizar todas as cenas necessarias em quatro dias já que ela se dava a fundo no seu papel e apenas tinham que refazer certas cenas duas ou três vezes. O mais importante era as cenas da praia, quanto às outras cenas, mesmo sendo a historia em Cancun, podriam as fazer directamente em México.

Durante o tempo em que Paulina esteve en Cancun, Carlos Daniel também esteve lá para seguir as gravações e apoiar os seus colegas mas ele voltou um dia antes para preparar outras gravações que seriam necessárias para a volta de Paulina.

A pesar de se dar a corpo e alma ao seu papel, a sua mente e o seu espirito tinham vageado por México à procura de Carlos Daniel, so tinha cabeça para ele e talvez foi graças a ele, graças ao que sentia por ele, que conseguiu actuar tão bem. Estando ao seu lado tudo parecia fácil, o unico que desejava agora era voltar para casa para estar junto a ele mesmo se so não o tinha visto durante um dia.

Já eram quase nove da manhã quando o seu avião aterrou na cidade de México, tinham estado a gravar quase 24 horas e qual não foi a sua sorpresa ao ver que as crianças e Carlos Daniel esperavam por ela. Ficou admirada ao ver os três ali e não sabendo porquê, Lizett a chamou de mamã e correu para os seus braços. Apenas teve tempo de pegar nela ao colo, que Carlinhos já vinha a correr para se abraçar às suas pernas e Carlos Daniel lhe dava um beijo na boca frente a toda a gente. Ficou tão sorpreendida que não tinha dado fé de que estavam a ser filmados.

– Perfeito! - Exclamou Salvador batendo palmas, simplesmente perfeito, - Paulina, ficaste magnifica, parecias mesmo desorientada com esta cena.

– Estávamos a gravar? - Perguntou ainda sobre o efeito da sorpresa.

– Claro. Não me digas que não sabias. - Disse Salvador pondo os seus punhos nas ancas.
– Sabia que tinha uma cena no aeroporto e por sorte aprendi os meus textos senão, não teria saido tão bem a cena, mas nunca pensei que fosse ser agora, ninguém me tinha avisado.
– Achamos que seria mais fácil se fosse agora, já que estavamos aqui para quê regressar mais tarde? Além de que como já disse, ficaste bem e te felicito, ultrupassaste todas as minhas esperanças. Foste mais além da actuação e a realidade ultrapassou a ficção. Agora sim podemos voltar aos estudios para que possas fazer o resto das cenas que faltam para o primeiro capitulo que sairá ao ar daqui a quatro dias. Por isso temos mesmo que nos despachar.

Quando regressaram aos estudios, fizeram as cenas que faltaram de quando as gêmeas estariam em Cancun e fizeram outras cenas com as crianças na casa. Já era tarde quando Carlos Daniel declarou que talvez seria melhor continuarem no dia seguinte porque as crianças já estavam cansadas e a Paulina também deveria de estar pela viajem e pelas gravações anteriores.

– Salvador? Nos já vamos então, tenho o meu carro lá fora e vou levar o Carlinhos a casa dele e a seguir levo a Paulina.

– Bom... se assim querem, até amanhã então, e nada de fazer asneiras. - Disse rindo maliciosamente para ambos, ao parecer já todos se tinham dado conta de que algo passava entre eles mas até agora ninguém tinha ousado comentar o que sabiam, ou pensavam saber, sobre a relação deles.

– Ah! Paulina? Uma vez mais obrigado, ficaste sensacional.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que estejam a gostar pois no proximo ja vêm cenas que de ceteza estarão à espera kkkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor...Dor...Reencontro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.