Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 33
Capítulo 33: Pedindo Perdão


Notas iniciais do capítulo

Aí tu acha que consegue escrever o capítulo inteiro, até chegar no encontro com o príncipe, e percebe que vai ficar muito grande, e deixa pro próximo sauhshahusuha
calma, está chegando o encontro.
Boa Leitura ♥



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No dia seguinte, viajamos quase sem pressa. Talvez Aragorn quisesse que eu pensasse direito sobre o que estava por fazer, e tentava tornar tudo da maneira mais simples possível. Não sei em qual momento eu conquistei a sua confiança, porém soube desde o primeiro momento que ele acreditara em mim e em minha história com o príncipe. Talvez meus relatos mostrassem à ele que se tratava realmente de Légolas, já que eles eram mesmo muito amigos.

O dia estava agradável. O mormaço conferia à ele um aconchego diferenciado, bem parecido com aquelas luzes do jardim particular do palácio. Lembrava-me sempre que aquela sensação quente acompanhava o cheiro encantador que Légolas tinha. Um perfume que, mesmo não entrando em minhas narinas, permanecia guardado dentro de mim. E sei que eu nunca o esqueceria.

Sentia um leve formigamento, por ir montada no cavalo todo o tempo, então decidi andar um pouco. Ao lado de Aragorn sentia certa segurança, essa que talvez apenas Légolas suprisse.

Meu príncipe era um dos melhores e maiores cavalheiros, isso eu não tinha dúvidas.

Surpreendi-me ao me pegar pensando assim: Meu príncipe. Nunca pensei em Légolas dessa forma, apesar de quase sempre chamá-lo de Vossa Alteza.

– De onde é? – Perguntei à Aragorn. Paramos para o almoço, após quase seis horas de viagem.

Ele sorriu.

– Não posso lhe dizer agora. – Respondeu. – Mas pergunte à Légolas quando tiver a oportunidade.

Desconfiei daquela resposta.

– Pelo que me disse, aposto que esconde algo. – arrisquei.

– Talvez.

– Poderia apostar que é da linhagem real. Talvez filho de algum senhor, como Bard. Alguém bem famoso. – Continuei. – É muito cavalheiro, gentil e aposto que tem muita habilidade com uma espada.

– Aprendi muita coisa com Légolas. Se eu sei, devo muito a ele. – Aragorn mantinha o ar de mistério.

– Seu nome não me é estranho. – Persisti. – E, para ter contato com tantos elfos, no mínimo, tem de ser muito importante.

– Está chegando lá. – Aragorn ria de mim. Senti certa simpatia por isso.

– Não vai me dizer, não é?

– Não. Mas é que eu realmente sei que um dia vai descobrir. Até porque, Légolas vai lhe contar de qualquer forma. – Ele respondeu, e eu suspirei.

– Acha mesmo que ele me perdoaria? – perguntei momentos depois, sentindo-me muito culpada por ter deixado Légolas de modo tão estúpido.

– Acha que merece perdão?

– Não. Sinceramente, acho que não mereço mesmo. – respondi.

Aragorn fitou-me com aqueles belos olhos, entristecido por minha resposta.

– Perdoar, sei que Légolas vai. Talvez seja tarde demais, e ele já esteja se casando nesse momento. Mas, você vai consertar o que fez. Encarar tudo de frente. Não é esse o nosso trato?

– Sim.

– Então não se preocupe com o perdão. Apenas peça-o, e tudo se encaminhará.

– Acha mesmo que ele possa estar se casando agora? – perguntei, e sentia certo medo de que aquilo pudesse realmente estar acontecendo antes mesmo de chegar à Floresta das Trevas.

Aragorn riu.

– Sem mim? Claro que não. Ele me espera para seu casamento, e sei que não fará nada até chegar.

Aquela resposta me deu certo ânimo. Talvez ele estivesse equivocado, talvez só quisesse que eu não perdesse as esperanças, mas eu confiava e acreditava.

Depois de uma hora de pausa, recomeçamos a viagem. Chegaríamos antes do anoitecer com alguma sorte, e partiríamos para a Floresta assim que amanhecer, pois não seria muito viável viajar por entre aquelas árvores à noite.

Dessa vez corremos. O cavalo por vezes reclamava, então Aragorn dava um pouco de água e uma maçã ao animal, e voltávamos a correr.

Quando avistei a cidade de longe, senti certa felicidade em meu coração. Mesmo que Légolas não me perdoasse, teria ao meu lado meu pai. Talvez mamãe ficaria triste comigo no início, mas sei que acabaria cedendo mais tarde. Já Runel, temo que nunca mais queira me ver.

O sol se punha detrás da Montanha Solitária, anunciando a chegada da noite. As luzes da cidade se acendiam, e as pessoas se juntavam em suas casas logo após o dia costumeiro de trabalho. Guiei o cavalo até minha casa, ou fazenda, já que Aragorn não conhecia o local apropriadamente.

– É uma bela cidade. – Ele disse enquanto caminhávamos pelas ruas, vendo as simples, mas bonitas casas coloridas, acenderem aos poucos suas luzes.

– Temo que Thranduil seja responsável pela riqueza de detalhes que cobrem a cidade. – Respondi dando de ombros.

– Não deveria achar tão ruim assim. Afinal, Thranduil é um coração de pedra. – Aragorn continuou. – Mas vejo que para certas pessoas, seu coração se derrete por completo. Algo muito incomum, ainda mais por se tratar de uma humana.

– Sei que fui privilegiada. Sei que ele não é agradável, sendo que eu mesma já provei de seu veneno. E também sei, que de alguma forma, ele ainda sente algo muito forte por minha mãe, o que me fez duvidar várias vezes que um elfo realmente ama apenas uma vez em toda a sua vida. – concluí.

– Acho que, se ele realmente a amasse como esposa, não mediria esforços para ficar com ela. Porém, como a culpa em seu coração por ter entrego ele à outra, ele soube que nunca daria certo. É a única coisa certa a se fazer. Ele a machucaria ainda mais. Nesse ponto, concordo que Thranduil foi sábio. – Aragorn dizia, enquanto reparava ás coisas ao seu redor. – Essa é sua mãe?

Ele apontara para Melrise, que estava observando de longe, perto do portão principal de nossa casa. Seus olhos pareciam confusos, porém, quando ela percebeu do que se tratava, abriu um largo sorriso.

– Sim, senhor.

– Vocês se parecem muito. Não é à toa que Thranduil tem obsessão por você.

Descemos do cavalo. Melrise aproximou-se, e tomou-me pelos braços, apertando-me com toda a força que ela tinha.

– Não acredito que seja você. – Mamãe tinha lágrimas nos olhos. – Como está magra e abatida! O que aconteceu? Por onde esteve? Quem é esse senhor?

Ela fazia suas milhares de perguntas sufocando-me em seu abraço.

– Calma mamãe! – Disse, tentando respirar um pouco.

– Meu nome é Aragorn. – O senhor disse, fazendo uma reverência para ela.

– Não está casada com ele, não é? – Melrise perguntou, e Aragorn riu.

– Não. Ele é amigo do Légolas. Está aqui para o seu casamento... se houver casamento com alguém ainda. – respondi, tendo a esperança de que mamãe dissesse que a seleção estava acabada.

Porém, ela exibiu um olhar triste.

– Entrem. – Ela ordenou, tomando o braço de Aragorn.

Papai estava na pequena biblioteca, como era de seu costume. Corri para abraçá-lo, este que se emocionou muito também. Quando terminamos, mamãe servia à mesa, junto com uma das antigas criadas, bastante comida para nós.

– Sinto ser portadora de péssimas notícias, minha filha. Mas a Seleção continua. – Ela disse, pegando um pedaço de pergaminho que estava sobreposta em uma das mesas de auxílio. – Essa mensagem chegou hoje para nós. O príncipe escolherá uma das finalistas amanhã à noite, com um grande baile. Todas as ex-selecionadas e suas famílias foram convidadas.

– É, mas nós não vamos! – papai disse, fazendo careta para mamãe logo após. – E aconselho á senhorita ficar longe deste baile.

Nunca havia ouvido meu pai me dar ordens assim.

– Mas ela precisa ir. – Aragorn interveio. – Precisa pedir perdão à Légolas para seguir com sua vida em paz.

Papai olhou para o moço como se não entendesse.

– Esse é Aragorn, amigo de Légolas e, porque não, meu protetor.

– Protetor? – Mamãe olhou-me sem entender.

Contei toda a história para meus pais. Estes que me olhavam em desaprovação sempre, mas tinham um ar de culpa por trás. Mamãe principalmente. Sabia que não deveria planejar toda a minha vida assim, começando logo pela infância.

– E Runel? – Perguntei logo após.

– Voltou a trabalhar com o pai. Quando apareceu, minha vontade foi de expulsá-lo por lhe deixar sozinha. Porém vi que a culpa não foi dele, não é mesmo Belle? – Papai acusou-me.

– Não. A culpa foi minha. O abandonei no meio da madrugada, e tomei um caminho difícil para ele não me encontrar depois. – Confessei.

Logo após o jantar, mamãe sugeriu que eu fosse procurar Runel. Não sentia vontade de fazer tal coisa, mas sabia que ele era uma das pessoas que deveria pedir perdão.

– Por favor, acomode Aragorn. Ele é um exímio cavalheiro, e eu irei com ele até a floresta amanhã cedo. – pedi.

– Prepararei um banho para ele e uma cama confortável. – Mamãe respondeu-me. – Mas tem certeza que gostaria de fazer tal coisa? Quer dizer, não precisa mais! Não tenho mais acordo com Thranduil, e mesmo que tivesse, eu abriria mão do que fosse.

Sorri sob a sinceridade e compaixão de minha mãe.

– Eu amo Légolas. – Respondi. – Disso eu não tenho mais dúvidas. Sinto tanta falta dele, como sinto do ar que respiro. Dói pensar nele. Dói saber que ele está se casando com outra por eu ser totalmente estúpida. Dói saber que ele entregou seu coração para mim, e eu o despedacei. Eu tenho que pedir perdão à ele, e dizer isso pela última vez. – Suspirei. – Preciso dizer que o amo.

Mamãe sorriu, e apenas concordou com a cabeça.

~***~

Runel estava do lado de fora de sua casa. Escovava o cavalo de leve, como se aquela tarefa não fizesse diferença alguma, ou como se fosse mais um hobbie.

Cheguei perto silenciosamente, desejando que ele não me avistasse até estiver cara à cara.

Ele olhou-me de cima a baixo quando estava perto o suficiente para ele saber que se tratava de mim. Deixou a escova cair, e foi de encontro a um abraço apertado e silencioso. Senti lágrimas descerem, e ele tremia.

Beijei seu pescoço de leve, sentindo-o arrepiar e acordar daquele abraço.

– Bel... – ele sussurrou. – eu te procurei tanto!

– Eu sei, Runel. Perdoe-me por te deixar daquela forma.

– Pra onde foi? Como conseguiu sumir em tão pouco tempo?

– Procurei outro caminho, Run. Fui parar em Arnor.

– Mas te procurei em Arnor!

– Fui pelo caminho mais longo. Bem mais longo. – respondi, limpando um pouco das lágrimas que Runel deixava correr por seu rosto. – Me perdoa.

Runel abraçou-me mais uma vez, e assim ficou por vários minutos.

– Estou feliz que esteja bem. – ele disse, beijando-me na face. – Seus pais ficaram furiosos.

– Eu já esclareci tudo. Perdoe-me por ter passado por tudo isso, por ter te metido em coisas absurdas e situações desnecessárias.

Runel soltou-me, procurando olhar em meus olhos.

– Légolas também procurou por você. – ele disse, assustando-me por completo.

– Como é?

– Ele veio até a cidade. Te pediria perdão, e caso aceitasse, acabaria com a seleção. Te imploraria, se possível. Vi nos olhos dele, estava desesperado. Parecia desnorteado, confuso. Mas não podia ir longe, pois a seleção ainda continuava, e ele precisava voltar ao palácio.

– Creio que se estivesse ainda na cidade, não aceitaria. – Confessei.

– É muito orgulhosa para isso. – Run disse. – contei tudo á ele. Confessei que seu desejo de se afastar dele era muito maior do que qualquer coisa. Isso o entristeceu por completo. Jurou que não lhe procuraria então, que lhe deixaria viver de acordo com o que queria. Agora, amanhã ele escolherá outra...

– Eu sei. Mamãe me disse. Mas vou até lá, preciso pedir perdão ao menos.

Runel esboçou um sorriso.

– Acho que deveria mesmo.

Ele segurou uma de minhas mãos, e passei a outra em seus cabelos rebeldes.

– Você o ama? – Runel perguntou mais uma vez. E, sabia que depois de tantas respostas, eu daria daquela vez a definitiva e verdadeira.

– Amo. Amo muito. – Disse, sorrindo em meio à tentativa de não chorar.

– Fico feliz por admitir.

Aproximei-me dele, e devagar selei um beijo em seus lábios – o último.

– Mas saiba que eu também te amei muito.

– Eu também. – Ele respondeu, sorrindo em meio à declaração. – Nós não daríamos certo, princesa.

– Eu sei que não. – Disse, afastando-me dele e dando meia volta para ir para casa.

– Precisa de escolta até a Floresta? – Perguntou.

Balancei a cabeça em negativo. E voltei para casa.

Um aperto em meu coração dizia que o sentimento por Runel era algo que resolvi deixar para trás, e que, mesmo que Légolas escolha outra pessoa, eu não voltaria atrás na escolha que fiz em amá-lo.


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Notas finais do capítulo

Bom, o Runel já estava convencido de que Belle era do Légolas (e aceitou isso). Deveria procurar uma "Lucy" para ele? hsuahsuhahusuauhs
Beijos e até o próximo ♥