Meu corpo inteiro doí, minhas veias queimam, parece que ao invés de sangue na verdade fogo puro escorre por elas. Minha cabeça lateja e meus olhos pesam, eu não consigo abri-lós.

Sinto que estou deitada no chão, nos meus braços há correntes, nos meus pés também. Minha boca tem um gosto forte de sangue, sinto que estou amordaçada.

Abro meus olhos devagar e vejo o lugar. Eu estou em um quarto simples, estou deitada no chão, as correntes estão presas nas paredes e algumas no teto. O quarto não tem janela e a porta parecia estar trancada. Ao meu lado havia uma bandeja com alicates, facas, bisturis e algumas seringas com líquidos estranhos.

Fico deitada olhando para teto tentando me lembrar do que aconteceu, eu me lembro dos brutamontes, me lembro da seringa... É isso, eu fui sequestrada. Mas quem poderia fazer isso ? Ou melhor, quem teria motivos para fazer isso ?

Enquanto pensava nisso a porta se abriu, um homem grande e muito assustador passou por ela, e ao me ver acordada soltou um sorriso muito macabro.

–Fico feliz que já tenha acordado princesa. -O homem diz e depois se aproxima de mim. Ele se ajoelha ao meu lado e tira minha mordaça, depois se levanta. -Como se sente ?

Eu não respondi nada, apenas fiquei olhando para ele, nas suas mãos havia uma tigela com algumas comidas. Olhei para a porta e percebi que ela ainda estava aberta, então se eu conseguisse me soltar das correntes estaria livre.

–Você não vai conseguir se soltar princesa. -O homem disse sorrindo. Ele lia pensamentos por acaso ?

Eu novamente não disse nada apenas encarei ele e voltei a tentar me soltar.

–Por mais que tente não vai conseguir garota. -Ele soltou uma risada e colocou a tigela no chão. -Como se ficar se fome.

–Como espera que eu coma com as mãos presas ? -Eu disse ironicamente. Eu estava com muita vontade de socar esse cara.

–Sei lá, isso é com você princesa. Agora se me da licença eu preciso terminar alguns projetos. -Ele disse e saiu do quarto. Pelo menos não me amordaçou de novo.

Eu precisava sair dali, comecei a debater e tentar me soltar, mas como ele disse não adiantou em nada. Respirei fundo e tentei manter a calma, comecei a pensar, o que o Stiles faria nessa situação ? Ele tentaria achar um jeito de se soltar, achar alguma falha. Era isso que eu faria.

Olhei atentamente para meus pulso e percebi que havia um pequena fechadura neles, então se eu conseguisse a abrir ela a corrente se soltaria. Eu só preciso saber como abri-lá.

Olhei para minhas mãos, e foi ai que eu me lembrei das garras. As garras são a solução. Mas como eu faria elas aparecerem ? Respirei fundo novamente e me concentrei, isso precisava funcionar.

Abri meus olhos e para minha alegria percebi que havia funcionado sim. Eu soltei um pequeno sorriso e comecei a tentar abrir a fechadura.

Eu confesso que foi um pouco difícil mas eu consegui. Assim que me livrei de uma passei a tentar tirar a outra. Novamente consegui, depois tirei as dos meus pés.

Me levantei e olhei para meu corpo, não havia nenhum sinal de machucados ou membros quebrados, ainda bem. Agora eu preciso saber como abrir aquela porta.

Me agachei e peguei naquela bandeja as seringas, talvez fossem uteis no futuro, e pequei também uma faca pequena. Depois, andei até a porta e comecei a tentar abri-lá, foi muito difícil, mas felizmente eu consegui.

Suspirei e sorri, sairia dali. Me levantei e contei ate dez depois abri a porta.