Aos olhos da guerra escrita por maddiesmt


Capítulo 3
Capitulo 2 - parte 2: Perdidamente doce


Notas iniciais do capítulo

Antes tarde do que amanhã...sem mais...com vcs..
p.s: A musica que me inspirou pra esse cap foi Lost Stars do Adam Levine...qm puder escutar...vale a pena...ta concorrendo ao oscar..é linda demais e tem td a ver com essa parte da fic...
Espero q gostem



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–Ferdinando por favor!
–Não pai! Eu não posso abandonar oces...e além disso...eu vou ser considerado um desertor...e oce sabem o que fazem com desertores.
–Mai filho...sou eu ...vosso pai que estou lhe pedindo...eu ja sofri muito numa guerra...oce não sabe do que aquele inferno é capaz. Eu não vou suportar perder oce praquele inferno!
–E eu não vou suportar perder oces. Eu não vou me esconder meu pai. Eu não vou abandonar o senho nem a Catarina, nem os meus irmãos e nem a minha mulher! Eu vou lutar por oces! Eu vou lutar pra voltar pr’oces. E vamos terminar esse assunto que não tem nem cabimento o senhor me pedir isso.
–Então meu fio...eu te desejo muita sorte. E vou esperar mermo que oce volte. Por que o meu trigal n vai suportar vossa ausência.- O rapaz sabia que o pai estava usando o trigal em sinal de eufemismo. Sabia que aquele velho turrão o amava e tinha medo do que podia acontecer com o pai em sua ausência...mas não poderia abandonar tudo e fugir. Não era homem de arrepiar carreira e querendo ou não ja estava conformado. Ele iria para a guerra.
Deixou o escritório do pai e correu para o quarto. Sabia que a esposa estava a sua espera.
A encontrou sentada na cama. Deslizando os dedos por sob o uniforme militar.
–Meu amor...eu..
–Eu acho que oce vai ficar muito bem de farda.- Ela disse se levantado e não o encarando. Passeou os dedos nos próprios lábios e jurou para si mesma que não iria chorar na frente dele. Não depois do dia lindo que tiveram. Não no dia deles. A moça se dirigiu para a janela e ficou admirando a plantação la fora.
O engenheiro logo entendeu o objetivo da mulher e se juntou a ela ao admirar o plantio.
A abraçou e mergulhou nos cachos ruivos dela.
–Oce vai ter que me prometer que vai cuidar do nosso trigal.
–Mai o seu pai vai ficar aqui e eu duvido muito que ele me deixe fazer isso.
–Oce sabe que não é verdade. E meu pai vai ficar muito feliz com a sua ajuda.
–Só enquanto oce tiver longe. E quando oce voltar eu vou lhe ensinar a cuidar do trigal de novo.
Ele riu e notou que o sol iria se despedir em breve. O rapaz então pegou uma das mãos da esposa e a conduziu para a próxima surpresa.
Chegaram no trigal bem na hora do por do sol. A ruiva reconheceu o lugar no qual tinha encontrado, a um mês atrás, uma cama adornada em flores.
Hoje ela encontrava uma muda de árvore e todos os instrumentos necessários para fixa-la no lugar tão deles.
–O que é isso Nando?
–Uma árvore...a nossa árvore.
Ele sabia o quanto ela amava a natureza...assim como ele. E nada melhor do que uma prova do amor em comum entre eles para simbolizar o que tinham de mais puro.
Ela sorriu e o abraçou ternamente e não disse uma palavra. Não sabia ao certo o que dizer, apenas sentir. O engenheiro a levou para perto da planta e ambos começaram a torna-la deles. Faziam o que mais gostavam de fazer...na melhor das companhias. A companhia um do outro. Quando terminaram admiraram a pequena muda transmitir esperança em seus corações.
–Eu acredito...que ela va lhe lembrar o quanto o nosso amor é forte. O quanto ele cresce a cada dia independente de cada mal que tente nos derrubar. E como essa muda, o nosso amor sempre vai ter raízes profundas o suficiente para nos unir onde quer que estejamos, vai crescer magnifico em sua própria existência. Vai suportar a secura da ausência, a chuva de lágrimas e vai sobreviver das nossas memórias e sorrisos. E quando eu voltar...poderemos até escrever nossas iniciais para provarmos para nos mesmos que estamos além de qualquer eventualidade. Estamos além de nós mesmos.
Ela sorriu, encostou a testa na dele e mergulhou no beijinho de esquimó que uma vez ou outra davam.
O céu alaranjado dava o tom da esperança que precisavam. Uma mistura cálida entre a certeza da falta e a promessa de um futuro...mesmo esse sendo incerto. Trazia toda aquela melancolia necessária do adormecer e todo o desejo irrefreável de um novo dia.
O rapaz lhe deu um beijo suave na bochecha e a convidou a se levantar.
–Vamos ? Ainda temos que nos arrumar para a nossa noite de gala-
–Noite de que?- ela riu mesmo confusa e aceitou a mão que ele a oferecia.
–Para o nosso jantar especial.
–Hm...jantar é? E vai ter o que nesse jantar?
–Ahh...ai oce vai ter que esperar pra ver...
–Ahh não Nando...
Seguiram na adorável discussão boba que amavam ter. Realmente era o dia dedicado a eles e a tudo o que gostavam de fazer.
Ferdinando se arrumou rapidamente enquanto a mulher estava no banho. Olhou uma ultima vez para o quarto e não notou nenhuma falha no plano. Esperaria que ela saísse do quarto para avisar Catarina de que poderia arrumar tudo.
Resolveu esperar a esposa no andar debaixo...no local em que ela saberia onde encontra-lo.
Gina saiu do banho e descobriu que estava sozinha no quarto. Na cama, não mais os uniformes mas sim um belo vestido de um degrade azul para o roxo que a lembrava o anoitecer. Algumas pedras brilhavam no corpete e as mangas longas era feitas de uma renda delicada.
Ela sorriu ainda mais quando encontrou perto do presente uma carta.
–Menininha...espero que tenha gostado do vestido. Siga as pistas e me acompanhe no nosso maravilhoso jantar. Não esqueça nunca que eu te amo.
P.s: Pista 1- Como eu adoraria aceitar a primeira ameaça que você me fez dentro do meu antigo quarto.
A ruiva buscou na memória todas poucas situações passadas ali...na realidade havia entrado la uma única vez antes de casada...Sorriu com a lembrança do quase beijo e deduziu onde poderia encontrar a próxima pista.
Arrumou-se elegantemente, colocando o vestido que havia acabado de ganhar e organizando os cachos em uma trança bagunçadamente sexy que caia por seu ombro esquerdo.
Saiu apressadamente em busca do antigo quarto do marido e logo que abriu a porta começou uma procura minuciosa pelo chão do local.
Encontrou uma carta presa ao piso de madeira perto do guarda- roupa e sentiu a adrenalina subir a cada palavra que lia.
“Muito bem meu amor! Agora que tal me acompanhar em uma conversa com a Catarina...mas dessa vez sem me chamar de frangotinho na frente dela Ara..”
A moça quase gargalhou com a lembrança e seguiu para a sala onde encontrou uma carta no sofá em que esteve sentada em uma das vezes em que visitou o marido antes do casamento.
“Estamos chegando ao final mas antes precisamos falar com uma das cabeças de caça do meu pai.”
Não podia acreditar que até os enfeites do escritório do sogro tinham entrado no jogo. Não demorou muito a encontrar a penúltima pista presa nos chifres de um alce entalhado.
“Meu amor...sua ultima pista se encontra na saída pela qual você escapou de mim. Naquele dia eu prometi a mim mesmo nunca mais a veria ir embora...”- Ela pausou a leitura e acrescentou silenciosamente seus pensamentos.
– Mas quem ta indo embora agora é ocê...- ela sentiu as lágrimas se aproximarem e seguiu para a saída de serviço. Lá, colado a porta, estava a ultima pista. A ruiva respirou fundo e se pos a ler as palavras do marido.
“Abra a porta...e siga o seu coração.”
A moça obedeceu e sorriu ao encontrar uma trilha de velas acesas que a conduziam até um pequeno coreto que ficava entre a casa e a plantação.
O viu com os olhos brilhantes e o sorriso mais belo do mundo. O engenheiro estava elegantemente vestido com um traje formal mas com toques que só ele poderia dar.
Ele ofereceu a mão e ela aceitou. Subiu as poucas escadas e logo o encontrou no topo.
–Oce foi extremamente rápida meu amor.
–A minha memória é boa quando se trate de nós dois.
–Sabe que eu não sei dizer se isso é uma coisa boa ou uma coisa ruim.
–Ara...e por que que seria ruim?
–Por que eu sei muito bem o que oce é capaz de fazer quando eu faço coisa errada e oce n esquece.
Ela riu e completou
–Pelo menos oce admite.
–Eu admito...- ele disse envolvendo a cintura dela e direcionando-se para o seu ouvido.- admito que eu adoro te ver brava assim como adoro te ver sorrir.
–Oce não sabe o que quer isso sim.
Ele a olhou nos olhos e revelou o motivo do seu desejo interminável.
–Eu quero oce....pra sempre.
–Eu também frangotinho...- ela colocou uma das mãos no rosto do marido enquanto que a outra repousava na direção do coração dele. – Ocê é o homem da minha vida e me faz a muie mas feliz desse mundo. Eu te amo.
A moça pode sentir as batidas do coração dele se acelerarem ainda mais com a declaração. Prometeu a si mesma que quando ele voltasse diria mais coisas como essa...revelaria mais a verdade do que sentia...e não mais deixaria subentendido.
–Oce não sabe o quanto é bom ouvir isso meu amor...oce é a única pra mim...e sempre vai ser. Não esqueça disso nunca.
–Nunca- ela riu e ambos se entregaram a um beijo apaixonante.
Separaram- se relutantemente. Sabiam se , se continuassem, iriam escapar o jantar e partir para a sobremesa.
–Eu tenho uma coisa pr’oce.
–Mas uma Nando?
–Eu falei que hoje seria o dia das surpresas não disse? –ele se afastou apenas para pegar a caixinha de joia que estava em cima da mesa preparada para o jantar. A abriu e a ruiva pode ver um delicado colar com um camafeu como pingente.
–Mai isso é muito lindo Nando.
–Abra.
A jovem abriu o pequeno camafeu e encontrou la dentro uma foto deles no dia do casamento. Estavam abraçados, apaixonados, felizes.
–Posso?
Ela concordou e afastou os cabelos para que ele pudesse colocar o colar nela.
–Pr’oce me ter perto do coração.
–Oce ja ta no meu coração frangotinho. E não vai sair daqui nunca.
Ele sentiu os doces lábios dela se juntarem e lhe tocarem a bochecha em um doce beijo.
–Vamos jantar?
–Vamo que eu to faminta!
–Como oce consegue?
Ela riu e se sentou junto ao marido na mesa disposta no local. Saborearam a maravilhosa comida de Amância e conversaram sobre tudo...menos os motivos tristes...menos sobre a guerra.
Riram, suspiraram, esqueceram. E logo Ferdinando ja a estava convidando para dançar.
Fecharam os olhos e deixaram os passos serem guiados pelo ritmo doce da música de amor triste. Ela encostou a cabeça no peito do marido e deixou uma das mãos na direção das batidas aceleradas do coração dele. O rapaz envolveu a cintura dela com uma das mãos e a outra descansou por cima da sua. Se deixou levar pelo perfume dela e pela maciez de seus cachos.
Afundaram-se um no outro. Viajaram até o mais profundo dos sentimentos que sentiam e se agarram a cada pedaço de alma que se entrelaçava. Estavam tão concentrados em refletir amor que não perceberam que estavam sendo observados.
O coreto podia ser observado da janela da sala dos Napoleão...e era um espetáculo tão belo que Catarina não conseguia fazer outra coisa senão chorar e admirar o belo casal.
–Ai Mancia...me corta o coração ve esses dois.
–Eles se gostam tanto né Madama Catarina?
–Eu acho que eu nunca que vi um amor tão bonito...
Ambas suspiraram e viram que o casal estava se dirigindo de volta a casa
–Mancia...eles tão vindo...ta tudo pronto?
–Ta sim madama Catarina.
–Então oce pode ir se recolher que eu também vou...vamo deixar esses dois ai sozinhu...na despedida deles.
As senhoras logo desapareceram da sala que foi inundada por um mar de risos na qual o casal lutava para não se afogar.
– E oce ficou tão vermelho que eu pensei que ia explodir..
–Ara...mas também oce me chamou pelo meu apelido na frente da Catarina.
Ela o olhou nos olhos enquanto se afastava devagar.
–Ara...ela ia ficar sabendo uma hora ou outra...não é seu fran-go-te...
–Gina...oce não me provoque – ele a seguia hipnotizado. Sedutora...sempre sedutora.
–FRAN-GO-TE.
–Eu vou lhe mostrar quem é o frangote..
–Oce não me pega...- ela não teve tempo nem de concluir o pensamento...viu o marido correr em sua direção ja com os olhos sombrios de desejo. Ela mesma ja estava arrepiada somente com o olhar que ele lhe lançou.
Subiu as escadas em grande velocidade. Brincavam de pique pega em plena mansão e não se importavam com as risadas que davam.
Cada vez que o olhava sentia que ele a estava despindo com o olhar. Ela sabia que também não suportaria ve-lo coberto por muito tempo. Queria jogar as roupas longe...e rápido. Dirigiu-se para a porta do quarto e quando a abriu se surpreendeu mais uma vez.
O local estava coberto de pétalas de rosas e fios de trigo. Algumas velas estavam dispostas estrategicamente e davam ar de romance que sempre os acompanhava.
– Oce não para de me surpreender..
–É meu esporte preferido
Ela deixou que um riso tímido fosse revelado e o puxou para o quarto e o jogou na cama. Se aproximou do marido o olhou nos olhos e simplesmente revelou.
–Eu também gosto de brincar de surpresas.
Antes que ele pudesse beija-la ela se afastou e virou de costas para ele...a fim de soltar os cabelos da trança e se livrar dos adornos.
Ele levantou e parou suas mãos que trabalhavam nos cachos ruivos.
–Deixa que eu faço isso...- sussurrou.
A moça fechou os olhos e sentiu as mãos do engenheiro brincarem com seus cachos enquanto os soltava da trança. Ele retirou os brincos e deixou apenas o colar que tinha lhe dado. Dava pequenos beijos em cada lugar por onde os dedos passavam. Nas orelhas livres , nos cachos soltos e em toda a extensão do pescoço. Enquanto passeava os lábios sobre a pele macia dela, as mãos se preocupavam em desabotoar cada passo que o deixava longe dela. Quando ela sentiu que ele havia terminado a moça abraçou o vestido contra o corpo e virou-se para ele.
Viu os olhos azuis escurecidos brilharem. Um mistura de desejo, emoção e amor .
–Me espera aqui ta?!
–Ahh Gina..
–Eu não demoro...eu prometo.- ela deu um doce beijo em sua bochecha e se retirou. Ele sentou na cama a espera da esposa. Aproveitou para começar a desatar a gravata quando a ouviu gritar do banheiro.
–Não se atreva a tirar nenhuma peça de ropa!
Ele riu e desistiu da gravata.
Não demorou muito para que ela colocasse somente o rosto para fora do banheiro .Tinha um sorriso tímido que se confundia com a travessura presente em seu olhar e se enganava com as bochechas rosadas. Ela rinha aprontado e ele tinha certeza disso.
–Eu tinha comprado uma coisa sabe...pra gente. Na verdade foi a Juliana que me incentivou a comprar...por que ela disse que eu tinha que se mais...qual foi a palavra que ela usou mesmo?...- ela colocou um dedo no queixo e tentou se lembrar da palavra- ...acho que era ousada...isso...Eu comprei a algum tempo atrás e tava esperando esse dia...e coragem também...mas acabou que...
Ele saiu de onde estava e colocou as mãos no rosto fino dela.
–Shhh...não precisa falar... o hoje é só nosso. E de mais nada e ninguém.
Ele ofereceu a mão para ela e a moça saiu do banheiro...revelando-se ser a própria visão de Afrodite.
A camisola de seda branca era leve, presa por finas alças e que expunham um decote que acentuavam ainda mais suas curvas. A peça era longa e tinha algumas vendas que revelavam as pernas longas e esculturais da moça.
A confusão dela o deixava extremamente encantado. Maravilhosa em cada centímetro.
–Ousada demais?
–Perfeita.
Ela começou a tirar a gravata que ele vestia e a beijar o pescoço do marido. Repetia o gesto que ele tinha feito mais cedo. A cada peça de roupa que abandonava o corpo dele mostrava um novo alvo que ela cobria com beijos e mordidas.
O rapaz parou a ação da moça quando ela ja se concentrava nas calças dele.
Pegou em sua mão e a levou para a cama. Se colocaram bem no meio da mesma. E apenas ficaram se olhando. O engenheiro fez um carinho leve na bochecha da esposa e ela deitou a cabeça em sua mão.
– Eu sou o homem mais feliz do mundo por te ter ao meu lado minha querida esposa.
–E eu vou ser sempre sua esposa meu marido...eu vou ser sempre sua.
Ela o beijou e abandonou todos os medos futuros. Se concentrou nele e em cada sensação que ele era capaz de lhe oferecer.
Sentiu as mãos dele buscarem o seu corpo e deixou que ele a deitasse na cama.
O jovem deslizou os dedos no rosto da esposa e viu seus olhos brilharem.
–Eu te amo.- decidida e certa.
–Eu te amo- orgulhoso e firme.
Deixou os lábios encontrarem o caminho para o paraíso doce da boca dela. Experimentou todos os sabores que se encontravam ali: o carinho, o desejo, a sede, a fome e enfim o doce.
O beijo delicado foi se tornando feroz e logo as roupas, ao invés de serem tiradas delicadamente, eram jogadas e se espalhavam por toda a extensão do quarto.
As mãos do rapaz passeavam livres pelas pernas da esposa, percorriam cada curva, cada tentação...assim como os lábios que não deixavam escapar nenhum centímetro dela. Reservou um longo tempo para ela...para cumprir seu único objetivo na vida...a de faze-la feliz.
Gina sentia cada pedaço do corpo clamar por ele. Contorcia o corpo a cada beijo dado em lugares estratégicos. Ela deixava arranhões nas costas dele. Daqueles que trariam lembranças agradáveis no dia seguinte. Acelerou a respiração quando o sentiu sugar sua alma, sua consciência e leva-la a espasmos deliciosos.
Não iria suplicar...se recusava a ser a primeira derrotada.
O jogou na cama e se colocou por cima dele. Percorreu cada musculo do corpo do marido com as mãos para logo depois espalhar um rastro de beijos úmidos.
Decidiu quem devia suplicar era ele e lhe dedicou o tempo necessário para tal.
Ferdinando não sabia como ela o entontecia de maneira que ele ficava entregue a todas as suas ações. Fechou os olhos e mordeu os lábios para que não se rendesse tão cedo. A respiração forte acusava que ele logo sucumbiria a ela...e noite estava apenas começando.
–Meu amor...Gina...eu...não vou aguentar...- a frase saiu fraca e entrecortada. A moça apenas o olhou e sorriu...
–Mas é um frangote mesmo.
Provocante, tentadora e incrivelmente sexy.
Ele a pegou pelos braços e a jogou na cama novamente.
Ela sorriu debochadamente até reparar que ele não mais se mecheu...ficou apenas a admirando.
A ruiva viajou novamente em seus olhos de céu azul. Sentia-se flutuar numa plenitude sem nuvens. Sentia-se feliz...e queria ser feliz para sempre.
–Eu...eu quero aproveitar essa noite todinha com oce meu amor...por que só deus sabe a falta que oce vai me fazer.
–Eu também vou fica com saudade d’oce frangotinho.
–Eu sei que ja falei isso no mínimo umas 500 vezes hoje mai....mai eu preciso...porque eu não vou suportar ir embora sem que oce tenha certeza de que eu lhe amo...Eu lhe amo muito meu amor.
–Eu sei disso...eu tenho certeza disso...e eu também lhe amo. Eu lhe amo meu amor. A minha única vontade nesse mundo é ser sua..
– E oce vai ser minha pra sempre. Pra sempre!
Ele a beijou delicadamente e ela novamente sentiu a inebriante sensação de ser dele. A moça entrelaçou os dedos nos cabelos dele enquanto o rapaz mantinha uma mão e sua perna e a outra entrelaçada os dedos da mão livre da esposa.
O desejo e a paixão lutavam desesperadamente. Mas o que reinava no local era o amor. O amor que dava a calma necessária para que eles aproveitassem cada centelha de prazer, cada sinal de satisfação e cada lágrima de emoção que rolava no rosto de ambos.
O engenheiro beijava cada gota salgada que caia dos olhos da amada e ela enxugava cada pingo com carinhos leves no rosto do rapaz.
Os movimentos cadenciados permaneceram o tempo necessário para serem trocados por movimentos mais velozes. Estavam unidos pelo suor, pela carne, pelo desejo e principalmente...pelo amor.
Ferdinando mergulhou nos lábios da esposa e ouviu gemer por entre os beijos. Guardaria para sempre esse som maravilhoso. Sentiu cada pelo do corpo se arrepiar e a mulher o abraçar com mais força até que se perderam um no outro em sensações únicas que seriam encontradas apenas nos braços desse amor de proporções inimagináveis.
Não se deram por derrotados pausaram um pouco para recuperarem o ar e logo estavam atracados na intensidade do sentimento.
A noite era mágica...mas o tempo cruel. E logo o sol ja indicava que o dia do adeus havia chegado.
Ferdinando acordou sozinho. Procurou a esposa pela suíte deles mas não encontrou sinal dela. Ela ja deveria estar tomando café, então resolveu começar seu próprio ritual da manhã.
Após tudo pronto deu uma ultima olhada no espelho. O uniforme tinha caído bem...mas ainda sim parecia muito errado.
Desceu para o café e encontrou a família reunida para o café. Todos...menos ela.
–Bom dia...e...parem de me olhar com cara de enterro sim...eu vou pra guerra...e vou voltar.
A frase não surtiu efeito nenhum. Todos continuaram com as caras tristes de sempre.
–Alguém viu a minha mulher?
–A dona Gina saiu cedo doto Nando. Mai...não avisou pra onde ia não.
Ele tomou o café ainda imaginando onde ela estaria.
Não muito longe dali a ruiva continuava sentada ao lado da árvore deles. Olhava para o horizonte e tentava colocar os pensamentos em ordem. Sentia as lágrimas passearem livremente sobre seu rosto e tentava, em vão, evita-las de cair.
Relembrou toda a história deles. A rejeição, o jogo, a paixão, o desejo, a insegurança e por fim o amor.
Ela tinha certeza de que não se perdoaria se perdesse toda essa felicidade. Precisava se concentrar para que o plano saísse de acordo com tudo o que havia imaginado.
Refez os passos milhares de vezes na mente...até que percebeu que o sol ja estava muito mais forte...e lembrou –se que se não corresse...poderia não se despedir.
Correu em direção a casa e a descobriu vazia. Andou apressadamente para o quarto, revirou gavetas e encontrou o objeto que estava procurando. Precisava ser rápida. Atirou-se para fora do quarto em uma corrida tão veloz que faria inveja a qualquer maratonista.
Todos estavam reunidos no centro da vila. Os convocados se despediam de suas famílias. Ferdinando abraçava o pai , a madrasta e os irmãos, os sogros...mas os olhos apreensivos ainda procuravam pela esposa.
Do outro lado Rodapé, Izidoro, marimbondo e alguns trabalhadores da fazenda se despediam de Amancia, Tuim e o resto de seus antigos e novos companheiros.
Zelão permanecia abraçado a mãe e a esposa que choravam copiosamente.
Ouviram a corneta e sabiam que a hora havia chegado.
–Nandinho meu filho...oce tenha cuidado...e lembre do que o seu avo falava...e ..atire.
–É isso mesmo meu amigo Ferdinando...oce volte logo que nois tudo vai fica aguardando. Nos e o nosso trigal.
O engenheiro deu um ultimo abraço em todos. Em especial nos irmãos.
–Eu prometo que eu volto com muitas histórias pra contar pra vocês.
–Oce se cuide viu meu querido- Catarina tinha a voz embargada mais ainda sim esganiçada.
–E oce minha cara Catarina me faça o favor de manter esse meu velho pai na linha e cuidar bem desses meus irmãos.
–Pode deixar meu querido.
–E Catarina...oce fale pra Gina...que eu a amo...mais do que qualquer coisa nessa vida...mais do que a mim mesmo.
–Oce..pode deixar que eu digo.
A corneta tocou mais uma vez e ele respirou fundo. Procurou mais uma vez a esposa e não a viu. Resolveu então que ja estava na hora de partir.
Enquanto isso Zelão e Juliana se beijavam uma ultima vez.
–Eu volto logo minha frô.
–Eu vou estar te esperando meu amor...eu vou te esperar pra sempre.
Ele abraçou a mãe e a esposa mais uma vez e deixou as palavras seguirem o curso certo.
–Oces duas se cuidem...que o amor que eu sinto por vocês num cabe nesse meu peito...eu vou voltar pr’oces...eu juro.
–Va com deus meu filho! Eu vou ta orando por oces tudo.
Zelão se juntou a multidão que entrava nas várias caminhonetes do governo.
Ferdinando deu passos lentos em direção ao seu destino...ainda esperava encontrar uma ultima vez a amada...
A corneta tocou...dessa vez seria a ultima.
Estava pronto para entrar no caminhão quando a ouviu.
–NANDO!!
Ele se virou atônito e a viu vindo em sua direção. Correu para encontra-la e a envolveu em seus braços.
–Meu amor...onde oce tava eu pensei que..- Ela o calou com um beijo longo e apaixonado.
–Eu nunca ia deixar de me despedir d’oce.
–Eu te amo Gina...eu te amo pro resto da minha vida....e pro que vem depois dela.
–Eu também te amo Nando! Eu juro que a gente ainda vai passar muitos anos juntos.
Ferdinando ouviu uma chamada e teve certeza de que a paciência não era uma dádiva dos comandantes.
A ruiva colocou uma pequena foto do dia do casamento deles no bolso do peito da farda do marido.
–Pr’oce andar comigo perto do coração.
–Ocê ja ta no meu coração meu amor..
Ele depositou um beijo delicado nos lábios da esposa e se afastou . Segurou em suas mãos até deixar o ultimo dedo cair na vazio do ar. Andou lentamente em direção do caminhão mais ainda com os olhos na esposa e embarcou.
Gina observou impotente o amor da sua vida ir em direção a morte. Colocou as mãos no coração e sentiu o mundo girar. Piscou algumas vezes mas as manchas pretas em sua visão não se apagavam...o mundo estava escurecendo e o corpo parecia mole. Ainda o ouvi gritar enquanto os carros se afastavam. Ele gritava que a amava...e ela iria retribuir se não sentisse que a garganta estava fechada. Cambaleou e foi amparada pelo pai que correu em sua direção.
–Fia...fia....o que oce tem?
A ruiva piscou mais algumas vezes e recobrou uma parte da força que lhe abandonará.
–Eu to bem pai ...eu so to um pouco tonta.
–Vamo fia..oce fica la em casa um pouquinho..descansa...- a mãe oferecia o paraiso...mais ela preferia seguir com o plano...mesmo que o corpo exigisse repouso.
–Eu ..vou para o meu quarto la na mansão...depois eu falo com oces....
A moça se desvencilhou e se afastou...partindo solitária para a casa grande.
–Mai fia..
–Deixa ela mãe...ela precisa desse tempo.
Não demorou muito para que a ruiva ouvisse a porta bater.
–Quem é?
–Sou eu Gina, Juliana...posso entrar?
–Entra!
–Minha amiga você ta melhor?...a mãe benta pediu pra...Gina o que é isso?
A professora se assustou com o que via. A ruiva estava vestida com o uniforme militar do marido e fazia a mala despreocupadamente.
–Gina! Pra onde é que você vai?
A jovem de cabelos coloridos sabia a resposta...mas não queria acreditar..
–Ara Juliana...eu to indo pra guerra.


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Notas finais do capítulo

Obg pelo apoio minhas lindas!!fico mtu feliz com cada coment! Lembrem-se sempre q se tiverem alguma duvida, reclamação, critica(negativa ou positiva), pedido....vcs podem contar cmg!ficarei feliz em servi-las!=)!obg por td!!=)



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