Aidentiti no kōkan escrita por Neko D Lully


Capítulo 13
Não é mais igual.


Notas iniciais do capítulo

Ok, demorei um pouquinho, mas é pq além de estar escrevendo estou lendo mangás (esses me deixando doida com suas histórias de apertar o coração, poderiam matar menos por favor?!) Mas do mesmo jeito, espero que gostem do cap ^^



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Era definitivamente uma situação constrangedora. Quando deu por si Shinra já havia disparado na direção da sala, não conseguiu nem ao menos tempo para pensar em segurá-lo, comparado a velocidade do suposto garoto a sua não era nada. Claro que queria respostas, afinal, se Shinra era na verdade uma garota, porque mentir para todo mundo? Por que não entrou no time feminino onde não precisaria mentir? Por que enganar todo mundo? Por que enganar a ele?

Disparou a correr atrás do garoto, talvez ainda desse tempo de alcança-lo e pedir por respostas. Era obvio que não poderia fazer isso com mais pessoas a observar, todos pensavam que Shinra era um menino, ele não deveria querer que mais alguém descobrisse isso. Mas talvez ainda desse tempo de puxá-lo para outro canto, para conversar, só queria saber o que estava acontecendo.

Todavia assim que pisou na sala, avistou seu companheiro sentado com a cabeça baixa e na direção oposta a que se encontrava o professor entrou e mandou todos irem para seus devidos lugares. Tudo que poderia fazer era esperar o almoço e ficar esperto para não deixar o garoto escapar de sua vista.

Não sabia, no entanto, que descobrir um segredo poderia ser mais doloroso do que imaginou. Shinra o ignorou durante toda a aula, parecia nem ao menos prestar atenção na mesma. Era estranho passar por aquela situação, normalmente Shinra estaria se revirando inquieto sobre sua cadeira, tentando entender o que estava escrito no quadro e sempre que pudesse se viraria para pedir ajuda. Mas daquela vez não foi assim, e mesmo que tentasse se aproximar o pequeno arrumava um jeito de escapulir, as vezes perguntando alguma coisa para o professor e em outras recorrendo-se a colegas de classe que conhecia.

Se aquela situação perdurasse por mais de um dia não sabia bem o que fazer. Shinra não era apenas seu melhor amigo, era a única pessoa com a qual conseguia se abrir verdadeiramente, ser quem queria ser. E, por mais que tanto tentasse negar durante o período que Shinra ainda era um menino em sua visão, gostava dele mais do que como um amigo. Não entendia direito como isso funcionava, sua relação com pessoas se limitava a intimidações e a cumprimentos simples.

Esclarecendo a situação mais a fundo para deixar os nós que se formavam em sua cabeça durante a aula decidiu por colocar tudo em ordem.

Em primeiro lugar sentia algo mais especial pelo seu amigo do que um sentimento simples de amizade. Isso poderia dizer com facilidade pelo simples fato de não sentir a mesma coisa por seus outros companheiros, que apesar de não estar tão bem perto deles, ainda os considerava amigos. O jeito que Shinra o atraia não poderia ser dito como amizade, era uma atração que o obrigava a sempre defender e estar com o pequeno. E talvez por esse mesmo sentimento encontrava-se tão indignado por não ter sido informado do pequeno detalhe de que na verdade seu amigo seria na verdade uma amiga. Merda! Já estava se achando gay até aquele momento.

Em segundo lugar estava esse pequeno detalhe de sexos. Até o aparente momento Shinra era um menino, pelo menos para todas as pessoas que o conheciam em Karasuno. Mas a poucos minutos atrás Akane havia descoberto, de um modo bem inusitado, que na verdade Shinra não era um menino, mas sim uma menina. Não era possuidora de "dotes" avantajados como muitas de suas colegas, todavia conseguiu ver muito bem as curvas que possuía e a falta de certo elemento nas áreas baixas.

Seios pequenos, mas bem visíveis, demarcando que já não era mais uma criança. A cintura fina, o quadril talvez apenas fosse demarcado por causa da curva estreita que sua cintura formava. As pernas firmes e fortes, magras, mas que guardavam uma potencia assustadora e ele bem já tinha visto. A pele pálida destacando-se por causa das gotas de água que antes a cobria, dando um toque reluzente a sua pessoa. Agora compreendia a delicadeza de seu rosto, aquilo nunca seriam traços de um garoto. Se bem que havia visto seu irmão e ele possuía os mesmos traços delicados, mesmo que um pouco menos visíveis do que os dela, mas isso só poderia ser reparado com muita atenção.

Seu rosto esquentou. A cada pensamento que tinha com relação ao que vira nos vestiários trazia uma onda de calor que era impossível de controlar. Sacudiu a cabeça procurando deixar de pensar em tal momento, mas era impossível! Poxa era um garoto! Por mais que não fosse um corpo escultural e exagerado o que viu... Arg! Não era possível, seu coração não queria se acalmar!

– Algum problema Tomoshi? - a voz do professor o tirou de seus devaneios por alguns instantes. Todos os outros alunos o encaravam curiosos, afinal não era sempre que o professor chamava a atenção do aluno mais calado da sala. - Seu rosto está vermelho, está com febre? Se sente bem?

– E-eu e-estou bem, não é n-nada sensei. - resmungou, abaixando novamente a cabeça. Droga, a reação tinha sido tão visível assim?

– Akane no Baka. - ouviu murmurarem perto de onde estava, e bem reconheceu a voz. Shinra havia se encolhido mais em sua cadeira, escondera o rosto nos braços, como se também estivesse tentando esconder o rosto. Ele sabia o porque de sua reação, havia deduzido com facilidade.

E mesmo que sentisse ainda mais vergonha por isso não conseguiu evitar sorrir. Aquela reação tinha sido tão normal, tão costumeira de seu pequeno amigo que por aqueles poucos instantes sentiu que tudo tinha voltado ao normal, que Shinra ainda estava tão próximo de si como em todas as vezes. E se sentiu bem, tranquilo, calmo pelo resto da aula.

Quando o almoço finalmente chegou ergueu-se quase de imediato de sua cadeira, preparado para se aproximar de Shinra que não estava tão distante. Todavia o pequeno foi mais esperto e escapuliu para fora da sala, sem nem ao menos chamar a atenção, apenas saiu. Akane suspirou, bem sabendo que seria uma perseguição complicada.

Podia não parecer, mas aquele baixinho sim sabia como desaparecer do mapa quando queria. Seria muito difícil conseguir achá-lo nessa escola tão grande e cheia de alunos, mas não custava nada tentar.

E assim começou. Subiu e desceu escadas, correu envolta da escola e dos ginásios, já havia percorrido a escola inteira, estava exausto e não o encontrou. Tinha certeza que Shinra estava saltando de um lugar para o outro, já que sabia que Akane tinha conhecimento de todos os lugares nos quais costumava se esconder. As vezes Akane conseguia vê-lo a correr alguns metros a sua frente, ou virando um corredor ou simplesmente desaparecendo entre as pessoas. As vezes o escutava cair, um choramingo ecoava enquanto se aproximava e algumas vezes vozes preocupadas, mas quando chegava perto ele já tinha se erguido e voltado a correr.

Chegou a deparar-se com Shinji e Midorya, mas os dois apenas o tinham visto passar.

– Ne, Tomoshi. Aconteceu alguma coisa entre você e o Shinra-san? Não é comum ver vocês dois separados. - chegou a comentar Midorya, assim que ia se afastar.

– É bom que não tenha feito nada com nosso pequeno astro!! - ia gritando Shinji, todavia Midorya lhe tampou a boca. Ele percebia que não era hora para brincar.

– Não sou um grande amigo, principalmente seu, mas precisando de ajuda não hesite em pedir. - e assim se afastou, arrastando o ruivo com ele.

E nisso continuou sua busca até o fim do almoço, só para ver que quando voltou a sala Shinra já estava lá, desmanchado sobre a mesa, aparentando cansaço. Se bem que depois de correr a escola inteiro, nada mais razoável do que estar cansado, ele também estava. E mais uma oportunidade havia se perdido, Shinra havia conseguido evitá-lo durante todo aquele tempo e agora só lhe restava o momento da saída, depois do treino da tarde. Todavia já estava começando a se sentir desanimado.

A aula passou assim como todas as outras, o momento do treino chegou e quando entrou no ginásio Shinra já estava lá, tentando entender as explicações de Nishinoya, repetindo seus movimentos, o cenho ligeiramente franzido por não estar conseguindo melhorar o que queria. Todavia, ao invés de se aproximar, decidiu por deixar o garoto em paz no momento de treino. Não queria atrapalhar com o que mais gostava.

– Shinra... Aconteceu alguma coisa com o Tomoshi? - perguntou Nishinoya, em suas mãos uma das bolas que estava usando para fazer demonstrações. Shinra ergueu a cabeça, encarando o lugar para onde o maior havia se direcionado, o rosto ficando triste logo em seguida. Era difícil ignorá-lo durante todo um dia, estava acostumado a ter a presença dele a seu lado o tempo inteiro, e sabia que a culpa de que tudo não estivesse como normalmente estaria era toda sua. - Quero dizer, ele não se aproximou de você nem nada... Isso é estranho.

– Tenho certeza que não é nada. Não é como se dependêssemos um do outro para ir a qualquer lugar. - comentou com um sorriso fraco, os olhos agora encarando a bola que tinha nas mãos. Nishinoya deu de ombros e continuou o que estava fazendo, mas não apenas ele tinha notado aquela mudança.

Aproveitaram o tempo para treinar partidas em grupo, agravando ainda mais o que parecia estar acontecendo para todos os outros. Akane ficou no time adversário ao de Shinra. Isso não seria estranho se não fosse a assustadora proximidade dos dois, sem falar que eles não se dirigiam a palavra uma vez se quer. Akane realmente não era de falar, mas Shinra nunca deixou de inclui-lo em alguma conversa.

Sem falar que Akane estava errando mais do que era esperado. Ele tinha técnica, apenas era lento, não deveria errar como estava acontecendo. Todavia sua cabeça parecia estar em outro mundo, chegando ao ponto de uma das bolas acertar seu rosto. Isso com certeza não era nada comum.

– Shinra-san. - Midorya se aproximou do pequeno companheiro, o mesmo a tomar um pouco de água sentado em um canto qualquer do ginásio. Shinra o encarou, sua expressão curiosa para saber o que poderia estar levando Midorya a chamá-lo com um tom tão... Preocupado. Apesar de já saber bem a resposta. - Aconteceu alguma coisa entre você e o Tomoshi?

– N-nada importante. - resmungou, um fio de voz. Não queria falar sobre isso, não queria pensar e não poderia falar. Droga, se pelo menos aquilo não tivesse acontecido, se não tivesse sido tão imprudente...

– Sei que alguma coisa aconteceu, vocês nunca ficaram longe um do outro por tanto tempo. - insistiu o rapaz, sentando-se ao lado do pequeno que apenas se encolheu. Shinra não sabia como falar, mas realmente lhe machucava a situação. Não queria ouvir o que Akane tinha a dizer por medo, mas não queria também ficar longe dele. Droga... Que situação!

– Ne... Midorya-san... Digamos que você descubra um segredo muito importante de um amigo seu, um que definitivamente não poderia ser revelado e poderia afetar a amizade dos dois... O que você faria? - perguntou o pequeno, as mãos fechando-se em fortes e apertados punhos.

– Bem... Eu conversaria com ele, tentaria ver seus motivos e procuraria entendê-lo.

– Mas e se fosse um segredo bem... Complicado? Que envolvesse uma grande mentira? Não ficaria com raiva por ele ter mentido pra você esse tempo inteiro?

– Bem... Isso varia muito de pessoa para pessoa, eu me sentiria magoado por meu amigo não ter confiado tanto em mim para me contar um segredo tão importante, mas ainda assim procuraria entender seus motivos. Afinal, se realmente somos amigos não seria qualquer segredo que nos atrapalharia. - comentou com um sorriso, bagunçando os cabelos curtos de seu companheiro, que ainda não parecia ter melhorado. Suspirou, sabia que seria difícil. - Sabe, meu pai sempre me ensinou que conversar é sempre a melhor solução para problemas de mal entendido. Se não falar com ele, não vai saber como ele se sente e ele não saberá como você se sente e vão continuar nessa situação que nenhum dos dois que estar.

Por fim o rapaz se levantou e voltou ao treino, deixando Shinra com seus pensamentos. O segredo já havia sido revelado, então por que correr tanto do inevitável? Teria que ver Akane todos os dias mesmo, não poderia escapar. E se realmente queria continuar ali, deveria convencê-lo a não dizer nada, a deixá-lo ficar ali depois de explicar toda a situação. Realmente não queria destrocar de lugar com seu irmão, adorava aquele lugar.

Havia se decidido, conversaria com Akane assim que o treinamento acabasse. Se ele realmente era seu amigo compreenderia a situação.

Não poderia escapar de qualquer jeito, na saída Akane teria que ir na mesma direção que seguiria, por mais que tentasse escapar ele sabia onde era sua casa, poderia muito bem ir até lá e assim acabar com todo seu segredo perto de seus pais, por mais que essa não fosse sua intenção. Teria que ajeitar isso, acima de todos os perigos estava sua relação com seu amigo.

Assim que o treino acabou se viu caminhando poucos passos atrás do rapaz. Akane havia percebido, talvez em algum momento do treino, que Shinra havia deixado de "fugir". Não soube exatamente quando, mas quando o viu parado a alguns passos de onde estava o esperando soube que tudo se ajeitaria depois, apenas tinha que deixá-lo seguir seus próprios planos, falar quando queria falar. Por isso caminhava devagar, prestando atenção no sons de passos que o seguiam, esperando escutar a voz do garoto o chamar para que assim tudo fosse esclarecido.

Shinra não poderia enrolar muito, o caminho até sua casa não era tão distante o dia já se esvaia, então não poderia demorar muito.

– Akane-kun. - chamou, a voz tão fraca que achou impressionante o fato de Akane realmente ter escutado. Seus passos pararam e seu corpo girou para encará-lo, todavia, ainda não conseguia olhá-lo diretamente nos olhos. Suas mãos suavam pelo nervosismo e apertavam uma a outra com força. - Quer um refrigerante?

O mais longe que estivesse de sua casa e o mais intimo que pudesse ser melhor seria. Por tal pensamento levou Akane para o mesmo lugar em que esteve com Nishinoya naquele sábado que o encontrou com o grupo de garotos. Um banco qualquer em uma praça qualquer, apenas os dois, sentados um ao lado do outro com latas de refrigerante na mão, o silencio era o único a falar naquele lugar. Shinra não sabia por onde começar, ou talvez soubesse, apenas não sabia se sua voz ia até o final.

Respirou fundo, não poderia enrolar, e então começou:

– Primeiro de tudo, me desculpe. Você não deveria ter descoberto isso, muito menos daquele jeito, e por mais errada que eu possa estar por favor não conte nada a ninguém. - Akane escutava tudo em silencio e talvez por tal motivo Hina não sabia se ele estava indignado com seu pedido ou se o estava aceitando tranquilamente. Decidiu então por continuar. - Meu nome na verdade é Hina Sakurano, Shinra é o nome do meu irmão gêmeo, você já o conheceu. Nós trocamos de lugar antes do inicio das aulas porque eu queria entrar em Karasuno, mas eu não passei na prova. Entrar para essa escola era meu sonho e para onde eu ia não tinha nenhum clube de esportes, quando meu irmão disse que vinha para cá eu vi minha oportunidade, afinal ele não queria praticar esportes, a escola para onde eu ia era perfeita para ele.

– Então, desde o início era você?

– É, quem você conheceu foi sempre eu, meu irmão e eu nunca destrocamos até então.

– Por que então não foi como uma garota o tempo todo?

– Não é como se meus pais soubessem disso, é um segredo apenas entre eu e meu irmão. Se eu fosse como uma garota e dissesse que o registro estava errado eles chamariam meus pais e todo nosso plano teria furado logo no início. Você mesmo viu, apesar de sexos diferentes, como gêmeos, somos bem parecidos, são raras as pessoas que nos diferenciam, até nossos pais tem dificuldades as vezes, então para pessoas que nunca nos viram seria impossível. Um plano perfeito! Mas eu fui descuidada e você acabou por descobrir. - sorriu fraco, um pouco constrangida. - Não é como se eu não quisesse te contar, como meu melhor amigo não queria manter esse segredo de você, mas o que estou fazendo é errado e eu tive medo que você me odiasse por ter te enganado esse tempo todo...

– Baka... - resmungou Akane em um tom divertido, sua enorme mão parando sobre a cabeça de sua pequena companheira, bagunçando-lhe os cabelos negros. Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto enquanto encarava a sua, agora, amiga. - Eu não te odiaria por algo assim. Fiquei surpreso, certo, mas ainda somos amigos. Eu não direi a ninguém o seu segredo.

Claro Akane havia pulado o pequeno detalhe de que estava aliviado de saber que Shinra na verdade era uma garota. E como poderia dizer isso? "Na verdade, estou é agradecido por você ser uma menina porque já estava pensando que era gay"? Não seria algo muito adequado de se dizer, sem falar que estava obvio que Hina não o via mais do que como um melhor amigo, não poderia dizer que estava gostando dela, seria imprudente de sua parte e talvez voltariam aquela mesma situação que passaram durante o dia. No momento, estava bem apenas de ver aquele sorriso alegre da garota a seu lado.

Acompanhou o rapaz até sua casa, já não tinham mais problemas para resolver, Hina ainda não acreditava que Akane tinha aceitado tudo muito fácil, esperava que ele ficasse furioso ou que pelo menos cogitasse a ideia de contar para os outros sobre o que sabia. Mas percebeu que todos os seus pensamentos e medos não tinham fundamentos, Akane era bem tranquilo com a maior parte dos ocorridos, frustrantemente não opinava na maior parte deles, mas pela proximidade que haviam passado a ter sentiu-se até um pouco culpada pela suspeita que em algum momento passou a ter sobre ele.

Todavia, apesar do clima confortável que havia retornado enquanto adentrava em sua casa e se despedia de seu amigo, tudo se quebrou assim que gritou um "cheguei". Seu irmão pareceu materializar-se na sua frente, o cenho franzido em desgosto e os braços cruzados na frente do peito, mesmo sendo quase noite e provavelmente já tendo chegando há algumas horas, questionou-se porque não parecia já ter tomado um banho, sentado na frente da TV e ficar passando os canais de forma entediada.

– Eu não fiz nada. - já se adiantou em dizer, retirando os sapatos e passando ao lado de seu irmão, apressando-se em subir a escada, tudo que pensava era em um caloroso banho para relaxar e se jogar na frente da TV, talvez jogar um pouco de vídeo game para acabar com o estresse, ou talvez incrementá-lo.

– Não finja que não sabe, em que encrenca tem se metido esses dias?! - exclamou seu irmão enquanto a seguia. Poderia parecer que Hina se metia em tudo quanto é tipo de problema sempre que podia e tentava esquivar-se fazendo-se de desentendida, mas dessa vez realmente não sabia do que se tratava.

– Olha, além de jogos e treinos, não tenho feito nada de mais. Sem falar que tenho estudado muito para fingir ser você para os nossos pais, não tenho muito tempo para arrumar confusão sabe. Talvez se me dissesse do que se trata poderia ter uma ideia do que está me acusando dessa vez. - foi até seu quarto, pegou uma muda de roupa e encaminhou-se para o banheiro, com seu irmão ainda em sua cola.

– Então me diga quem são aqueles garotos perto da nossa casa! Um deles até me encarou como se me conhecesse sendo que nunca o vi na vida!

– Garotos? Vestiam o uniforme de Karasuno? - seu irmão negou. - Então não sei quem são. Tem certeza que não é realmente relacionado a você?

– Sendo que nunca os vi! Parecia um bando de marginais se quer minha opinião.

Hina parou um pouco para pensar, era verdade que não tinha se metido em nenhuma encrenca ultimamente, nunca ficou tanto tempo sem confusão em toda sua vida, todavia se seu irmão afirmava que eles o tinham encarado como se o conhecesse e que nunca os viu em toda sua vida significava que pelo menos a haviam conhecido. Mas isso era estranho... Não conhecia ninguém que não fosse de Karasuno e Dateko... Sendo que esse ultimo estava distante de mais para ter estudantes por perto e apesar das aparências sabia que nenhum deles daria ar de marginal. Poderia ser...

Não era possível, nenhum deles a tinha visto se quer um minuto, ou pelo menos pensava que não. Será que na hora da fuga eles a viram? Ou deram a volta enquanto corriam e a viram com Yuu-senpai. Seja como for isso não era bom... Sabia que se tinha ajudado o alvo poderia ser ela agora. Droga, não poderia colocar seu irmão nisso.

– Se são tão parecidos com marginais porque não chamou a policia?

– E o que iria dizer? Não fizeram nada e ainda por cima nem sabia se continuavam ali. - Shinra encarou atentamente sua irmã, ela não o encarava o que só poderia dizer uma coisa: ela sabia do que se tratava, ou fazia alguma ideia. - O que está escondendo? Se sabe de alguma coisa fale!

– Shinra...

– Não me venha com melodrama, entre nós dois sou o mais indicado a saber desse tipo de coisa para caso algo acontecer eu poder dar queixa. Fale logo.

– Ok ok. Ajudei Yuu-senpai sábado passado a escapar de alguns valentões, e antes que pense que simplesmente cheguei batendo não foi assim, apenas usei a tática de várias vozes se aproximando, isso fez com que debandassem sem mais complicações. Eu acho que não me viram...

– Você acha?

– Agora não tenho mais tanta certeza. Se você diz que eles te reconheceram talvez seja porque em algum momento eles chegaram a me ver mesmo escondida.

– Isso é um problema Hina.

– Não se preocupe, se algo acontecer você será o primeiro a saber.

– Eu quero evitar que aconteça.

Hina suspirou, sabia que isso ia acontecer, mas dessa vez realmente não se preocupava. Sabia que o que esses valentões faziam era pegar a pessoa quando estava sozinha com um grupo de três ou mais pessoas. Todavia ela não estava mais sozinha, sempre teria Akane do seu lado, sabia perfeitamente disso e junto com ele estava Yuu-senpai, Hinata-senpai, Tanaka-senpai, Shinji, Midorya e todo o resto do clube. Nunca estava sozinha, nem ao menos quando retornava para casa. Diferente daquela época.

– Não se preocupe Nii-san. Estou segura agora, não é mais como nos Estados Unidos, então tire esse peso de seus ombros, vai ficar tudo bem. - Hina sorriu a seu irmão antes de adentrar no banheiro, deixando-o do lado de fora.

Shinra realmente queria acreditar naquelas palavras, mas sua experiência com esse tipo de coisa não era nada agradável e animadora para se acalmar com um simples: "vai ficar tudo bem."


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Notas finais do capítulo

E então? Como ficou? Agora temos Akane como um parceiro no segredo, problemas mais ao fundo e um passado que ainda não foi revelado.