Astro Fulgente. escrita por Julie098


Capítulo 3
Uma pessoa ingênua.


Notas iniciais do capítulo

Parece que um personagem mostrou as caras. Um completo babaca ¬¬
Boa leitura :)



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Ao encontrar o primeiro amor , nada de sujo ou injusto passa pela mente . Bem , com o meu primeiro amor foi assim.

Dês de pequena , quando via filmes românticos com a minha mãe , eu gostava de imaginar um garoto que me amaria no momento que pusesse os olhos em mim , e eu retribuiria . Viveríamos em um filme . Nos beijaríamos embaixo da chuva , não importasse o cabelo ou a roupa , apenas o momento. Cada vez que eu caísse em algum problema , ele estaria lá para me segurar.

Quando vi o Vitor pela primeira vez , eu achei que tudo isso iria acontecer . Assim , por 3 anos , permiti esse sentimento se aprofundar cada vez mais. Me cegando com a ideia do final perfeito de um filme.

Se as coisas fossem assim , seria fácil para todos . Não existiria a decepção , a tristeza e tudo de ruim seria abolido . Mas se acontecesse , o mundo não giraria , e não estaríamos aqui.

Naquela noite , na casa do Vitor , eu não tinha percebido o quão longe fui . Deixei meu coração me guiar , e esse foi o problema.

–Não. - disse o empurrando , sentando novamente - Eu não estou pronta para ir tão longe.

–Mas..- Colocou a mão no meu rosto e começou a acaricia-lo - Eu te amo..

Acertou como um soco no estômago .

Voltei a beija-lo e , novamente , me deitei . Ele deslizou para cima de mim , e colocou a mão na parte externa da minha coxa , que foi subindo até minha cintura. Fechei os olhos e arfei no estante em que seus lábios encostaram em meu pescoço , abaixando até o meu peito .

–Desculpe - digo , interrompendo-o . Ele me encarou , revirando os olhos . - Eu não posso.

–Qual é seu problema , hein? - perguntou inconformado . Retornou a se sentar , passando a mão pelos cabelos. - Porque você não quer fazer isso ? Eu disse que te amo , não é o bastante?

–Se você me ama , também me entenderia . É muito cedo. - Me levanto e paro na frente dele. - Acho melhor ir embora . Obrigada pela noite , eu me diverti..

Parei na porta a fim de olhar uma última vez a expressão dele , mas estava deitado , com os braços atrás da cabeça. Continuei andando com dificuldade , pois minhas pernas ficaram meio bambas . Antes de chegar na porta , alguém havia entrado . Eu não estava prestando tanta atenção e acabei esbarrando na mãe do Vitor.

–Eu sinto muito.

Passei direto e corri o mais rápido que pude a caminho do ponto de ônibus.

[...]

–Ele disse que te ama? - perguntou Sara , surpresa - Eu não acredito....

–Não é verdade...

–É claro que não é verdade . Era o sexo falando.

Nos estávamos no quarto dela , sentadas no tapete com um pote de sorvete entre nós duas.

Eu havia chegado com a cara vermelha e enxada de tanto chorar , e , imediatamente , a Sara buscou o sorvete para ouvir a longa história. A medida que eu contava , ela parecia que ira levantar , ir até a casa do Vitor e enche-lo de porrada. Eu faria isso também , mas eu sou eu . Uma pessoa muito ingênua.

–Sou muito idiota mesmo ..

–Nem tão idiota . Você não fez nada de mais , pelo menos .... - disse , ironicamente , colocando um pedaço de sorvete na boca- Eu já passei por situações parecidas . Não é nada de mais.

–Nada de mais? - respondi , irritada - Meu primeiro beijo , não se lembra?

–Você é muito brega . Finja que isso nunca aconteceu.

[...]

No dia seguinte , quando chegamos na escola , todos me encaravam como faziam com a Sara -''Olha a vadia ali''- O quê foi estranho porque ela não estava comigo. Ela tinha ido conversar com a Laura , uma menina da sala dela , sobre um trabalho que elas iriam fazer juntas.

–Júlia - gritou uma voz familiar. - Júlia.

Virei de costas para ver quem era . Sara.

–O que foi? - perguntei , preocupada . Parecia sério. - O QUE FOI?

–O Vitor... - respondeu , ofegante . Apoiou as mãos no joelho para se equilibrar. - Ele....

–Ele o que?

–A Laura me falou .... que ele espalhou na escola inteira .... que vocês transaram.

A minha primeira reação , foi correr atrás dele e procurar respostas .

Ele estava perto do bebedor , em volta de uma rodinha de amigos .

Andei até ele e fiquei esperando-o se virar. Aos poucos todos se calaram e viraram em minha direção , contando com o Vitor.

–Eae , gata ? - Perguntou , com um sorrisinho sádico . Levou os dedos até o meu queixo e o acariciou. Aquilo foi demais. - Parece que curtiu bastante ontem a noite , hein..

Antes que eu percebesse , minha mão estava golpeando o rosto dele . Dei um tapa com toda minha força . Sequer raciocinei , simplesmente agi . Minha mão deixou a bochecha direita dele vermelha e marcada . Fiquei satisfeita. Eu nunca mas serei aquela menina ingênua.


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