Astro Fulgente. escrita por Julie098
Notas iniciais do capítulo
Parece que um personagem mostrou as caras. Um completo babaca ¬¬
Boa leitura :)
Ao encontrar o primeiro amor , nada de sujo ou injusto passa pela mente . Bem , com o meu primeiro amor foi assim.
Dês de pequena , quando via filmes românticos com a minha mãe , eu gostava de imaginar um garoto que me amaria no momento que pusesse os olhos em mim , e eu retribuiria . Viveríamos em um filme . Nos beijaríamos embaixo da chuva , não importasse o cabelo ou a roupa , apenas o momento. Cada vez que eu caísse em algum problema , ele estaria lá para me segurar.
Quando vi o Vitor pela primeira vez , eu achei que tudo isso iria acontecer . Assim , por 3 anos , permiti esse sentimento se aprofundar cada vez mais. Me cegando com a ideia do final perfeito de um filme.
Se as coisas fossem assim , seria fácil para todos . Não existiria a decepção , a tristeza e tudo de ruim seria abolido . Mas se acontecesse , o mundo não giraria , e não estaríamos aqui.
Naquela noite , na casa do Vitor , eu não tinha percebido o quão longe fui . Deixei meu coração me guiar , e esse foi o problema.
–Não. - disse o empurrando , sentando novamente - Eu não estou pronta para ir tão longe.
–Mas..- Colocou a mão no meu rosto e começou a acaricia-lo - Eu te amo..
Acertou como um soco no estômago .
Voltei a beija-lo e , novamente , me deitei . Ele deslizou para cima de mim , e colocou a mão na parte externa da minha coxa , que foi subindo até minha cintura. Fechei os olhos e arfei no estante em que seus lábios encostaram em meu pescoço , abaixando até o meu peito .
–Desculpe - digo , interrompendo-o . Ele me encarou , revirando os olhos . - Eu não posso.
–Qual é seu problema , hein? - perguntou inconformado . Retornou a se sentar , passando a mão pelos cabelos. - Porque você não quer fazer isso ? Eu disse que te amo , não é o bastante?
–Se você me ama , também me entenderia . É muito cedo. - Me levanto e paro na frente dele. - Acho melhor ir embora . Obrigada pela noite , eu me diverti..
Parei na porta a fim de olhar uma última vez a expressão dele , mas estava deitado , com os braços atrás da cabeça. Continuei andando com dificuldade , pois minhas pernas ficaram meio bambas . Antes de chegar na porta , alguém havia entrado . Eu não estava prestando tanta atenção e acabei esbarrando na mãe do Vitor.
–Eu sinto muito.
Passei direto e corri o mais rápido que pude a caminho do ponto de ônibus.
[...]
–Ele disse que te ama? - perguntou Sara , surpresa - Eu não acredito....
–Não é verdade...
–É claro que não é verdade . Era o sexo falando.
Nos estávamos no quarto dela , sentadas no tapete com um pote de sorvete entre nós duas.
Eu havia chegado com a cara vermelha e enxada de tanto chorar , e , imediatamente , a Sara buscou o sorvete para ouvir a longa história. A medida que eu contava , ela parecia que ira levantar , ir até a casa do Vitor e enche-lo de porrada. Eu faria isso também , mas eu sou eu . Uma pessoa muito ingênua.
–Sou muito idiota mesmo ..
–Nem tão idiota . Você não fez nada de mais , pelo menos .... - disse , ironicamente , colocando um pedaço de sorvete na boca- Eu já passei por situações parecidas . Não é nada de mais.
–Nada de mais? - respondi , irritada - Meu primeiro beijo , não se lembra?
–Você é muito brega . Finja que isso nunca aconteceu.
[...]
No dia seguinte , quando chegamos na escola , todos me encaravam como faziam com a Sara -''Olha a vadia ali''- O quê foi estranho porque ela não estava comigo. Ela tinha ido conversar com a Laura , uma menina da sala dela , sobre um trabalho que elas iriam fazer juntas.
–Júlia - gritou uma voz familiar. - Júlia.
Virei de costas para ver quem era . Sara.
–O que foi? - perguntei , preocupada . Parecia sério. - O QUE FOI?
–O Vitor... - respondeu , ofegante . Apoiou as mãos no joelho para se equilibrar. - Ele....
–Ele o que?
–A Laura me falou .... que ele espalhou na escola inteira .... que vocês transaram.
A minha primeira reação , foi correr atrás dele e procurar respostas .
Ele estava perto do bebedor , em volta de uma rodinha de amigos .
Andei até ele e fiquei esperando-o se virar. Aos poucos todos se calaram e viraram em minha direção , contando com o Vitor.
–Eae , gata ? - Perguntou , com um sorrisinho sádico . Levou os dedos até o meu queixo e o acariciou. Aquilo foi demais. - Parece que curtiu bastante ontem a noite , hein..
Antes que eu percebesse , minha mão estava golpeando o rosto dele . Dei um tapa com toda minha força . Sequer raciocinei , simplesmente agi . Minha mão deixou a bochecha direita dele vermelha e marcada . Fiquei satisfeita. Eu nunca mas serei aquela menina ingênua.
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