A difícil confissão escrita por Anna Leão


Capítulo 2
Pai no armário.


Notas iniciais do capítulo

Oi :3 voltei :D heehee, sei que não posto desde janeiro, eu tinha excluído a fanfic .-. mas agora eu me sinto bem confiante com ela. Desculpem o atraso



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Depois que se passou algum tempo depois da minha "descoberta" eu fiz o mesmo que o meu filho, procurei ajuda na internet. Pois é, ou ao menos eu tentei. Coisas como "Bate nele até virar homem", "Leva pra comer uma puta", foi o que mais li nos fóruns. Sim, horrível isso, mas vi em alguns sites que ele também possa estar em fase de descoberta da sexualidade, talvez ele só esteja confuso. Talvez seja apenas uma fase.

Todos os fins de semana eu levo o Naruto para a casa dos meus pais, e não foi diferente dessa sexta-feira. Espero que ele fique um pouco mais animado com a presença de seus primos. Ele me disse que já não aguentava mais a escola e que nunca mais queria ir lá, isso me fez pensar muito sobre ir para saber se ele está sendo vítima de bullying. Porém, é lógico que ele repreendeu minha idéia, dizendo que só os fracotes chamam os pais para irem reclamar. Eu disse que não ia, claro, mas depois eu vou sim, sou teimoso.

Após sair da casa dos meus pais, fiquei mais tranquilo. Adorei ver o sorriso feliz do meu filho ao ver as primas. Me despedi da família e voltei para o carro, para então seguir meu caminho para o banco. Cheguei no lugar e estacionei o carro, saí e logo já estava dentro do lugar, esperando em uma fila conquentemente grande. Minha cabeça estava as mil, não conseguia parar de pensar no Naruto e em como abordá-lo com o assunto. Eu poderia ser direto. Escrever uma carta. Eram tantas possibilidades...

–Minato?- Uma voz masculina falou logo atrás de mim, tocando meu ombro com uma mão bem gelada, tirando-me dos meus desvaneios rapidamente. Me virei e dei de cara com um homem de cabelo grisalho...Alto...camisa de gola alta.

–Kakashi, nossa, a quanto tempo!- Apertei sua mão meio sem graça. Até porque não é todo dia que se acha o ex-namorado na fila do banco. É, ele é aquele aluno que eu comentei sobre ter ficado antes de casar com Kushina, lembra? -Como vai a vida?

–Tudo bem. - Ele sorri e fecha um livro que tinha em uma de suas mãos. - Ainda é professor?

–Anh, não, tive que parar de trabalhar.

–Não imagino você sendo outra coisa sem ser professor. O que aconteceu nesse tempo para desistir do trabalho?

Pois é, não vou contar essa parte do diálogo porque vocês já sabem a história.

–Eu sinto muito por tudo isso, você como sempre encara tudo sem cair.

–Pode ser, mas eu já passei por momentos em que quase caí.

A partir daí ficamos em silêncio e nos separamos. Ele foi para o caixa do lado e começou a fazer um saque, enquanto eu pagava algumas contas. Eu imaginava que aquele reencontro havia acabado, mas assim que saí do caixa e se voltou ao meu lado e me acompanhou. Parei em frente do meu carro e eu já estava pronto para perguntar se ele desejava algo.

–Olha, Minato, eu sei que você tá passando por alguma coisa. Eu te conheço.

–Na verdade-

–E isso não é da minha conta, mas...você parece querer falar com alguém. - Me interrompeu.

Meu Deus! Ele estava lendo minha vida toda só olhando pra mim. Tá bom que ele realmente tinha uma ligação forte comigo e me entendia de qualquer jeito, mas isso foi antes! Depois de tanto tempo eu não esperava que ele me decifrasse pelos meus olhos. Suspirei. Eu realmente precisava falar com alguém, e Kakashi era de minha confiança, de algum jeito. Fiz sinal para ele entrar no carro e assim ele fez, entrei em seguida, coloquei o cinto e encarei o teto do carro por algum tempo.

–Só fala se realmente quiser, mas já que eu estou aqui, quero uma carona pra casa. - Ele riu.

Ri meio desajeitado e então liguei o carro, dando partida e seguindo o caminho que ele dizia para ir à sua casa. Segui em silêncio. Eu realmente não sabia se queria que ele soubesse que meu filho...sabe, era gay. Após um longo caminho nós chegamos à frente de um condomínio branco. Antes que ele tirasse o cinto eu deitei a testa no volante do carro.

–Kakashi, não vai, eu vou falar.

Assim ele ficou virado para mim, com um olhar preocupado e o cenho franzido, percebendo que o assunto deveria ser sério. Respirei fundo e tomei coragem para falar finalmente depois de longos três minutos de silêncio.


–O Naruto é gay.

E foi assim, BOOM. Falei rápido e não direcionei meu olhar para ele, eu estava com vergonha.


–O nome do seu filho é Naruto?- Ele perguntou. Nem eu esperava essa pergunta, eu esperava algo como: "Sinto muito".


–Sim...


–Naruto Uzumaki?


–Sim...? Como sabe?


Só nesse momento virei meu rosto para ele. Não tinha como ele saber o sobrenome certo dele, meu nome é Minato Namikaze e meu filho Naruto Uzumaki, fiz isso em respeito à minha falecida mulher. Ele ficou pensativo por alguns segundos e então suspirou.


–Sou professor dele.

Fiquei boquiaberto. Então ele havia seguido a mesma profissão que eu! E por coincidência era professor do meu filho.


–É mesmo?! Que legal! Ah, anh, desculpa, mas ele sempre sai de lá chorando, você sabe o que tem acontecido?


–Calma, olha...eu conversei com o corpo docente e nós chegamos à decisão de ligar para o responsável dele para conversar sobre seu comportamento e alguns problemas nas matérias. Eu sou um professor novo, então não sabia que você era pai dele, foi realmente uma surpresa.


–Co-conversar?


A esse ponto eu já estava mais que preocupado. Ele me explicou que Naruto estava sempre triste e cabisbaixo nas aulas, não era mais participativo como antes e que agora suas notas haviam caído. Disse que ele também já havia ido procurar ajuda ao psicólogo escolar e que quase sempre chorava nos corredores.


–Oh céus...Ele devia ter me contado....- Ouvir isso tudo acabou comigo. Eu achava que ser pai de um menino gay era difícil, mas ele também estava passando por coisas ruins, pior, horríveis. Eu comecei a chorar como não fazia a muito tempo, muito mesmo. Nenhum pai gostaria que seu filho passasse por isso. E ver que além de tudo ele não confiava em mim para falar sobre isso também me deixou abalado. Tudo que senti naquele momento foi dor, tristeza e os braços acolhedores de Kakashi me abraçando gentilmente. Me pego de surpresa, mas não pude recusar, eu precisava mesmo de um abraço amigo. Nem mesmo meu orgulho faria eu o afastar no momento.


–Minato. - Sua voz me chamou, levantei o rosto, limpei o mesmo com a costa da mão e o encarei. - Não deve ficar com vergonha pelo seu filho, ninguém escolhe quem ama, isso é um fato. Você deve aceitá-lo para não ser um pai no armário.
Ele falou brincando o que acabou por me fazer rir um pouco.


–Vamos ajudá-lo, ok? Juntos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3 próximo cap semana que vem, porque eu estou de fééérias



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