Capítulo 04 – Milady’s

POV do Edward

- Eu não acredito que você convidou aquelas duas! – Exclamei com Alice.
- E eu não acredito que você está bancando o idiota! – Alice retrucou. – Você é um completo idiota, Edward Cullen! Elas são minhas amigas, você não sabe disso porque só pensa em enfiar esses seus caninos no pescoço da Bellinha, não se importa nem um pouco se existe algum sentimento.
- É claro que não me importo. Ela é uma humana. Humanas são feitas para me alimentar! – gritei.
- Acho que você precisa caçar, a última striperzinha que você pegou devia estar drogada porque você ESTÁ AGINDO COMO UMA MULA SEM CABEÇA, SEU IDIOTA! – Alice falou mais alto. – E eu vou fazer compras com elas sim!
- Oras, Edward. – Rose entrou na conversa. – Todos os vampiros dessa cidade vêm, com suas companheiras ou companheiros, sejam humanos ou não. Os vampiros dos condados vizinhos também vêm. E você não vai impedir que a Amy e a Bella venham!
- Rose tem razão e Alice também. – Jazz disse sério. – Outro detalhe. Você sabe que temos relações diplomáticas com a realeza, então, teórica e tecnicamente, a verdadeira rainha do Reino Unido vai estar aqui.

Merda.

Eu não gostava quando todos eles tinham razão. Até Emmett estava concordando e, pior, ele estava acompanhando o raciocínio. O fato era que eu não me incomodava realmente em ter Bella e Amy aqui no sábado. O que me incomodava, era que Amy, se quisesse, podia reclamar o domínio da cidade. Era um pequeno jogo de poder e, eu tinha certeza que ela sabia muito bem disso.

Não digo que estar no domínio da cidade era ruim, pelo contrário, era bom. Quem eu quisesse, estava aos meus pés. Sim, o poder às vezes me subia a cabeça. O fato aqui era que Amy era a verdadeira governante humana e, quando esta região foi dominada a primeira vez, foi por um parente próximo da rainha que estava no poder. E é assim até hoje em vários lugares do mundo. Londres é uma excessão.

- Ok, mas não vou abrir mão tão facilmente daqui, Jazz. – Murmurei.
- Se ela reclamar e todos concordarem, então você irá sim. – Ele rebateu.
- Mesmo você não considerando isso vida, - Emmett finalmente falou. – ela está viva de uma certa forma, Ed. Ela pode muito bem tomar qualquer um dos tronos... o seu e o da irmã. Aliás, tenho certeza que ela vai suceder a irmã. A rainha já é velha.
- Eu sei. – Respirei fundo. – Eu sei disso. Por isso, então...
- Então... quando for a hora, nós estaremos conversando com ela sobre isso. – Alice soriru.
- Você diz como se tivesse certeza... – Resmunguei.
- Eu tenho. – Ela riu.
- Bem, amorzinho... – Alice começou. – Eu precisarei ir caçar hoje. Se vou ficar perto delas e de muitos humanos, não quero ter que me sentir incomodada.
- Bem lembrado, All. – Rose falou. – Poderíamos ir agora à noite. Até amanhã à noite, estaremos bem.
- Estou realmente ficando com sede... – Olhei para Alice e Rose. Os olhos delas começavam a ficar avermelhados.
- Nós iremos. – Emmett tomou frente.
- Porque não deixam elas irem? – Perguntei irritado.
- Você faria o mesmo. – Jazz falou seco.
- Bebeu e não gostou, Ed? – Emmett rosnou. – Não reclama não!

POV de Bella

- Bella... – Amy me tirou do transe. – Está pensando em quê?
- Em nada. – Em nada, que você precise descobrir.
- Ou melhor, pensando em quem? – Ela me olhou atentamente.
- AH, Amy, isso não vale! – Bati a mão na mesa. Um pouco de vinho foi derramado no guardanapo branco. – Sem hipnoses. – Murmurei.
- Isso não é hipnose. – Ela respondeu irritada. – É apenas... influencia. – Eu fiz uma cara feia. - Ok. Mas você está muito quieta, Bella. – Ela riu. – E sei que está pensando em alguém... É o idiota do Edward, não é?
- Sou tão fácil de ler assim?
- Mais ou menos. – Ela riu.
- Só não consigo esquecê-lo...
- É, quando me morderam, também não consegui esquecer... – Ela debochou. – Ok, desculpe. Mas não está brava comigo, está? Quer dizer, sei que posso reclamar o poder dessa cidade a qualquer hora, mas não estou a fim e... não posso mantê-lo longe de você.
- Sim sei disso. – E, acho que agradeço de uma certa forma.
- Ora, ora... – Alguém sibilou. – Boa noite, senhoritas!
- Oi, Demetri. – Amy abriu um sorriso de orelha a orelha. Acho que sobrei.
- Oi. – Cumprimentei-o.
- Quero que vocês conheçam uma amiga minha. – Ele disse animado. – Apresento a vocês... Milady Christine Fleury Bowes-Lyon.
- COMO É QUE É?? – Amy engasgou.
- Pelo visto, você não é a única Lady por aqui, Amy... – Eu ri alto.

Amy ficou pasma. Seus olhos azulados, quase brancos, estalaram-se, quase saindo das órbitas. Eu, Demetri e Christine ríamos. Eram duas risadas angelicais e uma monstruosa – a minha claro. Christine, era loira, tinha cabelos cacheados, perfeitos, que caiam sobre seus ombros, um pouco mais a baixo deles. Seus olhos eram castanho-esverdeados e suas feições eram de extrema delicadeza.

- Bem, Amy. – Demetri riu. – Parece que, por acaso, encontrei uma prima sua.
- Ok, eu sou a humana curiosa da parada. Então, Christine, explique-se. – Eu ri alto.
- Ok, ok. – Ela sibilou. – Bem, Amy, parece que somos mesmo primas. – Ela sorriu. – Minha mãe era Lady Rose Constance Bowes-Lyon...
- Irmã da minha mãe.
- Isso aí. Eu tinha 2 anos de idade quando nossa família deixou a Inglaterra e foi para a França. Eu nasci no ano de 1910, minha mãe casou-se grávida. – Ela suspirou. – Nós vivíamos bem na França, até que a primeira guerra mundial finalmente chegou em Paris. Os soldados andavam armados pelas ruas, pessoas eram dizimadas em questão de horas, assim como as cidades.
“E o último ano da guerra havia chegado. 1918. Nós saímos dos esconderijos numa noite desse ano. Minha mãe estava ao meu lado, junto com meu pai. Nós andávamos pela rua buscando ajuda para aqueles que estavam machucados. Continuamos andando, andando e andando, até que encontramos um homem. Ele estava vindo em nossa direção, até que, do nada parou.
“Eu não me lembro de tudo, só de ver um borrão na minha frente, eu tinha caído no chão e comecei a chorar. O homem fugiu e eu fiquei lá. Me lembro que depois apareceu alguém... ele era diferente, era gentil e meigo. Ele me levou para a casa dele e cuidou de mim.”
- Quem era?
- O nome dele era Damen Beaumont. – Christine fez uma careta.
- O que houve? – Perguntei.
- Damen era um vampiro, mas mesmo assim, cuidou de mim... até que Paris fosse atingida pelas revoltas das pessoas por causa da crise da bolsa. E, eu pedia que ele me transformasse, mas ele nunca fazia, dizendo que eu era pequena demais. Mas naquele dia ele o fez. Eu só me lembro de ter acordado. Mas ele não estava lá. Eu estava sozinha, havia roupas, tudo o que um ser humano precisava ali, mas ele, não estava.
“Eu corri pelas ruas procurando-o, tentando entender tudo, até que trombo com alguém.” Ela riu da lembrança.
- Pois é. – Demetri acompanhou-a.
- Vocês se conhecem há tanto tempo assim? – Amy perguntou.
- Pois é e ela insiste na idéia de que vai encontrar o tal Damen, ainda. – Demetri riu.
- Uau. – Soltei. – Minha melhor amiga é irmã da Rainha da Inglaterra, ela é praticamente rainha. O cara que trabalha comigo é um vampiro, que é amigo da prima da rainha. U-a-u.
- Quando você me falou seu nome na Valinor’s, eu me lembrei imediatamente da Christine. Eu tinha certeza sobre vocês duas. Mas nada que um livro de história não resolvesse.

Esse mundo ficava cada vez menor. Daqui a pouco só faltava eu descobrir que a atual rainha tinha virado vampira, também. Não, menos Bella. Nós ficamos mais um tempo jogando conversa fora e ouvindo Amy e Christine contarem suas histórias, as duas não paravam de falar, deu que eu e o Demetri ficávamos apenas rindo e olhando as duas tagarelando.

- Então, vão à festa no castelo? – Demetri perguntou.
- Amy vai. – Respondi.
- Você também vai. – Ela alfinetou. – Nós vamos fazer compras na sexta à noite com a Alice e a Rosalie Cullen.
- Então eu vou com vocês! – Christine disse animada. – Adoro compras. E, compras com a Alice é sempre animador.
- Encontro vocês por lá.

(...)

- Reuniãozinha? – Uma voz doce, harmoniosa e suave ecoou.
- O que faz aqui? – Amy perguntou irritada. Edward me encarava. Meu coração estava acelerado, minha respiração quase não saía. Senhor, me ajuda!
- Mais respeito, alteza... – Ele debochou. – Eu apenas senti um aroma muito bom, enquanto passava aqui perto...
- Acho melhor VOCÊ começar a ter mais respeito, Edward. – Christine alfinetou. Eu pude sentir a ameaça em sua voz suave. – Você pode ser deposto, sabia?
- Não vim discutir quem fica ou não no poder, vim convidar Bella para dar uma volta. – Edward esticou a mão para mim.
- ... – Silêncio.
- Não vai aceitar, Bella? – Edward me encarava, parecia que algo me puxava a ele. Eu estiquei minha mão. Mas logo a senti arder.
- Amy! – Resmunguei com o tapa dela.
- Ela. Não. Vai. – Amy disse devagar, ao passo de que a vontade de ir com Edward tinha sumido.
- Melhor ir embora, Cullen. – Christine disse séria. Seus olhos estavam fixos em Edward.
- Essas coisas não funcionam comigo. – Ele riu. – Nos vemos por aí... Bella.
- Desde quando ele te convida para passeios, Bella? – Demetri me encarou, afastando-se mais de mim.
- Desde que ele resolveu enfiar aqueles dentes no pescoço dela... no estacionamento do Subway. – Amy disse mal humorada.
- É... mas vai ser inevitável ele encontrar você. – Christine murmurou.
- Mas sinto que ele vai encontrá-la de novo e eu não vou poder impedir. – Amy bufou.