Capítulo 15 – “Memories”

POV do Edward

Eu finalmente conseguia dizer que estava bem. Pelo menos era o que eu achava. Esperei mais de cento e cinqüenta anos para que o encanto que os pais da minha amada Dominique se cumprisse e, finalmente, eu estava perto o suficiente dela. Na verdade, ela estava ao meu lado o tempo todo. E, agora que eu consegui enxergar isso, Bella, Amy, todas elas tinham razão esse tempo todo... eu estava mesmo sendo um idiota. Um idiota que sofria por um amor perdido no tempo.

- Ela está bem? – O senhor que cuidava da casa perguntou.

- Está acordando. – Murmurei. – Bella?

- Eu... desmaiei?

- Sim. – Falei.

- Venha querida, preparei algo para você comer. – A mulher falou.

Acompanhei os em silencio até a cozinha. Observei cada detalhe tão bem conservado da casa que há tanto tempo eu vi. A última vez que eu estive aqui, foi a última noite antes do meu casamento. Inspirei profundamente, sentindo cada mínimo aroma do ambiente. As frésias, jasmins e lavandas, de Dominique e Bella, o carvalho dos móveis... era tudo tão recente e antigo, ao mesmo tempo.

- Bem eu... não sei o que fazer agora. – Bella admitiu.

- Srta Bella, se me permite chamá-la assim. – A mulher pegou em sua mão e acariciou. – Srta Dominique sabe que está num dilema.

- Sim, eu realmente estou num dilema. – Bella admitiu outra vez. – Eu quero só andar por aí.

- Eu te acompanho.

- Se importa se eu for sozinha? – Ela perguntou.

- Não há problema em andar sozinha por essas terras, Srta. Mas não passe do grande carvalho. Não passamos muito além.

- Tudo bem. Mas tarde volto, Edward.

POV da Bella

Saí da casa grande  fui andando pelo gramado, assim como eu via Dominique no sonho. Quando cheguei um pouco mais distante, parei e fiquei olhando ao meu redor. A – suposta – outra parte da minha alma vagava ao meu lado. O vestido azul arrastava-se pela grama. Ela parou ao meu lado e ficou me olhando.

- Vou mesmo perder o meu eu? – Perguntei.

- Desculpe, Bella. Sei que é difícil, mas vai.

- Isso tudo é tão estranho... eu... eu sinto que tudo o que eu vivi até agora não passou de uma farsa.

- Não foi uma farsa, foi a sua vida!

­- Foi! Mas se eu fizer seja lá o que for para você voltar... vai ser tudo esquecido! E a Amy...a Christine... eu gosto do meu trabalho na joalheria... tudo pelo que eu lutei durante toda minha vida, vai ser esquecido. – Fui andando em direção a uma árvore que eu vi mais adiante.

- Não vai ser esquecido! Por mais que seja eu quem vai estar neste corpo... suas lembranças ficarão comigo. Bella, nada vai ser esquecido...

­- Posso estar sendo muito egoísta mas... bem, você voltaria pelo Edward. No caso, eu teria que fazer isso pelo Edward e, não é algo pelo que eu estou disposta a passar. Ele foi tão... tão... tão idiota! – Gritei.

- Sim, ele foi mesmo um idiota. Faça a escolha por você. Não faça por mais ninguém. Só por você.

Depois de um tempo, quando a casa grande já estava bem longe, eu vi o grande carvalho que a mulher disse. Então, vi o que eu menos queria ver. Dominique sentou-se na beirada da mesa de mármore que estava no meio, entre duas. Ali era o local onde o corpo dela estava. Ali era onde os pais dela estavam enterrados. Foi ali que tudo terminou. Agachei-me em frente aos três túmulos e comecei a chorar.

O que eu devia fazer?

Fazer um idiota feito Edward feliz? Voltar com a esposa morta que voltaria em meu corpo e eu ser esquecida?  Uma sensação de pânico tomou conta de mim e eu chorava descontroladamente e, claro, rezava internamente para que Edward não aparecesse aqui. Eu queria ficar sozinha.

- Você está enterrada aí? – Perguntei.

- Sim.

- E aqui são mesmo seus pais? Conte-me... – Pedi.

- Minha mãe, Mairead Nesbitt, humana, descendente direta dos povos celtas daqui da Irlanda. Ela tinha dons com encantos, mesmo sendo humana, ela era bem poderosa. E aqui, Louis Stone, meu pai. Ele era um vampiro e deu sua imortalidade para eu poder voltar algum dia.

- Eu estou sendo egoísta demais. Desculpe-me. – Pedi.

Depois que anoiteceu, voltei para a casa grande. Edward estava sentado à beirada de um grande piano. Ele abriu a pequena proteção das teclas e depois deslizou seus dedos sobre elas, sem fazer qualquer som. Abriu, em seguida, a tampa do piano e então voltou a se sentar na banqueta estofada. Então, seus dedos deslizavam pelas teclas.

Memories – Within Templation

Dominique me encarou, sorrindo. Eu vi uma lágrima escorrer pelo canto de seu olho. Almas choravam? Edward continuava tocando, seus dedos iam rápidos pelas teclas, o ambiente era preenchido com uma harmoniosa canção, que, eu sentia, era algo importante, era uma música que fazia parte de algum momento da vida deles. Eu mesma, não pude deixar de me emocionar.

Observei a senhora que estava na porta, ela sorria singelamente. O homem, atrás dela, estava sério, mas eu via que ele tinha uma expressão um tanto serena. Dominique continuava chorando, suas mãos juntas no peito, apertando-se.

In this Word you tried

Neste mundo você tentou

Not leaving me alone behind.

Não me deixar sozinho, para trás.

There’s no other away

Não há outro modo.

I prayed to the gods let him stay.

Eu rezei aos deuses para você ficar.

The memories ease the pain inside

As lembranças aliviam a dor por dentro

Now I know why.

Agora eu sei o porque.

All of my memories keep you near

Todas as minhas lembranças mantêm você próximo

In silent moments imagine keep you here.

Nos momentos silenciosos, imagino você aqui.

All of my memories keep you near

Todas as minhas lembranças mantêm você próximo

You silent whispers, silent tears.

Seus sussurros silenciosos, suas lágrimas silenciosas.

Made me promise, I’d try

Me fez prometer que eu tentaria

To find my way back in this life.

Encontrar meu caminho de volta nesta vida.

I hope there is a way

Eu espero encontrar um modo

To give me a sign you’re ok.

Para me dar um sinal de que você está bem

Reminds me again it’s worth it all

Me recordo novamente, este é o valor de tudo

So I can go home

Então eu posso continuar seguindo

Together in all these memories

Juntos em todas as memórias

I see your smile

Eu vejo seus sorrisos

All the memories I hold dear,

Todas minhas lembranças mantêm você próximo

Darling, you know I will love you

Querida, voc~e sabe que sempre amarei você

‘til the end of time

Até o fim dos tempos.

- Dominique está sem palavras. – Falei a ele assim que ele terminou.

- Fico feliz que tenha gostado, onde quer que esteja.

- Ed, ela não está por aí. Está parada ao meu lado. – Olhei sugestivamente para o lado, onde Dominique estava. – Ela está rindo de você. Você sempre foi um idiota no fim das contas, Cullen.

Dominique ria, Edward me olhava com cara de quem começou e não gostou. Foda-se. Fui andando em direção à cozinha e pedi um copo d’água. Assim que voltei para a sala de entrada, Edward já me esperava para que voltássemos. Despedi-me dos caseiros e fui indo em direção ao carro. Dominique foi aproximando-se e então desapareceu.

Edward seguiu silencioso até o hotel. Eu queria ser a telepata para ler a mente dele agora. Mas, ao mesmo tempo, eu queria poder conseguir pensar direito. Quando chegamos ao hotel, fui direto para o banheiro e deixei a banheira enchendo, enquanto pegava minhas coisas. Nem eu e nem Edward falamos nada, apenas ele me perguntou se eu queria comer alguma coisa, eu assenti.

Entrei devagar na banheira, fui sentindo a água relaxar meu corpo. Encostei minha cabeça no apoio estofado e fechei os olhos. Parecia que por mais que eu tentasse entender alguma coisa, nada entrava na minha cabeça mas... realmente... não havia o que entender. Estiquei meu braço até meu celular e disquei o número de Amy. Um toque, dois toques e ela atendeu.

“Bell?”

- Oi, Amy.

“O que foi? Como foi lá?”

- Descobri tudo, Amy. Absolutamente tudo.

“Incluindo o porque de sonhar com a vida de Dominique?”

- Sim.

“Me conte.”

- Amy, é tão complicado que eu... eu não sei o que pensar ou o que fazer. – Desabafei. – Dominique e eu somos a mesma pessoa. Eu, a Bella, sou a metade da alma da Dominique. Sou a parte que reteve os gostos pessoais, aparência e personalidade.

“Como assim, Bella?”

- Dominique e eu somos a mesma pessoa. Se... se fizer o tal encanto para que ela volte... Eu... eu não vou mais existir... bem, eu entendi assim. Eu... eu serei somente um amontoado de lembranças guardadas, Amy... o que eu... o que eu faço?!

“Isso é... eu não sei o que dizer eu... eu perderei minha melhor amiga...”

- Eu posso ver Dominique quando estamos nas terras dela. Ela disse que eu devia pensar. Eu estarei renunciando minha vida, Amy... para fazer alguém como ele feliz? Alguém que só me... só fez de idiota?

“Você tem que pensar Bella. Não poderei decidir por você. Mas, saiba que, não importa o que decidir, eu vou estar sempre ao seu lado.” Amy disse devagar, séria. Eu conhecia aquele tom de voz, ela sabia que eu pretendia fazer algo.

- Mesmo se eu decidir dar... adeus a essa vida?

“Bella, não importa. Mesmo que você decida dar adeus a essa vida. Eu nunca vou me esquecer de você. Nem Christine, nem Demetri, nem ninguém Bella. Por favor, pense e siga seu coração.”

- Vou seguir. – Desliguei o telefone, depois que me despedi dela.

N/A: Olly!!! Adooorei essa banda *-* Não resisti e tive que colocar aqui, se encaixou tão bemm!! o/