Whole Lotta Love 2 escrita por mlleariane


Capítulo 32
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Me esforcei para fazer esse capítulo hoje, porque deixá-las na curiosidade por uma semana seria muita maldade!
Tenho dois comentários aleatórios para fazer:
1. Tem muita gente pedindo para eu não terminar a fic, da onde veio esse medo? Será que é porque estamos no capítulo 32 já? Sim, talvez eu termine no capítulo 46, como a outra, mas... quem sabe? Não há nada certo ainda.
2. O assunto “outro filho” já foi questionado, discutido e até inseri em WLL. Não quero ser chata, mas, mais uma vez, Kate não terá outro filho, pelo menos não aqui. Eu sei que isso é um texto fictício, mas eu tento não sair tanto da realidade. Sinceramente, não vejo Kate, com 43 anos e mãe de gêmeos, querendo outro bebê. Enfim, cada um tem uma opinião, essa é a minha.

Quanto ao capítulo de hoje, vou usar um dos comentários para definir:

"Xiiiii, cada um com uma bomba nas mãos heheh, vamos ver qual vai estourar primeiro!" (Houghton Beckett)

Beijo, Ari ;)



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Castle: Eu não posso fazer isso!

Castle havia fechado a mulher em seu escritório e falava com Gina na recepção.

Gina: Não pode fazer o que?

Castle: A biografia, eu não posso.

Gina: Ah Richard, sempre tão humilde! – ela o arrastou para longe da secretária – que história é essa de não pode?

Os dois quase sussurravam.

Castle: Aquela mulher... – ele apontava para a sala nervoso – aquela...

Gina: A biógrafa, o que tem ela?

Castle: Ela está aqui para me punir.

Gina: E por que ela faria isso?

Castle: Porque eu já me envolvi com ela.

Gina: Sério? Eu nunca soube dela. Bom, tanto faz, você já se envolveu com meio mundo mesmo. Não vejo motivos para não continuarmos o negócio.

Castle: Eu estou falando sério, Gina.

Gina: Richard, querido, nem todas as suas ex querem te punir. Algumas só querem arrancar o seu dinheiro, como eu e Meredith.

Castle: Kate vai me matar quando souber!

Gina: Ela não te matou até hoje por trabalhar comigo.

Castle: Porque você é séria e porque nossa relação profissional já acontecia antes de tudo.

Gina: Pois faça sua relação com ela ser profissional também.

Castle: Gina, minha querida, você não está entendendo. Eu dancei nu em público com essa pessoa. Eu fui preso por causa dela!

Gina: Ok, isso é uma das coisas que você poderia ocultar de sua biografia.

Castle: Nós fizemos tantas loucuras! Uma vez... não, você ficaria espantada.

Gina: Ah Richard, eu te conheço há tempo suficiente para me deixar espantar.

Castle: Eu sou um pai de família agora, não posso deixar que esses escândalos venham à tona. Você vai ter que cancelar isso.

Gina: Eu? Foi você quem assinou o contrato! E um contrato milionário, diga-se de passagem.

Castle: Eu pago o que for preciso.

Gina: Você não tem tanto dinheiro assim.

Castle andava de um lado para o outro pensando.

Castle: As reuniões têm que acontecer aqui.

Gina: O contrato estipula sua casa.

Castle: Eu não posso levar essa mulher para a minha casa!

Gina: Profissionalismo, Richard. Kate vai entender.

Castle: Você quer mesmo dançar em cima do meu caixão, não é?

Gina: Claro que não, é você quem paga minhas contas!

Castle: Por que você quer acabar com meu casamento?

Gina: Eu não tenho culpa se você dançou pelado com essa mulher!

Castle: Era o Brasil! É um país tropical, as coisas acontecem!

Gina: Da próxima vez que as coisas acontecerem, certifique-se que não seja fichado criminalmente.

Castle: Você vai me dar lição agora?

Gina: Você já aprendeu a lição, espero.

Castle: É, eu aprendi. Nunca, em hipótese alguma, saia com uma brasileira.

Castle suspirou fundo e retornou à sala.

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Castle: Gabriela.

Gabriela: Ah Rick, pensei que você não voltaria hoje! Eu te assustei?

A morena soltou uma risada inebriante. Alta, cabelos e olhos pretos, pele bronzeada, marcando a alça do biquíni, Gabriela Alves exalava um perfume tropical.

Castle: Um pouco.

Gabriela: Parece que você me esqueceu depois daquele dia...

Castle: Não, claro que não. Acredite, aquilo foi... inesquecível.

Gabriela: Dançar no Cristo ou ser preso depois?

Castle: Os dois.

Gabriela: Nós bebemos um pouco... – ela riu.

Castle: Um pouco? Eu mal conseguia andar!

Gabriela: Você não sente saudades do Brasil, não é?

Castle: Não que eu já tenha voltado...

Gabriela: Uma pena.

Castle: Bebe algo?

Gabriela: Uísque.

Castle serviu dois copos. Ele precisava mesmo de algo forte.

Castle: Então você é biógrafa agora?

Gabriela: Me mudei para cá alguns anos, estudei Jornalismo em Stanford, fiz alguns contatos...

“Stanford”, Castle pensou. Se ao menos ela fosse burra. Kate ia mesmo matá-lo.

Castle: Excelentes contatos, pelo visto. Biografia de Bill Gates?

Gabriela: Ser a primeira da turma tem suas vantagens. – a morena andava pela sala observando tudo.

Castle: Então as passarelas ficaram para trás?

Gabriela: É uma carreira ingrata.

Castle: Concordo.

Gabriela: Na verdade eu era um pouco... avantajada para uma modelo. Se é que você me entende.

Sim, ele entendia. E como!

Gabriela: Uma pena... era divertido. Às vezes se conhecia escritores bonitões. – ela o encarou com um sorriso nos lábios.

Castle: Não use o plural. – ele riu simpático.

Gabriela: É verdade, você é o único escritor bonitão que eu conheço.

Gabriela andou pela sala e chegou até a garrafa de uísque, enchendo o copo de novo.

Castle: Gabriela, eu admiro que você tenha se tornado uma jornalista e biógrafa de sucesso, e tenho certeza que você faria um excelente trabalho...

Gabriela: Faria? – ela o interrompeu.

Castle: Eis a questão: nós não podemos fazer isso.

Gabriela: Como assim não podemos?

Castle: Não me leve a mal, é que... você faz parte de um período meio conturbado da minha vida, o que eu abandonei completamente, e...

Gabriela: Espere um minuto, Rick. Você está querendo dizer que nós não podemos fazer isso porque nós fizemos sexo um dia?

Castle: Na verdade foram vários dias.

Gabriela sorriu sem vergonha.

Castle: Como eu ia dizendo, foi uma fase divertira, mas que passou. Eu não posso fazer isso agora.

Gabriela: Vejo que você continua imaturo.

Castle: Eu só não quero criar problemas com minha esposa.

Gabriela: Não se preocupe, a detetive não terá motivos para encarar isso como um problema.

Castle: “A detetive”? – Castle a encarou.

Gabriela: Eu sou uma biógrafa, Rick. Eu conheço a vida das pessoas. – a moça deixou o copo em cima da mesa – Te vejo amanhã às duas.

Castle: Amanhã? Já?

Gabriela: E na sua casa! – ela saiu e fechou a porta.

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No fim do dia...

Kate: Muito bem!

Kate olhava para o caderno de tarefa das crianças, que haviam traçado um S pontilhado.

Kate: Agora vocês têm que procurar palavras que comecem com a letra S, recortar e colar aqui.

Alex: Já sei! Vamos pegar um dos livros do papai!

Castle: Tão bom ser valorizado na própria casa!

Castle se aproximou.

Kate: Oi amor, você demorou.

Kate deu um beijo no marido, que deixou as chaves em cima do balcão.

Castle: O que nós já conversamos sobre os livros da biblioteca? – Castle beijou as crianças.

Jo: Não amassar nenhum livro, não recortar...

Alex: Não derrubar água, nem comida, e não rabiscar.

Jo: E não deixar o Tiger fazer xixi lá.

Castle: Esse é o mais importante.

Alex: Ah, e não desenhar o Max Steel.

Castle: Eu gostava tanto daquele livro... – Castle fez uma expressão sofrida.

Alex: Mas o Max combinou com ele, não foi papai?

Castle: Claro, Max Steel tem tudo a ver com “Paris é uma festa”. – ele olhou para Kate, que riu.

Kate: Hemingway gostaria do Max.

Castle: Certamente. – com seu corpo, Castle foi empurrando Kate até o balcão – Você não ia deixar os dois pegar um livro meu, ia?

Kate: Claro que não, né amor? – ela o beijou de novo.

Castle: Eu te amo.

Kate: Hum... – ela saboreava os beijos – eu também te amo. Senti tanta saudade...

Castle: Não mais do que eu...

Os dois pararam e se olharam. Era certo que algo estava acontecendo ali. Kate e Castle pareciam esconder alguma coisa um do outro, mas nenhum dos dois conseguia decifrar o que.

Kate: Você quer me dizer algo, babe? – ela deslizou as mãos sobre o peito dele.

Castle: Não... e você?

Kate: Não. Só que eu te amo muito, muito, muito.

Castle: Eu te amo muito mais, Kate, não se esqueça disso.

Agora era oficial: muitos beijos e “eu te amo” em pouco tempo. Alguma coisa realmente estava acontecendo.

Castle não sabia se tentava descobrir o que Kate escondia ou se contava a verdade sobre sua biógrafa. Já tinha repassado mil planos em sua cabeça, mas todos eles tinham um final trágico.

Enquanto isso, Kate não conseguia parar de pensar nas palavras de Lanie. Seria melhor esconder? Não, Kate não gostava de esconder. Mas talvez Peter estivesse só de passagem pela 12ª, talvez logo ele fosse embora. Se isso acontecesse, Castle nem precisaria ficar sabendo. Mas e se ele tivesse vindo para ficar? Como contar para Castle que havia escondido a verdade durante meses? Kate não sabia como se sair dessa.

Jo: Ei, nós precisamos recortar as palavras!

Johanna tirou o casal de seus pensamentos.

Kate: Sim minha princesa, eu vou pegar umas revistas.

Kate se soltou dos braços de Castle e disse mais um “eu te amo”. Quando voltou, ele olhava as tarefas anteriores, elogiando o capricho dos filhos. “É o melhor pai do mundo”, Kate pensou. Ela não mentiria, diria a verdade e eles lidariam com aquilo juntos.

Kate sorriu com a própria decisão, e colocou as revistas na mesa.

Kate: Vamos começar a busca?

Kate sentou-se perto de Johanna, enquanto Castle auxiliava Alexander. As crianças procuravam e os pais recortavam as palavras que eles encontrassem. Depois, juntos, colavam no caderno.

Jo: Essa, mamãe! – Jo apontou.

Kate: Como se lê?

Jo: So-cieda-de.

Kate: Muito bem!

Quase ao mesmo tempo, Alexander também encontrou uma.

Alex: San-dália.

Castle: Isso, filhão!

Jo: Aqui outra, mamãe!

Em poucos minutos, os gêmeos já haviam recortado muitas palavras. Agora era a vez de colá-las. Os pais ajudaram mais uma vez, e depois de pronto, pediram às crianças que lessem as palavras de novo.

Jo: Salvar. Socie-dade. Sopa. Sorvete. Senti-mento. Suave.

Alex: Shampoo. Sandália. Sereni-dade. Sapo. Salvador. Sempre.

Kate: Muito bem!

Jo: Olha, papai, faltaram duas palavras! – Johanna apontou para baixo do estojo de Alexander.

Castle: Então vamos lá, mais uma para cada um.

As crianças colaram as palavras, e depois leram em voz alta.

Jo: Segredo.

Alex: Sofrimento.

Jo: Pronto, terminamos!

Alex: Agora nós podemos brincar, não podemos?

Kate: Sim, um pouquinho antes do banho.

Johanna e Alexander saíram correndo, deixando tudo para trás. Kate guardou os cadernos nas respectivas mochilas, enquanto Castle recolheu as revistas. Os dois estavam silenciosos, embora quisessem falar. Cada um revivia a situação presenciada mais cedo, e sabia que aquilo de certa forma abalaria o que tinham ali. Sem saber, Kate e Castle pensavam exatamente a mesma coisa: o passado ameaçava o presente. Não que eles quisessem – definitivamente não era a intenção de nenhum deles. Os dois se amavam, se completavam e sabiam que eram feitos um para o outro. E exatamente por isso, sabiam que o outro enlouqueceria com a possibilidade da proximidade quase que diária de um ex.

Naquela noite, nenhum deles contou. Os dois dormiram abraçados, e de vez em quando em seus pensamentos, vinham a lição de Johanna e Alexander.

Segredo.

Sofrimento.

As duas últimas palavras não saíam de suas cabeças.


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