Whole Lotta Love 2 escrita por mlleariane
Notas iniciais do capítulo
Oi gente! Estou amando a recepção dessa fic. Já passamos das 20 mil visualizações, e WLL 2 já é minha fic mais favoritada. Obrigada mesmo, de coração!
Agradeço mais uma vez aos comentários lindos e divertidos, às recomendações e a todos que vêm falar comigo no twitter, e que divulgam por lá também (aliás, teve gente que não me encontrou, então vou deixar o link da minha conta aqui no meu perfil, ok?).
Gostaram da festa de aniversário? Hahaha Johanna, a princesa rebelde, Alexander, o herói conquistador (aliás, para as enciumadas de plantão, não se preocupem que a paixão vai passar. O garoto é muito novo para compromissos – puxou ao pai, afinal!).
Demorei para postar, mas fiz um capítulo grande para compensar :) Vem plot novo aí. Quanto ao título, não resisti (quem lembra dessa comu no Orkut? Hahaha).
Beijo, Ari ;)
* Brunch é uma refeição de origem britânica que combina o café-da-manhã (pequeno-almoço; breakfast, em inglês) com o almoço (lunch, em inglês). É normalmente realizada aos domingos, feriados ou datas comemorativas, quando toda a família se reúne entre 10 e as 14 horas (por tempo indeterminado) em torno da mesa.
No outro dia...
Foi Kate quem abriu os olhos primeiro. Olhou para o relógio no criado mudo, que marcava 10 horas. Em um dia normal as crianças já estariam pulando em cima dela e de Castle. Mas era domingo, e um domingo pós festa, onde os dois haviam brincado e pulado a noite toda. Kate sorriu lembrando-se do sucesso que fora o aniversário de seus bebês. Bebês, ela pensou, meus bebês já têm sete anos!
Levantou-se com cuidado e foi até o closet, procurando por uma caixa onde guardava algumas lembranças. Encontrou um pequeno álbum onde, certa vez, havia colocado uma foto sua com os pais em cada aniversário de sua vida. Pegou a foto dos 7 anos, em que usava um vestido amarelo de bolinhas brancas.
Kate: Lembra quando eu aprontava alguma e você dizia que um dia meus filhos fariam igual? – Kate riu – Bem, eles já começaram.
Kate deslizou o dedo pelo retrato da mãe, que a abraçava, sorrindo.
Kate: Você teria gostado deles...
Castle: Teria mesmo.
Kate virou-se bruscamente, batendo na caixa e deixando tudo cair ao chão.
Kate: Castle!
Castle: Desculpa, amor. Eu não queria te assustar.
Castle se agachou rapidamente para ajudá-la a pegar as coisas.
Kate: Não, deixa que eu guardo – ela o afastou.
Castle: Por que? Tem algum segredo nessa caixa que eu não possa saber?
Kate: Não. – Kate já havia juntado tudo e jogado de qualquer jeito na caixa.
Castle: Sei... – ele a olhou desconfiado.
Kate: Que foi?
Castle: Essa caixa não seria, assim, por um acaso, uma caixa de ex namorados, seria?
Kate: Não, Castle. – ele continuou encarando-a – Você não vai me deixar em paz até descobrir, não é?
Castle fez que não, e ela enfim abriu a caixa.
Kate: São só algumas lembranças da minha infância – ela começou a mostrar – Um laço que usava no cabelo, um ursinho que ganhei do meu avô, ah, olha, eu adorava essa caixinha de música.
Castle: Hum... la vie en rose? – ele havia dado corda – não é muito bom gosto para uma criança?
Kate: Eu não sabia o que era, mas achava lindo. Olha isso, minha agenda de telefones das amiguinhas do colégio.
Castle: Você até que tinha várias amigas... – ele folheou.
Kate: E por que eu não teria?
Castle: Você sabe, você é séria... fechada...
Kate: Eu não fui assim sempre, Rick.
Castle: Desculpa. Às vezes eu esqueço... – ele fez uma pausa – eu só conheci você assim.
Kate: Quer me conhecer antes? – ela sorriu, mostrando que não tinha mágoas, e o entregou algo.
Castle: O que é isso?
Kate: Meu diário.
Castle: Você vai me deixar ler o seu diário? – ele a fitou abismado.
Kate: Eu tinha 10 anos, não espere ler algo revelador! – ela riu.
Ele abriu mesmo assim. Os dois riram da letra, dos desenhos e dos adesivos.
Castle: Você escreve bem, detetive.
Kate: Obrigada, escritor.
Ele virou mais uma página e fez uma careta. Havia o nome de Kate junto ao de um garoto e um coração.
Castle: Estava demorando...
Kate: Não seja injusto, se fosse no seu caso esse caderninho não daria para o tanto de mulher que já passou por sua vida.
Castle: Que exagero!
Kate: Eu gostava dele – Kate sorriu olhando para o rabisco.
Castle: Não, isso é demais para meus ouvidos! – ele fez cena.
Kate pegou uma caneta e procurou uma página em branco.
Kate: Mas eu gosto muito mais desse daqui. – ela escreveu “Kate and Rick” dentro de um coração.
Castle: Beem melhor – ele a puxou para um beijo – Eu te amo.
Kate: Eu também – ela o beijou de novo.
Castle deu ainda uma última olhada para a caixa e tirou um anelzinho de bijuteria.
Castle: O que é isso? Alguém te pediu em casamento? – ele riu.
Kate: Sim, o Peter.
Castle: Peter... o mesmo do coração? – ele se referia ao diário.
Kate: Aham.
Castle: Ele te pediu em casamento aos 10 anos?
Kate: Não, isso foi um pouco mais tarde.
Castle: Mais tarde quando?
Kate fechou o diário e pegou o anel das mãos de Castle, colocando tudo na caixa e fechando rapidamente.
Castle: Peter... você já me falou dele?
Kate: Talvez. – ela tentou desviar o assunto – Por que não vamos acordar as crianças?
Castle: É o cara da banda?
Kate: Não. Rick, vamos?
Castle: Sério babe, o que tem esse Peter?
Kate o encarou contrariada.
Castle: Não pode ser tão ruim... – ele insistiu.
Kate: Peter foi... o primeiro.
Castle: Ok, era ruim.
Kate: Podemos ir?
Castle: Quando foi isso? – ele insistiu. Kate sabia que ele não sossegaria, então falou logo.
Kate: Aos 17 anos, quando nós “namoramos”.
Castle: Por que “namoramos” – ele imitou as aspas.
Kate: Foi um namoro curto.
Castle: Mas você guardou o anel...
Kate: Rick, por favor? Não quero estragar o nosso brunch com esse tipo de assunto.
Castle: Ok, vamos. – ele a levou pela cintura – Eu vou fazer panquecas felizes.
Kate: Ah não... – ela fez birra.
Castle: Você pode comer sem a calda.
Kate: Vou pensar no seu caso...
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Os dois saíram do quarto conversando...
Castle: Não é estranho que eles não tenham acordado ainda?
Kate: Ontem foi um dia cheio e cansativo para eles.
Castle: Difícil acreditar, eles não cansam nunca.
Kate: Rick, não fala assim, eles são só...
Kate e Castle pararam assim que deram de cara com a sala.
Castle: Eles são só o que mesmo, amor?
Alex: Nós abrimos os presentes!
Kate: Nós... estamos vendo.
Johanna e Alexander estavam em meio a caixas rasgadas, brinquedos de todo o tipo espalhados e uma infinidade de papéis e laços jogados pela sala. De repente, uma flecha de plástico atingiu a barriga de Castle.
Alex: Você está derrotado, papai! – Alexander gritou vitorioso.
Castle olhou para Kate pedindo ajuda.
Kate: Vocês estão aqui há quanto tempo? – Kate beijou cada um dos filhos.
Jo: Não sei, mas eu to com fome.
Castle: O papai vai fazer panquecas felizes!
Alex: Eba!
Jo: Eu adoro as panquecas felizes, papai! – Johanna se jogou no colo de Castle.
Castle: Viu mamãe, você é a única que não gosta! – ele fez charme por saber que agradava os filhos.
Kate: Eu prefiro seu café – ela piscou.
As crianças começaram a mostrar os presentes, falando ao mesmo tempo e quase deixando os pais malucos.
Kate: Vocês ganharam muitas coisas legais!
Alex: Esse foi o que eu mais gostei, mamãe. Não é o máximo? – Alexander atirou uma flecha, indo diretamente num vaso da estante, que caiu e quebrou. Ele olhou culpado para os pais.
Castle: Acho que nós vamos ter que tomar cuidado com esse arco e flecha.
Kate: Filhote, cuidado para onde aponta, certo? Cuidado com as pessoas, principalmente com sua irmã e com Tiger.
Alex: Certo, mamãe.
Castle: Ei, que tal tomarmos comermos antes de continuar explorando os brinquedos?
Todos concordaram, e os quatro foram juntos para a cozinha. Castle fez as panquecas felizes, enquanto Kate preparou um suco de laranja. Também havia cookies, frutas e cereais. Kate tentava fazer com que o brunch do domingo fosse parecido com o que sua mãe fazia. Enquanto todos conversavam e comiam, ela se pegou pensando que nunca tinha imaginado que formaria sua própria família. Na verdade, nunca tinha imaginado que seria tão feliz novamente.
Castle: O que foi, babe? – Castle sorriu ao vê-la sorrindo.
Kate: Eu sou tão feliz por ter vocês!
Castle: E nós somos felizes por ter você – ele se esticou para beijá-la – mas hoje você vai me perder um pouquinho...
Kate: Gina não podia ter marcado essa sessão de autógrafos durante a semana?
Castle: Ela gosta de me irritar.
Kate: Percebe-se!
Castle: O shopping é mais movimentado de domingo...
Kate: Eu sei – ela fez um bico.
Alex: Nós vamos ao shopping? – Alexander tinha o radar ligado para conversas adultas.
Kate: Não, filhote, o papai vai.
Jo: Mas eu tenho que comprar a nova sandália da Hello Kity, aquela com gliter rosa, lembra mamãe?
Kate e Castle se olharam e riram.
Castle: Mulheres!
Kate: Minha princesa, nós vamos outro dia, pode ser? Hoje o shopping é muito cheio, e o papai vai trabalhar.
Alex: Eu posso te ajudar a assinar livros, papai! Eu sei escrever seu nome!
Castle: Obrigado filhão, mas acho que eu tenho que fazer isso sozinho. Aliás, família, nossa foto de ontem foi a mais curtida de toda a história do meu twitter.
Jo: Cadê, papai?
Johanna e Alexander se levantaram rapidamente, sentando-se um em cada perna do pai. Castle então abriu a foto dos quatro na festa de aniversário.
Jo: Você não pôs uma foto minha com o cabelo da Ghoulia Yelps?
Alex: Nem dos transformers?
Castle: Não, mamãe só deixou colocar essa.
As duas crianças encararam Kate.
Kate: Vocês são muito novos para se exporem.
Castle: Besteira amor, eles são tão queridos. Olha só os comentários: Awnn como eles são lindos! / Jo e Alex, coisas mais fofas desse mundo / Excesso de fofura nessa foto / As crianças herdaram sua beleza, Rick...
Kate encarou Castle. As crianças se levantaram da mesa e voltaram para os brinquedos na sala.
Castle: Ah não é possível que você não goste do fato de seus filhos serem lindos e amados!
Kate: Eles são lindos e amados por mim, já basta.
Castle: Mas tem muita gente que queria os dois, olha só – ele continuou a ler – Quero essas fofuras para mim! / Como faz para ter duas crianças lindas assim? / Rick Castle, melhor pai / Castle mimando os filhotes / Castle, faz um filho em mim também.
Kate tomou o celular da mão de Castle.
Castle: Acho melhor pararmos com os comentários.
Kate o encarou, e ele a abraçou pela cintura.
Castle: Você sabe que essa mulherada toda tem inveja de você, não sabe?
Kate: Você não sabe viver sem se achar?
Castle: A única coisa que eu não sei viver sem é você – Castle a encheu de beijos.
Kate: De hoje em diante você não sai mais sozinho com eles.
Castle: Você não quer mesmo ir comigo hoje? – ele a beijou de novo.
Kate: Não, shopping lotado não faz meu estilo, ainda mais com os dois. Você vai, faz o que tem que fazer, e volte logo para mim, certo? – ela o beijou provocativamente.
Castle: Sim, senhora Castle.
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Enquanto Castle passava a tarde autografando seu mais novo livro, Kate aproveitou para organizar o quarto dos brinquedos de Johanna e Alexander.
Kate: Antes de levar os brinquedos novos, nós vamos fazer um limpa no quarto e retirar alguns para doarmos, ok?
Jo: Sim mamãe.
Alex: Porque as outras crianças precisam de brinquedos.
Kate: Exatamente!
Kate olhou orgulhosa para os filhos, que separavam o que podia ir do que queriam que ficasse.
Alex: Dá o Fluffy da Jo! – Alexander jogou o urso no canto.
Jo: Nãããoo! O Fluffy não! – Johanna pegou o urso de volta, enquanto o irmão ria maldoso.
Kate: Para de provocar sua irmã, Alex!
Assim que terminaram de organizar os brinquedos que já tinham, os novos foram trazidos para o quarto.
Jo: Olha, eu ganhei um namorado para a minha Barbie!
Alex: Ei, ele não é namorado da sua Barbie, ele é o meu Max Steel! – Alex puxou o boneco da mão de Jo.
Jo: Mas ele é bonito, minha Barbie ia gostar dele.
Alex: O Max não gosta de Barbies, ele luta contra o Toxzon que tem essa aranha venenosa – Alexander pegou o vilão e mostrou a Jo, que fez uma careta – Não é dahora?
Jo: Não.
Kate: Não é esse que solta a aranha das garras e ela sai andando?
Alex: É, mamãe!
Kate: Esse é dahora mesmo!
Alex: Toca aqui, mamãe!
Jo: Mamãe, você tem que gostar da Barbie, não dos monstros do Alex.
Kate: Ah meu amor, às vezes as meninas gostam dos brinquedos dos meninos, é normal.
Johanna ainda olhou meio desconfiada. Em meio a tantas novidades, os três não sabiam se organizavam ou brincavam. Acabaram fazendo os dois, e levaram a tarde toda nisso.
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Banho tomado, Kate, Jo e Alex deitaram-se na sala para assistir um episódio dos Backyardigans.
Kate: Olha, esse é de mistério!
Jo: É mamãe, igual você desvenda crimes, não é?
Kate fez que sim. Na verdade, o episódio tratava de um roubo, mas Kate achou quer seria um pouco demais explicar para as crianças que ela trabalhava apenas com homicídios.
Kate: Eu acho que foi o mordomo.
Castle: Não foi o mordomo – Castle fechou a porta tão silencioso quanto entrou. Olhou para seus três amores, deitados num colchão no meio da sala, e sorriu.
Kate: Oi amor!
Castle: Três semanas sem trabalhar e já perdeu o instinto investigativo, detetive? – ele se agachou e a beijou.
Kate: Vai me provocando, escritor.
Castle: Mordomo? Não é óbvio demais? – ele beijou cada um dos filhos, que continuavam com os olhos presos na tv.
Kate: Isso é um desenho, Rick!
Castle: Os desenhos também são inteligentes.
Jo: Não foi o mordomo, mamãe.
Alex: Foi a própria Lady Tasha que escondeu para ninguém roubar.
Kate: Vocês já sabem o final? – ela ficou surpresa.
Castle: Claro que eles já sabem, nós já vimos esse milhares de vezes.
Kate puxou Castle para perto de si e sussurrou.
Kate: E qual a graça de ver de novo se já se sabe o final?
Castle: As crianças gostam de ver as coisas repetidas vezes pois sentem segurança sabendo o que vai acontecer.
Kate: Hum... desde quando você sabe disso?
Castle: Quando Alexis era pequena eu namorei uma psicóloga que... – ele fitou os olhos da esposa – deixa pra lá.
Kate: Como é que foi a sessão?
Castle: O de sempre, muitos peitos... Ai! – ele gritou com o beliscão de Kate.
Kate: Engraçadinho.
Castle: Foi tranquilo, meu amor. Só senti sua falta.
Kate: Eu também... – eles se beijaram calmamente.
Castle: Eu tenho uma novidade.
Kate: Boa?
Castle: Excelente!
Kate: Então conte! – Kate se sentou no colo dele empolgada.
Castle: Uma biógrafa contatou a editora. Ela quer escrever minha história!
Kate: Sério, amor?
Castle: Seríssimo. Minha biografia, Kate, você consegue imaginar?
Kate: Isso é ótimo, meu amor!
Castle: Você acha mesmo? Eu digo, você concorda?
Kate: Eu preciso?
Castle: Claro que sim, você é minha esposa, e a sua opinião é a mais importante.
Kate: Que amor – ela o beijou – claro que eu concordo, babe. Seu nome está entre os dez maiores escritores de mistério, mais de 25 anos de carreira, e cada novo livro bate o recorde do anterior. Você merece isso, Rick.
Castle: Obrigado – ele a beijou de novo.
Jo: Olha mamãe, vai acabar o mistério!
Kate voltou os olhos para a tv, para o final do desenho.
Castle: Viu? Não era o mordomo.
Alex: Agora vai começar Dora Aventureira!
Kate: Eu adoro esse!
Castle: Sério?
Kate: Seríssimo! Ontem ela foi para o Egito.
Castle não pôde deixar de rir do lado criança de Kate.
Castle: Mas me diga, o que vocês fizeram hoje?
Kate: Arrumamos os brinquedos novos. Ficamos o dia todo nisso.
Castle: Cansou muito?
Kate: Não... na verdade estou gostando muito.
Castle: Percebi... Dora aventureira?
Kate: Qual o problema? Você também vê todos com eles!
Castle: Problema nenhum meu amor – ele a beijou – Só pensei que se entediaria mais rápido.
Kate: Eu sinto que precisava de um tempo para cuidar de mim, da nossa casa e principalmente deles.
Castle: Concordo. Use esse próximo mês de licença para isso. Renove seu guarda-roupa e o das crianças também. Redecore a casa!
Kate: Calma, babe! – Kate riu.
Castle: Eu só não quero que você fique entediada...
Kate: Eu não vou ficar.
Castle: Promete?
Kate: Prometo.
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E Kate não ficou mesmo. Pelo menos nas três semanas que se seguiram, quando ela se ocupou com a reorganização da casa e as atividades das crianças, intercalando tudo com leituras atrasadas e momentos só para si, o que não tinha há um tempo.
Foi na última semana de licença que sentiu um vazio imenso. Era segunda-feira, Kate já havia deixado as crianças na escola e agora andava de um lado para o outro dentro de casa, sendo observada por Tiger.
Kate: Como você consegue ficar o dia todo aqui?
O gatinho miou para ela.
Kate: Sério Tiger, não tem nada para fazer!
Tiger olhou para a dona, abriu a boca de sono e se deitou perto do pé dela.
Kate: Entendi.
Kate pensou um pouco e lembrou-se de Lanie dizer que estaria trabalhando naquele dia. Rapidamente, pegou sua bolsa e saiu.
Lanie: Kate!
A médica legista se surpreendeu quando a amiga adentrou o necrotério.
Kate: Lanie! Fiquei com saudades e quis te ver!
Lanie: Aham. Você almoçou em minha casa ontem, Kate Beckett. O que foi?
Kate: Eu precisava respirar um pouco.
Lanie: Cansou da vida de dona de casa?
Kate: Não é isso, é que... ta, eu cansei. O que temos aqui? – ela espiou o corpo que jazia na maca.
Lanie: Nem pensar, você só volta semana que vem.
Kate: Lanie, você é minha amiga ou não?
Lanie encarou Kate, que fez um olhar pidão.
Lanie: Só esse!
Kate tinha a felicidade da criança que ganha um doce.
Kate: Cinco tiros?
Lanie: Seis, tem outro em um lugar mais... íntimo.
Kate: Coitado. Quem está investigando?
Lanie: O novo detetive. Alguma coisa Levine.
Kate: Novo detetive? Que novo detetive?
Lanie: Parece que veio de Nevada. Bonitinho ele.
Kate: Javi já sabe? – Kate provocou enquanto analisava o cadáver.
Lanie: Ele só vai saber se você contar – Lanie deu os ombros.
Kate: Me fale mais desse detetive. Veio por que, quando, e está trabalhando com quem?
Lanie: Não sei, não sei, não sei. Só sei que ele é bonitinho e sabichão. Tipo você.
Kate: Engraçadinha. Está morrendo de saudade de mim, não está?
As duas se olharam e sorriram. Batidas interromperam a conversa. Ambas olharam para a porta que se abriu, e o novo detetive da 12ª delegacia apontou. Kate sentiu um calafrio.
Lanie: Ah, olha ele aí. Detetive Levine, essa é detetive Beckett, você já deve ter ouvido falar dela na delegacia.
Levine: Certamente – ele sorriu e se aproximou – você se lembra de mim, Kate?
Kate: Claro – ela estendeu a mão e o cumprimentou. Ele porém, se adiantou e lhe deu um beijo no rosto.
Lanie: Vocês... se conhecem?
Levine: Dos velhos tempos.
Kate: Eu não sabia que era policial.
Levine: Eu soube que você era detetive quando os livros começaram a ser publicados...
Kate: Meu marido – ela mostrou a aliança.
Lanie achou um pouco estranho, Kate não era de fazer isso.
Levine: Eu sei. Os livros dele também são sucesso em Nevada. Você está afastada...
Kate: Volto semana que vem.
Levine: Nos veremos com mais frequência então. O que você tem para mim, Dr. Parish?
Lanie mostrou tudo o que já havia analisado do corpo, e entregou alguns exames ao detetive. Kate havia se afastado.
Lanie: Isso é tudo.
Levine: E muito! Obrigado, doutora. Kate, foi um prazer.
Ela fez que sim e forçou um sorriso. O detetive então saiu.
Lanie: Ei, o que acabou de acontecer aqui? “Kate”? “Velhos tempos”? Vocês me pareceram bem íntimos.
Kate: Nem diga isso nem brincando, Lanie. Se terei que trabalhar com ele tem que ser da maneira mais profissional possível – Kate estava séria, e Lanie estranhou.
Lanie: Ok Kate, você já pode dizer da onde conhece esse homem.
Kate: Do colegial. Escola estadual J. F. Kennedy. Ele deveria ser meu par no baile, se eu tivesse ido.
Lanie: Ahh você deu o fora nele? Isso explica a tensão.
Kate: Não Lanie, eu não dei o fora nele. Eu dei... – Kate andava de um lado para o outro – ele foi meu primeiro namorado.
Lanie: Detetive Levine?
Kate: Peter. Pra mim era só Peter.
Lanie: OMG. Isso vai ser interessante.
Kate: Se com interessante você quer dizer apavorante, é, vai ser.
Lanie: Você não acha que Castle vai ligar para uma coisa de tantos anos, vai?
Kate: “Ligar”? Lanie, um ex namorado vai trabalhar comigo. Castle vai surtar!
Lanie: Ele fica com você o dia todo, não vejo motivo para surtar.
Kate: Ficava.
Lanie: Como assim ficava?
Kate: Ele recebeu a proposta de publicarem uma biografia dele. É um projeto demorado, e ele ficará envolvido por um tempo.
Lanie: Melhor ainda! Você não precisa nem contar quem é det. Levine.
Kate: Sério? Mentir?
Lanie: Melhor do que enfrentar a fera.
Kate: Às vezes me pergunto o que você esconde do Javi...
Lanie: Todas nós temos nossos segredos... – Lanie piscou para a amiga, que não pode deixar de rir. Depois ficou séria de novo.
Kate: Castle é escritor, ele fantasia demais, enxerga coisa onde não existe, e é extremamente ciumento. Ele tem ciúme até do nosso porteiro!
Lanie: O que te dá uma rosa todo domingo? Eu também teria.
Kate: Ele é um senhor de cabelos brancos! E é só uma rosa do canteiro... Lanie, o que eu faço?
Lanie: Eu não faço a menor ideia.
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Enquanto isso, na editora...
Gina: Eu sabia que você ia enlouquecer com a história.
Castle: É reconhecimento! Claro que eu enlouqueci!
Gina: Olha, eu fiquei de acertar os detalhes com você, mas a jornalista pensou em pelo menos três encontros semanais.
Castle: Perfeito. Gina, ela é mesmo boa?
Gina: Uma das melhores do ramo. Ela fez a biografia da Madonna!
Castle: Uau! Ok, agora eu estou nervoso.
Gina: Não fique. Ela deve estar chegando, se você quiser se preparar ou algo do tipo.
Castle: Claro. Eu vou esperar na minha sala. Preciso pensar no que vou esconder dela.
Gina: Richard...
Castle: Tem certas coisas que as pessoas não gostariam de saber, acredite em mim.
Castle se fechou em sua sala e ficou à espera. Quem seria a tal biógrafa? Sua pergunta não demorou para ser respondida. Ao ouvir batidas na porta, mandou que abrissem.
“Olá, Rick” – disse uma voz sedutora.
Castle: Você? – ele disse com espanto – Não pode ser...
“Mas é” – a mulher sorriu – “Vamos, diga algo”.
Castle não disse, apenas forçou um sorriso. “Kate vai me matar” era a única coisa que se passava pela sua cabeça.
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