POV Nessie

Eu mal consegui dormir de noite pensando no dia seguinte e em tudo o que tinha acontecido com Jazz nessa tarde. Levantei a meio da noite com uma baita de uma dor de cabeça e fui tomar um comprimido para dormir melhor. Acordei super tarde. Eram umas dez horas da manhã. Assim que despertei e vi as horas, corri para o banheiro para tomar um banho demorado. Me pus toda cheirosa e cheia de cremes, que roubei de Alice e Rose. Fiquei por horas parada em frente ao meu closet pensando em que roupa eu haveria de usar. Troquei de roupa umas 15 vezes e me cansei de ver roupa na minha frente. Acabei pegando um vestido rosa com rendado branco. Prendi meu cabelo num coque mal feito apenas por enquanto.

Desci as escadas e notei que não havia mais ninguém em casa. Bella tinha ido com Alice para o hospital por causa daquele médico que ela falou que nem mais lembro do nome.

Fui na cozinha comer algo rápido porque já estava muito tarde. Era quase meio-dia e eu ainda estava tomando o café da manhã. Que desgraça. Assim que terminei meu brunch fui até o jardim escolher umas flores para colocar em vasos para decorar a casa. Peguei vários ramos de diversas flores e corri de volta para dentro de casa.

Fiquei voando de um lado para o outro com os vasos de flores na mão espalhando eles pela sala e pelo resto da casa. Chegou uma altura que a casa ficou parecendo uma estufa de tantas flores que tinha.

Me desesperei e comecei jogando flores no lixo.

Fiquei nesse vai-não-vai quase uma hora e quando dei por mim já passava das duas horas. Pior é que eu tava suando que nem uma mula. Ou seja. Tinha de tomar um segundo banho e trocar de roupa.

Subi de novo correndo e me tranquei no banheiro. Tomei uma ducha rápida e voltei para o closet. Decidi fazer pim-pam-pum e deixar a sorte escolher minha roupa. Calhou um vestido lilás muito lindo. Era tomara que caia e dava até os pés. Ficou muito lindo em mim. Calcei uma chinela branca com detalhes em rosa e fiz uma trança no meu cabelo o deixando pender por cima de um dos meus ombros.

Quando vi que já estava pronta meu estômago roncou. Faltavam 15 minutos para as 15 horas, hora que ele combinou chegar. Desci as escadas correndo de novo e fui atacar os armários da cozinha. Peguei em uma taça e despejei uma embalagem de iogurte nele e depois fui pegar os cereais de mel e juntei ao iogurte. Era a coisa mais consistente e rápida que eu tinha pra comer. Pelo menos foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça no momento. Comi tudo bem rápido e voltei a subir pra escovar os dentes. Assim que terminei a campainha tocou.

Desci as escadas quase aos tropeços, como meu coração estava, e parei na porta com a mão na maçaneta respirando fundo. Me olhei uma última vez no espelho e com um sorriso abri a porta. E lá estava ele, mais lindo que nunca. Com AQUELE maldito sorriso. Mentira. O sorriso dele era fantástico…demais.

-Oi. – Me cumprimentou com um beijo na bochecha

-O-oi. – Gaguejei – Entre. – Falei em tom de ordem pelo nervosismo – Fique há vontade. – Falei sorrindo tanto que até me doeram as bochechas

Ele adentrou a casa e foi até a sala. Enquanto ele estava de costas massajei minhas bochechas doloridas. Notei que ele sabia o caminho direitinho e que se sentiu bem há vontade quando se sentou no sofá.

-Tinha saudades dessa casa. Lembro de vir aqui de vez em quando, quando era pequeno. – Falou olhando em volta

-Você conhecia tia Tereza? – Perguntei

-Não. Nunca conheci, mas minha tia me trouxe aqui algumas vezes com Edward para brincarmos e para ela fazer umas reformas na decoração. Então enquanto ela estava reunida com os caras da decoração, eu e Edward corríamos pela casa ou íamos na piscina. – Explicou

-Acredita se eu te disser que desde que cheguei ainda não fui uma única vez na piscina? – Perguntei me lembrando da existência da piscina

-Tá brincando.

-Pode crer. Nossa vida tem sido tão corrida que acabamos por esquecer dela.

-Se quiser podemos ir dar um mergulho na piscina. – Sugeriu

-Nós temos de estudar. – Lembrei e ele concordou

-Bom, eu trouxe os meus apontamentos de quando eu andava no liceu. Modéstia a parte eu era um dos melhores alunos. Então acho que meus resumos vão te ajudar muito a estudar. Pode ficar com eles. – Falou me entregando uma mala a tiracolo com vários cadernos

-Muito obrigada Jazz. – Agradeci

-Por onde você quer começar?

-Pelo mais difícil. Química e matemática. – Falei torcendo o nariz, mas não era de desagrado, era porque estava me dando uma tremenda de uma coceira

Comecei coçando, mas a coceira parecia não passar. Continuei coçando tentando prestar atenção às explicações que Jasper dava, mas a comichão era tão irritativa que não me deixava concentrar direito.

 A certa altura comecei espirrando. E espirrei de novo e depois não consegui mais parar. Jazz me olhava preocupado e um tanto…assustado?

-Que foi? – Perguntei pela cara que ele tava fazendo

-Sua cara…tá vermelha demais Nessie. E seu nariz está inchando, bem como seus lábios. – Ele falou apontando pra minha cara

-Ai, Meu Deus. – Levantei e corri para a frente do espelho que tinha em cima da lareira da sala e quase morri quando notei que o que ele falava era pura simpatia. Minha cara tava um lixo. Eu parecia um tomate ambulante, com olhos, nariz e boca, totalmente inchados – Me ajuda Jazz. O que eu faço? – Perguntei entrando em pânico

-Você é alérgica a alguma coisa? – Perguntou olhando em volta

-Que eu saiba não. – Falei indiferente àquilo

Então ele veio até mim com um vaso de flores e eu retomei meu ataque de espirros.

-Acho que você é alérgica às flores. – Ele falou pegando em todos os vasos e tirando da sala

O pior é que eram imensos. E estavam espalhados pela casa. A coceira começou se espalhando pela cara toda e eu comecei chorando desesperada com o aspeto lastimável que minha cara tinha.

Jazz correu até mim preocupado e me segurou pelos ombros.

-Fala, o que você tá sentindo? Tá doendo? Porque você tá chorando? – Perguntou inquietado

-Eu…tô…horrível. – Choraminguei e ele me abraçou

-Você é linda de qualquer jeito Vanessa. – Sussurrou em meu ouvido

Quase desmaiei com essa revelação. Ai, Jesus me abana! Como ele consegue ser tão fofo e querido numa hora dessas? Não resisti muito tempo a ficar apenas olhando nos olhos dele e o beijei. Ou pelo menos tentei, porque com os meus lábios inchados daquele jeito não dava para mexer a boca direito. Ele sorriu nos separando e acariciou meu rosto.

-Melhor tratarmos primeiro de seu rosto, para depois podermos executar direito esse beijo. – Ele falou sorrindo

Ainda bem que minha cara já tava vermelha, porque eu tenho certeza que ruborizei.

Ele foi até casa buscar uma mala de primeiros socorros e quando chegou passou uma pomada por todo o meu rosto e me deu uns remédios para acalmar as alergias.

Demorei algumas horas para meu rosto voltar ao normal e ele só se foi embora quando viu que eu estava bem. Se despediu de mim com um celinho e com uma promessa que o beijo se iria repetir.

Ai, tô sonhando e não quero acordar mais.