Dangerous Ways - Caminhos Perigosos escrita por BabySophiaBR


Capítulo 34
34 – Beijos, Parte II


Notas iniciais do capítulo

Para quem pediu um moment Rose Jake aqui tá ele



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POV Rose

 

Acordei mais disposta pensando que agora eu tinha um emprego e um salário para ajudar Lice a sustentar essa mansão e a nossa “família”, mas logo minha animação se esvaio quando lembrei com quem eu iria trabalhar. Fui até meu closet escolher uma roupa e peguei a primeira que vi. Uma blusa de manga comprida branca, uma calça jeans também branca, um colete preto e um all star também preto com detalhes brancos.

 

Deixei tudo pousado sobre a cama e fui tomar uma ducha rápida.

Assim que me aprontei desci para o café da manhã sem antes deixar de ouvir Bella gritar lá do quarto. Nessie corria de um lado para o outro com flores na mão mas nem perguntei nada. Na verdade estava tentando guardar todo o meu bom humor matinal (N/A: ironia) para o fedelho Black.

 

Peguei em um copo de suco e o bebi de golada e em seguida levei uma peça de fruta para comer pelo caminho. Sai em direção ao Mercedes que Lice tinha comprado em L.A. e dirigi até o Dialy Forks com uma música qualquer que tocava na rádio, aos berros. Se bem me lembro a música era Ironic da Alanis Morissette. Estava mais concentrada em gritar junto com a música do que prestar real atenção no que tocava.

 

Em pouco mais que quinze minutos eu estava parando no parque privado da empresa. Entrei no elevador importunada por ter que me sujeitar às ordens de Jacob. Caminhei imponente e de queixo erguido na nossa, infelizmente, sala e me sentei em meu posto. Minha mesa tinha uma pilha enorme de pastas e papéis e eu bufei de raiva ao notar um post it amarelo colado no cimo da pilha com os seguintes dizeres: “Ordene por data, corrija os erros e rasgue o que não é necessário. Kiss J.”

 

O cara ainda tinha a distinta lata de me mandar beijo? Que ódio. Comecei meu árduo trabalho e agradeci não ter que levar com a fuça dele a manhã toda. Parece que ele teve que tratar de uns assuntos fora do escritório e isso me deixava mais descansada, mas não menos irada.

A hora do almoço também foi calma e maior parte do meu trabalho (escravo) estava terminado. Fui na cantina e peguei uma salada de marisco pra comer e um suco natural. Meia hora depois subi de novo para meu escritório e o idiota já estava lá sentado, com os pés imundos em cima da mesa dele e falando animado no celular.

 

-Claro gata, quando você quiser…sim…espere só um pouco. – Ele parou de falar no celular e se virou para mim – Já almoçou?

-Sim. – Respondi estranhando a curiosidade dele

-Ótimo. – Ele respondeu com um sorriso – Vá buscar meu almoço. Me traga um refrigerante e um taco bem caprichado. (N/A: Pra quem não sabe, tacos é uma comida mexicana…que sinceramente nem eu sei explicar como é…kkkkk) – Me pediu e eu o olhei embasbacada

-Como é que é? Eu acho que não escutei direito. – Falei virando meu ouvido em direção a ele e fazendo um gesto com o dedo indicador em direção ao meu ouvido

-Clarinha, meu doce, te ligo daqui a pouco. Tenho que dar aqui umas instruções mais detalhadas a minha funcionária. – Ele falou desligando – O que você não percebeu? – Ele perguntou desligando a tampa do celular em sua mão

-Você acha que EU vou buscar comida pra você? – Perguntei apontando para meu peito

-Não. Eu não acho. – Ele deu um sorriso – Eu tenho certeza. – Ele deu um sorriso ladeiro e cruzou as mãos inclinando seu tronco para a minha direção

-Ah, mas você é muito abusado! – Atirei me levantando de minha cadeira

-Se você quiser eu peço com mais delicadeza. Você se importa de POR FAVOR ir buscar meu almoço? – Perguntou se levantando também e me encarando

-Já que você tá de pé, vai você. – Falei com cinismo e ele me estreitou os olhos

-Rose, Rose, você não me deixa outra alternativa. – Ele falou com ar de quem vai aprontar e batendo os dedos na mesa – Se você não for buscar meu almoço, eu… - Ele começou e eu logo o cortei

-Você o quê? – Falei com um tom de voz mais grave e superior demonstrando meu descontentamento

-Eu te passo mais umas três pilhas de trabalho. – Ele consumou seu ato de ameaçar e eu cerrei meus punhos com força e sai dali resignada

 

Me deu uma enorme vontade de cuspir na comida dele ou de botar veneno de rato mas eu já tinha demasiadas mortes nas minhas costas. Pensei também em jogar o taco na fuça dele e desejar que aquele fosse realmente um taco de basebol. Durante todo o seu almoço eu desejei com toda a força do meu ser que o maldito engasgasse e sufocasse e cheguei até a imaginar várias maneiras de ele morrer. Umas bem lentamente e outras mais sanguinárias.

 

Ele continuou me passando trabalho idiota para eu fazer e eu cada vez estava mais no meu limite de explodir. Sempre que eu errava em algo ele me repreendia e eu me sentia mais e mais humilhada e com muita mais raiva dele. Até que minha paciência foi prós quintos dos infernos quando ele me pediu pra buscar café para ele.

 

-Você acha que isso é café de jeito? Está amargo e frio. – Ele rabujou me entregando o copo

 

Nesse momento eu deixei de ver porque meus olhos se encheram de água, que não desceram, de tanto ódio que eu estava sentindo. Eu era assim. Se tava nesse estado de nervos ou ria que nem uma louca ou chorava que nem uma condenada. Nunca havia meio-termo e as duas reações vinham sempre trocadas. Eu peguei o café das mãos dele e joguei na cara dele e em seguida na sua calça social caqui.

 

-Você ficou louca? – Ele perguntou de braços abertos pra me mostrar bem o estrago que eu tinha feito

 

Nem me dignei a responder e peguei minhas coisas pra sair dali. Ele me segurou no braço e quando olhei no rosto dele ele percebeu que o melhor era me soltar.

Corri para o elevador e carreguei insistentemente no botão para que a porta fechasse. Mas no momento que ela começou a fechar ele entrou.

 

-Você pode me explicar o que deu em você? – Ele perguntou mas eu o ignorei então ele fez o inesperado, carregou no botão de stop e parou o elevador

 

Eu o olhei com fúria e carreguei de volta no botão. Ficamos assim por um tempo até que ele parou de novo e me segurou pelos pulsos.

 

-Me. Solta. – Urrei entre dentes

-Não. – Ele falou firme

-Você não percebe que é o ser mais execrável de todo mundo e que sua presença me repugna? – Falei com desprezo

 

Nesse instante a luz do elevador foi abaixo e o mesmo deu um leve solavanco mas que levou nós dois ao chão. Uma fraca luz azul se acendeu e eu olhei para cima.

 

-Merda. Logo agora! – Jake bramiu – Será que esse gerador nunca mais é concertado?

-Que aconteceu? – Perguntei

-Aconteceu que estamos presos no elevador.

-Como assim presos?

-Presos, oras. Agora só ano que vem! – Ele bufou passando as mãos no rosto

-ANO QUE VEM? – Eu gritei

-Calma, é só forma de expressão. Mas da última vez demorou quase cinco horas para tudo voltar a funcionar.

-EU VOU FICAR 5 HORAS TRANCADA COM VOCÊ NESSE CUBÍCULO! – Gritei irada

-Quem devia estar bravo era eu. Foi você que me jogou café na roupa! – Ele atirou

-Você é que fica me fazendo de escrava! Eu sou mais velha que você garoto e tenho com certeza muita mais experiência nesse mundo que você. Mas mesmo assim você continua me passando trabalho que não está a meu cargo

-E o que está a seu cargo? Que eu saiba você nunca trabalhou antes. Como pode ter mais experiência do que eu? – Ele perguntou

 

Para todos os efeitos eu nunca tinha trabalhado numa revista antes mesmo e me recordar do meu passado e de tudo o que eu estava tentando reconstruir e que ele fazia questão de destruir me deu um aperto no coração. Lembrei dos momentos felizes de pura idiotice e traição que eu passei com Royce e as lágrimas invadiram meu rosto.

 

Escondi o rosto na mão pra tentar manter o mínimo de dignidade perante ele, mas não estava resultando. Eu soluçava alto e então eu me deixei ir. Coloquei a cabeça sobre os joelhos e chorei aquilo que tinha direito.

 

-Rosalie. – Jacob me chamou em tom de desespero contido

-Eu só queria puder retomar a vida de onde eu parei. Eu só queria conseguir me reerguer de tudo o que me botou pra baixo. Mas o que eu fiz não tem perdão. Eu não tenho perdão. Eu mereço tudo isso que você está me fazendo. – Desabafei ainda sem mostrar meu rosto

 

Jacob permaneceu em silêncio por um tempo apenas ouvindo meu choro mas depois fez uma coisa que eu nunca esperaria dele. Ele me abraçou e me embalou.

 

-Shuuu…isso vai passar. Eu prometo. Se acalme. – Ele murmurou no meu ouvido me acariciando as costas e os cabelos

 

Eu me deixei levar pelo seu abraço e enterrei o rosto no vão do seu pescoço ainda com as mãos no rosto.

 

-Rose. Me olhe. – Ele pediu segurando meu rosto e me olhando nos olhos enquanto limpava minhas lágrimas com os dedões – Me desculpe por todo o mal que lhe causei. Eu tenho sido um verdadeiro estúpido com você. Me desculpe. – Ele pediu e olhando naquele mar negro eu pude ver o sincero arrependimento das suas palavras

 

Eu nada respondi pois me senti realmente hipnotizada pelos seus olhos. Nosso olhar não se desviou um segundo e eu nem contei o tempo que ficamos nos olhando. Mas parecia que o tempo não passava e que o mundo deixara de existir.

Só notei que ainda estávamos nos olhando quando seu olhar desceu para minha boca e eu automaticamente fechei os meus olhos dando um consentimento silencioso e inconsciente de que ele podia avançar.

 

O beijo era doce e carinhoso demais e ficar ali nos braços dele se tornou reconfortante. Então o elevador deu outro solavanco e começou a funcionar. Me desprendi dele e o fitei incrédula tanto com o que aconteceu como pelo fato de eu o ter permitido. Assim que a porta abriu eu me levantei do chão e sai dali correndo em direção ao parque. Ele correu atrás de mim e bateu no meu vidro assim que eu pus o carro a trabalhar. Mas eu não o atendi e pisei fundo.

 

Assim que cheguei a casa subi direto para o meu quarto e me tranquei lá desabando num mar de lágrimas.

De arrependimento e de dor.


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Notas finais do capítulo

Comentem mto
beijoooooxxxxxxx