Enchanted escrita por Queen of Nárnia


Capítulo 6
Lembrança - Parte 5


Notas iniciais do capítulo

Tem a chance de alguns de vocês quererem me matar depois desse cap kkk mas espero que não me matem >—
Espero que gostem do capítulo ♥ e
BOA LEITURA



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Lembrança - Parte 5

Winthrop

Narração em 3ª pessoa

10 anos antes

Kristopher estava pensando em como responder Bryn, mas não veio nada em sua mente, pois o que mais queria era deitar em seu colo, e assim fez. Ainda que meio receoso o garoto deitou no colo da menina e ela involuntariamente começou a mexer com os cabelos ruivos do menino, fazendo-o corar mais ainda.

— Kris, você está bem... com isso tudo..? – por mais que o garoto tenha achado um ato muito lindo, não queria muito falar sobre isso, mas pensou, que se fosse com a Bryn ele poderia conversar.

— Foi tudo minha culpa. Se eu tivesse sido mais corajoso e forte eu poderia ter parado ele. Eu... Eu... Eu tinha que ter sido mais forte Bryn, você entende isso? O vovô morreu por que eu não fiz nada por ele.

Os olhos do garoto já estavam molhados e algumas lágrimas já desciam por seu rosto. Ele não conseguiu olhar para a garota, mas ela o olhava atentamente e sem saber o que fazer para fazê-lo parar de chorar, enfim, simplesmente levanto-o levemente e o abraçou, acariciando seus cabelos.

— Não foi culpa sua Kris. Nunca vai ser culpa sua. O seu avô foi pois achou necessário, não pois foi obrigado, ele quis ir, e a culpa não é sua.

Ela continuou acariciando os fios vermelhos do garoto por um longo tempo, mesmo que ele já não mais chorasse, ela gostava de agir assim com ele, e por isso continuou por muito tempo, com os dois em um confortável silencio.

*8 anos antes*

Dois anos depois daquele triste dia, a amizade de Kris e Bryn ainda existia, e continuava sendo pura e inocente como no início. Não existia amor, só a amizade.

Eles se encontravam todo dia, mesmo que só por alguns minutos, e ainda mais considerando que agora, com 9 anos, Kristopher tinha mais responsabilidade e aulas, para que um dia se torne um grande e honrável sucessor de seu pai. O garoto tinha algumas de suas aulas juntamente com outras crianças, mas, diferente de antes, atualmente ele tinha amigos. Conseguiu mostrar a todos que não é só o filho do Rei, ele conseguiu mostrar que ele tem sua própria vida e que aliás, é um ótimo amigo.

A cada dia o pequeno príncipe ficava mais bonito e admirado por milhares de garotas, e também a cada dia estava mais bem falado, e toda aquela hostilidade com ele praticamente se extinguiu, e tudo isso foi graças a Bryn. Depois que conseguiu sua primeira amizade ele viu que as pessoas podiam conversar com ele normalmente, e por isso se esforçou para agir normalmente e fazer amigos, e ele conseguiu. As pessoas agora olhavam para ele com outros olhos, se antes, olhavam-no com desesperança, agora o viam como alguém que era o mais propício a ser um dia um grande rei.

Ele agora era feliz, mesmo que ainda se lembrasse de cada detalhe daquele triste dia de dois anos antes, ele era muito feliz. E por mais que ainda fosse muito novo tinha maturidade, talvez mais que muitos adultos que por aí existam, e seu corpo também não ficava para trás. Era magro, mas não exagerado, e seu já começava a se definir resultado do extremo esforço que o garoto faz, excedendo o limite necessário de aulas em muitas das coisas.

O triste garoto que era desapareceu completamente, mas ainda existia uma coisa que ele não abandonara. A vontade de vingança por seu avô. Ele sempre soube que foi a floresta que o matou, ou quem sabe o que tem na floresta, e por isso um dia, vai lá entrar e ver com seus próprios olhos o que se passou na frente de Frederick.

~*~*~

Mesmo que muito tempo tenha se passado, Kris ainda gostava muito daquele lugar onde conheceu Brynhild. Era lá que ele sempre ia quando estava um pouco triste, queria pensar ou mesmo quando queria se encontrar com Bryn, e naquele dia ele estava lá de novo, simplesmente olhando para o céu e vendo as nuvens passarem vagarosamente.

As vezes também, mudava seu olhar para a floresta, e em um desses momentos, enquanto olhava para a floresta escutou um farfalhar e viu algumas folhas se mexendo, fazendo então com que ele se sentasse e passasse a observar o lugar para ver se via algo. Pensou ter visto uma silhueta feminina, mas quando ia se levantar sentiu alguém tocar seu ombro e se sentar ao seu lado.

— Bryn, o que foi? – ele ficou desesperado ao ver que a garota estava chorando e não soube o que fazer.

— M-m-meu pai... E-e-ele... – a garota não estava conseguindo falar direito, e a cada segundo os soluços e lágrimas aumentavam mais, desesperando-o mais imaginando o que poderia ter acontecido para ela chorar tanto. O pior se passou em sua mente, mas ele preferiu descartar a ideia, e como tempos antes foi feito com ele, a garota foi abraçada fortemente e teve seus cabelos acariciados.

Kris passava os dedos pelos longos cabelos alaranjados da menina e murmurava uma melodia calma para ela, perto de seu ouvido, em consequência a posição deles, onde Bryn estava com a cabeça recostada no vão entre seu pescoço e ombro do menino e ele tinha a cabeça encostada sobre a dela.

Passou-se muito tempo desse jeito e ela já havia parado de chorar e se acalmara, e então o garoto se deitou na grama e colocou sua cabeça sobre seu peito, ainda acariciando seus cabelos. Era uma cena muito inocente. Não havia nenhum outro pensamento em nenhum dos dois naquele momento, como nunca houve. Os dois não sentiam vergonha, pois era assim que sempre agiam e ali só existia o sentimento de amizade, e nada mais.

Ficaram assim por mais um longo tempo e finalmente eles quebraram o silêncio que já estava morando por ali.

— Sabe Kris, o meu pai, ele... ele morreu Kris. – ela disse quase voltando a chorar novamente, mas o garoto a acalmou, e pediu que só contasse quando ela quisesse.

— Ele tinha saído para caçar, mas a faca dele estava sem corte. Quando ia abater o lobo foi atacado, e não conseguiu feri-lo o suficiente para ele parar de atacar. – tinha se passado alguns minutos e ela resolveu se explicar, não necessitando que o garoto perguntasse nada.

— Bryn, olha pra mim. – ele disse num tom de voz suave e calmo, fazendo com que a garota obedecesse rapidamente, e então ele pegou seu rosco com as mãos e encostou as testas fechando os olhos – Eu não sei se você está se sentindo culpada, mas sei que está triste, e não importa o que, eu sempre vou estar ao seu lado, e por isso, a qualquer momento que você quiser falar qualquer coisa comigo, é só chamar que eu vou. A qualquer momento que quiser qualquer coisa, é só falar que eu tento. A qualquer momento que quiser chorar, é só falar, que eu te empresto meu ombro. A qualquer momento que quiser um amigo, eu vou estar aqui.

Ele dizia aquilo com tanto sentimento que a garota com aquelas palavras voltou a chorar, mas não só de tristeza, como também de felicidade por ter um amigo tão precioso e importante.

— Kris, você se lembra que eu nunca falo da minha família? – ela estava meio receosa, e o garoto percebeu.

— Sim, eu me lembro. Mas não precisa me falar nada Bryn, você sabe que nunca vai precisar se sentir obrigada a me contar algo.

— Eu sei, mas eu tenho que te contar. Eu não tenho mãe Kris, na verdade a mulher que me criou me achou perto da fonte um dia de madrugada, e cuidou de mim. Eu a chamava de mãe, mas ele morreu 1 ano depois que me adotou como filha, ela era casada, por isso vivia com meu pai. Mas, eu vou ter que me mudar. Eu tenho que ir pra casa da minha tia em Mithras. – ela falou tudo meio rápido, não deixando muito tempo para Kristopher falar, e no final ele não tinha fala. Ouviu tudo atentamente, e ficava cada vez mais triste ao lembrar dela com sua voz tristonha dizendo que devia ir para Mithras.

— C-como assim Bryn? Mithras? – ele estava meio indignado com o fato de ela ter que se mudar, não com o fato de ela não ter contado nada sobre não ter uma mãe ou algo do tipo, mesmo que tivesse achado chato. Contudo, ao ouvir o que ela disse no final esqueceu aquilo na hora. – Mas Mithras é quase do outro lado. É muito longe, você... você não pode ir pra lá. Se você for, o que eu faço?

— Kris, eu não posso ficar. – ela já chorava novamente, e o garoto tinha os olhos marejados. – Não tem com quem eu morar, e o único parente do meu pai mora lá, e é minha tia. Ou eu vou, ou moro na rua aqui.

— Você pode morar no castelo! Meu pai não se importaria, e eu também não, ninguém se importaria se você fosse morar lá Bryn. – ele tinha esperanças que ela poderia ficar, e dizia aquilo quase como um apelo.

— Kris, eu nunca fui no castelo e muito menos falei com seu pai. Eu não posso ir lá de repente e pedir para morar lá. – por mais que fosse a única opção, ela se sentia mal por pensar em fazer isso, sendo que mesmo com dois anos de amizade ela nunca ao mesmo deu um oi ao pai do amigo ou mesmo chegou perto o bastante dele.

— Por favor Bryn, vamos lá comigo. Isso não é problema, eu te imploro, fica comigo.

O príncipe não aceitaria um não como resposta dela, e antes de terminar de falar pegou em sua mão em pedido de suplica e ao ver que ela hesitou, começou a puxá-la levemente para direção do castelo.

~*~*~

Felizmente, para Kristopher, o seu pai não estava ocupado, e logo que viu os dois entrando no castelo se surpreendeu com a presença da garota. Logo ele sorriu e foi até os dois.

— Bem vindo de volta meu filho. E você minha querida, seja bem vinda. A que lhe devo a visita?

— Olá Rei Millard. Desculpe a interropção – Bryn disse formalmente e já ia se curvar quando o homem colocou a mão em seu ombro impedindo o ato e falou sorrindo.

— Não precisa de toda essa formalidade. Aja naturalmente, eu só sou o pai do seu amigo.

— Pai, eu quero te pedir um favor. – interrompeu o garoto abruptamente.

— Sim, meu filho, pode falar.

— A Bryn pode morar aqui?

— Que pedido inesperado. – disse o rei e riu levemente – Por que deseja que ela more aqui? Não seria ruim ela ter que abandonar seus pais?

— Meu pai morreu senhor Millard. – disse a garota de calmo, mas percebia-se um nó que estava se formando em sua garganta ao falar.

— Sinto muito. Entristece-me ouvir esta notícia minha querida. Mas sendo assim, se para você tudo estiver bem, com toda certeza pode morar aqui.

— Sério pai?? – o garoto já estava eufórico e pulando. Ele logo abraçou a amiga e ficou pulando com ela, enquanto o pai ria dos dois.

— O senhor realmente não se importa, senhor Millard?

— Por favor, me chame de Edward. E é claro que não me importo. Será ótimo ter outra criança por aqui. Aliás, posso lhe perguntar quando vai se mudar para que ajudemos com suas coisas?

— Quando o senhor permitir. – ela já estava mais aliviada e feliz por saber que não precisaria se separar de seu amigo e pelo fato de ser aceita ali.

— Então pode ser hoje mesmo?

— Sim senhor.


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Notas finais do capítulo

Beeem, acho que a maioria não gostou muito de saber que eles não se gostam néh 'haha' PERDÃO ♥ amo vcs kk
Sério, desculpa gente, eles não vão ser um casal. Na verdade a Bryn não ia existir por agora.
Críticas construtivas são SEMPRE bem vindas e AMO interagir com meus leitores. ♥
Até o próximo :3



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