James olhou desesperadamente para Rose, a ruiva continuava estática no lugar sem expressão nenhuma, o moreno pigarreou e Rose torceu o nariz, ela estava pensando...

— viemos visitar o orfanato - Rose respondeu como se fosse à coisa mais óbvia do mundo

— ta bom, eu não caio nesse papo- a loira revirou os olhos

— viemos a trabalho, precisamos de pistas - James rapidamente falou como se aquilo fosse um segredo

— pistas? Em um orfanato? - ela riu sarcástica e Rose amarrou a cara

— sim, e a propósito o que você faz aqui? Por que é voluntária em um orfanato? - a ruiva perguntou seca

— eu sou voluntária aqui, caso você não saiba, seres humanos podem ajudar os outros - rebateu como se ensinasse a uma criança

— mas porque ajudar? Você é tão... Fria! - Rose falou entre dentes

— motivos pessoais - revirou os olhos - gosto de crianças, elas são inocentes, merecem carinho e respeito - a loira falou com os olhos brilhantes

— então realmente está aqui pelas crianças? - baixou o olhar constrangida

— sim - Jaqueline falou em tom de convicção e deu as costas, James suspirou profundamente e se voltou para a ruiva, pegou seu braço e praticamente a arrastou para fora da casa

— o que está fazendo? Eu preciso...

— incriminá-la? - James questionou com a voz cansada

— não, Sirius... Ela só pode estar aprontando - Rose cerrou os olhos irritada

— pare com isso, ela é muito doce, tem um grande coração, e você que está sendo fria - o moreno a encarou um tanto chateado - sempre foi assim não é? Sempre pensando em si mesma! Pensei que você não me escutava, mas sim, você me escutava e o que fazia com isso? Usava minhas palavras como lixo, jogava fora logo depois! Lembra da noite na árvore, não lembra? Está na hora de parar, Rose - James exclamou segurando em seus ombros, ela lhe olhou revoltada e com olhos marejados

— eu guardei, guardei cada palavra sua, eu precisava delas para alimentar meus sentimentos inúteis, e o que você fez? Deixou-me ir! Deixou-me cometer um erro, você não soube o quanto eu fiquei mal naquela noite! Eu juro que só precisava daquelas palavras! - ela falou com lágrimas revoltas descendo pelo rosto, o moreno engoliu em seco e fechou os olhos

— sabe de uma coisa? - James respirou fundo - Vamos continuar nossa pesquisa - ele respondeu com um suspiro longo e se afastou da ruiva indo até o carro

— não dê as costas para mim, James! Não de novo! Pare de fugir! - ela murmurou com a voz embargada

— pare de acreditar! - ele rosnou e ela arregalou os olhos se calando, baixou o olhar e seguiu a passos lentos e pesados até o carro, entrou sem falar uma palavra e com os olhos nublados focou na pista, o moreno passou a mão pelo cabelo e entrou no carro, engolindo o seu próprio ego preferiu o silêncio para pensar.

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Fleur bufou passando a louça para um lado, se perguntou por que naquela casa não haviam elfos, bem, ela não podia realmente ligar para isso podia? Era bom ajudar nos afazeres de casa, ainda mais no estado da senhora Weasley, Victoire passou pela manhã deixando algumas compras ali, a família toda parecia estar realmente dedicada a reerguer a matriarca, esquecendo-se até mesmo de suas dores.

Virou-se com os pratos em mãos e carregou até a mesa, como em uma pilha ela começou a enxugar, passando os pratos para o lado até ouvir um grito do andar de cima, saltou derrubando um dos pratos no chão, o prato se espatifou ao encontro do chão, saiu em disparada até as escadas, subiu com passos largos e correu o mais rápido que pode até o quarto de onde vinha o grito.

Encontrou uma Molly paralisada e com as mãos na boca, ela olhava atentamente para o chão, onde uma faca banhada em sangue se encontrava, a cama estava afastada para um lado, e uma única faca brilhava no chão.

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Alvo inspirou profundamente, girou a maçaneta da porta e puxou a chave, empurrou a porta com o braço e passou, com expressão cansada olhou para dentro, até que seu olhar caiu sobre a jovem, ela tinha a cabeça baixa conversando com o ventre.

— e então? Onde você acha que está o papai? – ela sussurrou acariciando o baixo ventre

Alvo arregalou os olhos que se encheram de lágrimas, o verde esmeralda se tornara verde tempestuoso, levou a mão ao cabelo e encostou à cabeça na parede fria, Alice suspirou e sorriu para seu filho que se formava ali, Alvo deu um passo a frente e ela o encarou

— Alvo! Finalmente chegou! – ela murmurou alegre

— Alice... – ele sussurrou com lágrimas escapando pelo canto do olho

— Al, está tudo bem? – ela perguntou caminhando até o moreno

— eu não sei... – ele fungou e tentou sorrir, ela franziu o cenho e levou a mão a seu rosto, limpando suas lágrimas

— Alvo, não fica assim, me conta o que aconteceu, meu amor... – Alice deixou os ombros caírem preocupada

— não foi nada, talvez esteja triste pelo vovô – ele respondeu engolindo em seco, ela ergueu uma sobrancelha desconfiada

— acho melhor você descansar um pouco – ela sorriu docemente, Alvo se agachou e acariciou o ventre da jovem

— eu sempre vou estar aqui – sussurrou depositando um beijo ali, se levantou e beijou a testa da namorada, caminhou vagarosamente até as escadas.

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Lily manteve seus olhos fechados por um longo tempo, só ouvindo as batidas de seu coração, não queria ter que abrir os olhos, não queria pensar que aquilo fosse um sonho, queria que fosse real, que pudesse ser realmente real; Suspirou um tanto chorosa e abriu os olhos, enxergou a sala a sua frente, com as cinzas da carta ainda no chão, a porta entre aberta, a luz fraca que iluminava o ambiente.

— Hugo... – a ruiva sussurrou com medo de suas próprias palavras

— Lily!? – ele respondeu também baixinho, ela suspirou mais uma vez e esticou os braços o abraçando

— eu realmente não quero ser independente – sorriu envergonhada e ele franziu o cenho

— se depender de mim, você vai depender de mim – ele falou divertido e Lily gargalhou

— Esqueça o papo furado, temos que trabalhar - Lily piscou os olhos freneticamente e voltou sua atenção ao que estava fazendo