Molly fungou ao lado de Fleur, a loira doava o seu ombro amigo com muita compaixão, Hermione tinha o olhar baixo vendo o próprio marido a ponto de chorar em sua frente, a maioria já chorava tristemente, Gina se derramava em lágrimas, Harry ao seu lado engolia as próprias mágoas para amparar a esposa, Jorge encarava o nada, lembrava-se de quando perdera o irmão, perder o pai seria algo demais, Percy e Audrey ainda não haviam chegado ali, provavelmente, presos no ministério, a boa parte dos jovens começavam a chegar aos poucos.

— vai ficar tudo bem – Hermione murmurava com convicção como se também precisasse acreditar naquilo

— e se não ficar? – Gina choramingou escondendo o rosto entre as mãos

— ele logo vai estar aqui conosco Gina – Harry afirmou com os olhos arregalados, abraçou a ruiva libertando suas próprias lágrimas

— esperamos que sim – Percy falou entrando na sala e sendo recebido por olhares chorosos, logo atrás chegava um Alvo apressado

— o vovô é forte, ele vai ficar bem, ele tem que ficar bem – Alvo assentiu andando até a recepção e pegando seu jaleco

— Alvo, acho melhor você não... – Hermione olhou com carinho para o garoto que lhe sorriu culpado

— eu tenho que saber o que está acontecendo – o moreno depositou um beijo no topo da cabeça da mãe e seguiu pelos corredores apressadamente

— Merlin o ajude – Angelina sussurrou apertando uma mão contra a outra.

Aquele lugar parecia de algum modo escuro, algo triste, onde as pessoas lamentavam como se fosse o final do mundo, como se a vida terminasse por ali, como se Fred morresse mais uma vez...

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Com passos largos atravessou o corredor, seus olhos já se enchiam de lágrimas, as coisas seriam assim? Desse modo tão triste? Fungou com força colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, pelo que exatamente estava chorando? Por Scorpius? James? Arthur? Ou por si mesma? Por que era tão boba a ponto de chorar por coisas normais da vida?

Por que chorar por Scorpius? Tudo havia diluído, se transformado em pó, um relacionamento de anos a fio acabou, como em um passe de mágica, talvez não devesse ter começado de qualquer jeito.

Por que chorar por James? Existiam motivos para aquele ogro? Ainda chegava a perguntar o porquê, porque de ele continuar parado ali, apenas com os olhos marejados, e ter a deixado escapar, por suas próprias mãos.

Por que chorar por Arthur? Ah! Esse sim seria um ótimo motivo para chorar, não que fosse bom de verdade, seu avô estava em algum lugar no S.T Mungus, desacordado, e talvez, um Alvo desesperado ao seu lado, chorou pelas lembranças com o Patriarca Weasley, pelas histórias de guerra que ouvia quando criança, pelas brigas separadas pelo próprio, pelos conselhos sábios quando ainda era adolescente... Ele tinha que ficar bem...

— o ministério da magia adverte, é proibido usar drogas – a ruiva ergueu o rosto para a jovem a sua frente, a loira carregava um sorriso autoconfiante, cheia de si, Rose fungou e enxugou o rosto.

— não uso drogas, só estou chorando – Rose respondeu chorosa.

— eu sei, bobinha, mas você vai ficar aí parada? – ela murmurou, Rose olhou ao redor e começou a caminhar envergonhada, a loira começou a caminhar ao seu lado e Rose a olhou incrédula.

— você não tem que trabalhar? Ou algo do tipo? – a ruiva questionou desconfiada

— você é Rose, não é? Rose Weasley!? – ela foi direta e Rose ergueu o olhar, ainda mais desconfiada

— sim, senhorita...?

— Jaqueline Pasquet – cumprimentou e a ruiva correspondeu a olhando de cima a baixo

— muito prazer – Rose sorriu timidamente e a loira por um momento lhe encarou com desprezo

— você não tem que trabalhar? – ela falou dando as costas e sumindo na multidão, Rose bufou, que garota esquisita.

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Com as lágrimas escorrendo pelo rosto Molly suspirou, o que mais faria? Ele tinha que suportar, ele era forte, foi por todos esses anos, não podia ir agora, e porque iria? Já teria terminado sua missão na terra? Aliás, todos tinham uma missão na terra? E bruxos principalmente!?

— vai ficar tudo bem – Harry afirmou mais uma vez tentando confortar os outros

— que demora, onde está a evolução da ciência quando precisamos dela? – Roxy perguntou emburrada, Harry lhe lançou um olhar significativo e ela se calou

— mas já fazem cinco horas – Hermione resmungou fechando os olhos com força.

Passos ecoaram pelo corredor silencioso, com um sobressalto a maioria se pôs de pé, um tanto surpresos por não ser Alvo, Molly engoliu em seco já esperando o que vinha pela frente

— vocês são os parentes de Arthur Weasley? – ele perguntou com a voz rouca

— sim – Gina respondeu rapidamente em esperança, o jovem medibruxo suspirou

— sinto muito, tentamos de tudo, mas ele não resistiu – ele respondeu com a voz cansada, Molly desabou nos braços do filho mais velho, as lágrimas já se espalhavam pela sala em todos os rostos.