A Liberdade do Corvo escrita por Raquel Barros, Ellie Raven


Capítulo 13
Capitulo Doze - Emma


Notas iniciais do capítulo

Oi sadizinhas, tudo bem?



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Quando Gwen beijou Caleb bem rapidamente, como se por um nonagésimo de segundo ela não fosse mais ela, eu tinha certeza que nunca lutaria por nada que Ethan pegar-se e fosse meu. Ethan congelou do meu lado, e Cyrus parou de ler o livro só para olhar a reação de Caleb, que parou de se mover. Ele não tirava os olhos cinzentos arregalados de cima do rosto avermelhado de Gwen. Eu também não sabia o que fazer, na verdade, eu estava muito mais paralisada do que qualquer um nessa sala. A Gwyneth beijou o Caleb. Zoey começou a rir do nada, olhando parar uma cena tão séria.

–Qual é a graça?

Pergunto antes de qualquer um. A Zoey apenas me dá um olhar maroto tão rápido que até achei estranho. Como se ela guardar-se um segredo sobre esse beijo. Do jeito que Zoey é ela deve está mesmo.

–Com o que vocês estão tão impressionados? Isso é biologia básica.

–De que mundo?

Pergunta Ethan com aquele mau humor crônico dele. Zoey faz um laço no cadarço de um dos coturnos dela, e dá aquele sorriso de sabe tudo que só ela sabe dar. Que a Zoey é uma garota estudiosa todo mundo sabe. Mas ninguém imaginava que ela sabia alguma coisa de biologia que eu, ou Gwen não saiba. Afinal de contas eu estudo nada menos do que enfermagem.

–Do nosso, bobinho. Só que no caso dos dois ali, tem algo chamado de TPC entrando em ação.

–O que é TPC?

Pergunta Caleb voltando à vida e saindo de cima de Gwen, que suspira aliviada. Acho que nunca mais ela vai cair nessa bobagem de novo. De beijar o Caleb.

–Gwen, amiguxa, me diga, que dia é hoje?

–Quinta, 23... E esqueci.

–Se eu fosse você saia logo daqui antes que desça.

–É você tem razão.

Concorda Gwen, levantando, pegando sua muletinha, e esperando a porta abrir de ré. Na verdade, a porta não abre, e ela tem que virar para fazer o reconhecimento, então sai. Depois disso olho para Zoey procurando respostas. Nunca ouvi falar de TPC na vida.

–É Tempo Para Conceber.

Responde Zoey para a compreensão geral. Gwen estava naquela época em que Alfas de matilhas diferentes acabam ficando loucos. Ou ela fica louca. Normalmente é nessa época que Gwen descobre por quem ela se sente atraída verdadeiramente ou não. E pelo jeito Caleb é um candidato promissor. O pretendente de Gwen, rir nervoso antes de ficar vermelho como um pimentão maduro.

–Sabe o que isso significa?

Pergunta Ethan torcendo a barra da camisa, que acabava subindo um pouco. Consigo ver o abdome malhado dele, mas paro de olhar por ser uma combinação até perigosa com sua face. E ele dava um olhar e outro para mim, que me deixou mais vermelha do que o sangue.

–Bebês?

–Você, longe da Gwyneth!

–Affs!Fala como meu pai.

–Estou apenas nos evitando uma grande, grande confusão.

–É pode até ser, mas a minha não se comparar a que você está arranjando enquanto deseja uma das pupilas de Carmem. Ela é a Perséfone e você o Hades, isso não vai dá certo.

Retruca Caleb esquecendo completamente que eu estou aqui. Não que eu seja tão desejável a ponto do Ethan se interessar por mim, mas eu ainda sou uma pupila de Carmem. E se a tal garota for uma das minhas colegas, eu ainda vou conhecer. Ethan me dá um olhar rápido e depois começa a discutir com Caleb em outra língua. Sento perto da Zoey que já olhava para o relógio de dois em dois segundos como se pudesse fazer o tempo passar mais rápido. Estávamos sentadas perto da parede contraria as camas. A cela por si só era assustador, mas perto dessas criaturas bipolares, que são interessantes a ponto de serem sedutoras, e perigosas a ponto de ser medonhas, eu poderia sentir a aura de perigo duplo só de está nessa sala. Perigo de vida e perigo de coração. Posso sentir que ao mesmo tempo em que eles podem nós matar, também podem nós fazer ficar perdidamente apaixonadas. Não me sinto confortável com a idéia. Até por que as pupilas de Carmem estão proibidas de se apaixonarem por humanos e por lordes darks. Ano passado, a Carmem mandou embora uma garota porque ela engravidou de um dos pupilos de Alef. Não que isso vá acontecer comigo, mas já houve casos de Carmem ter descoberto casais com suas pupilas e pupilos de Alef, e ela mandou embora as garotas. Ela tem horror à idéia de uma pessoa do lado de Alef entrar em sua casa. A não ser que essa pessoa seja o próprio Alef ou o Vinicius, que de vez em quando vai nos visitar. Então qualquer envolvimento meu com o príncipe sombrio sedutor está incondicionalmente fora de cogitação. Ou Carmem vai me colocar para fora sem dó em piedade. E eu não vou ter para onde ir.

–O tempo parou?

Pergunta Zoey olhando novamente para o relógio dela, e batendo no vidrinho. O desespero da Zoey era pelo mesmo motivo do meu desespero. Um loiro do mal de olhos intensos e sorriso sedutor. Cyrus mesmo olhava para Zoey sempre que ela levantava os olhos. Ele estava bem de boa na dele, lendo um livro grosso de física quântica. O meu problema, Ethan, era ainda mais calmo e chegava até ser frio. Ele dava umas indiretas de vez em quando, mas não eram nada claras. Sempre usava certa, ou pupila de Carmem. Poderia muito bem ser sobre qualquer colega minha. De vez em quando ele e dava uma olhada rápida, e sempre me pegava o olhando também. É como se ele estivesse interessado e ao mesmo tempo não.

–Por que a pergunta?

–Parece que nunca dá cinco da manhã. Estamos exatamente ás quatro e cinqüenta e nove da matina. Deveria já ter dado cinco da manha!

–O tempo deve está de brincadeira com nossa cara.

Digo bocejando. Quando eu chegar-se em casa a primeira coisa que vou fazer é cair na minha cama, para levantar apenas depois da hora do almoço. Afinal, eu tenho treinamento mais tarde. Posso até não ser muito boa e um pouco fraca, mas tento compensar isso em dedicação. Claro que eu não participo dos treinos de danças, por ser desastrada. Todo mundo deixou bem claro que sou exatamente uma negação para dança. Então normalmente vou desenhar ou escrever no diário, por isso também acumula pontos. É nessas horas que desejo incansavelmente que minha mãe biológica não tivesse me rejeitado. A Carmem disse que ela foi embora depois de nós entregarmos para o orfanato, e mandou não deixar que nós a procurar-se. Ela não queria esse tipo de aborrecimento.

–Aleluia!

Berra Zoey levantando em um pulo. Espreguiço-me e começo a levantar também. Consigo até ouvir minha cama me chamando. Assim que levanto, a porta se abre. Os próximos vigias seriam ninguém mais, ninguém menos do que os pais da Zoey, e Alef Blood. Quase que automaticamente faço a reverencia aos três. Afinal, eles eram nossos heróis. Nossas lendas vivas. Zoey por ser parente não precisa fazer isso. Ela simplesmente abraça os pais, feliz da vida. Dou uma ultima olhada para os três. Pareciam que tinham sido atingidos por uma bola de mal humor.

–Mãe! A Emma pode dormi lá em casa?

Pergunta a Zoey delirando. Angel olha para Dexter que olha para cima. Dou um beliscão na Zoey. Como assim pedi para eu dormi na casa dela sem pelo menos me convidar para dormi na casa dela? Essa Zoey é confusa da cabeça. Isso sem contar que eu tenho que pedir para minha mãe também.

–Pode desde que não acabem com nossa casa. E avisem para a Carmem.

–Ok, mãe, eu te amo.

–Até amanhã Zoey.

Grita Cyrus só para irritar a Zoey, que rosna baixinho para ele. Dexter e Angel trocam um olhar de quem não entendeu nada. Eles nem imaginam a promessa que Cyrus fez a Zoey de maneira tão intensa que até eu, simples expectadora fiquei arrepiada. Olho para Ethan sentado no beliche, e ele apenas levanta uma das sobrancelhas. Aquilo sim que era uma despedida com estilo. Mas prefiro isso, a ele falando comigo. Zoey me puxa para dentro do elevador, e quando a porta se fecha, ela sussurra:

–Não conta o que Cyrus me prometeu para João ninguém!

–Esqueceu que a mente de Gwen é compartilhada?

Pergunto lembrando para ela esse detalhe. A Gwen não fazia por mal, mas tudo o que ela ouvia ou pensava acabava sabendo repassado para a matilha, e poderia muito bem chegar aos ouvidos de qualquer um que não deveria ficar sabendo. Ainda fico-me perguntando como é que Lucy consegue esconder da matilha seu segredinho de estado.

–Verdade! Temos de falar com a Gwen.

–Já deve está dormindo! E eu estou zonza de sono.

–Ok, mas... Ah, Droga! Se ela tiver se transformado para ir para casa, será apenas uma questão de tempo até chegar aos ouvidos dos meus pais. E por que eu quero tanto esconder isso deles?

–Vai que você se importa com o bem estar de Cyrus.

–Por que eu ficaria?

–E eu sei?

Pergunto a Zoey. Belas confusões tinham arranjado.

–-

De todas as coisas no mundo, dormir na casa de Zoey era a de longe a mais complicada. Tínhamos que arrastar o colchão para o quarto dela na parte de cima da casa. Isso sem contar é claro, que não tem uma escada na casa dos presais primórdios. Eles amam saltar de um canto para o outro. Então a casa é exatamente grande, sem escadas e ainda os andares parecem degraus. Temos que ficar saltando de um parar o outro. É tão cansativo. Isso sem contar que uma vez, eu tinha me esquecido desse mero detalhe e dei de cara com o chão. Não foi nada agradável. Depois de colocar o colchão ao lado da cama de Zoey, fui tomar um banho quente, vesti uma camisa de um dos irmãos dela, e cai na cama. A bancada de Zoey é cheia de fotos antigas da família dela. Tem foto do tempo em que a mãe de Zoey tinha quinze anos. Elas não são muito parecidas. Angel Blood era lindamente humano. Isso sem contar é claro, que tinha a Caryn por perto. Tia Caryn sempre foi a mais bonita das três. Pelo menos para mim que nunca vi a terceira irmã. Parece que Alef recolheu todas as fotos de Bervely Blood, e as guardou em um cofre. Ele é realmente apaixonado por ela. Pego o álbum de fotografias da Zoey, por que se tem algo que ela tem, é uma família de beleza sem igual. Folheando entre uma foto e outra vejo uma que realmente chama minha atenção. Era de um casal sorridente, todo molhado e enlambuzado de chantilly. O jovem sadic era tão familiar que o reconheci rapidamente. Era o Alef, quando ainda era bem novinho. Ele tinha o que? Vinte anos. A garota beijando-o era ainda mais. Mas eu não consigo lembrar-me de onde eu tinha visto-a. Ela tinha cabelo castanho, olhos azuis, sardas e era bastante rubra. Atrás da fotografia tinha duas assinaturas. Bervely Blood e Alef Garden, amor eterno enquanto durar. Guardo a foto onde a encontrei. Deve ser por isso então que Alef é tão bonzinho conosco. Ele teve com quem aprender a amar. E pelo jeito essa de eterno enquanto durar iria durar. Aconchego-me no travesseiro que Zoey me arranjou e em pouco tempo começo a dormi.

–-

Estou em um belo jardim. Era cheio de luz e vida. As arvores eram verdes, e as flores exalavam um perfume delicioso. Adentro ao jardim até chegar ao que parecia um quiosque branco em estilo grego. No meio do quiosque, sentada em uma mesa redonda de vidro, tinha uma dama da luz escrevendo algo. Como se ela souber-se que eu estou aqui, ela levanta o olhar. Logo a reconheço. Bervely Blood. Ela sorri para mim, e me convida a se aproximar com as mãos. Automaticamente, eu chego mais perto. Bervely segura minha mão e em tom de conselho pede:

–Avise ao Alef, que amanhã mesmo, ele recue toda a base para o nível dois.

–E se ele não acreditar em mim?

–Ira acreditar. E para você, Emma, aconselho a ter cuidado com quem confia, não acredite em aparências. Confie em quem não confiaria e desconfie de quem confia hoje. Isso será vital para sua sobrevivência a partir de agora.

Aconselha Bervely. Alguns instantes depois, eu acordo.


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Notas finais do capítulo

Quem imaginava a Bev dando as caras no sonho de Emma? Comentem. E beijocas para vocês.



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