Between us escrita por IS Maria


Capítulo 26
Entre carne , osso e hematomas


Notas iniciais do capítulo

Oie Gente , bem , pelo menos eu ainda estou conseguindo postar capítulos todos os sábados , mesmo com provas monstro , amo vocês !



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Eu não consegui dormir , eu não poderia , nem se quisesse . Patrick havia me lavado para cama , passado uma camisa sua pelo meu corpo e em seguida me tomado novamente em seus braços , maneira na qual viramos a noite . Boa parte do tempo meus olhos estavam cheios , meu peito ia e vinha em uma respiração pesada como um soluço e vez ou outra , esticava o meu braço contra a luz examinando uma ou outra mancha que começara a ganhar uma tonalidade mais escura . Ele não havia dito uma palavra e eu sinceramente era grata por isso , porém me incomodava saber que dentro dele , tudo estava tão bagunçado quanto dentro de mim , talvez não tão machucando , mas eu sabia que ele se culparia , por mais que em parte a culpa havia sido minha . Eu deveria ter pedido a Oliver que me acompanhasse , deveria ter reagido ainda mais ... ao menos agora não me sentiria de tal maneira .

A cada vez que eu fechava os olhos , podia ver novamente os borrões em meio a escuridão , ouvir os murmúrios que saíam daquela boca e até sentor aquele cheiro imundo ... como se ele estivesse impregnado . Eu não queria ver , nem falar com ninguém , não queria contar , não quero que saibam , eu não quero lembrar . Apertava o braço de Patrick que me envolviam , apenas para ter certeza de que ainda era ele , que ele ainda estava ali e que não me deixaria sozinha , não naquela noite . A luz não havia sido apagada , eu não deixara , porém , mesmo com ela acesa , era como se eu quase pudesse o ver em cada canto , mesmo que eu mal tenha visto seu rosto .

Juro que vi o sol apontar , Patrick sair do quarto por pensar que eu havia adormecido e inclusive pude o ouvir descer as escadas . Em seguida o barulho de algo sendo derrubado , alguns gemidos enfurecidos e então o elevador se abrir . Mal conseguia piscar , meus olhos novamente marejados , a dor em meu corpo começando a apontar em alguns lugares . Forcei-me e me sentei sobre a cama , agora com a claridade do sol , pude ver hematomas em minhas coxas que antes não apontavam . Abri brevemente alguns botões da camisa , meu peito estava inchado e em alguns lugares eu inclusive podia notar a marca de seus dedos . Em um lado de meu abdomem havia um enorme hematoma , provavelmente vindo do chute que levei bem ali . Sentei-me na cama e abracei minhas pernas enquanto encarava o quarto vazio , ficar sozinha era um tanto angustiante , porém era mais confortável do que ser o foco de muitos olhares , como aconteceria , assim que meu pai soubesse e colocasse o mundo atrás do culpado ou um milhão de seguranças atrás de mim .

A porta se abriu vagarosamente e pude ver Patrick . Seus olhos estavam inchados assim como imaginei que estariam , seu rosto estava pálido e sem expressão , resultado de uma noite passada em claro . Em suas mãos havia uma bandeja com um copo de suco de laranja , um prato com um sanduíche e um vidrinho de remédios , provavelmente aspirina ou analgésicos . Abriu um sorriso ao perceber que estava acordada , com dificuldade fechou a porta atrás de si depois de passar e então caminhou em minha direção , colocou a bandeja no chão e manteve sua atenção sobre mim . Não demorou muito para que seus olhos encontrassem os hematomas que agora chamavam muito mais atenção e eu pudesse o ver contrair , aquilo o incomodava , provavelmente tanto quanto me incomodava .

– Como se sente ? - Eu ainda não estava pronta para falar , não estava pronta para voltar a noite passada , porém eu sabia que o devia uma resposta e que aquela pergunta , eu ouviria muito de agora em diante .

– Melhor . - Disse , forçando-me a abrir um sorriso . Eu não me sentia bem , me sentia ferida , violada e transtornada , porém , eu não causaria uma ruga de preocupação em sua testa e o quanto mais eu pudesse polpar minha voz , melhor seria .

– Eu trouxe alguns remédios para ajudar com a dor que deve estar sentindo e ... - Eu podia ver o quanto aquilo era difícil para ele . A pouco tinha o ouvido descontar sua frustração nos móveis da sala e agora estava ele , diante de mim , tendo de se manter calmo quando a sua vontade era de surtar .

– Obrigada . - Apertei ainda mais minhas pernas contra meu peito , ignorando as pontadas de dor que senti em seguida . - Eu vou tentar dormir um pouco ... se não se importar ...

– Claro que não . - Disse rapidamente se levantando . - Se precisar de alguma coisa , me chame . - Rapidamente chegou até a porta .

– Obrigada por tudo Patrick ... - Disse antes que ele pudesse sair . Porém não tenho certeza se ele ouviu , já que nem sequer virou e apenas saiu , fechando a porta em seguida . Forcei-me a tomar alguns remédios , com um pouco de suco , tomei a quantidade suficiente para que eu pudesse apagar por algumas horas e não pensar em nada , pelo menos por hora , queria me ver livre .

Fiquei feliz ao abrir meus olhos novamente e perceber que tudo lá fora já havia escurecido . Minha visão ainda estava embaçada e em minha boca havia um gosto amargo , talvez resultado dos comprimidos . Endireitei-me e levantei , meu corpo estava pesado e em mim ainda restava o desejo de continuar adormecida , porém sabia que não poderia mais continuar daquela maneira . Sim , eu estava quebrada e desejava nunca mais entrar em contato com o mundo lá fora , mas sabia que se fizesse isso , além de não ter mais , não mudaria nada . Eu teria que deixar de lado e continuar , por mais que desejasse ser engolida pelo sono até que tudo cicatrizasse .

Caminhei até a porta e ao abri-la , me deparei com meu pai ao lado de Patch . Eu sabia que ele teria de contar a ele , eu apenas não esperava que tivesse de lidar com isso por agora . Encostei a cabeça na porta e os observei , as primeiras palavras teriam de ser deles para que eu pudesse saber como continuar . Não havia como eu saber como deveria agir diante a aquilo , não sabia nem descrever o que tinha acontecido e quanto mais tentava esquecer , mais voltava a aquele momento .

– Como está ? - Meu pai perguntou .

– Vou ficar bem . - Abri um sorriso , eu sabia que teria de ficar .

– Vamos prestar queixa e ...

– Tudo bem . - Eu odiaria ter de prolongar aquela conversa .

– Ah ... - Suspirou e me puxou de repente me abraçando . A um momento exitei , mas depois vi que não podia mais e então o abracei , ele estava preocupado e eu apenas desejava o acalmar . - Minha menina . - Completou .

– Vou ficar bem ... pai . - Eu não sabia que não adiantaria repetir aquilo , ele não me ouviria , mas eu teria que tentar .

– Do que precisa ?

– Descanso . - Sorri lhe mostrando meus braços e pernas , repletos de hematomas , doíam e eu estava acabada .

– Claro ... amanhã ...

– Eu vou para a escola , não se preocupe pai . - Disse então voltando para o meu quarto . Me joguei sobre a cama e abri meu computador , abri a página do navegador e na caixa de notícias ... bem , eu acho que eu não precisaria dizer . Incrível , eu não apenas teria de lidar comigo mesma , mas também com os outros na manhã seguinte , a cidade sabia que a filha do Grey havia sido atacada .


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Notas finais do capítulo

CoMeNtÁrIoS ?? *-*



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