Between us escrita por IS Maria


Capítulo 17
Ops ... escapuliu




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( Okay ... Meu Oliver é assim , eu sinto muito se desapontar alguém , mas ele sempre está em minhas histórias e consegue me ganhar em um sorriso )

Meus olhos ardiam tanto que eu pensei que nunca mais fosse os abrir . Minhas costas doíam muito e minha cabeça ardia profundamente . Podia sentir uma profunda pressão em meu peito , uma pequena movimentação ao meu redor e um gosto de ferrugem na boca . Do fundo viera um enorme jato de água e por fim consegui reagir . A luz incomodara meus olhos e os barulhos ao meu redor machucavam meus ouvidos . As pedras embaixo do meu corpo cortavam aos poucos a minha pele e podia sentir como se tudo em mim de alguma maneira houvesse se machucado . Olhei para cima e me deparei com um par de olhos azuis , inchados e cheios de preocupação ... olhos que eu conhecia mais do que bem . Levantei meu corpo com dificuldade me apoiando no dele , mas a dor profunda me fizera pesar , aos poucos não aguentei a explosão e fui engolida novamente pela escuridão .

" Levará alguns dias , mas só lhe restarão cicatrizes " Ouvi uma voz vinda dos fundos . Abri os olhos com dificuldade e notei que o ambiente havia mudado . Tudo estava mais claro e o cheiro de analgésicos e produtos de limpeza havia substituído ao da água salgada . Tornei a fechar os olhos e deixei que meus ouvidos me guiassem a uma resposta .

" Ficará bem ? " Uma outra voz perguntara , uma voz conhecida .

" Foi uma queda feia , mas nada que deixará sequelas " Completou sendo curto e breve .

Depois de ouvir a porta abrir em seguida , senti uma mão tocar a minha . Um toque quente e acolhedor . Forcei-me e então com dificuldade em fim abri os olhos novamente , sentindo-me mais do que incomodada com a imensa claridade que me cercava . Eu estava em um quarto sem cor alguma , a luz era muito forte e algo preso a minha pele começara a me irritar profundamente . Minha garganta estava seca , o gosto da água do mar ainda em minha boca e uma dor profunda que ia da ponta dos meus pés , até a cabeça . Olhei para minhas mãos . Em um dos dedos havia um aparelho estranho e a pele estava cheia de pequenos machucados , hematomas avermelhados . Levantei o rosto e em fim encontrei novamente os olhos azuis que havia visto a pouco .

– Oi ... - disse ele em um sussurro . Sua voz agradava os meus ouvidos , mas as vibrações causaram um leve incomodo em minha cabeça , como se fossem suaves marteladas em um calo .

– Ah ... - tentei abrir a boca para falar algo , mas o som dificilmente saía .

– Não precisa dizer nada ...- Disse sorrindo , porém seus olhos se encheram de lágrimas . Seu rosto estava enchado e eu nem sequer conseguia me mover para poder o tocar .

– Me ... empurraram ... - Disse com extrema dificuldade . Eu conseguia perfeitamente me lembrar das mãos em minhas pernas , apesar de não poder dizer de quem eram , eram mãos pequenas e femininas .

– Eu sei - ele disse apertando minha mão ainda mais .

– O que ... houve ? - As palavras saíam como pedras . Até minha garganta parecia ter sido machucada durante a queda .

– Caíu e por sorte ... não se chocou contra as pedras . - Disse ele olhando em meus olhos . - Vai ficar tudo bem . - Era o que ele dizia , mas em seus olhos eu via medo . Havia também o que eu tinha escutado a pouco .

– O que eu tenho ? - Perguntei aflita enquanto forçava meu corpo a se sentar . Doía tudo , mas ao menos eu ainda podia sentir cada um dos meus músculos , eu ainda , com dificuldade , podia os mover .

– Uma perna quebrada - Disse ele e em seguida pude ver que haviam a enfachado por debaixo dos lençóis . - Um pulso torcido - Isso explicava a dor em um dos braços . - Uma convulsão ... e ... mais exames terão de ser feitos . - disse enquanto tentava se conter , eu podia observar o seu nervosismo .

– Vaso ruim não quebra facilmente Patrick , vou ficar bem . - Eu não sabia que odiaria tanto o ver daquela maneira , talvez porque eu odeio que se preocupem comigo .. talvez apenas porque não desejo vê-lo chorar . - Eu não sinto nada além de dor ... nada que me pareça grave . - Disse suspirando .

– Nunca mais faça aquilo . - Ele de fato não me conhecia nem um pouco . Desafiar minha própria vida , sempre fora uma maneira minha de levar algumas coisas adiante . - Não sabe ... o que eu senti ... ao ver ... - disse com muita dificuldade .

– Eu peço desculpas - disse colocando sua mão sobre minhas pernas . - Tente me levar para casa ainda hoje , por favor . - disse e o vi revirar os olhos , eu sabia que aquilo seria algo complicado de se conseguir . - Essa cama apenas me causará ainda mais dor . - Disse dramatizando apenas um pouquinho mais .

– Vou resolvir isso ... enquanto isso ... - Disse ele abrindo a porta e revelando quem ali me aguardava . Oliver correu em minha direção e puxou meu rosto em direção ao seu me beijando . Aquilo me pegara de surpresa então rapidamente me afastei , princapalmente por sentir que Patrick ainda estava no quarto . Olhou para mim , fitou o chão e em seguida fechou a porta depois de sair . Olhei para Oliver e sorri .

– Desculpe-me .. ainda dói um pouco . - Fora a desculpa mais próxima que encontrei . Não podia o deixar perceber , não podia deixar ninguém perceber . Suspirei me ageitando em meio ao travesseiro enquanto ele segurava a minha mão .

– Eu não suportaria a mim mesmo se não tivesse voltado . - Disse ele com os olhos inchados . Aquilo era profundamento amargo , porque agora eu podia perceber o quão grave havia sido , não pra mim , mas para os outros . Sem perceber , aquilo causou dor em pessoas que eu jamais desejaria machucar me sentia profundamente arrependida de não ter descido quando ele me pedira para fazer .

– Oliver - Disse assustada enquanto observava suas mãos . Estavam machucadas , mais até mesmo do que as minhas . Levantei suas mangas e aos poucos vi os hematomas . - Não me diga que você ...

– Eu não a deixaria morrer . - Ele não havia feito ! Eu o mataria .

– E se eu tivesse morrido ? Teria ido junto ? Disseram que foi um milagre eu não ter me chocado contra as pedras , e se o mesmo não tivesse acontecido com você ? Acha mesmo que eu suportaria a dor ? - Disse perdendo o controle com os olhos cheios .

– Eu não fui o único . - Disse ele lançando um olhar para aonde Patrick a pouco havia estado .

– Malucos ! São malucos ! - disse fitando o teto não acreditando .

Oliver

Alice se ajeitou e aos poucos subiu sobre a proteção . Nervoso , pensei em puxa-la rapidamente para que descesse mas com medo de deixa-la cair , apenas pedi que o fizesse e como já havia imaginado , ela havia negado . Abriu os braços e a medida que o vento ia e vinha , seu cabelo se balançava , seu rosto se iluminava ... era tão linda que eu poderia dizer que havia sido desenhada . O sol batendo contra seu rosto , um sorriso aos poucos surgindo , eu poderia permanecer ali um século , enquanto a observava .

De repente , uma garota surgira do fundo e empurrara as suas pernas . Gritei e rapidamente olhei para baixo em sua procura , mas não pude vê-la . Subi na proteção e pulei partindo a seu encontro . Meu corpo bateu violentamente contra a água e as ondas fizeram com que minhas costas e meus braços se chocassem contra uma das rochas próximas , mas mesmo sentindo dor , eu ainda não estava desacordado , poderia e deveria continuar a procurar-la em meio a água . Um novo barulho ao meu redor , me levantei a superfície e vi Patrick , eu não tinha tempo para discutir com ele .

Procurei frenéticamente por entre a água de um lado enquanto ele ia do outro e em fim , boiando próximo , estava o corpo de Alice . A apanhamos e a levamos para a areia , aonde as rochas começavam a se afastar . Seus lábios estavam roxos , havia sangue em sua cabeça , sua calça havia rasgado em algumas partes assim como a sua blusa e ela estava toda manchada de vermelho . Patrick começou a pressionar seu peito violentamente enquanto fazia respiração boca a boca , ela demorou a responder , mas quando em fim respondeu ... pude desabar com tranquilidade ao seu lado .

Quando a porta se abriu e pude ver seus olhos abertos , aos poucos encontrando os meus , não pude me conter . Assim que a beijei , realizei algo que eu a muito desejava e consequentemente acabei a machucando . Ter a sensação de que amanhã eu poderia mais não a ter , me fez acordar e perceber que temos pouco tempo ... por isso tenho de faze-la minha , apenas minha , a protegendo de quem deseja a machucar .

Apenas há algo que perturba a minha alma ...

Patrick

Eu jamais teria perdoado a mim mesmo se ela não tivesse voltado . Seu rosto desacordado em meus braços , aos poucos perdendo a cor e os vestígios de vida , eu jamais esqueceria tal imagem . Minha vontade era de a beijar e implorar para que não me deixava , mas ele estava ali e o medo não me permitira . Eu não sabia quem havia a empurrado , fora tudo muito rápido , mas ficara claro que alguém desejava a machucar e eu não permitiria que isso acontecesse .

Jurei que meu mundo fosse desmoronar . Ninguém de fato sabe o quanto uma pessoa significa até ter a sensação de que a perdeu e quando por um segundo imaginei que ela poderia não acordar ... quando seu corpo estava em meus braços , penando que ela poderia não responder , desejei ir junto a ela . No hospital , segurando sua mão durante todas as horas que ficara desacordada , entrando em agonia , sem sequer me aguentar , jurei que meu peito fosse explodir . Vendo cada um dos machucados em seu corpo , desejei poder estar em seu lugar , sentindo a sua dor , para que ela não tivesse de sofrer . Foi quando finalmente percebi , que ela criou um lado meu que é completamente dependente dela ... se ela tivesse ido , eu também não teria ficado .

Pelo o que eu contara ao meu pai , era mais do que justo que a polícia estivesse ali . Mas eles não pareciam simples policiais , não que eu estivesse em posição para observar os detalhes . Conversavam com o meu pai , então me aproximei . Não deixaria que saísse livre disso , mesmo que demore , mesmo que cause uma profunda dor de cabeça , eu não descansarei até saber que novamente ali havia se tornado seguro para ela .

– O que exatamente aconteceu ? - perguntaram se voltando para mim .

– Ela subiu e abriu os braços , alguém ... usando capuz e roupas pretas , passou correndo e a empurrou . - Ao menos fora tudo o que eu consegui ver de longe . Tenho certeza de não ter me enganado , pois eu jamais tiro os olhos delas .

– Tem certeza que ela não pulou ? - Os olhei incrédulo . Eu sabia muito bem o que havia visto e Alicie pode ser louca mas nem por um minuto é uma suicida .

– Tenho ! Eu sei o que eu vi e além do mais ela sabe que a empurraram . - Disse me lembrando que fora uma das primeiras coisas que disse depois de acordar .

– Acho que devemos falar com ela ...

– Ainda é cedo ! Ela mal acordou . - Disse alarmado , pensar nisso apenas poderia a fazer mal .

– Não podemos perder tempo senhor Grey . - Disseram , enquanto ignoravam completamente o que eu havia acabado de dizer .

Eu a protegeria , mesmo que eu tenha de dormir ao seu lado todas as noites por muito tempo , eu não a deixaria , não novamente . Ao menos não enquanto não souber exatamente quem deseja o seu mal e que já pagou pelo o que fez .

Alice

Havia dito aos oficiais que havia sentindo mãos pequenas e delicadas e que era de apenas disso que me recordava e então haviam me deixado sozinha . Eu não sabia que envolveriam a policia em algo que para mim não fora muito . O pior é não fazer a menor ideia de quem poderia ter feito isso , me mudei recentimente e ninguém parece me odiar tanto a ponto de desejar me ver morta . Mesmo assim , não sentia que devia perder meu tempo me preocupando com isso . A porta se abriu e apesar de não gostar , tentão não fazer nada contra a presença de meu pai .

– Filha - Tomou minha mão a sua e a apertou . Gemi de dor e ele aos poucos a soltou . - Não sabe o quanto tive medo de perde-la . - Fingi que ainda não havia acordado completamente e apenas esbocei sorriso fraco como se não entendesse nada daquilo que me cercava . - Eu já cuidei para que vá para casa e daqui a pouca deverá vir uma enfermeira para a ajudar . - Sorri e balancei a cabeça o agradecendo . - Tem alguma ideia de quem desejaria a fazer mal ?

– Não . - respondi depois de um longo tempo de hesitação .

– Por favor , não descuide mais ... perde-la não é uma opção . - Fisicamente , ele e Patrick em nada se pareciam , mas na maneira de agir eu podia dizer que era justamente Patrick parado ali , conversando comigo , tomando as rédias de minha vida com suas palavras cheias de egísmo e ignorância .

– Pai ...

– Eu não deixarei mais que as coisas entre nós permaneçam daquela maneira . Você é minha filha e eu a amarei como sempre a amei , compreenda isso . - Disse ele me cortando . - Seremos uma família , você querendo ou não . - E em fim ele havia dito aquilo que eu esperava . Abri um sorriso e balancei a cabeça . Eu não deixava o perdoar ainda , mas ao momento podia sim permitir-me deixar ser cuidada por ele , por Patrick e por Oliver .

Voltei para casa com Patrick . Me colocou em seus braços e caminhou comigo para dentro , colocou-me em minha cama e se sentou ao meu lado . Olhei profundamente em seus olhos me lembrando de ter o visto na praia e em seguida no hospital . Olhando em seus olhos , senti meu peito queimar , senti novamente a sensação de alívio por o ver , a verdade é que eu não desejava ainda morrer e ele havia me devolvido a vida . Minha respiração aos poucos se alterou e depois de muito tempo o observar , ele se levantou , se deitou ao meu lado e me ajeitou sobre seu peito . Fechei os olhos vendo-o novamente , tantas vezes que seus olhos já fizeram com que eu me sentisse única e por fim compreendi o que eu sentia , simplesmente sentia ... tudo aquilo que não deveria saber . Bem , talvez esse possa ser um sgredo meu .


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Notas finais do capítulo

CoMeNtÁrIoS ?? *-*



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