Meu Querido Vizinho escrita por PandaWalker


Capítulo 2
Conhecendo o Traste


Notas iniciais do capítulo

Hey! Queria agradecer à Mandinhasdf por ter deixado o primeiro comentário da fanfic



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Estava mexendo no meu celular, o relógio do mesmo marcava 21h da noite e eu estava aqui, sem fazer absolutamente nada além de ouvir meu cachorro roncar.

–Lizzie?- ouvi a voz de minha mãe, que logo abriu a porta do meu quarto e fez uma cara um tanto decepcionada- Achei que tivesse te pedido para arrumar o quarto.

–Eu arrumei- respondi e coloquei meus fones de ouvido.

–Certeza?- a mesma perguntou, levantando um saquinho de salgadinho que estava no chão, dei um sorriso amarelo e ela suspirou, parecia cansada- Seu pai e eu vamos dormir, tente não fazer nenhuma besteira na casa nova e nem pense em chegar perto do meu novo ateliê.

Dito isso ela saiu do meu quarto e eu revirei os olhos, não que eu fosse o tipo de filha ingrata ou mal-educada, tá, talvez um pouco, mas minha mãe não tinha futuro como pintora. E era exatamente por sua profissão que nos mudamos. Por que? Não faço a mínima ideia, mas tive que aceitar isso de bom grado e ignorar o fato de que minha mãe não vai conseguir vender nenhum de seus quadros.

Novamente, não sou uma filha má, mas sei que ela não tem chance, os seus quadros não são feios, mas não há nada demais em nenhum deles, eles não tem um "toque especial", digamos assim.

Fui interrompida de meus pensamentos pelo barulho de uma porta batendo, sendo que meus pais estavam dormindo, ou sabe-se lá fazendo o que, no quarto deles, o barulho não era daqui de casa, arrisquei ir até a sacada e abrir apenas uma fresta da cortina, já que não queria correr o risco de ser constantemente observada por um deus grego, como ocorreu nessa manhã.

Vi pela brecha a sacada do meu "novo vizinho", que continha as cortinas abertas e eu podia ver o interior de seu quarto, o mesmo entrou lá segundos depois e reprimi o impulso de fechar a cortina e me esconder. Logo atrás dele, veio uma loira, não dava para ver direito, mas seus olhos pareciam verdes e ela estava com um vestido tão curto que quase dava para ver seus ovários.

Eles começaram a se beijar e o clima pareceu esquentar, já que o garoto tirou o vestido dela e ela desabotoou sua blusa, me dando a visão privilegiada de uma barriga mega definida e... Tá, esquece.

Eles voltaram a se beijar e ele passou a desbotoar o sutiã da loira e, como se notasse que estava sendo observado, olhou logo para a fresta em que eu estava o observando.

Com o reflexo de um gato (gato morto, quer dizer) eu me joguei na cama e acabei tendo a infelicidade de tropeçar no meu lindo cãozinho, que latiu em protesto. Eu quase o matei quando notei que ele só chamaria a atenção dos dois fogosos.

–Shii, Sammy, fica quietinho- eu tentava acalma-lo, mas ele continuava latindo- CALA A BOCA, CARALHO- gritei e ele olhou para mim com cara de carente, parando em seguida.

Dei um beijo na onde era para ser sua bochecha e subi na cama, deitei e logo me lembrei que:

1- A luz do quarto ainda estava acesa, o vizinho dos olhos azuis já devia ter percebido.

2- Eu estou com calça jeans que não é nada confortável para dormir. Porcaria.

Com a delicadeza de um elefante obeso, me estiquei levemente, até meu bracinho minúsculo alcançar o interruptor e apaguei a luz, depois tirei minha calça jeans e rapidamente puxei o cobertor, estava frio pra caramba.

E, finalmente, percebi que o motivo do frio era que a janela estava aberta, olhei pro Sammy e ele parecia estar congelando de frio, bufei e por fim levantei. Devo ter andado que nem uma girafa anã desengonçada até a janela, isso tudo para não pisar nas minhas coisas que repousavam livremente no chão, fechei a janela/porta da sacada, observando apenas que a luz do quarto do meu vizinho tinha sido apagada.

Me joguei pela décima vez na cama e então peguei meu cobertor e meu celular e fiquei mexendo no mesmo até às 2h da manhã, quando finalmente resolvi dormir.

–x-

Acordei com uma voz vinda do andar de baixo que reconheci como o grito da minha adorável mãe. Olhei no relógio e era meio-dia, reuni todas as minhas forças matinais e gritei de volta.

–O QUE FOI?- berrei e senti uma dor imensa na garganta, coisa comum toda manhã, percebi que Sammy se assustou e levantou em um pulo, fiz carinho em sua cabeça.

–TEMOS VISITAS!- minha mãe gritou de volta e eu bufei.

Taquei o cobertor para fora da cama e levantei, pegando algumas roupas naquelas cabideiras estranhas ao lado da minha cama, guarda-roupa pra que?

Me troquei da forma mais precária possível [1], observando o painel de fotos acima da minha cama. Era a única coisa que eu tinha me esforçado para arrumar. Aquelas eram fotos minhas com meus amigos, que eram tão anormais quanto eu, e não, eu não era uma garota popular, mas tinha minha turma.

Finalmente pronta e com os dentes escovados, desci e encontrei minha mãe na sala, junto a uma senhora e... Ah não.

–Querida- minha mãe chamou- Esses são Sarah Grey e o filho dela, Luke Grey, nossos vizinhos.

O tal Luke sorriu para mim e quase tive uma ataque. Avistei um vaso vazio na sala e considerei a hipótese de ir lá e enfiar minha cabeça nele, senti minhas bochechas arderem.

–É um prazer, querida- a mulher disse sorridente, ela era muito bonita, tipo, muito mesmo. Sorri de volta, tentando parecer simpática, mas acho que o resultado foi o típico sorrisinho das logistas mal-humoradas que não querem te atender.

–Elizabeth, certo?- Luke veio até mim e pegou minha mão, depositando um beijo nela- Luke Grey, um prazer conhecê-la.

–O prazer é todo meu- digo, claramente forçada, depois de receber um olhar estripador da minha mãe.

Ela com certeza deveria estar imaginando que ele era um anjo, até porque tem tal aparência.

Ele era alto, 1,86, acho, comparando com meus míseros 1,54, era muita coisa. Fora isso, ele tinha a pele mais branca que a minha, cabelos extremamente negros, uma barbinha rala que dava aparência de universitário e olhos extremamente azuis.

–Soube que vai estudar na Constance- a tal Sarah me chamou a atenção- Luke está cursando seu último ano lá, pela terceira vez.

Reprimi uma risadinha, que logo sessou quando eu descobri que o traste era da minha nova escola, do meu ano. Engasguei e soltei o que parecia o gemido de um ganso botando ovo.

–Bem, nós temos que ir, bem-vindos à vizinhança- Sarah disse e deu um beijo na bochecha de minha mãe, como despedida. Luke me abraçou, mas com certeza tinha a intenção de quebrar minhas costelas e saiu com um sorriso simpático atrás da mãe.

–Filha?- minha mãe me chamou e eu olhei para ela assim que eles saíram, ela estava cm uma cara meio de reprovação- Pantufas do Homer?

Olhei pros meus pés e vi as pantufas do gordo amarelo, dei meu típico sorriso amarelo.


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Notas finais do capítulo

[1]: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=145694646&.locale=pt-br

E aos futuros leitores fantasmas, comentem, please.
XOXO



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