Assassin's Creed: Aftermath escrita por BadWolf


Capítulo 45
Um Guerreiro Mohawk


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Cap beem curto, em comparação aos anteriores. Mas não menos tenso - especialmente o final...
Bom, vocês entenderão porque eu disse que Connor terá de tomar decisões difíceis... E no fundo, eu sabia que isso iria acontecer... Uma hora ou outra, ele acabaria extravasando e dizendo coisas que não deveria, não é mesmo??

Boa leitura!!!



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Connor desceu do cavalo, nervoso, em uma inquietação que irradiava de seu corpo por meio de seus movimentos apressados. Afinal, o pobre animal mal tinha parado por completo quando o rapaz atirou-se dele e começou a correr, desenfreadamente. Já era notei alta quando ele chegou em casa. Se dependesse apenas de si, já tinha ido atrás de Charles Lee dali mesmo, mas sabia que seria em vão. Connor estava apenas munido de suas Lâminas Ocultas e Tomahawk, o que o fez tomar a decisão de ir em casa buscar por sua pistola e arco, algo que poderia ser decisivo em uma batalha – especialmente a que estava se desenhando diante de si.

Assim que adentrou a sua casa, Connor esbarrou em sua mãe.

–Connor, meu filho! Que bom que... O que está acontecendo? – perguntou Ziio, ao notar seu filho inquieto. Quando percebeu que suas vestes estavam ensanguentadas, Ziio sentiu pavor.

–Ista, por favor não me faça perguntas... – disse Connor, subindo com pressa. Mesmo diante da rapidez de seu filho, Ziio correu para lhe acompanhar. Assistiu-o tirar de um baú uma série de armas e munições e coloca-las em uma bolsa.

–Parece que você está se preparando para uma guerra... – observou Ziio.

–Sim, pode-se dizer que sim. – disse Connor, inquieto.

Uma voz distante se aproximou da porta.

–Ziio, você pode me dizer onde está o meu... Oh, Connor. – interrompeu-se Haytham. – Nem vi você chegar, meu filho. Er, filho?

Haytham ficou a observar, ao lado de Ziio, o que Connor estava fazendo. Viu o rapaz nervoso levar uma navalha e uma bacia com água para perto do espelho. Foi com grande horror que ele viu o filho começar a cortar seu cabelo de modo quase animalesco.

–Por Deus, Connor, o que está fazendo com seu cabelo?!

Ao notar que Connor estava fazendo um conhecido ritual Mohwak, Ziio entendeu sua intenção. Isso tomou a nativa de desespero, fazendo-a se dirigir a ele repleta de temor por sua atitude.

–Você precisa me dizer o que está acontecendo! – exigiu Ziio, aflita.

–Será que alguém pode me explicar o que diabos está havendo? – exclamou Haytham, ao notar que Ziio estava ciente do significado daquilo, e como sempre, ele estava sendo ignorado.

Connor parecia ignorar seus pais, com o semblante furioso, cortando seu cabelo sem parar. Quando os fios das laterais estavam curtos o bastante, Connor começou a ensaboá-los, e então raspar as laterais de seu cabelo. Haytham ficou horrorizado.

–Connor, você está estragando seu cabelo... O que deu em você, menino?

–Isso é um penteado de guerra, Haytham. – explicou Ziio. Quieto, Connor parecia em outro planeta. – É uma tradição Mohawk. Quando um guerreiro está prestes a ir ao campo de batalha, ele raspa as laterais do cabelo. Também faz uma pintura. Isso intimida o inimigo.

–Posso entender porque intimida... – disse Haytham, observando com asco a primeira lateral já raspada. – Intimida não só o inimigo, mas também as meninas. Além disso, sua irmã ficará desgostosa em ver esse seu novo penteado.

A menção de Tessa fez Connor estremecer. O rapaz soltou a navalha, e começou a cair no choro. Ziio correu para abraça-lo.

–Ele levaram Tessa. – disse Connor, por fim.

–O quê?! – exclamou Haytham. – Mas Tessa me disse que estava indo para a Aldeia com aquele seu amigo nativo... Eu mesmo me despedi de sua irmã aqui em casa.

Connor preferiu omitir os detalhes.

–Eles foram atacados no meio do caminho, pai. Tessa foi levada e... Kanen'tó:kon está morto.

Ziio soltou uma exclamação de desgosto. Ela o conhecia desde sempre, e sabia que ele era um bom rapaz – além de desconfiar que sua filha Tesa nutria alguma paixão platônica por ele.

–Quem a levou? – exigiu Haytham, com um tom neutro, mas ao mesmo tempo repleto de frieza e ira.

–Charles Lee... – proferiu Connor o nome de seu inimigo, mortalmente.

Ele preferiu o silêncio, pois nada havia a ser dito. Voltou a raspar a lateral, ainda sendo observado por seu pai. Quando Connor começou a se pintar, eis que o som das escadas lhe despertou.

–Minowhaa? – perguntou Haytham, ao notar o Assassino, esbaforido, aparecer. – O que está fazendo aqui?

–Que bom que cheguei a tempo de te encontrar, Ratonhnhaké:ton. – disse Minowhaa. – Ainda bem que não cometeu a loucura de ir até o Forte Duquesne sozinho.

–Por quê sozinho? – perguntou Haytham. Minowhaa começou a explicar.

–Ele quer ir agora mesmo, Haytham. Muitos dos nossos assassinos estão no Sul, fazendo alguns contratos. Apenas eu, Connor e Amália estamos por aqui. Eu disse que estávamos em desvantagem e que precisávamos arquitetar um plano, mas este louco do seu filho quer invadir o Forte agora mesmo, e sem qualquer plano arquitetado em mente!

–Isso é suicídio, Connor! – exclamou Haytham, ao entender as verdadeiras intenções de seu filho. – Invadir um forte, sem estratégia alguma...

Furioso, Connor explodiu.

–Não percebem que, a cada minuto que se passa, diminuem as chances de Tessa ainda estar viva? Eu preciso fazer alguma coisa!

–Se alguém precisa fazer alguma coisa, este alguém sou eu, que sou o pai dela.

–Haytham... – disse Ziio, em vão.

–Pai, mãe, por favor não se intrometam nisto. Tessa certamente foi levada por causa de minha ligação com os Assassinos. E você, Minowhaa, se também acha que meu plano é “suicida”, não precisa ir. Não quero covardes ao meu lado.

Ofendido, Minowhaa tentou deter Connor, mas acabou recebendo um soco no rosto, deixando-o imediatamente inconsciente. Ziio tentou socorrer Minowhaa, enquanto era observada por Haytham, que dividia suas atenções entre seu filho e um inconsciente Minowhaa.

–Você está transtornado, Connor. Duvido muito que tenha sucesso em sua empreitada deste jeito.

–Obrigado por suas palavras de apoio e incentivo, pai. Mas não preciso delas. Jamais precisei.

Após a zombaria, Connor terminou de reunir suas armas e desceu as escadas, correndo, enquanto Haytham o assistia, sem reação – e principalmente, sem entender as últimas palavras de seu filho. Como assim, “jamais precisei”? Haytham tinha criado Connor desde os cinco anos. Tinha acompanhado o rapaz nos momentos mais importantes da vida, fornecendo-o treinamento, segurança e sabedoria. E agora ele diz “jamais precisei de seu apoio”?

–Não deixe nosso filho se lançar à Morte, Haytham. Faça alguma coisa! Eu não quero enterrar os dois filhos que me restam de uma vez! – suplicou Ziio, em lágrimas, encorajando Haytham a segui-lo.

Connor já estava perto de seu cavalo, colocando as armas ao lado dos mantimentos e do cobertor que costumava carregar de um lado a outro em suas andanças com o animal. Haytham conseguiu lhe alcançar.

–Eu vou com você, então. – disse Haytham, com firmeza. – Não vou ficar aqui, esperando você trazer Tessa de volta.

–Não preciso de sua ajuda, pai. Jamais precisei, e não será agora que vou precisar.

Haytham ficou descrente com a insistência de seu filho em minimizar seu papel em sua vida. Esse desatino não poderia ficar sem resposta.

–O que está dizendo, meu filho? Fala como se eu jamais tivesse participado de sua vida...

–E que participação você teve? Você jamais me apoiou! Você, Grão-Mestre Templário Haytham Kenway, sempre está do lado errado, sempre! Tolo fui eu por acreditar que poderia mudar isto!

Embora Haytham não estivesse entendendo quase nada de suas palavras, ele se sentiu ofendido.

–Tudo o que você é, você deve a mim, seu ingrato! Eu te treinei, te dei vestimentas, abrigo, uma educação! Você não tem o direito de falar comigo desta forma!

Haytham fez um movimento para impedi-lo de montar no cavalo, mas Connor ejetou sua lâmina, encostando-a perigosamente no pescoço de Haytham. Praticamente no mesmo lugar que ele a cravou em seu pai, na triste realidade que a Maçã lhe fizera abandonar. Ao perceber o gesto ameaçador de seu filho, Haytham conteve seus movimentos, sentindo apenas o gélido toque da lâmina em seu pescoço.

–Eu fiz isto uma vez. Posso fazer de novo.

Aquelas palavras deixaram Haytham aturdido, percebeu Connor. Ele pôde ver nada além de pavor nos olhos de seu pai. Como se ele já soubesse da verdade. No entanto, aquele momento de pavor foi breve. Haytham deu um pequeno passo para trás, ejetando também a sua lâmina e a aproximando também do pescoço de Connor.

–Você começou. Pois agora, termine.

Percebendo o olhar interrogativo de Connor, Haytham explicou.

–Uma das coisas que eu te ensinei em sua formação, Connor, foi terminar uma batalha depois que as começasse. Portanto, você só partirá daqui depois que me matar.


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Notas finais do capítulo

:O

Acho que o Connor realmente não contava com isso.
E convenhamos, ele ficou pedindo por isso durante o cap todo.
O grande problema dele é que ele é muito impulsivo, sem dúvida. Acho que ele é um dos Assassinos mais impulsivos do game. Só perde para o Arno, rsrs. Também agiu sendo bastante ingênuo, achando que suas palavras não teriam consequência.
Pô, ele precisa ter em mente que nesta vida, o Haytham é um pai presente! Ele precisa se policiar mais. Creio que ele foi até bem até o rapto de Tessa, o problema é que ele deixou as emoções tomarem conta e acabou perdendo a cabeça.
Parece que a Maçã não tem o poder de mudar isso.

Um grande abraço, pessoal e até o próximo cap!!!


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PS: Sobek, você comentou sobre o Edward ser o bam-bam-bam dos Assassinos na Inglaterra - não chega a ser spoiler de Syndicate, porque isso já pode ser previsto pelo fato de Edward ter sido assassinado por ter o manuscrito sobre o Portal na América - mas tem um ponto que me deixa realmente indignada (e aborrecida) com os Assassinos:
Puxa, eles são muuuuito negligentes com os filhos dos Assassinos!!!!!
Tipo, o Haytham, filho de um caro tão-super-fodástico da Ordem dos Assassinos, foi praticamente criado por ninguém menos que o Grão-Mestre!!!! Porque nenhum Assassino amigo do Edward impediu isso??? E se quer mais um exemplo de negligência, basta vermos o Arno. Cara, o pai dele era um Assassino, que estava carregando um Artefato importante, foi morto por um Templário e o que aconteceu depois: o filho ficou órfão e foi criado pelo Grão-Mestre Templário!!!! E tipo, os Assassinos nem mesmo se interessaram em acolher a criança!!! Cadê o Pierre Bellec, cara?! Ele não era tão amigo assim do Charles Dorian?? Por que não cuidou do menino, então??
Neste ponto o Credo me deixa sem ação. Ou essas situações são furos de roteiro da Ubi (porque eu imaginei que o Edward não era um cara muito querido ´pelos Assassinos da Inglaterra, por ter sido um pirata, afinal isso explicaria o fato do Haytham ter se tornado Templário, mas agora eles me dizem o contrário), ou os Assassinos realmente cagam e andam para a família de seus membros. Neste ponto, então, os Templários são melhores.

Vou deixar você(s) pensando nisso. Um grande abraço, e até o próximo cap.



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