Julieta abriu os olhos devagar e franzi a sobrancelha ao olhar para mim e afastou sua mão da minha.

–Julieta- Sthefanie coloca a mão na boca- Vou chamar o médico.

–Você acordou- sorriu e tento pegar em sua mão de novo mas ela recuou- O que foi?

–Eu te conheço?-engoli em seco.

Como ela não me conhecia?

–Julieta...Sou eu- finalmente digo.

–Minha filha!- Kriss chega na sala a abraçando e o médico chega logo atrás.

–Você sabe seu nome?- o médico sorri- sou o seu médico,Dr.O’Donel.

–Eu acho melhor esperarmos lá fora,Arthur- Kriss sussurra para mim.

–Julieta?

–Sim,Julieta,É melhor ficarem aqui- o médico diz anotando ago em sua prancheta – então Julieta,você se lembra por que esta aqui?

–Não- ela engole em seco.

–Você sofreu um acidente de carro,se lembra de alguma coisa?

–Não.

–Mas se lembra do seu nome,sua idade?

–Lembro,eu tenho 17 anos- disse orgulhosa.

–Ótimo,do que mais se lembra?

–E-eu não sei.

–É melhor deixar ela descansar- ele nos levou para o corredor ao lado do quarto de Julieta- Ela esta em um estado muito delicado,talvez ela devesse...

–Por favor não seda minha filha- Kriss começou a chorar.

–Fique calma Sra. Ambers,Julieta ainda esta confusa,creio que teremos que fazer isso.

–E ela vai se lembrar das coisas?

–Não sei Sr.Schreave, quando se trata do cérebro nunca podemos ter certeza,talvez a memória dela volte,talvez não,é imprevisível- assenti e abracei Kriss que ainda chorava.

Voltamos para a sala de espera,onde Sthefanie,Celeste e Robert nos aguardava,Kriss logo abraçou Robert e Celeste veio até mim me abraçar.

–Eu sinto muito -sussurrou.

–Tudo bem- pigarreei e ela me soltou.

–Acho melhor irmos para casa,amanhã tem o jornal oficial.

–Tem razão- assenti –Vocês vão ficar bem,sozinhos?

–Claro Arthur.

–Qualquer coisa...

–Avisaremos- Kriss assentiu .

Quando chegamos no castelo estava tudo silencioso,já que devia ser umas 23:00 hrs,subi para as escadas com cuidado,Celeste e Sthefanie ficaram na cozinha para comer alguma coisa e eu só precisava dormir,estava exausto,quando me esbarrei em alguém.

–Desculpe-me deparei com grandes olhos cinzas.

–Ah, tudo bem.

Ela se afastou e percebi que era uma criada,seu cabelo castanho escuro estava solto,acho que eu já tinha visto ela e se não me engano seu nome era Kiara,as vezes eu escutava ela conversando com outras criadas do castelo.

Cheguei no meu quarto e deitei sem nem mesmo trocar de roupa,estava cansado demais para isso.Acordei com San meu mordomo me chamando,tomei banho e coloquei um terno preto e uma gravata vermelha.

–Olá querido -minha tia May disse assim que sai do meu quarto- Como esta?Sua mãe me disse que ontem você estava bem estressado.

–Estou melhor,obrigada- sorri e dei o braço para ela me acompanhar.

–Sinto muito por Julieta,ela vai se lembrar,logo,você vai ver.

–Assim espero.

Minha tia parecia muito com minha mãe,cabelo,cor dos olhos,mas as duas tinham personalidades diferentes,minha tia viajava sempre a trabalho com suas pinturas,ela é muito boa no que faz.Mas ela me despertou algo que eu queria esquecer,Julieta,eu sei que ela esta em uma situação difícil,mas agora é hora de recomeçar,eu e ela somos amigos e agora que ela não se lembra mais,é a hora de seguir em frente.

–Vou embora hoje,mas,volto para seu aniversario.

–Mas já?- descemos as escadas e ela assentiu.

–Tenho que terminar algumas pinturas,vou acompanhar a seleção de pertinho,viu?-ela piscou.

–Devia ficar mais um pouco,sabe que mamãe adora quando você vem,ela até fez um...

–Não conte a ela,mas prefiro pintar na minha casa- assenti e me sentei no meu lugar.

–Qual é o seu problema,Johnny?-Sthefanie chegou brigando com Johnny.

–Deixa de ser chata,Sthef.

–Bom dia,crianças- minha mãe deu um beijo na bochecha dos dois.

–Bom dia- meu pai venho logo atrás –E Arthur,precisamos conversar.

Assenti,se ele queria conversar comigo não era coisa boa,já fiquei preparado para levar uma bronca.Assim que terminamos o café o segui para sua sala.

–Sabe,que hoje tem o jornal oficial,George Oxford era fazer uma entrevista com você sobre as seleção.

– Sim eu sei.

–Ótimo,espero que você não estrague nada.

–Por que eu estragaria?-ele não respondeu- Você não confia em mim.

–É verdade,não confio mesmo,você terá que batalhar muito para que eu confie de novo.

–Se é assim que você quer.

–Arthur,só se comporte.

–Como se eu não me comportasse- sai da sala mesmo sem a permissão dele.

Fui até o jardim,é um tédio ter que ficar nesse castelo o dia todo,não se pode fazer nada e agora nem falar com Kile posso que era quem geralmente me tirava do tédio.Fui até o muro do jardim e tentei subir nele,mas ele era muito alto.

–Uau quebrando regras- olhei para trás e vi Cath sorrindo com seu cabelo preto preso em um coque.

–Oi Cath.

–Ei Arthur- desci do muro envergonhado- O que estava tentando fazer,se matar?

–Seria mais divertido do que ficar nesse castelo?

–Provavelmente.

–Então deixa...

–Não faça isso- ela sorriu mostrando os dentes- Hum..Parece que San colocou uma pilha de papeis do seu quarto.

–Que droga-ela pareceu surpresa quando eu disse isso- O que foi?

–Nada.

–Então,eu vou indo,a gente se vê.

–Sim.

Subi e li toda a papelada,era uma pilha bem grande mesmo,desci para almoçar e depois subi de novo para terminar.Quando vi as horas já era quase a hora do jornal,já tomei banho não vou tomar de novo não,apenas troquei de roupa e passei perfume.Coloquei um terno azul escuro,uma camisa branca e uma gravata preta.

Johnny estava ansioso como sempre,o que deixava Sthefanie ansiosa e eu também,foi então que percebi que estava soando,minha mãe tentou me acalmar mas só me deixou mais nervoso.Quando o jornal começou meu pai falou sobre os rebeldes sulistas que não havia atacado já fazia tempo.

George estava com seu terno vermelho engomado,seus cabelos loiro estava para trás e ele abriu um largo sorriso ao passar pelo palco e sentar na cadeira de entrevistador.Gavril havia aposentado a alguns anos e George ficou em seu lugar,ele devia ter uns 30 anos.

–Boa noite,povo de Illea !É uma grande honra participar da seleção e conhecer trinta e cinco mulheres!- ele abriu mais o sorriso – Mas agora antes mesmo de conhecer essas adoráveis damas,lembrando que apenas uma se tornara a princesa de Illéa, tenho o prazer de conversar com o príncipe Arthur.

Andei pelo palco,onde tinha duas cadeiras separada para mim e para George,sentei e cruzei as pernas George logo se sentou a minha frente e pegou o microfone,arrumei meu terno e ele começou a falar:

–É um prazer revê-lo, Alteza.

–Obrigado,o prazer é todo meu George- tentei não parecer muito nervoso.

–Em algumas semanas trinta e cinco garotas irão se mudar para a sua casa.Como se sente?

–Hum,eu estou bem animado na verdade,estou ansioso para que esse dia chegue,claro que vai ser bem diferente,mas ainda sim empolgado.

–O que o senhor procura em sua futura noiva?

Essa pergunta me pegou desprevenido,já tinha ensaiado tudo o que ele iria dizer mas não tinha essa pergunta,não gosto quando as pessoas não seguem meu roteiro.

–Ah bem,acho que para isso serve a seleção,haverá varias garotas e eu espero encontrar o que eu quero dentre as participantes- sorri.

–Nosso tempo esta acabando,tenho uma ultima pergunta: Você já deu uma olhadinha na ficha das selecionadas?

–Não – ri- Não vi nada ainda da seleção,sei tanto quanto vocês.

–Obrigada,alteza.Julgo falar por todos em Illéa ao lhe desejar uma boa sorte.

–Obrigado- agradeci.

Olhei para meus pais que sorriam e Celeste disse mexendo os lábios “Mandou bem”.

–Receio que tenhamos chegado ao fim da transmissão de hoje.Obrigado por assistir ao Jornal oficial de illéa.ate semana que vem.

Suspirei aliviado.