Athena e Eu escrita por Naiane Nara


Capítulo 9
Tristeza mais uma vez...


Notas iniciais do capítulo

Saint Seiya não pertence a mim, apenas ao meu coração.



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Seiya

Athena permanece imóvel, de costas para nós, pegando em cheio a chuva que começa a cair. Incrível como até o tempo muda de acordo com o humor da Deusa da Terra.

Ninguém tem coragem de falar nada, podemos sentir seu coração aos pedaços. Então ela vira levemente para nós, mostrando apenas parte do rosto.

– Muito obrigada por tudo, Cavaleiros. Eu... Peço desculpas por esta... Inoportuna briga de família.

Eu sei que ela adoraria prometer que não vai mais acontecer de novo, mas nós sabemos que enquanto ela continuar ao nosso lado contra os deuses, sempre vai acontecer uma vez mais e outra, e outra...

A chuva está engrossando, e os Cavaleiros de Ouro são os primeiros a se retirar a fim de defender suas respectivas casas. Em seguida, os outros também se dispersam. Nunca houve tamanho silêncio desde que vim para o Santuário.

Athena começa a caminhar, sem prestar atenção direito onde está indo. Não consigo ver sua expressão, mas tenho certeza que não é das melhores.

Ela caminha, e eu a sigo. Demos várias voltas no Santuário até ela finalmente chegar à frente do Seu Templo e sentar no meio da chuva.

Ficamos ali por várias horas. De vez em quando Saga vem perguntar se houve algum avanço, mas nos encontra na mesma posição e vai embora sem dizer nada.

Enfim tomei coragem:

– Saori.

Ela não responde, mas sei que está atenta.

– Não precisava ter feito aquilo... Ela é sua irmã.

– Tem coisas que vocês não sabem.

Hesitei. O que devo dizer, o que posso dizer?

– Como assim?

– Perséfone e você não se dão bem por causa dos diferentes vínculos que os dois têm com Hades. Ela o ama apaixonadamente, mas nunca disse, nunca houve o derradeiro eu te amo que o marido dela tanto esperava, para não machucar mais Deméter, sua mãe, que faz a Terra ficar infértil tamanha é a sua mágoa quando Perséfone volta para Hades.

Ela respirou delicadamente e continuou:

– Você, Seiya, é predestinado ao deicídio. Só isso já faz qualquer deus temê-lo, nem que não admita.

Senti-me tão envergonhado por não poder acompanhar toda a sua sabedoria. Mas isso é apenas um lembrete da distância que nos separa, um puxão de realidade.

– Eu nunca ouvi essa palavra antes. – Me obriguei a dizer. - O que é deicídio?

– É uma expressão latina, significa “assassinar um deus”. Depois que você o feriu em uma época antiga, Hades escondeu seu corpo físico nos Elísios. Junto com ele, colocou Perséfone, adormecida pelo poder de Hypnos, também intocável pela eternidade, para que você ou eu não a feríssemos.

– Entendo...É por isso que ela me detesta.

– Sim. Eu o matei antes que eles pudessem se reencontrar, mas ela acha que você fez algum tipo de ameaça específica, por isso Hades foi levado a tomar uma atitude tão drástica.

– Ela acha que se estivesse com ele, ele não estaria... Morto.

Athena fez que sim com a cabeça.

– Esse sentimento já estava se curando, quando ela recebeu aquele bilhete dele.

– Dele?

– De Hades.

– Mas como isso é possível Saori? Você o matou, não foi?

A deusa virou-se e me olhou fundo nos olhos:

– Sim e não.

Odeio quando ela diz isso. Sinto-me atordoado, confuso. Nosso pior inimigo...e ele não está morto?

– Isso é possível?

– Sim. Infelizmente sim.

Me senti tão insignificante diante dessa realidade. Então é realmente inútil lutar contra os Olímpicos.

– Nós, deuses, somos quase indestrutíveis. Realmente, há pouquíssima coisa que possa nos eliminar para sempre. Quando somos feridos, “morremos” durante um tempo, dois tempos e metade de um tempo.

– Isso dá quanto em vida humana? – perguntei, humilhado.

– 3 ou 4 vidas humanas, se a pessoa tem sorte.

– Pelo visto, você não tem essa sorte.

– Não, não tenho. Perséfone tem o poder para apressar o despertar. Ele está chamando-a. E ela está indo ao seu encontro.

Eu queria tanto poder consertar tudo, confortá-la de alguma forma. Mas eu me sinto tão humilhado por essa conversa, como se ela fizesse questão de me fazer enxergar o quanto estamos longe um do outro.

Ela falou do que está acontecendo, do que vai mudar as nossas vidas, como uma professora. Ou melhor, como a deusa que é.

A chuva está parando, sinal de que já está mais calma. Eu vou embora, antes de me machucar mais ainda.

– Seiya.

– Estou indo. – Disse, antes de olhar para seus maravilhosos olhos azuis e perder a noção de tempo e espaço.

– Por favor, não vá. Eu me sinto tão sozinha quando você não está.

Não, você não podia ter dito isso, por que era tudo que eu queria escutar. Caminho até você, e abraço o seu corpo, sem conseguir conter um arquejo de satisfação. Sua pele é tão linda e aconchegante. Ficamos assim, abraçados, você me olhando, e eu de olhos fechados, para não ver o seu rosto tão próximo do meu corpo e me sentir tentado a trair sua confiança.

Todavia, sinto seu olhar sobre mim, e é o suficiente.

Mentira, eu queria muito mais que isso.

Eu te amo, Saori... Athena.

*****


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Notas finais do capítulo

Desejo agradecer as pessoas que tem tido a paciência de acompanhar esta fic, sintam-se à vontade para criticar, me dar um tapa ou dar sugestões,afinal, Saint Seiya pertence à humanidade.



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