Athena e Eu escrita por Naiane Nara
Notas iniciais do capítulo
Saint Seiya não me pertence legalmente, apenas ao meu coração.
Perséfone
O que Athena quer fazer é loucura. Devia mesmo era deixar em alerta todo o Santuário de uma vez. Ela sorriu para mim e pediu que eu não me preocupasse: “Irmã, esta batalha é minha.”
Foi o que ela disse. Mas, por que, por que eu não me sinto confiante?
Estamos saindo de Delfos, após a manifestação da pitonisa. Aqui é o lugar mais próximo do Olimpo, e este é o único oráculo que nós, deuses, consultamos desde épocas imemoriais.
– Athena, se não devo me preocupar, por que não consultamos teu Grande Mestre?
Ela olhou-me de um jeito duro, assustador. Isso é raro em Palas.
– Acha que não sei que teu Grande Mestre pode prever o futuro em teu nome? Diga-me, por que viemos aqui? A sacerdotisa é tão fiel a Apolo quanto teus Cavaleiros a ti, pelo amor de Zeus!
– Irmã, por favor, se acalme. Confia em mim.
Sua voz tem uma doçura que seus olhos desmentem. Mas tenho que acreditar, ela é a favorita do Pai, e a mais honesta entre todos os deuses, afinal.
– A visita não foi inútil, Core.
– Mas foi tola. E você sabe como odeio que me chamem assim. MEU NOME É PERSÉFONE!
Chegamos ao Santuário no meio de muitas risadas, o que despreocupou os Cavaleiros assim que nos viram. A medida que fomos caminhando, pude ver como todos os semblantes se desanuviavam, menos um.
Um inconveniente esse Cavaleiro, sem dúvida.
– Irmã, me diga, - não pude conter minha irritação – qual o papel da constelação de Pégaso? Quer dizer, lembro-me que foste a única a domá-lo. Desde então ele satisfaz a todos os teus caprichos? O fogoso Pégaso tornou-se nada mais que um escravo?
Palas parou de andar imediatamente.
– Se repetir isso novamente, Perséfone, juro pelas águas do Estige que não te desejarei mais no Santuário.
E acelerou o passo em direção ao Seu Templo.
– Palas!
Segui-a, até que ela se virou e disse-me cruelmente:
– Eu sei a natureza dos seus sentimentos, mas guarde-os para si.
– E os seus? Acha que são muito ocultos?
– Não te interessam. Mas responderei às dúvidas de tua alma: sim, é ele o predestinado ao deicídio. Sim, é ele quem obrigou Hades a esconder seu corpo físico e você, em consequência!
– E sabendo a dor que me causou, o protege? Ele feriu o meu marido!
– Basta! Retire-se agora, filha de Deméter. Não se esqueça de que pelos deuses eu tenho autoridade sobre ti.
– Sim, minha irmã mais velha, sim! Então continue com seu plano suicida! Realmente será destruída junto com os humanos!
– Cale-se, Perséfone. Já disse demais sobre o que não lhe diz respeito.
– Não me calarei! Você traiu a todos nós!
– Então se retire, Destruidora. Se sente tanta raiva do Pégaso então me odeie, pois fui eu quem o matei, lembra-se? Não é culpa de ninguém que nunca tenha dito que o amava!
Nesse momento meu Cosmo cresceu sem controle algum, com um ódio nunca visto. Meu amado sentiria orgulho de mim.
– Não sente vergonha Palas? Fará seus Cavaleiros descobrirem por que dizem que trago a Destruição!
Minha lança, minha Kamui. Há tanto tempo não as vejo. Agora é como se fizessem parte de mim, como se fossem extensão do meu corpo.
Posso enfim lançar todo meu ódio em forma de golpe.
– Levarei tua cabeça para nosso irmão Apolo.
Athena apenas fecha os olhos, e estende os braços, impedindo meu golpe, e ao mesmo tempo pedindo silenciosamente para que os Cavaleiros recuem. Mas nenhum deles obedece, e o irritante Pégaso permanece na frente dela.
– Já permitimos demais a sua presença. Não tocará em um fio do cabelo de Athena.
– Não me diga. Acha que sua vida vale alguma coisa diante da vida de um deus?
Então tenho outra visão.
Uma caverna. Luz. Zeus se curvando a um novo deus, meu amado no fundo da terra.
Estou aqui. Espero-te. Só você pode me ajudar.
Então de repente, sei o que fazer. Desapareço para cumprir meu chamado, mas por pouco tempo.
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