A Guerra dos Dez escrita por Sabs Zullush


Capítulo 9
Um refugio para lembrar da Guerra




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– Parece que vocês se meteram em um verdadeira confusão lá em cima, não é mesmo?! – Yash sorriu, assim como todos ali que se esqueceram dos acontecimentos das ultimas horas e correram para abraça-lo.

–Por onde você esteve, eu estava tão preocupada. – Lorenna se sobressaiu e deu um abraço de quebrar as costelas de muitos ali.

–Estive esperando. Por vocês, principalmente.

–Yash, o que houve com os seus olhos? – Tomi perguntou subitamente.

–Eu conto quando chegarmos à um lugar seguro. Sigam-me. – E ele continuou a andar, Yokota tentou ajuda-lo com o caminho mas não era necessário, ele parecia ainda conseguir enxergar.

Luke iluminou o caminho e conforme andavam, mais achavam que Yash estava louco e nos levando a absolutamente lugar nenhum. Até que chegaram em um beco sem saída.

–Mas, ué.. – Chiara levantou uma sobrancelha confusa, como todos estavam.

–Querem ver um truque de mágica? – Yash bateu o pé direito fortemente no chão e a parede que colocava fim ao túnel desceu entrando no concreto da galeria de esgoto. Revelou-se então um sala, a primeira vista bagunçada, mas depois se mostrando um enorme quartel de alta tecnologia, onde o salão principal em forma oval, bifurcava-se em vários outros tuneis, sendo as paredes entre eles repletas de armas e computadores. Em um deles olhando para as telas que mostravam imagens de câmera de segurança de toda a cidade estava um menino, ele era alto e moreno, e se parecia incrivelmente com Thalles.

–Finalmente! – Disse o garoto se virando, era Felipe, um amigo de longa data de muitos ali.

E todos correram para abraça-lo. Depois da euforia, todos jogaram as mochilas no chão e esperaram sem saber o que fazer ou como lidar com tanta coisa, era uma nova realidade.

–Bem, a gente não estava esperando visitas, mas as acomodações não serão um problema, venham comigo. – Alguns reclamaram de ter que pegar novamente suas tralhas, mas no final todos o seguiram.

Entraram por um dos tuneis, que em seu final bifurcava-se em mais dois outros, uma para a diagonal esquerda e outro para a direita.

–De um lado ficam os geradores de energia e do outro não há absolutamente nada, estamos com uma certa falta de criatividade. Mas vamos dividir os alojamentos das meninas e dos meninos. – Um som de desaprovação veio em coro. – Ah, seus safadinhos. Querem quartos em conjunto não é? Não se preocupem, os banheiros são unissex. – Yash deu uma piscadela.

Ele mandou as meninas seguirem-no pelo túnel esquerdo, o qual era ligeiramente curto. Quando chegou ao seu final, ele pisou e pareceu empurrar o ar, um ato que fez com que as pedras se movessem, abrindo um enorme quarto. Ele entrou no mesmo e seus movimentos ali eram precisos, que fizeram camas de terra surgirem. O barulho era ensurdecedor e ao mesmo tempo reconfortante, aquilo soava como casa.

–Acomodem-se. Vou fazer o quarto dos meninos agora. Quando acabarem, vocês podem tomar banho no começo deste túnel e se dirigirem pro salão principal.

E elas correram para pegarem suas camas, deitando e surpreendendo-se como a terra podia ser macia.

*

Era incrível como depois de uma batalha a calmaria parecia monótona, mas pacifica e relaxante. O fato é que depois de tanta luta, todos se viciam um pouco em adrenalina, Sabrina pensou enquanto a agua escorria sobre seu corpo.

Quando todos se reuniram no salão principal, havia assentos e uma enorme fogueira no centro do círculo. O cheiro de comida estava no ar e a fumaça saindo por uma abertura no teto. O estomago de todos roncou audivelmente. E eles correram como um bando de abutres para come-la. Yash apenas observava, ou nem tanto, o que acontecia, e Felipe corria para tentar pegar um pouco da carne que estava na mesa perto da fogueira.

Quando todos se acomodaram nos assentos, comendo e bebendo, as perguntas começaram. E Mapa retomou o assunto dos olhos de Yash que ainda intrigava a todos ali.

–Foi por causa dos meus poderes. –Todos o encaravam ainda sem entender. – Quando se tem muito, se perde muito também. Eu senti quando estava vindo, a onda de poder, digo. Eu senti ela me arrebatar como um tsunami e me cegar aos poucos, eu senti quando os poderes inundavam as minhas veias. Elas ferviam não mais em sangue, mas em água, fogo e terra, e o meu corpo se transformava em ar.

–Então você consegue dominar os quatro elementos? – Perguntou Thalles, deslumbrado.

–Sim, mas em troca, a minha visão se foi.

–Mas como você consegue enxergar tão bem? – Sabrina sorriu, não era uma pergunta lógica uma vez que ele não possuía mais um sentido.

–Eu consigo sentir as vibrações do solo, se não fosse por isso, do que me serviria tamanho poder?

Aquele foi um momento para todos pensarem, ter poder ou não, não significava nada, quando se tem muito... Se perde muito também. Sabrina sentiu frio, um frio que apenas ela sentia e que vinha de dentro e a desmontava. Por um momento ela sentiu o tempo desacelerar, mas logo se recuperou. A guerra mudava as pessoas.

–E quanto a você, Fe? – Chiara se direcionou a ele.

–Eu? Ah, eu não tenho poderes, sou só um hacker que teve um pouco de sorte e inteligência. – A maioria riu.

–Nada convencido. – Tomi brincou.

A noite passava e o álcool ganhava espaço no sangue das pessoas. Martinato brincava com o seu novo poder, fazendo nevar, ou criando borboletas de gelo que circundavam Chiara e Mama, voando. Do outro lado da fogueira Lorenna arrancou um dos assentos do chão e o amassou como se fosse um simples pedaço de papel.

–LOG ESMAGA! – Ela gritou e todos começaram a rir.

Sabrina ria também, até que sentiu o gelo em suas costas e quando olhou para trás viu um par de asas se formando em ambos os lados de seu corpo, eram asas de gelo. Ela sorriu com os olhos brilhando para Marti que se concentrava em cada detalhe para chegar a perfeição, Sabrina levantou vôo e ela parecia um verdadeiro anjo a distancia, algo mais claro que sua alma. Foi ao encontro de Yokota no chão, e com o impacto as asas se desfizeram, tirando o sorriso de seu rosto.

–Você é um anjo caído. – Disse o asiático colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. Ela olhou-o nos olhos e sorriu.

*

Era uma linda vista, a Terra vista do espaço. Tão rodeada de satélites e o ocidente de noite, banhado pelas luzes das cidades. Era uma visão linda, e Dudu adoraria tirar uma foto daquele momento, mas guerras não são para serem apreciadas, logo aquele planeta estaria morto, e eles partiriam para o próximo em busca de ascensão. O universo seria dos mogadorianos, e de seus aliados.

Olhou para trás e três pessoas loiras chegavam acompanhadas por um ser de no mínimo dois metros e meio de altura, era Julia, Lyu e Juliana. A ultima uma menina de cabelos curtos e de baixa estatura, carregava no cinto uma faca do tamanho do seu antebraço e tinha um poder inigualável: projetar realidades na mente de outras pessoas. Era de imensa vantagem tê-la do lado ProMog. E por fim, o temido Setrakus Ra, vestido num terno e carregando um cajado, não mais como aquele velho senhor, mas agora como um verdadeiro mogadoriano, com pele acinzentada e aparentes guelras do lado do nariz. Em seu peito estavam três colares feitos da pedra lorilate, que brilhavam intensamente em um lindo tom de azul, as quais representavam todos os poderes daqueles que eram os seus inimigos, e também representavam aqueles que foram mortos, os lorienos de verdadeira linhagem, enviados à Terra para proteger os medíocres humanos.

–Mestre. – Dudu se curvou em nome daquele o qual admirava.

–Nobre, Eduardo. Saudades de casa? – A voz grossa e ácida de Setrakus arrepiava até o ultimo fio de cabelo daqueles que eram fracos, mas não de Dudu.

–Não, senhor. Apenas admirando e contemplando o que em breve os mogadorianos terão nas mãos.

–Vejo muito potencial em você, Eduardo. Como foi a batalha com seu grupo de amigos? – Setrakus já sabia a resposta, mas queria ouvi-la do menino.

–Infelizmente, meu senhor, não obtivemos sucesso, eles conseguiram escapar.

–Algum sinal deles?

–Estamos rastreando, mas até agora nada, a rua que eles entraram não havia câmeras ou espiões. Não fazemos ideia de onde eles possam estar.

–Meu, senhor. – Murmurou Juliana pedindo permissão ao mestre para falar. Quando a permissão foi concedida ela continuou. – Será que eles não desenvolveram algum tipo de poder de teletransporte? – A teoria foi ponderada, mas assim que Lyu abriu a boca, Setrakus sorriu.

–Os esgotos, senhor. – Os dentes afiados se mostraram no homem, e Lyu sentiu satisfação em receber a aprovação de seu líder.

Com uma batida do cajado no chão, chamou um dos generais mogadorianos, este de estatura normal, mas forte como um rinoceronte, não possua cabelos, mas tatuagens dos dois lados da cabeça, setas que desciam até a ponta dos pés, cada traço era um lorieno morto.

– Juktos, vasculhe os esgotos das redondezas onde aquele grupo de crianças desapareceu. A qualquer sinal de vida ali, mate. Sendo eles ou não.

–Sim senhor.

–E mais uma coisa. – Setrakus sorriu. – Traga-nos suas cabeças.

O general bateu continência e saiu a passos largos.


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Notas finais do capítulo

Será que fodeu? hãhãhããã, ou será que não? hãhãhããã



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