A Guerra dos Dez escrita por Sabs Zullush


Capítulo 12
O sangue que banha os rios




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Setrakus Ra sentava-se em sua cadeira alta a qual ficava de frente para a janela da nave. Era uma bela vista, qualquer um invejaria visualizar a terra em sua plenitude azimutal, com um satélite prateado ao longe, orbitando seu entorno.

Era um planeta magnifico, ele tinha que dizer, nada como Mogadore, um planeta morto de tons vermelhos e cinzas, destruído pela exploração excessiva dos mogadorianos, e ele achava que o homens fariam o mesmo com seu próprio planeta, então por que não intervir e acabar com tudo logo?

A Terra era um bom lugar, muitos recursos sim, mas não era nada como Lorien. Oh, Lorien, com seus campos verdes e águas cristalinas, sua magia, seus animais exóticos, tamanha beleza nunca seria encontrada na Terra. Setrakus as vezes, apesar que não gostar de aceitar, sentia saudades de casa, de quando ainda não era um mogadoriano. Segredo maior, que apenas ele e alguns mogadorianos e lorienos sabiam, e que o envergonhava. Lorien podia ter qualquer poder, mas nunca saberia aproveitá-lo. Ele amava Lorien, mas precisava destruí-la e por isso juntou-se à Mogadore. Era, além de um dos anciões de Lorien, um ótimo cientista e descobriu formas de transformar o corpo mogadoriano, até transformar a ele mesmo em um. Ele era imortal, um mogadoriano com toda a sua força e austeridade, juntamente com um lorieno dotado dos mais fortes legados, estes os mais raros.

Ele organizou e colocou em prática os dias escuros de Lorien, o dia em que milhões de indivíduos morreram pela suas mãos e pelas mão do seu mais novo povo. Os Mogadorianos invadiram de surpresa, na calada da noite, cercando lentamente os lorienos para então extingui-los de vez. Eles vieram com suas criaturas, todos os pikens e krauls existentes em Mogadore, eles foram com suas armas supersônicas, feitas de um combustível já escasso em seu planeta, mas em abundancia em Lorien. Os Lorienos que continham legados tentavam lutar, eles lutaram até o ultimo segundo de suas vidas. Mas no final, foram todos exterminados. Nenhuma criança, idoso, mulher ou homem, sobreviveu para contar a história. Ou quase nenhuma. Eram rios e mais rios de sangue, deixando as águas vermelhas, pintando as casas e o chão, deixando o céu enevoado devido aos incêndios. Estavam tão ocupados vangloriando-se com a carnificina que se esquecerem de enxergar por além das nuvens de fumaça, duas naves sendo lançadas no espaço para um planeta longínquo, e isso poderia ter sido sua derrota.

Lorien era menor que Mogadore e muito menor que a Terra, medianamente populoso e povoado. Já este país azul, ao qual Setrakus olha tem muito mais corações para se parar e cabeças para se arrancar. Ele almejava os rios de sangue para colorir esse mundo e faze-lo dele o seu império, por enquanto.

Fora tão fácil acabar com Lorien, e agora observando suas naves, todas flutuando ao redor da Terra, todas com milhares de Mogadorianos com suas armas, todas com centenas daqueles que receberam a benção de Lorien na terra e foram dignos dos legados, aliando-se ao lado vencedor. Todas cheias de suas monstruosidades. E principalmente, apenas uma nave comportando a ele próprio. Era tão cômico, e seria ainda mais quando antes mesmo do terráqueo emitir um som de sua boca escancarada de pavor, ele lhe cortar a garganta.

Uma batida na porta tirou Setrakus de seu devaneio. Ele levantou-se com sua grandiosidade de um homem comum que aparentava estar entre os 50 e 60 anos.

–Entre. - Ele disse com uma voz carregada do sotaque metálico mogadoriano, que ele emitia apenas quando era de sua vontade.

Um de seus marechais entrou, este era alto, aparentemente 2 metros ou mais de altura. Seus ombros largos e os braços tão musculosos que mesmo abaixo do terno que vestia era possível ver sua definição. Ele era careca e em sua nuca havia uma tatuagem com os dizeres em mogadoriano: “Aos mogadorianos o universo em sí.”. Os olhos eram negros como a noite e sua íris um pouco maiores que o normal. As guelras acompanham o ritmo controlado de sua respiração.

–Com licença, senhor. - Disse o marechal. - As bombas já estão preparadas.

Com um sorriso de escárnio, Setrakus seguiu em direção a sala de ataque.


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