A Guerra dos Dez escrita por Sabs Zullush


Capítulo 11
Doces Deletérios


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora e o tamanho do capitulo, mas... antes tarde do que nunca.



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Juliana não estava acostumada com as naves de guerra, apesar de sua imponência, elas não eram absolutamente NADA, comparadas as naves de sobrevivência na órbita da terra, estas não pareciam tão grandes vistas do espaço, mas quando na atmosfera, eram mais do que grandiosas, tinham o tamanho de grandes nuvens, e pareciam navios, mas no lugar das velas, um teto abobodado, a popa oval e a proa pontiaguda, onde ficavam as pistas de pouso para as aeronaves menores.

Andares e andares que recolhiam centenas, milhares de mogadorianos e aliados os quais viviam em harmonia, sem falar dos prisioneiros, claro, como esquecer dos prisioneiros os quais ficavam no calabouço, que apesar de o normal ser armazena-los nos porões, eles estão nos últimos andares, onde não havia vista para o universo, e onde eram torturados das piores maneiras possíveis. Um dia estas naves terão que pousar, e ainda bem que foram feitas pistas exatamente para isso. Não falo da Área 51, esta é apenas um lugar para disperçar a atenção dos humanos ignorantes, falo da base Dulce, ou dos grandes pastos em Varginha, Minas Gerais. Em cada país há uma base dessa, e é assim que os mogadorianos vão povoar a terra, uma vez que acabar com todos que não estão do seu lado, o que é fácil. Pensou Juliana.

As naves de guerra, puff, eram do tamanho de cinco caminhões um do lado do outro, uma mistura de filmes trash de alienígenas com a sua própria tecnologia, sua lataria era negra, bonita, obviamente, mas não se comparavam ao seu antigo lar.

Deixando de lado seu devaneio ela voltou-se à Eduardo.

–Quando iremos invadir? - Ela batia o pé no chão indicando nervosismo - Não suporto essa inércia.

–Não estamos em uma inércia Juliana, estamos esperando informações do sistema de inteligencia, não podemos simplesmente atacar o nada. - Dudu disse jogando uma bola de pedra alienigena na parede, enquanto ela quicava e voltava para suas mãos. O quarto onde ambos estavam era grande, havia quatro camas beliche muito confortaveis, além de mesas e poltronas, onde eles estavam sentados, e um televisão de 55 polegadas.

Juliana não aguentava ficar sem fazer nada, então levantou-se e foi em direção ao viveiro dos krauls, criaturas um tanto bonitas, ao olhar dela, pareciam pitbulls deformados com asas, e ao ve-la passar eles se agitaram, pulando nas grades de proteção tentando alcançá-la. Suas garras de águia eram capazes de cortar carne como se fosse papel, assim como os seus dentes, não se comparavam à imensidão dos pikens, mas ainda assim eram mortais. Juliana se alegrava ao vê-los. Até que ela passou para o viveiro seguinte e viu três animais de diferentes espécies engaiolados. Eles estavam abatidos, como se a vida não valesse a pena a dor de ser vivida. Ela sentiu pena dos animais, mas não entendeu o que faziam ali.

–São Chimaeras. - Juliana pulou de susto, e ao olhar para tras viu um mogadoriano, adolescente, diferente dos outros ele mantinha o cabelo grande, na altura dos ombros, e era bonito… bem bonito.

–Você quer dizer quiméras? as criaturas que mudam de forma? - Perguntou.

–Chame como quiser, mas não se engane com o seu poder. - conforme ele chegava perto das grades, um dos animais, um lobo acinzentado, começou a rosnar para o garoto. - Eles podem ficar do tamanho de pikens, talvez até maiores..

Com os olhos brilhantes, Juliana se aproximou das grades.

–Meu nome é Materacktus. É um prazer conhece-la.

–Juliana, e o prazer é todo meu. - Suas bochechas ficaram coradas e o mogadoriano sorriu mostrando seus dentes afiados. Eles deixaram os viveiros e foram dar uma volta na base.

*

Era uma cela minúscula, um cadáver apodrecendo no chão e um ser sem forças preso pelos pulsos e tornozelos por correntes que de vez em quando soltavam um liquido que queimava e corroia aos poucos. As unhas? à muito já foram arrancadas, assim como alguns dentes. O ser possua um fio de arame farpado envolto de sua cintura e seu órgão genital. Não queria mais viver, não queria mais passar por tanto sofrimento. Não era possível questionar sua força pois muitos não aguentariam a metade do que este ser passou. Sua unica esperança, a que mantinha sua alma em seu corpo, era a chama da vingança. Este ser ia matar Setrakus Ra, e todos os seus generais, pelas marcas em seu corpo, pelos traumas em sua mente, por fazer este ser beirar a insanidade cada vez que fechava os olhos.

*

–Eu não acho que isso vai dar certo. - Disse Sabrina para Yokota enquanto eles pegavam armas e munições para a invasão. - É um risco desnecessário, com o que isso vai ajudar, nada.

–Eu sei, também estou dividido entre isso, mas o que mais podemos fazer? Esperar eles nos caçarem? - Ele carregou a arma. - Prefiro ser o caçador.

–Eu ainda não tenho um bom pressentimento quanto a isso. Na verdade, estou cansada disso. - Ela largou a arma no coldre e virou-se para ele. - Estou cansada de lutar uma guerra que parece não acabar, cansada por não saber da minha familia, e cansada de ficar longe do meu irmão. - A mensão ao irmão fez seus olhos se encherem de lágrimas que ela recusou soltar. - A guerra é grande demais pra gente e eu tenho quase certeza que vamos fracassar, e quando isso acontecer…

Yokota calou-a com um beijo, e ela se permitiu chorar, colocando todo o seu sentimento naquilo. Quando se separaram e olharam um nos olhos do outro, eles perceberam que aquela guerra tinha tirado demais deles, e eles não se permitiriam serem tirados um do outro.

Ele se virou e continuou a pegar suas armas, enquanto Sabrina se recompunha e fez o mesmo.

Mama preparava coquiteis molotov e uma serie de bombas relógios, a segunda com ajuda da tecnologia de Felipe. Eles iam destruir aquela base de merda.

Enquanto isso Luke treinava, atirando suas bolas de fogo na direção de Mapa, seu poder havia incrivelmente elovuído para algo magnifico, e Mapa desviava das bolas com graça.

Malu, Chiara, Vinny e Tomi se concentravam no mapa da cidade, vendo vias de escape, enquanto Yash, Martinato, Thalles e Lorenna faziam o plano de invasão.

Daniela, que há muito não era vista pois ficava a maior parte do tempo na cozinha, trazia lanches para todos, talvez com medo de vê-los pela ultima vez, ela tinha se apegado aos garotos, apesar de tudo. Chegando perto do quarteto que organizava os planos ela sussurrou.

–Será que eu poderia ir com vocês? - Todos olharam para ela espantados, sem entender muito bem o que ela queria fazer na invasão. - Estou com um mau pressentimento e acho que ele pode ser em relação ao Tomi, só quero estar perto dele.

Todos concordaram, se dando conta do quanto poderia ser perigosa aquela missão.

Quando a maioria acabou seus afazeres, Sabrina e Yokota distribuiram as armas, mesmo para quem tinha poderes. E todos se reuniram no centro do salão para ouvir o plano. Lorenna tomou a dianteira.

–Seguinte, vamos pelas galerias de esgoto até a frente do batalhão, e em seus portões jogaremos uma das bombas relógio isso fará o alarme soar. Quando isso acontecer, Chiara vai entrar no quartel e vai distribuir as bombas relógio lá dentro, você terá 20 minutos para isso, Ki. - Todos olharam para ela e Sabrina pode notar a menina engolindo em seco. - Se você não voltar em 20 minutos dispararemos as bombas mesmo assim. Só quando as bombas forem disparadas e tudo se acalmar, nós entraremos na base e acabaremos com quem ainda estiver alí. Vamos pegar as informações que pudermos e se conseguirmos algum refém, ótimo. Malu, esteja pronta para socorrer quem precisar no meio da batalha. Força total pra cima deles.

Todos responderam com urros de motivação, batendo palmas e demonstrando animação. Haviam dois porens, ou todo mundo morreria naquela noite, ou viveriam com muitas sequelas.

Depois de organizar tudo em sacolas, até mesmo armas reservas, Yash fez com que a parede do tunel fosse para o lado, mostrando a passagem por onde eles passaram uma vez há algumas semanas. Era um longo caminho que eles teriam que percorrer.

*

Apesar de interessante, a solidão na nave era sufocante, parecia que quanto mais ela procurava, menos ela achava, era um ciclo vicioso que deixava Julia louca. Decidiu então pegar um café no refeitório, o qual estava cheio como sempre. Pessoas de todas as nacionalidades possíveis, com poderes ou sem, e mogadorianos de todas as idades e gêneros.

Durante o tempo em que participou do sistema de inteligencia ela descobriu que aqueles que iam para a guerra fisica eram apenas clones, mogadorianos criados em laboratório que tinham apenas a função de mensageiros ou guerreiros, e eram todos homens. Assim os mogadorianos de raça pura poderiam comandar e viver suas vidas sem ter medo da guerra, pois nela nunca precisariam lutar. Contudo, a unica diferença visivel entre os de puro sangue e os clones era a morte, enquanto os clones viravam cinzas, os sangue puro continuavam com seus corpos intactos, ou quase. A maioria dos generais mogadorianos tinham mudanças no corpo, estas para deixá-los mais resistentes, mais fortes, mais velozes, quando essas mudanças aconteciam, na morte as partes modificadas se auto corroiam, e a imagem… não era nada agradavel.

–Ei, calma. - Julia, tão concentrada nos pensamentos acabou batendo de frente com uma menina linda, um pouco mais baixa que ela, com um corpo escultural e cabelos castanhos cacheados, ela levava uma fita nele.

–Desculpe. - Disse Julia e saiu do caminho da garota.

–Meu nome é Sarah, por sinal. - A menina gritou pois Julia já estava longe, passando pela ultima mesa do refeitório e indo em direção às maquinas de café.

Voltando para sua sala ela percebeu uma das abas do computador piscando em alerta. Eram os detectores de calor, captaram grande movimentação nos tuneis de esgotos. Era a hora.

*

–Estamos chegando perto - disse Yash que mesmo cego guiava a todos. - Preparem-se.

O medo começava a abater todos, mas não dava para recuar agora, eles iam tomar uma das bases mogadorianas e iriam tomar hoje. Não tinham ideia se era dia ou noite, mas pouco importava pois uma vez que a primeira parte do plano requeria a invisibilidade de Chiara, eles não nos veriam chegando de qualquer forma.

–Chiara, está pronta? - Perguntou Thalles.

Ela demorou para responder mas por fim, balaçou a cabeça afirmando. Felipe chegou perto e a deu um beijo na testa.

–Você consegue.

–As bombas vão funcionar mesmo que você as jogue, você tem vinte minutos, Ki, e não sou eu que cronométro, são as proprias bombas, quando você passar pelos portões elas vão começar a contagem. Seja rápida. - Mama disse para ela enquanto ainda andavam.

–Chegamos. - O tunel dava espaço à uma grande galeria, eles teriam que pisar em água suja para alcançar a saida do esgoto, mas a água era o que menos importava naquele instante.

Daniela se mantinha nas sombras não querendo que seu filho notasse ela ali, mas sofrendo antecipadamente por ele.

Chiara subiu pela escada de mão primeiro, quando tocou o ultimo degrau ficou invisivel, Martinato usou sua telecinésia para abrir a tampa do bueiro, e ela aparentemente saiu. Mama acionou a primeira bomba relogio que tinha o tempo de 5 minutos.

Chiara colocou a cabeça para fora e logo viu o quartel, era fim de tarde, segurou firme a bomba, um bip indicou que ela ja começara a contagem, ela tinha cinco minutos, saiu e atravessou a rua em direção à base e quando olhou por entre as grades, para o patio da base, a imagem que viu foi horrivel, seu estomago embrulhou e seus olhos começaram a lacrimejar. Pilhas e mais pilhas de cadaveres em decomposição amontoados, muito provavelmente para servir de exemplo para quem quer que tentasse se meter com os mogadorianos. O unico medo de Chiara no entanto, era se tornar mais um na grande pilha.

Ela colocou a bomba no portão, e assim que deixou de toca-la, o objeto ficou visível, o tempo restante eram dois minutos. Ela voltou para o bueiro e desceu sete degraus, até que sua cabeça ficasse encoberta, e tornou-se visível.

–Pronto, passem-me as outras bombas. - Sabrina levou-as até ela com o vôo.

–Vai dar tudo certo. - E beijou a amiga no rosto.

A explosão foi sentida, a bomba era realmente muito poderosa e devia ter feito um grande estrago. Imediatamente o alarme da base começou a tocar, vinte minutos, Chiara tinha vinte minutos.

Ao atravessar os portões completamente destroçados, Chiara ouviu um grande bip que indicava o tempo começando a correr. Mogadorianos chegavam de todos os lugares, de todas as portas que davam para o patio principal era possível ve-los saindo. Um dos generais gritava ordens para que revistassem a area, quem fizera isso não devia estar longe. Chiara pensou estar encurralada até lembrar-se que estava invisivel e entrou na primeira porta. Era um escritório, havia alguns mogadorianos com caras assustadas lá dentro, ela colocou uma bomba embaixo da escrivaninha e saiu dali. Passou para outra porta e viu um grande refeitório. Alí ela colocou duas bombas, uma na cozinha e outra embaixo de uma mesa. Passou para a proxima, eram os domitórios e alí havia humanos e mogadorianos juntos, seu corração pulou uma batida, mas ela enfim os driblou e colocou uma bomba embaixo de uma cama. E assim em diante, contudo, ela só tinha mais dez minutos.

Os minutos se passavam e com isso a apreenção de todos subia, estavam todos em um circulo em volta de Felipe o qual tinha um relógio com um cronometro, Chiara tinha só mais cinco minutos e nenhum sinal dela. Sabrina soltou o ar pela boca, sua crise de ansiedade estava quase a enlouquecendo, mas ela tinha que se acalmar, ia ficar tudo bem.

–Eles estão revistando a rua - Disse Tomi, ouvindo os passos dos mogadorianos do lado de fora.

–E não falta muito para eles chegarem na tampa do bueiro. - Yash disse sentindo a vibração dos passos deles.

–Não podemos fechar a abertura agora. - Disse Martinato.

–Deixem isso para lá, Chiara só tem mais dois minutos.

Sabrina fez um ruído com a garganta, enquanto Tomi roia as unhas. Todos estavam amedrontados e não havia nada que eles pudessem fazer. Yokota abraçou Sabrina para acalmá-la.

–Um minuto..

*

–Uma o que? - Perguntou Juliana para o video de Julia, na sala do General Alankto, o pai te Materacktus.

–Uma explosão, há poucos minutos meu radar detectou ondas de calor se movimentando pelos tuneis perto da base principal, e agora houve uma explosão.

–Precisamos mandar nossas tropas para a base principal. Vocês estão prontos rapazes? - O general virou-se para os três aliados, que tinham um sorriso no rosto por finalmente poderem fazer algo, eles afirmaram.

–General Alankto? - Juliana disse insegura. - Posso levar alguns Krauls comigo?

–Estava pensando exatamente nisso, Juliana. - Ele sorriu mostrando os dentes igualmente afiados. - Será este um novo legado? - A moça corou e os três sairam da sala, indo para a sala de armamentos enquanto o general pronunciava na lingua mogadoriana e em português para que todos pegassem suas armas e se dirigissem para os jeepes blindados, estacionados na garagem da base.



*

Uma explosão fez com que toda a estrutura da cela tremesse, fazendo com que um olho cheio de larvas rolasse para a outra parte da mesma. Estavam vindo resgatar quem há muito estava perdido, pensando, esta pessoa sorriu.

*

–30 segundos. - Felipe disse, com um nó na garganta.

A galeria se mantinha num silencio descomunal, todos prendiam a respiração para com medo de que Chiara não saísse de lá a tempo.

–20..

Sabrina cravava as unhas nas costas de Yokota e escondia seu rosto no na borda de sua nuca.

–10..

Todos já estavam perdendo as esperanças, Lorenna abraçou Thalles que flexionou a mandíbula de medo. Yash já abaixava a cabeça.

–5…

Mama, seguida pelos outros, tapou os ouvidos.

Tudo foi pelos ares, um barulho de arrancar a pele dos ossos, ao olharem para cima viram apenas a poeira sendo levantada. Respirando fundo, Sabrina levantou a cabeça e com a voz embaraçada disse:

–Temos que ir.

Não tinham tempo para luto, arrumaram as coisas, Mama pegou um coquitel molotov e já o deixou preparado.

Eles subiram as escadas e a visão ainda estava turva. Sabrina foi a primeira a sair do bueiro, não conseguia ver absolutamente nada, havia alguns mogadorianos correndo, mas ela logo atirou neles e eles se transformaram em pó. Uma menina loira se encolhia na lateral do prédio, seu rosto estava cheio de fuligem.

–Sai daqui, agora! - A menina olhou para ela assustada mas não se mexeu. - Corre menina!

A menina correu, e ela voltou a mirar o fuzil na rua, nesse ponto a poeira ja tinha se dissipado um pouco e as pessoas começaram a sair do buraco. Um corpo na rua começou a chamar a atenção de Sabrina, cabelos repicados recobertos por poeira e sangue nas costas.

*

Enquanto três krauls eram tirados do viveiro, Juliana admirava os chimaera, era um leão, um lobo e uma águia, dois deles não eram nativos do Brasil, provavelmente eles nem ao menos tiveram a chance de viver um pouco aqui. Olhando para os lados e não vendo mais ninguém, Juliana forçou a telecinésia para abrir o cadeado e deixou os bichos escaparem, e como se nada houvesse acontecido, deu as costas e foi em direção ao seu jeep.

*

–CHIARA! - Ela voou em uma velocidade incrivelmente alta e chegou a menina em menos de dois segundos. - Chiara, ai meu Deus. MALU!!

Malu correu para socorrer a menina caída no chão, e logo colocou as mãos em seu rosto, sentindo o frio indo de suas veias para as delas. Em um minuto, Chiara abriu os olhos, todos estavam ao seu redor.

–Eu consegui? - Ela perguntou com a voz tremula

–Sim, você acabou com eles. - Disse Felipe.

–Legal.. - A menina tentou se levantar, mas estava muito fraca.

–Você vai ficar na galeria ok? - Sabrina disse já a levando. - Junto com a mãe do Tomi.

Ela confirmou com a cabeça, e Sabrina ordenou para que o grupo continuasse enquanto ela levava a garota para dentro do bueiro e o fechava. Enquanto andava para os portões ouviu pneus derrapando, fazendo-a se apressar.

–Tem reforços vindo. - Ela gritou e todos entraram nas primeiras portas que viram. Estava tudo desértico, era notável apenas a destruição.

–Vamos para a sala do general. - Gritou Yokota do pátio. E todos foram para o prédio maior e mais distante.

A sala era só escombros e poeira, uma estante caída tampava a passagem de uma porta, que logo foi desobstruída com a telecinesia de Martinato, que deu um chute para abri-la.

–Eles chegaram. - Disse Tomi, usando a super audição.

A passagem era uma escada metálica que dava para um corredor extenso e frio.

–Luke e Fe, me acompanhem, vamos ver o que tem lá embaixo. - Disse Yokota. - O resto vão lá pra fora e lutem. Mama, queime os panos e jogue os coquetéis assim que abrirem as portas. Não deem espaço para eles.

Um urro foi ouvido que fez os ossos de todos tremerem.

–O que foi isso? - Lorenna gritou?

–Esse é o som da nossa morte. - Disse Sabrina.

Yokota desceu as escadas primeiro, e se deparou com um corredor metálico de cores frias, o ar era gélido, e ele suspeitava que isso se devia aos computadores, e consequentemente as milhares de informações que eles continham. Tentou abrir a primeira porta, mas esta estava trancada, então ele a chutou, estava vazia a não ser por uma serie de macas e instrumentos cirúrgicos. Ele foi para a segunda e o mesmo nela havia. Na terceira havia uma mesa com de instrumentos variados, incluindo facas e um apito. Yokota pegou a faca, ela poderia ser útil, principalmente uma mogadoriana, quanto ao apito ele o soprou, mas nenhum som saiu dele, e ele o deixou de lado, passando para a próxima porta. Luke e Fe o seguiam sem muito interesse.

Ele estava pronto para chutar a quarta porta, mas ela foi para cima de você subitamente, o jogando no chão. Felipe apontou sua arma enquanto Luke incendiou suas mãos. Um mogadoriano gigante, monstruoso surgiu porta afora e logo ele foi bombardeado com bolas de fogo uma saraivada de tiros. Yokota jogou a porta para o lado, e atirou nele, mas era como se sua pele fosse um colete a prova de balas, elas pareciam não ter o menor efeito. Ele pegou o garoto pelo pescoço e o estrangulou. Luke correu e pulou no rosto do mogadoriano, incendiando seus olhos, o que o fez largar o asiático.

*

Assim que Yokota desceu as escadas, Mama colocou fogo no primeiro coquitel molotov, a medida que os jeepes paravam na frente da base. Quando a primeira onda de mogadorianos apareceu, ela jogou o coquetel em cima deles, e logo todos viraram cinzas. Abrindo a porta, todos saíram e um borrão era a unica cena que podia se ter. Poeira e sangue, a combinação de qualquer guerra.

Sabrina desacelerava o tempo em blocos, fazendo com que apenas os mogadorianos se mexessem vagarosamente, dando vantagem aos seus amigos. Enquanto voava e tentava atirar no ultimo jeep que chegava. Avistou Dudu e Lyu saindo dos carros e logo se lembrou da dor no cérebro, e atirou no último carro com ainda mais vontade, atingindo a roda traseira e fazendo o carro capotar, atingindo o da frente.

Lorenna lutava a todo vapor do lado de Thalles, eles formavam uma grande dupla, Thalles se duplicava e cada vez que um mogadoriano tentava acertar uma das copias, esta se duplicava novamente. Havia um exercito de Thalles e uma Lorenna que acabam com grande parte dos reforços.

Parecia ser uma luta facil, contudo um urro fez com que todos paralisassem de medo, e um caminhão que havia parado na rua fora aberto, soltando três monstuosidades que ninguém nem imaginava que fosse possivel existir.

–Fodeu… - Disse Martinato.

*

–Vai ser mole. - Disse Juliana andando em direção aos humanos, a mais próxima era uma menina de cabelos medianos e olhos esverdeados, ela lutava com afinco, mas não era pária para a loira. - Eai, linda?!

A garota parou e olhou pra ela, na duvida apontando o fuzil para seu rosto.

–Ah, isso não vai ser necessário. - Juliana correu e deu uma rasteira na menina, que não teve nem tempo de atirar, em um segundo o fuzil já não estava mais em suas mãos. Mama tentou jogar um coquetel molotv perto da loira, mas errou. - Eu cuido de você depois. - Trovejou para a menina magra.

Dudu simplesmente comandou a fera, seu poder de telepatia foi transmitido para os Krauls e eles enfim sabiam o que fazer e quem atingir. Depois de realizar a tarefa partiu para cima de Yash, que sentindo sua aproximação jogou as lajotas do chão em sua direção. O moreno sabia onde ele ia atirá-las, então simplesmente desviava, chegando cada vez mais perto do lorieno.

Lyu, estourou um hidrante e começou a controlar a água que atingiu em cheio o peito do verdadeiro Thalles, fazendo todas as suas copias sumirem.

–NÃO MEXA COM O MEU NAMORADO! - Gritou Lorenna que foi para cima do loiro. Sua força podia barrar a água que estava sendo jogada contra ela, mas não por muito tempo. Ela foi jogada para trás e acabou rachando o chão. Ela se levantou batendo no chão, pegou uma árvore do pátio e arremessou na direção de Lyu, que não conseguiu desviar a tempo e foi atingido por um galho grosso. Ele caiu no chão com o supercílio sangrando. Thalles estava tonto mas se duplicou e imobilizou o loiro, esperando a chegada de Lorenna para terminar o serviço.

–Seu traidor de merda. - Lorenna estalou os dedos. - Eu ao menos esperava que você não fosse assim Lyu, mas você é a pior raça que existe.

Lyu sorriu, mostrando seus dentes sujos de sangue.

–Pelo menos estou do lado vencedor. - Lorenna se preparava para soca-lo até a morte, mas o menino mesmo imobilizado manipulou a água e fechou Lorenna nela. Thalles começou a socá-lo na têmpora, mas logo um jato d’água o fez soltar Lyu e cair do outro lado do pátio.

Lorenna começava a perder o folego, e Lyu ainda sorria.



Juliana pegou a menina pelas mãos e a imobilizou.

–Eu vou te matar!

–Facil assim? Eu nem comecei a brincar.. - E logo planejou uma imagem na mente de Mapa. Esta ficou completamente vulnerável. Puxando a cabeça da morena para trás, Juliana empunhou uma faca em sua garganta, mas não conseguiu completar o ato.

Vinny veio como um raio, separando as duas meninas e jogando Mapa na parede do prédio mais proximo. Como um furacão, ele começou a dar voltas em torno de Juliana, em uma velocidade tão alta que tirou o seu ar, a garota ficou de joelhos com a mão na garganta e só quando estava já vermelha que Vinny parou. Olhou-a nos olhos com um sorriso de deboche e foi ajudar Mapa.

Ele pegou a menina no colo para leva-la para o bueiro, onde estava Ki, mas sua cabeça caiu para trás de uma maneira estranha, no chão havia sangue e quando Vinny tirou as mãos da cabeça de Mapa, ele as viu sujas pelo liquido vermelho.

–Eu vou te matar, garota. - Soltando a menina no chão e indo em passos fortes para Juliana.

–É?! Então tenta.

*

O mogadoriano gritou, tirando Luke de cima dele e o jogando no chão como um inseto, ao redor de seus olhos a pele estava negra, e os olhos vermelhos, sangrando. Desistindo de usar sua arma, uma vez que estava gastando balas em vão, Felipe correu pelo corredor procurando algo que pudesse ajudar. O alienígena começara a socar Luke, que o queimava, mas estava começando a perder as forças. Luke tateou o cinto do alienígena, mas o que achou foi apenas uma pedra que ele usou quente para bater na têmpora do monstro.

Yokota não sabia o que fazer, até que uma ideia iluminou sua mente, pegou as das adagas que tinha encontrado e ganhou impulso, pulando no mogadoriano e cravando-as nas costas do dito cujo. O ato fez com que o asiático tivesse que fazer um esforço sobre humano para tirá-las dalí.

O mogadoriano gritou coisas em uma língua desconhecida e metálica, soltando um Luke deformado de tanto apanhar e partindo para cima do outro oponente. Yokota segurava as adagas em posição de defesa, e quando o monstro ameaçou ataca-lo ele partiu para cima, rasgando a pele do braço do alien, que jogou o garoto com força na parede fazendo-o ver estrelas.

*

Malu correu para ajudar Thalles que estava desacordado no chão, ela posicionou suas mãos no peito do garoto e começou a curá-lo. Quando Thalles abriu os olhos, Malu se distanciou e sorriu, estendendo a mão para ajudar o menino a levantar. Ouviu um Mama gritar seu nome e viu os olhos arregalados de Thalles. Uma dor aguda a atingiu, e ela olhou para baixo, vendo a ponta de uma madeira saindo de seu peito. Ela abriu a boca para gritar, mas não saia nada além de sangue, lágrimas corriam de seus olhos e ela não ouvia, mas Thalles gritava seu nome desesperadamente.

*

Sabrina voava por todos os lados, não sabia o que fazer, três criaturas seguiam o seu encalço e nada, nem mesmo desacelerar o tempo as fazia parar. Ela estava desesperada, tentava ângulos estranhos e movimentos bruscos, mas era em vão. Olhou para baixo e viu Lorenna em uma poça de água desacordada, e Malu…

Seu coração palpitava, ela precisava pensar em algo, rápido.

Ouviu o piar de águias, e aquilo a deu esperança para acabar a batalha.

Ela mirou Dudu, que ainda estava na luta contra Yash, que agora recebia a ajuda de Martinato. voou eu direção a eles.

–Yash, Marti, cuidado! - Sabrina disse passando enquanto era seguida pelos três monstros que mergulharam em direção eles, a ruiva se escondeu atrás de Eduardo e as feras foram abocanhá-lo, contudo pararam antes de atingi-lo.

–Você de novo? - Dudu bravejou. - Quer apanhar mais, é?

Ele jogou Sabrina no chão com um tapa inesperado. Os monstros iam para cima de Marti e Yash, os rodeando. Um vulto tampou os últimos raios solares, e ela viu as aves pousando e mudando de forma. Um lobo entrou no prédio onde ficava a sala do general. Os outros se dividiram, um leão veio em direção à Sabrina e ela não sabia se era algo preocupante ou não.

Subitamente ele pulou no ombro de Eduardo, abocanhando-o e fazendo sangue jorrar no rosto da menina, que rastejou para sair de perto. Pegou uma arma caída no chão e atirou em uma das bestas voadoras.

*

Thalles gritava para o mogadoriano de cabelos longos que matara Malu. Sua raiva era nova, quente, parecia poder incendiar tudo ali. Ele, largou a amiga no chão e partiu para cima do mogadoriano, rolando no chão.

Lyu, apenas observava a cena até que uma águia o bicou na cabeça, ele olhou para cima e ela atacou novamente. Ele tentou golpeá-la com água, mas a água se transformou, era um bicho de pescoço grande e quadrúpede, as garras, enormes e foram justamente ela que partiram para cima do loiro. O animal cresceu até ficar com três metros de altura. A feição de espanto do aliado aos mogadorianos, foi assustadora. Ele se levantou e correu, enquanto a fera ia atrás dele com largos.

*

–Pelo que vocês estão lutando? - Disse Alankto segurando Yokota no chão. - Vocês ja perderam.

O mogadoriano socou Yokota que teve a cabeça pendida para o lado e só teve tempo de ver um lobo cinzento descer as escadas e entrar no corredor.

*

Juliana tentava desviar dos golpes rapidos de Vini, que brincava com ela. Os dois estavam tão absortos na luta que acabaram não notando o que acontecia a sua volta.

O garoto cabeludo pegou Juliana e imobilizou suas mãos, ficando atrás dela e sussurrando em seu ouvido.

–Se renda, garotinha.

–Meu nome não é garotinha. - Ela jogou todo o seu peso para frente fazendo Vini dar um mortal e cair de costas no chão o que tirou o seu folego. A garota sorriu, assim como o menino.

–Juliana! - Lyu gritou. - CORRE!

Ambos viram o monstro que corria atras do loiro, e Juliana percebeu seu erro. Ela apenas correu.

*

Eduardo estava desacordado no chão com o ombro desfigurado, enquanto Yash e Martinato sentavam no chão exauridos e observava as feras brigarem. Uma delas estava caída no chão, enquanto as outras duas investiam contra o antigo leão, que agora se transformara em um monstro espinhento, que lançava espinhos contra os outros animais, os quais logo foram aniquilados.

*

Yokota sentiu algo molhado em seu rosto, abriu os olhos e viu o lobo cinzento sujo de sangue, e ao se levantar viu o mogadoriano com a cabeça arrancada do corpo. Ele não tinha virado cinzas, estava corroído, como se houvessem atirado ácido.

Andou em direção à Luke e o pegou nos braços, tentando acordá-lo, mas foi em vão. O garoto estava sem pulso, mas a pedra em sua mão brilhava, vermelha e Yokota sentiu a necessidade de guardá-la. Fechou os olhos inchados do amigo e o colocou novamente no chão, guardando a pedra no bolso.

O lobo uivava, como se chamasse Yokota, pedindo para que o seguisse. Ao dar o primeiro passo ele avistou Felipe saindo de uma das salas. O olhar do asiático era mortal.

–Depois nós conversamos.

O garoto magro engoliu em seco, mas o seguiu calado.

Eles se viram em um corredor com uma serie de celas

–Aqui! - Eles ouviram um grito sufocado e correram para ver quem era.

Por entre as grades eles viram um cadáver no chão e e uma garota, nua com o corpo completamente machucado, cicatrizes se espalhavam por entre as feridas. A perna direita estava em um ângulo estranho. Apesar de suja e extremamente magra, eles a reconheceram. Giulia. Quanto ao cadáver... era Dree.

–Pensei que nunca chegariam. - E a menina fechou as mãos em punhos fazendo com que as grades se envergassem e se abrissem como uma porta para eles.


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