Ore no Goshujin-sama escrita por Assa-chan


Capítulo 2
S + M


Notas iniciais do capítulo

Ela é uma "mestra" sádica e ele um "servo" masoquista.



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(Syaoran's POV)

 

Eu não sei porque, mas desde o primeiro encontro, toda vez que eu vejo Sakura... Sinto uma vontade enorme de atormentá-la.

- Syaoran, o que é isto? - ela pegou em mãos a caixinha de chá gelado que eu tinha acabado de lhe dar - Não é aquele que eu sempre tomo.

Sakura Kinomoto, minha atual 'mestre', possui olhos verde esmeralda e cabelos curtos de um castanho claro beirando o loiro. Sua pele é cândida como a luz da lua, e seu corpo aparenta ter a fragilidade de uma boneca de porcelana.

Mas de frágil ela não tem nada além das unhas - e talvez nem isso. Aquela garota de uma beleza quase angelical era conhecida como "o demônio" entre os rapazes. Principalmente pelo o que fazia comigo.

- Ah, mas na máquina só tinha esse. - eu respondi, arqueando as sobrancelhas. Ela queria o que, afinal?

- Então vá até o distribuidor da praça ao lado da escola buscar, oras. - Sakura jogou de volta o objeto sobre mim, que fui obrigado a apanhá-lo.

- Vai contra as regras da escola sair durante a pausa do almoço. - tentei argumentar... Inutilmente.

- Nossa, meu rival realmente não consegue fazer nem isso? Que patético! Achei que o grande Syaoran Li não recebesse ordens de ninguém além de mim...

- Ok, eu vou, eu vou! - afirmei, com os nervos a flor da pele. Maldita hora em que fui encontrar essa patricinha.

Só tem um motivo pelo qual estou nessa escola: Derrotá-la.

Nossos pais se conheciam pois o meu é um historiador e o dela um professor de arqueologia. Sakura pratica kendo com seu irmão desde os três anos de idade. Eu me interessei pois também tinha aprendido algumas artes marciais chinesas, que passaram por várias gerações na família Li até chegarem a mim.

Então, naquela manhã quente de domingo, eu a desafiei pela primeira vez a uma luta. E perdi miseravelmente. Depois daquele dia, eu pedi para meu pai me levar todas os anos no período das férias para tentar ganhar dela. Sim, ela se tornou meu pior rival e uma obsessão.

Nós morávamos em Sapporo, bem distante da pacata Tomoeda. Eu quase obriguei meus pais a me mandarem pra lá para fazer o ensino médio, de forma egoísta e irresponsável.

Entretanto, eu não poderia ignorar. Minha honra como homem estava em jogo.

No primeiro dia de aula do primeiro ano, na frente de sua casa, onde a vi pela primeira vez... Eu lhe fiz uma proposta que, além de comprometedora, acabou fazendo nossa fama durante os seis meses que seguiram até agora.

Quando voltei, estava completamente exausto. Tive que ir correndo para despistar os responsáveis pela segurança da escola.

Cheguei na classe e vi que ela estava no canto, sentada numa carteira que não lhe pertencia, olhando para fora da janela aberta. Os cabelos esvoaçavam, e os olhos brilhavam graças ao sol. Mas apesar da beleza avassaladora, parecia triste e solitária.

Sakura não tinha amigas. Uma vez eu lhe pedi o motivo, e ela respondeu que os homens e as mulheres têm somente uma coisa em comum: nenhum dos dois pode confiar no sexo feminino.

Me pergunto o que quer dizer.

- A..Aqui... - eu me aproximei ofegante, sentando-me no chão mesmo, enquanto estendia o braço para lhe dar seu bendito chá.

A Kinomoto pareceu acordar de seus pensamentos, olhando pra mim e aceitando a caixinha. Puxou o canudo de dentro do plástico de proteção e furou o recipiente. Deu um gole, enquanto eu ainda tentava recuperar o fôlego.

Essa garota... é realmente um demônio. Eu não consigo olhar pra ela sem ter algo me incomodando por dentro.

- Sua garganta... - ela resmungou, inesperadamente me mostrando o chá gelado que tinha acabado de beber - Está com sede, certo?

Ah... É sempre assim.

Por mais que eu a odeie... Ou melhor, simplesmente não a suporte... Essa gentileza disfarçada sempre acaba me fisgando. Eu me sinto completamente amarrado à algo que tende a afundar em alto mar sem retorno.

Aceitei o liquido e ela deu um leve sorriso, voltando a olhar pro céu. Por favor, Sakura. Não me faça enrubescer na sua frente. Tudo porque enquanto diz isso com um tom de quem não se importa... Você sorri.

Eu sabia: Seu sorriso é ainda mais irritante do que ela em si.

- Preparado pro resultado dos exames de meio semestre?

- Eu vou estar em segundo lugar dessa vez, pelo menos. - terminei de beber o chá, apertando a caixinha entre os dedos.

- Oh, quer dizer que eu vou vencer você e o Eriol de uma vez só! Essa é ótima notícia! - fez uma expressão de vitória, dando certa ênfase ao "e". Que vontade de arrancar aquele sorriso de sua cara.

- Verá, Sakura. Esse seu sorriso não vai durar por muito. - afirmei confiante, erguendo-me do chão. A olhei outra vez virando-se pra contemplar a janela lá fora. Bufei, caminhando em direção à porta. Estava faminto, não tinha colocado nada no estômago ainda.

- Syaoran. - meu nome, novamente. Pare de chamá-lo!, meu interior gritou, enquanto que o exterior se limitava a serrar os punhos e virar o corpo lentamente de lado. Pouco, porém o bastante para que pudesse vê-la.

Quando me dei conta, ela já tinha se levantado da cadeira e caminhado até mim. Os olhos esmeraldinos estavam a poucos centímetros dos meus, fitando-me. A Kinomoto possuia um cheiro provocante e ao mesmo tempo doce. Linda. Sakura era irritante, egocêntrica e convencida... Mas linda. Uma beleza camuflada pelo jeito masculino. Quando foi que aquela criança se tornou uma garota tão bonita?

Balancei a cabeça, tentando tirar aqueles pensamentos estranhos da mente. Sakura era minha rival. Mais nada.

- Se importa de ir levar esses papéis até o Diretor Clow? - pediu, mostrando-me algumas folhas em desordem - Eu não estou com vontade de ir até a diretoria agora.

- Você é a representante de classe! - exclamei, cansado - Se tivesse me deixado ganhar a eleição não teria que fazer essas coisas.

- Certo, Li. - Sakura fez uma face decepcionada, abaixando a mão que antes vinha estendida até mim - Você tem razão.

- Droga. Me dá isso aqui. - eu arranquei os documentos de entre seus dedos, furioso comigo mesmo - Mas não vá se acostumando! - gritei, virando-me. Sai da classe batendo a porta atrás de mim.

Eu sabia que era um truquezinho barato dela pra me tirar do sério e alcançar seus objetivos... Mas porque diabos é que eu sempre acabava cedendo?

Ah, Sakura é mesmo uma sádica.

...E eu só posso ser masoquista.


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Notas finais do capítulo

Curtinho, mas é mais pra dar pra entender a relação deles.
Agora começa a estoria, prometo.
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