Um Conto de Hope: Imprevisões escrita por Lu Vasquez


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey!!



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Tentava não treinar muito. Afinal, estando agora grávida, não podia fazer tantos esforços. Mas Meliandra não queria desistir dos treinos do acampamento. Ela não queria desistir de nada. De sair para missões, lutar e treinar, depois se estabelecer em nova Roma, fazer faculdade de literatura e aí sim encontrar alguém que ame e construir uma família. Ela planejará isso desde de sempre, mas parece que o destino não colaborava com seus planos. Ela não sabia o que fazer.

Netuno nunca que ficaria com ela. Ah, como se ele desistiria de tudo por mim. Ela nem criava esperança quanto a essa hipótese. Sabia que nada estaria certo com ele. Ele até poderia assumir a criança, mas ela, não. Então teria que ser mãe solteira. Bem, uma adolescente de 18 anos criando um bebê. Ela não sabia se ia conseguir. Mas abortar estava fora de questão, ela nunca tiraria a vida de um inocente assim!

– Ei Meli, já chega de treino por hoje. Vamos almoçar e vai ser agora mocinha! – Christina, sua melhor amiga filha de Febo, arranca a lança que Meliandra estava pronta para lançar novamente. Ela era ótima em arremesso.

Ela segue com a amiga até o refeitório principal. Ainda não contará a ninguém que está grávida, mas com toda certeza, Christina seria a primeira a quem confiaria. Não imagina em mais ninguém que possa lhe aconselhar melhor. Mesmo com as broncas que a amiga com certeza vai dar, ela sabe que Christina vai apoia-la.

– Terra chamando Meliandra. – Christina balança as mãos na frente do rosto da amiga.

– Ah, desculpe Chris. Eu estava pensando numa coisa...

– Ahan, sei. Desembucha logo. – a garota diz com olhar cético.

– Agora não dá, mas no final da janta eu falo com você. – Meliandra reponde enquanto entravam no refeitório. Ele estava, como sempre, animado e com comidas voando por todos os lados. Os lares corriam para atender a todos.

– Tudo bem, mas não pensa que você vai escapar! – o olhar ameaçador de Christina, fez Meliandra rir pela primeira vez após saber que estava grávida.

As amigas se sentaram, como de costume, na mesa da 3ª coorte. Elas conversavam e comiam. Meliandra ouviu falar que quando se está grávida você fica com grande apetite. Mas agora, sua lasanha bolonhesa parecia ser uma coisa de outro mundo. E as preocupações persistiam em atormentar sua mente. Como contaria para o irmão? Kayron iria com toda certeza ficar morto de vergonha. Iria renegar a irmã. Ela ficaria sozinha.

Kayron Benett tinha 18 anos e era gêmeo de Meliandra. Ele pegou o legado de seu pai, que era semideus filho de Marte. E isso o ajudou a se tornar pretor. Ele era um seguidor fiel das regras e sempre fora muito exigente com Meliandra. Mas eles amavam um ao outro, e ele era a única família que Meliandra tinha desde da morte dos pais. Semideuses não costumam sobreviver por muito tempo...

O jantar logo acabou, e ela não havia prestado nem atenção aos anúncios que o irmão fizera. Christina a puxou pelo braço até a praça de Nova Roma e lá, se sentaram num banco para conversar.

– Agora me diga, o que aconteceu? Você ficou distraída nesse seu próprio mundo durante todo o jantar. – a amiga alega.

– Você se lembra da Festa da Fortuna esse ano aqui no acampamento? – Meliandra começa.

– 24 de junho. O melhor dia que já teve! – Christina fala com um sorriso no rosto que contrastava com o brilho dos olhos verdes. Nesse dia a garota conseguirá o que tanto queria: ficar com Kayron. Ela tinha uma paixonite por ele, desde que ingressou no acampamento. No começo, só se aproximara de Meliandra, para ter uma chance de se aproximar de Kayron. Mas, acabou que as duas se tornaram verdadeiras amigas.

– Bem, em parte... Eu me encontrei com Netuno nesse dia. – sua voz era quase um murmúrio. A amiga olhou surpresa para ela.

– Não me diga que...

– Eu estou grávida Chris. E o pai é Netuno. – Meliandra sentiu um pouco de alívio ao contar isso a amiga. Mas o peso das palavras... era como se só agora sua ficha realmente tivesse caído.

– Não Meliandra Benett, você não caiu no charme de um deus?! Como você... Argh, você deveria ter ficado longe! Deveria ter... você não podia se entregar. Você sabe como eles são!

– Eu sei. Sei que deveria ter resistido, que não deveria ter dado bola. Mas... eu não sei! – Meliandra estava começando a ficar com os olhos marejados.

– Oh Meli... – a amiga envolveu ela num abraço confortador. – Você não teve culpa. Não podia imaginar que isso aconteceria. Esses deuses que são uns cretinos. Você é boa demais para derramar uma lágrima se quer por causa deles.

Meliandra não chorava por eles. Ela não conseguia se importar com eles. Ela chorava por ela mesma. Tantos planos... todo seu futuro arruinado! Ela chorava pela vergonha que sentia de si mesma. Por ter sido tão fraca! Ela nunca fora de cair aos encantos de um homem. Ela chorava porque se sentia covarde e mortiça. E isso era o que mais a fazia sofrer.

= Ω =

Henry estava aprontando as malas. Iria passar um tempo no acampamento Júpiter e achava isso legal. Se ele gostava de lá? Sim, gostava do fato de poder treinar e conhecer novas pessoas. Mas aí vinha o que lhe preocupava. Seus pais tinham expectativa de que ele fosse para lá e encontrasse um noiva.

Era uma espécie de tradição para todos os príncipes e princesas. Eles passavam um verão no acampamento e escolhiam uma noiva. Alguém corajosa e bela. E isso sempre funcionava. As rainhas e reis sempre foram fortes e valentes. Isso era a característica mais marcante do reinado de Roma.

Ele não se importava muito com isso. Ao menos tinha a chance de escolher a noiva, enquanto muitos tinham casamentos arranjados. Mas e se não gostasse de nenhuma? Sinceramente, ele não se importava tanto. Arranjaria uma rainha valente e se casaria. Iria governar Roma e faze-la progredir ainda mais. Não pensaria no amor. Não pensaria em mais nada.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse conto faz parte da minha fic Hope como já falei. Quem quiser ler:

http://fanfiction.com.br/historia/555814/Hope_O_Retorno_de_Urano_-_INTERATIVA/

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Espero que estejam gostando!!
Kisses
— Lu