A marca da Fênix escrita por Giovana Moysés


Capítulo 5
Aliados


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não é muito comprido, mas é bem bonitinho. Sei que não é nada do que vocês estavam esperando mais é bem surpreendente! espero que gostem.



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Lirái acordou nos seus aposentos com alguns fleshes do acontecido na adega durante a noite, ele se sentia culpado, parecia que afugentar as pessoas era a única coisa que ele sabia fazer. Ele se vestiu e saiu do quarto, seguiu até os aposentos onde Aurora estava, ele notou que Eikki não estava junto a porta. Lirái estendeu a mão para bater mas a porta se abriu revelando um quarto vazio, ele olhou em volta surpreso, só então se lembrou de ter visto Aurora com as roupas de seu irmão na véspera.
Lirái correu até a sala do trono, o pai iria ficar irritado, possivelmente iria culpa-lo pelo que acontecera, mas dessa vez ele o enfrentaria, "chega de aguentar isso" ele repetiu para si mentalmente. Ele entrou na sala pela porta que dava acesso ao castelo, Lidhrës estava parado em frente a mesa no canto, se servindo de um pouco de vinho, ele voltou seu olhar calmo para Lirái e o mesmo fez uma leve reverência na direção do pai.

– O que aconteceu para vir me visitar aqui tão cedo? - Lidhrës lhe dirigiu um olhar doce e afetuoso. Lirái estranhou, não era costume do pai ser tão cortês, era como se ele estivesse feliz.

– Aurora desapareceu de seus aposentos, devemos procurá-la. - O Rei deu um breve sorriso.

– Não devemos procurá-la, agora a profecia se cumprirá, só esperamos que ela não morra. - Lirái se espantou, isso queria dizer que o pai já tinha conhecimento do que acontecera.

– Você já sabia... Sabia que ela tinha fugido, mas você mesmo tinha dito que se ela fugisse ou fosse sequestrada seria nosso fim, por isso sujeitou-a a ficar presa no castelo. - Lirái não entendia mais nada. Lidhrës caminhou na direção do trono, equilibrando a taça cheia na mão esquerda.

– Isso tudo era necessário, ela tinha que querer partir por conta própria. Agora a profecia se cumprirá corretamente, " A marcada com a fênix a montanha subirá ". -Lidhrës tomava curtos goles do vinho, Enquanto Lirái o fitava. - Agora só temos que pedir aos céus para que ela não morra.

– Você sabe que morrer não é o pior que pode acontecer com ela . - Lirái desviou o olhar, lembrando do outro lado da profecia.

Lidhrës despediu o filho com um acesso e um formoso sorriso, como se seus males tivessem ido embora junto com a jovem, como se um peso tivesse sido retirado da sua mente, agora ele podia relaxar novamente.



Aurora acabara de acordar, ela dormiu em meio a floresta, na última fronteira do reino, ali as árvores eram mais densas e escuras,não tinham folhas e as que tinham eram todas secas e marrons, diferentes das que ela vira nas redondezas do Reino. Ela limpou as vestes, para tirar as folhas secas, usara o capote de Cyd como coberta, ali as noites eram muito mais frias do que no castelo, agora ela entendera a expressão "inverno eterno".
Ela colocou o longo capote nas costas e foi na direção do robusto alce, que pastava algumas poucas ervas verdes que cresciam em meio as rochas. Ela passou a mão pelo seu lombo, ele estava sem a cela, por que ela a havia tirado para o conforto dela e do animal. Ela decidiu chamar o alce de Lord, esse nome a lembrou de um velho amigo de infância.

– Acho que devemos comer algo e continuar seguindo, devemos estar perto da cidade mercado. - Lord virou a cabeça na direção dela com um pedaço de capim pendendo da boca, como que concordando com ela.

Aurora foi em direção as bolsas que Mirdha tinha mandando para ela, havia um cantil cheio de água, tinha alguns ärghäns e umas maças de cor amarela, ela jogou uma das maças para Lord que a pegou no ar, era estranho Aurora não se sentia com medo, se sentia bem, como se estivesse voltando para casa depois de muito tempo longe.
Ela ficou ali comendo um pouco dos ärghäns e mantendo uma conversa com Lord, que fazia um barulho de relincho depois de alguma pergunta, isso a fazia rir. Em alguns momentos o pensamento dela se perdia e voltava até o Reino da Floresta amarela, de volta até os amplos corredores do castelo, a casa de Mirdha e a biblioteca de Cyd. Ele, cujo coração ele parecia ter roubado dela, ela só tinha medo de não poder voltar ou de morrer no caminho e sua jornada teria sido em vão, ela afastou os pensamentos e colocou a cela de volta em Lord, mas não partiu de imediato, ainda estava cansada.



Lirái acabara de sair do treino e foi em direção a biblioteca principal. Ele sentia que Cyd tinha algo haver com isso e ele queria informação, Lirái não confiava na profecia, para ele era bobagem e não conseguia acreditar que Cyd deixara ela partir para um mundo corrompido como o deles estava. Ele chegou perto da biblioteca e se deparou com cyd saindo, ele estava apreensivo, olhava em volta desconfiado.
Lirái foi sorrateiramente na direção dele, que não percebeu quando o mesmo se aproximava a seu lado. Lirái o pressionou contra a parede de pedras brancas da biblioteca com o braço em seu pescoço, Cyd o encarava primeiramente com surpresa e depois com um sorriso de desdém, como se risse da atitude de Lirái ou dele mesmo.

– Para onde você a mandou. - Cyd se desvencilhou bruscamente do braço de Lirái e tossiu um pouco. Lirái permanecia inerte esperando sua resposta.

– Acha mesmo que eu vou te contar, eu jurei. - Ambos se fitaram com despreço.

– Você assinou a sentença de morte dela a deixando partir sozinha.

– E você acha que eu não me preocupo com isso Lirái. - Ele cuspiu as palavras e desviou o olhar, Lirái pode ver novamente refletido em seu rosto a expressão da véspera, quando ele fitava Aurora dormindo em seu leito. - Mas a profecia é bem especifica quando diz que ela deve subir a montanha sozinha.

– Vejo o quanto você se importa com ela, a ponto de deixar que uma profecia de mais de quarenta anos impedisse você de protege-la. - Lirái riu com fascínio e Cyd o olhava com escarnio. - Você será sempre assim e não precisa me dizer para onde ela foi, já imagino que mandou ela para falar com seu amiguinho Aldeb na Cidade Mercado.

– O que vai fazer Lirái, vai atrás dela?

– diferente de você Cydhriüm, eu me ariscaria pelas pessoas que eu prezo. - Ele se virou e seguiu de volta ao castelo, Cyd se culpava por não ter conseguido manter escondido a localização dela e estava irritado com Lirái tentando se por acima dele.

– Vai se ariscar por ela como fez pela filha dos Alpineia Vermelha. - A voz de Cyd falhou, o acontecido também o afetava. Lirái não disse nada, ele ia se virar mas resolveu que não, só seguiu seu caminho de volta ao palácio.

Lirái adentrou seus aposentos no castelo, ele agora mais do que nunca estava desicido a ir atrás dela, nem que fosse para trazê-la de volta ou seguir com ela sua jornada. Ele se vestiu com a roupa mais grossa que tinha, pois sabia que lá fora seria bem frio, colocou sua couraça mais resistente e os braceletes, todos possuíam um lindo trabalhado com desenhos da floresta e de batalhas incrustados no metal dourado.
Pegou o arco que deixava exposto na parede, ele era longo feito de carvalho branco e tinha suas extremidades feitas de laminas bem afiadas, pegou a aljava e engatou nas costas. E então foi a hora de sacar as espadas que ficavam expostas ao lado do quadro, elas eram reluzentes e tinham a lamina um pouco curva, o guarda-mão era torcido como o galho velho de uma árvore, ele colocou as duas na bainha e as cruzou nas costas.

– Aonde você vai? - Lirái foi surpreendido por aquela voz doce. Ele se virou para poder olhar nos olhos de Lïah.

– Eu vou resolver um assunto que meu pai não tem coragem para consertar. - Lïah sorriu, por um lado ela sabia que ele estava mentindo, mas acreditava nele.

– Então cuide-se, não volte machucado. - Ela sorriu e saiu da porta, era normal ela transitar pelo castelo, já que era da guarda podia fazer isso.

Lirái sabia que ela o estava espreitando, ele foi para perto do armário e abriu a porta do meio, tirou lá de dentro uma caixinha de metal. Ele foi até a varanda e depositou a caixa sobre a base do guarda-corpo e a abriu, lá dentro havia um colar com um pingente verde e nas laterais duas esferas de metal, tinha também um anel feito como uma corente de ouro. Ele colocou o anel no dedo e o colar no pescoço.
Ele saiu e foi até a sala do trono, ia encarrar o pai, independente da opinião dele, Lirái partiria hoje. Lidhrës estava conversando com alguns homens, Lirái se esqueceu que haveria a reunião dos generais a tarde. Ele atravessou a sala ficando ao lado do trono do pai, Lidhrës mandou os homens embora para ficar sozinho com o filho.

– Para qual guerra vai vestido assim? - Lidhrës sorriu, como se estivesse vendo uma criança em sua frente. - Se acha que vai atrás dela está enganado Lirái.

– E se eu fosse, o que o senhor poderia fazer? - LIrái parecia tomar coragem, aquele medo irracional que sentia ao ver o pai estava sumindo. Lidhrës riu com desdém da expressão do filho.

– Eu sou o Rei desse Reino e seu pai, você ainda faz o que eu digo.

– Eu não vou mais ficar acatando todas as suas ordens Manthri. - Lirái estava confiante, Lidhrës não gostou da resposta insolente do filho.

– Lirái, não estou gostando do seu tom de voz. Como Rei, eu lhe proibo de seguir com essa sua ideia, vá logo tirar essas vestimentas e se preparar para a reunião, você ainda é o general da guarda especial se não se lembra. - Lirái a baixou a cabeça em uma reverência, o pai estava irritado. Lirái saiu mas não foi para trocar de roupa.

Ele voltou a seu quarto pegou a capa preta com a insignia da família real, como um broche em forma de uma árvore com galhos brancos. Lirái saiu do castelo e foi até o estabulo pegar seu Hirvelg. (Hirvelg é o nome dessa raça de animais de montaria, o mesmo que Aurora levou em sua jornada)
Lirái se aproximou de ukkonen e alisou seu espesso pelo bege, o animal o olhou com animação, ele queria correr. Lirái colocou as bolsas que trouxe no chão e atrelou a cela em ukkonen, depois prendeu as bolsas no animal e subiu em seu lombo. Lirái cavalgou até o portão que estava aberto com uma tropa chegando de uma exploração de rotina e atravessou em meio os soldados, quase atropelando alguns deles, que pulavam para os lado com medo de serem pisotiados.

Lïah o viu partindo e sabia que ele estava fugindo. Ela correu até o castelo e irrompeu a sala do trono, Lidhrës já havia iniciado a reunião com os generais e vira que Lirái estava ausente. Ao olhar para Lïah ele pode notar que algo estava errado, ela não se pronunciara, espera a ordem de seu senhor para falar. Lidhrës fez sinal para que ela se levantasse e disse-se o que viera dizer.

– Lirái acabou de sair meu senhor, acredito que ele foi em direção a cidade mercado. - Lidhrës bufou em desaprovação e levou a mão ao fronte. Lirái já o estava importunando com suas má-criações.

– Lïah, eu não posso abandonar o reino para ir buscar esse meu filho rebelde, então eu quero que você vá buscá-lo. Ouviu?

– Sim, meu senhor. - Lïah deu um sorriso meu maléfico e o Rei a fitou intrigado. Logo após ela sair ele deu ordem para que um guarda a segui-se, só que sem levantar suspeitas.


Aurora seguiu montada nas costas de Lord até chegar aos muros da Cidade Mercado, um portão de ferro foi erguido para sua passagem, era um lugar amplo com algumas estalagens e tavernas. Tinha lojas e algumas bancas na rua, elas vendiam desde armas forjadas na hora até peles de animais recém mortos. Haviam elfos de reinos diferentes, que vinham até ali para comprar, vender ou fazer trocas. Mas a raça que predominava ali eram os iluriaty, grandes e corpulentos de pele acinzentada.
Aurora desceu das costas de Lord e se aproximou de uma mesa com uns quatro homens sentados, bebiam algo que ela não soube identificar. Era um aglomerado de gente andando de um lado para o outro, que ela ficou com medo dela e Lord serem levados pela multidão.

– Eu procuro Aldeb . - Os seres pararam e se viraram na direção dela, a olharam como se não se importassem. - Fo... Foi Cydhriüm quem me mandou.

– Eu sou Aldeb. - Ele se pôs de pé, era bem grande e usava um tipo de pele de animal envolta dos largos ombros, tinha o cabelo raspado nas laterais e longo no meio da cabeça preso com milhares de tranças para trás. Ele foi na direção dela. - O que você quer?

– Dizem que você tem uma rota especial que cruza quase que invísivel pelos postos de Drakenus. - Ela tentou soar autoritária, mas estava um pouco apavorada.
Ele a conduziu para um lugar mais isolado, onde quase ninguém poderia ouvir sua conversa. Aurora guiou Lord junto até o local, tinha medo que roubassem roubassem seu animal.

– Me diga por que deseja usar a velha rota do escrevos? - Ele a olhava intrigado, parecia fascinante ver alguém tão frágil perdida.

– Eu preciso ir até a Cidade Dourada, mas não posso ser vista no caminho. - Ela virou o rosto, não tinha cobrido a cabeça com o capuz, o que fez com que seu pescoço ficasse a mostra.

– Então a filha de Aristhy ainda vive. - Os batimentos de Aurora aceleraram, ela lembrou do que Cyd tinha dito, que qualquer um poderia querer vendê-la por meia dúzia de ouro.

– Ótimo que saiba quem eu sou. Agora vai me matar ou me vender? - Aurora o olhou bem nos olhos, algo que foi bem difícil, por que ele era muito mais alto que ela. Ela jurou que ele iria fazer algo ruim, mas a única coisa que ele fez foi rir dela.

– Acha que eu mataria você? - Ele deu uma risada cômica e Aurora não entendeu. - O estereótipo sebre nós é forte nesse ponto, mas nós não matamos sem pensar, não mais. E vender você seria um erro, se você morrer aquele desprezível ainda vai continuar atormentando a todos, o que quer dizer que minha cidade vai continuar parada.

– Então vai me ajudar? - Ela sorriu de alívio e Aldeb assentiu com a cabeça.
– Mas sabe que essa espada aí não pode feri-lo, não é? - Ela negou e ele riu. - Só a espada celestial pode cortar a pele do tirano.

– Por acaso você não tem ela aí em alguma dessas caixas. - Ele riu mais ainda, parecia que Aurora contava ótimas piadas ou o homem tinha sérios problemas psicológicos.

– Vai ter que procurar por ela na sua jornada, ela está perdida há muito tempo. - Aurora suspirou, já não tinha problemas suficientes, agora tinha que encontrar a única arma que podia matar seu inimigo e ela estava perdida, as coisas não podiam ficar melhores

Aldeb a levou na direção do portão que dava para a grande floresta das folhas marrons. Ele arranjou suprimentos para ela com o ouro que Cyd e Mirdha tinham colocado em uma das bolsas, ela parecia estar apreenciva e temerosa, mas tinha que seguir em frente, parar não era uma opção agora.
Aldeb mandou que levantassem o portão para que eles passasem, ele foi junto com ela até parte do caminho, seguiram ao lado de um rio, ele parecia vir na mesma direção do rio do Reino, Aurora ficou curiosa queria saber se aquele rio era o mesmo que lá nascia.

– Esse rio, a nascente dele é aonde? - Ela se virou para o homem que seguia ao seu lado.

– Senhorita, esse é o rio das nações, pode nascer no Reino da Floresta Amarela, mas serpenteia pelo mundo todo e desemboca no mar do norte. - Ele parou, ali era o máximo que seguiria com ela. Aurora agradeceu a ele pelo risco de conduzi-la e ele se foi.

Lirái tinha acabado de entrar na cidade, ele veio a galopes muito rápidos nas costas de ukkonen, o hirvelg de grande galhada era um corredor nato, odiava ter que galopar devagar. Ele olhou em volta a procura de Aldeb, ele e o iluriaty já haviam cruzado caminhos em outras décadas. Ele seguiu montado em ukkonen entre a multidão caminhando na rua, lembrou-se de quando viera com o irmão ali a muito tempo, era muito mais movimentado e alegre, tinham muitas pessoas que moravam ali, crianças que brincavam, hoje só haviam comerciantes.
Ele se aproximou da mesa onde estavam os homens e desceu com um salto para o chão, os três iluriatys desviaram um olhar maldoso para o príncipe, eles tinham visto o broche da casa real em sua capa. Lirái atirou um saco encima da mesa, ele se abriu esparramando muito ouro sobre a mesa. A única coisa que os iluriaty se importavam mais que a honra de seu nome era o ouro.

– Eu quero saber se uma garota bem jovem passou por aqui? - Os três se olharam decidindo se deviam ou não falar.

– Ela saiu com Aldeb, veio falar da rota especial. - Falou o do meio. - Seguiram para lá. - Ele apontou na direção do portão norte e os três começaram a se empurrar para pegar o ouro de cima da mesa.

Lirái seguiu por meio da multidão, alguns davam passagem para ele depois de resmungos, outros empacavam literalmente o caminho, mas ele conseguiu proseguir. Lirái olhou para o lado e viu Aldeb, ele parou ukkonen e pulou em aldeb, ele literalmente pulou encima do homem. Aldeb se espantou mas logo tirou Lirái de cima de si, os dois se olharam provocativos.

– Para onde a mandou? - Lirái sacou sua espada e a colocou rente a garganta de Aldeb que estava desarmado.

– Olha príncipe, ela foi pela rota dos escravos, pode segui-la se quiser. - Lirái afastou e guardou a espada na bainha novamente. Aldeb não ia sacrificar a própria vida por uma mera informação

Ele pulou nas costas de ukkonen e cavalgou rápido na direção do portão, quase atropelou alguns fereiros que esbraguejaram em uma linguagem antiga. Ele atravessou o portão e seguiu a rota do rio, foi veloz para alcançar Aurora, ele imaginara que ela pudesse estar longe.
Então a avistou e fez o animal diminuir a velocidade. Aurora ouviu o farfalhar das folhas secas e não era a dos seus passos ou dos de Lord, ela se virou e viu Lirái desmontando do hirvelg, ela se surpreendeu. Ele se aproximou ficando a uns sete passos dela, o barulho da água batendo nas pedras fazia a trilha sonora do momento.

– Você é tola? Fugiu sem saber lutar, sem conhecer o lugar onde esta agora. - Lirái falava em um tom austero, igual ao do pai e uma expressão de repúdio.

– Lirái se veio para gritar e me xingar, pode ir embora agora. - Ela apontou na direção do portão e se virou para continuar.

– Espere, não foi por isso que eu vim... Você me disse para honrar as memórias proporcionadas para mim nessa vida e assumir meu lugar.

– Não sei se me seguindo fará tudo isso, não é seu dever. - Ele serrou os punhos.

– Meu pai disse que tudo que acontece-se com você seria culpa minha e eu não posso deixar que algo lhe aconteça. - Ela virou o rosto como que esperando outra resposta.

– Não estamos mais no Reino da Floresta Amarela, não tem mais deveres comigo. - Lirái avançou e a pegou pela mão impedindo que ela partisse.

– Eu não posso deixar que algo lhe aconteça... Eu não suportaria perdê-la. - Os olhos dos dois se encontraram, como naquele dia na ponte. - Pode não parecer mais estamos juntos nessa, eu à trouxe para cá e agora vou seguir com você aonde você for, me considere seu mais forte aliado.

Aurora se permitiu sorrir, com a felicidade do momento, Mas alguém ali entre as árvores assistiu a tudo e não estava feliz. Lïah estava desmoronada, chorava, viu seu único amor a abandonar, ela não pode acreditar que Lirái desobedecera o pai por Aurora e não por ela. Lïah subiu em sua montaria e se foi, agora ela ia fazer Lirái sofrer, ela seguiu para o único lugar onde seria bem recebida e também seria muito temida pelos outros.
Ela foi para a base de Drakenus mais próxima, se uniria a ele e faria todos se ajoelharem a seus pés. O soldado que a seguiu ficou pasmo ao ver ela seguindo para os territórios do inimigo e os traindo, ele voltou ao reino, por sorte não viu Aurora e Lirái que agora seguiam juntos o novo caminho.


O soldado chegou ao reino e entrou na sala do trono como um raio, ele arfava e Lidhrës se assutou com a situação do soldado. Ele ergueu a mão direita para que o mesmo começa-se a falar.

– Senhor Lïah foi vista abandonando seu posto e seguindo para a base leste do posto de Drakenus, ela nos traiu e seu filho não foi achado. - Lidhrës suspirou, ele mandou o soldado embora, eram tantos problemas surgindo que ele não sabia o que fazer.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo vou revelar um dos nossos vilões o que vai ser mais chato e insistente igual aquela barata que começa a voar no seu quarto e você não consegue matar!!
Me digam o que acharam do capítulo em questão e o que estão achando da história é ótimo responder vocês!!!



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