A marca da Fênix escrita por Giovana Moysés


Capítulo 3
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpe era para eu ter postado ontem, mas como eu machuquei minha mão essa semana, ficou ruim para escrever, então eu só consegui terminar hoje. Espero que gostem.



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Lirái estava no seu posto na muralha, Lïah estava com ele, sentada sobre a balaustrada segurando uma maçã. Ele se apoiava em uma pilastra e fitanva a lua cheia em seu auge, ele pensava no passado.

– O que aquela mortal tem? - Lïah olhava na mesma direção que ele, enquanto mordia a maçã.

– O que?- Lirái virou o rosto em sua direção, não entendera muito bem aonde ela queria chegar com aquilo.

– O que ela tem que fez com que você se apieda-se , sabe que não estava lá para salvar ninguém. - ela parecia estar com seu ego ferido, como se a presença de Aurora a afetasse.

– Sabe que me apiedo sempre, sou igual com todos.- Ele lhe dirigiu um afetuoso sorriso e Lïah retribuiu.

O que Mirdha dissera era real, dava para ver estampado nos olhos de cada um, que ainda havia amor entre eles, mas não como o amor de dois irmãos e sim como de dois amantes renegados. Eles ficaram ali até o momento que a lua começou a sumir, nesse instante ambos se retiraram, foram juntos até certo ponto, depois se separaram.
Lïah foi para casa do irmão, como sempre fazia e Lirái para o castelo, ele adentrou seus aposentos e se despiu da couraça, tirou as botas e por fim as finas vestes do peito, soltou os cabelos e foi-se a deitar. Seu quarto era belo, havia um grande arco pendurado na parede e uma espada também, sua cama era suspensa por grossas raízes transadas presas no teto, encima na parede havia um quadro, nele estavam quatro pessoas, uma delas dava para se ver que era o Rei Lidhrës, mas havia uma bela mulher com cabelos loiros presos com algumas tranças e dois meninos de estaturas diferentes.
Lirái pensava no dia que tinha se seguido, pensava em Lïah (sempre pensava), mas pensava em Aurora também e não conseguia tirar da cabeça, como ela passara bem pela transição da terra e não desmaiara, como ela parecia ser bem forte. Mas ele se forçou a esquecer tudo aquilo e dormir, teria que acordar dali a pouco, então precisava estar com a energia cheia para seus compromissos do dia seguinte.

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Aurora sonhou com tia Lúcia dizendo que estava desapontada por ela ter fugido de novo, mesmo depois de prometer não fazer mais. Ela acordou com o cristal do colar brilhando como acontecia algumas vezes, ela se sentou e esfregou os olhos, virou para o lado e notou que haviam roupas limpas postas para ela, era uma calça de um tecido fino marrom e uma camiseta branca longa nas costas e mais curta na frente, tinha as manga comprida e com fivelas na região da gola e um pouco abaixo para deixar bem justa ao corpo, ela se vestiu e desceu.
Mirdha estava lá embaixo lavando os utensílios na pia, estava com um vestido todo verde sem corpete.

–Olá! - Falou Aurora no último degrau da escada.

–Olá, vejo que as roupas ficaram boas. - Ela falava sorrindo.- Elas eram de quando eu era mais nova.

Aurora se aproximou em direção a cozinha e se escorou no balcão, Mirdha lhe alcançou um pedaço de algo que parecia uma melancia sem semente, ela mordeu um pedaço, o gosto era fantástico mais doce e macia do que qualquer melancia da terra, ela comeu tudo em segundos.

– Melancias betanianas, mortal algum consegue resistir, meu pai amava. - Mirdha lhe alcançou um pedaço de pano para que ela limpasse ao redor da boca.

– Obrigado pela fruta e pelas roupas. - Ela se sentia muito melhor agora, com mais energia.

– Não se preocupe, essas roupas não servem em mim aos uns vinte anos. - Aurora pensava consigo, "como assim vinte anos, ela não parecia ter mais do que a idade dela."

–Mirdha, me desculpe a inconveniência, mas quantos anos você tem? - Aurora estava atônita.

– Tenho sessenta e seis anos. - Ela sorria bem orgulhosa, Aurora não acreditava.

– Sessenta e seis? você não parece ter mais de trista. - Mirdha sorria como uma garotinha.

– É por que nossos mundos ao se convergirem criam uma mudança no tempo, um dia para vocês é como dois para nós e isso acontece com as horas e os anos também, por isso parecemos viver mais. - Aurora tentava engolir a informação, não fora tão fácil quanto a melancia betaniana.

– Tá, deixe me ver, você tem sessenta e seis anos que se no meu mundo se compararia a trinta e três. - Ela suspirou tentando se entender.

– É nesses cálculos mesmo, como por exemplo o príncipe Lirái, ele tem cinquenta anos. - Aurora pensava que ele estava bem para sua idade.

– Quantos anos um elfo vive? - Ela perguntou fitanto as pessoas lá fora pela janela.

–Antes da guerra contra os homens éramos imortais, mas uma maldição nos foi jogada e agora vivemos até uns quinhentos no máximo mil anos. - As duas se olharam e sorriram, agora Aurora entendia o porque de quando ter saído de casa ser manhã e aqui noite.

– Você aceitaria vir comigo, tenho que buscar minha sobrinha no treino.- Aurora assentiu.

Mirdha saiu da cozinha da cozinha e foi em direção a porta, Aurora a seguiu e ambas saíram, deveria ser umas onze horas, pela luz do sol. Haviam muitas pessoas na rua, indo de um lado a outro, se dirigindo aos seus compromissos, todos passavam e a cumprimentavam.

– Aonde fica o treino? - Mirdha estava bem concentrada olhando em volta, só depois lembrou de responder.

– Fica na base da queda, perto do bosque das almas. - Aurora pensava como era fascinante ter um bosque dentro de um Reino que fica dentro de uma floresta. - Minha sobrinha, terminou os estudos básicos e se alistou no treinamento sozinha, ela é a única menina do time de treinamento.

– Que incrível, quando eu estava na escola, fui a única menina a fazer kickboxing. - Aurora imaginava que a sobrinha de Mirdha não devia ser uma menina que aceita perder fácil, igual a ela.

– Ela será igual as tias. - Mirdha sorria boba, toda orgulhosa, afinal ela também tinha um lugar nas tropas.

– Mirdha, no meu mundo as "tropas" são divididas, em departamentos e classes, como funciona aqui? Eu gostaria muito de saber, por que vi que as armaduras não são todas iguais - Ela não queria parecer muito curiosa, mas era.

– São divididos em três classes ou partes, pode chamar como quiser: 1° Os guardas de perímetro, eu faço parte dessa, nós cuidamos do reino por dentro, cuidamos das coisas que estão fora da ordem e também ficamos com uma parta da muralha, podemos ser reconhecidos pela cor prata das armaduras; 2° A tropa de exploração, eles cuidam dos domínios da floresta, se algo se esconde lá ou se tenta atacar, são eles que enfrentam. São sempre os que lutam nas batalhas, podem ser reconhecidos pelo capacete contendo o que parecem folhas de prata, já que nossas armaduras possuem a mesma tonalidade; 3° A guarda Especial, são os mais importantes, eles podem assumir qualquer uma das posições anteriores se quiserem, eles cuidam da proteção do Rei, são os únicos com direito de vir e ir pelo castelo e ir ao outro mundo com ordens do soberano. Atualmente o príncipe Lirái é o capitão e Lïah é sua tenente. Possuem a armadura em ouro e prata.- Mirdha falava bastante e Aurora só ouvia, ficava atenta aos detalhes de cada palavra.

Elas atravessaram uma ponte até a outra ruela, caminharam mais alguns metros e chegaram até base das quedas da cachoeira. A cachoeira era enorme e haviam várias pedras no leito do rio, havia uma ponte de madeira para chegar ao bosque, ela tinha uma impressão de bem velha, o bosque era bem robusto com bastante árvores. Na margem perto do bosque haviam alguns garotos e outros no regato, mas só uma menina, era sobrinha de Mirdha, ela e os outros se equilibravam nas pedras, era como um jogo, quem caísse estava fora e quem coordenava o treino era o nosso cativante príncipe Lirái.

– Eu não te disse, mas o treinador é o Lirái . - Mirdha deu uma risadinha e atravessou a ponte, Aurora o olhou e deu um sorriso de canto.

Lirái estava parado perto da entrada do bosque, enquanto dava ordem aos jovens, com alguns dos garotos em sua volta. Ele estava sem a couraça, só com a roupa normal de tecidos grossos. Mirdha e Aurora se aproximaram sem que ele visse ou era o que elas achavam.

– Sídal, agora é só você e o Keer. - Ele deu dois passos ficando mais perto da água, estava só a sobrinha de Mirdha e um garoto. - A prova final, vocês tem que se moverem, não podem ficar parados.

Então os dois começaram a pular de uma pedra para outra sem parar, ficavam apoiados só na perna direita, era essa a regra. Sídal dera seu último pulo e teria ganhado se não tivesse escorregado e caído na água, ao cair revelou que o leito não era fundo, não naquela parte. O garoto pulou pelas pedras até a margem e ficou rindo com os outros amigos, que o abraçavam e comemoravam, Lirái o parabenizou e despediu todos os outros, Mirdha que estava sorridente, agora estava mais apagada e Sídal não estava nada contente, continuou na água. Lirái foi até ela, pulando pedra por pedra rapidamente e se apoiando com uma perna a cada pulo, chegou até onde ela estava e se agachou.

– Você foi bem Sídal, mas lhe faltou atenção no final, estava tão confiante em vencer que se esqueceu do equilíbrio. - Ele lhe estendeu a mão para levantar, ela ficou de pé com a água quase na cintura e uma expressão de tristeza. - Não fique assim, em breve já conseguira fazer coisas que os outros não conseguem.

–Eu não consigo nem me apoiar nas pedras, quanto mais fazer coisas que os outros não fazem. - Ela fungou e fitou as roupas molhadas com um olhar de choro.

Aurora via que Lirái estava tentando motiva-la mas não conseguia. Ele a olhou e pulou para trás com uma cambalhota no ar, para a pedra atrás sem ao menos ver onde ela estava, depois correu rapidamente por cima da água até ela, Sídal e Aurora ficaram encantadas com o feito que pareceu tão simples para ele, já Mirdha não se impressionou. Ele se aproximou e parou na frente de Sídal que o fitava admirada.

– Eu acredito que você fará o que eu acabei de fazer, melhor do que eu. - Ela começou a sorrir alegremente e ele sorriu de volta.

–Obrigada senhor Lirái. - Ela fez uma reverência e Lirái passou a mão em seus cabelos, ela sorriu e correu pelo rio até a tia.

Ela abraçou bem forte a cintura de Midha e sorriu para Aurora, que se encantou com os cabelos avermelhados que ela tinha e seu rosto com uma bela linha de pequenas sardas abaixo dos olhos. Lirái veio em direção a elas.

– Eu vou levar Sídal para casa, fique a vontade, acredito que ele vá querer falar algo com você. - Mirdha sorriu e cumprimentou Lirái que acabara de chegar, depois ela e a sobrinha partiram rumo a sua casa novamente.

– Belas roupas. - Disse o príncipe brincando enquanto a fitava discretamente.

– Ha muito obrigada, você também está bem vestido. - Ele riu.

Aurora voltou o olhar para o bosque, viu que ele parecia trazer consigo um ar gelado e uma sensação de infelicidade, era bonito mas medonho ao mesmo tempo, Lirái notou que ela olhava o bosque e também começou a fita-lo, com a mesma expressão de quando fitou a lua na noite passada, ele pensava no passado.

– O que tem lá dentro? - Ela teve um arrepio e esfregou o braço.

– Aqui é onde enterramo nossos mortos. - Um peso caiu sobre Lirái, aquele não era o assunto mais aconchegante para se falar. - Sabe, alguns elfos morrem de doenças ou ferimentos, mas nunca de velhice, quando chega a hora de deixar essa vida, nós partimos rumo a floresta e nos dissipamos.

– Como sabem que chegou a hora de irem? - Ela o olhava pensativa, imaginando como seria saber que vai morrer.

– Nós só sabemos e não pense que é algo ruim, deixar esse mundo é algo maravilhoso, descansar com os entes que já se foram, nas moradas eternas. - ele deu um sorrisinho tímido. - Venha comigo, vou lhe mostrar uma coisa.

Os dois partiram em direção a entrada do bosque, era iluminado mesmo com as copas sendo fechadas umas nas outras, haviam várias pedras lisas com inscrições, eram as lápides indicando quem estava enterrados ali. Aurora teve um arrepiou aterrador ao entrar no bosque, entenderá porque o nome "bosque das almas" era o modo que usaram para não chamar de cemitério.
Lirái seguiu até a entrada da clareira e parou, Aurora ficou ao seu lado, ele respirou fundo e entrou, foi até perto de uma grande pedra e se agachou, Aurora ficou ao seu lado durante todo o movimento.

– Minha mãe e meu irmão foram enterrados aqui, meu pai não quis colocar lápide, nem qualquer tipo de identificação. - Ele arrancou duas flores que estavam perto da pedra as dispôs pelo chão. - Eu só ainda lembro aonde é, por que venho sempre aqui. Desculpe Aurora, sei que não tem nada haver com isso, mas é irritante ter que vir aqui sempre sozinho.

–Não se preocupe, eu entendo muito bem. - Ele ficou de pé, ela estava com um sorriso amistoso no rosto. - Meus pais morreram a muito tempo em um acidente, eu também odiava ir ao cemitério sozinha.

Os dois voltaram para o rio novamente, passaram pela ponte e ficaram apoiados sobre ela, fitando a água passar por de baixo deles, conversavam sobre assuntos que vinham e iam, sem ter uma ligação coerente entre eles, Aurora estava feliz e Lirái achou ter encontrado uma nova amiga para passar os dias.

–Sabe, você iria adorar a Festa das Luzes. - Ele olhava para o topo da cachoeira e exibia um sorriso sonhador. - Ela acontecia na cidade Dourada do Reino do Sol, era incrível, três dias de pura festividade, o povo das montanhas de fogo eram o povo mais festeiro, são conhecidos por darem banquetes e festas todas as noites, mas depois que o inverno eterno nos atingiu, isso diminuiu, mesmo assim assim eles ainda festejam muito em seu reino.

–Tá, mas voltando a Festa das Luzes, já que você me deixou curiosa, qual é o sentido dela? - Ambos se olhavam e riam.

– É o marca um ano do outro, uma festa para agradecer a terra e lembrar os falecidos. No primeiro dia eram soltas ao céu lamparinas de papel, usadas para representar um ano que nos deixa, então todos começam a festejar, dançando, cantando, bebendo e isso durava a noite inteira. - Ele começou a rir, lembrando de como era lindo todos os povos juntos, na perfeita harmonia. - Na segunda noite, era acessa uma grande fogueira aonde se jogava algo que a pessoa tivesse de valioso, muitos jovens faziam juras de amor junto a fogueira e queimavam flores, qualquer um podia queimar uma flores ou um bem, não tinha nada designado a ninguém. O gesto de queimar algo que parecesse valioso, era para mostrar que nossos corações não devem se corromper com os bens, assim os queimamos e as flores significam o amor, para que ele seja eterno e se junte ao céu, eram feitos muitos casamentos nesse dia, depois todos festejavam a noite inteira; Já no terceiro e último dia, a tarde todos deveriam ir a floresta e plantar uma árvore e cuidar das que plantaram no ano anterior, a noite se trocavam presentes e o Rei ou a Rainha fazia um brevê discurso e todos festejavam, na manhã seguinte voltavam ao seu Reino de origem.

– Deveria ser muito legal. - Ela contemplou o evento inteiro na mente. Eles iam começar um novo assunto, quando um soldado se aproximou e se dirigiu ao príncipe.

– Senhor, é necessário que venha comigo. - Lirái assentiu e se despediu de Aurora.

Ela ficou ali um pouco quando olhou para a água, pensando nos próprios problemas até que olhou para o lado e viu um homem alto com o cabelo preto penteado para trás, vestia roupas claras e finas, sorria para ela, que estranhou, não lembrava de conhecê-lo. Ele veio parou no começo da ponte e fitou-a, ela ficou receosa.

–Olá - ela se dirigiu a ele.

–Dona Aurora, como vai? - Ao ouvir sua voz ela o reconheceu.
– Cyd? - Não conseguia acreditar que o homem maltrapilho da noite anterior era aquele tão belo a sua frente.

– Me perdoe pela noite anterior, não foi a melhor impressão que eu podia passar a uma dama. - Ele sorriu e se aproximou mais dela. - Mas eu vim por outra coisa, Mirdha deseja vê-la.

– Há claro. - Ela se endireitou e o seguiu. Os dois mantinham um ritmo de passos calmos, sem nem se olhar. - Me diga Cyd, esse é seu nome mesmo?

– Na verdade não, é como uma abreviatura, meu nome correto é Cydhriüm. - Agora ela entendia o porque do apelido, notoriamente o nome não era tão bonito.

– Tá bem, o que você faz por aqui? - Ele contemplou o vazio e Aurora pensou que ele podia ainda estar bêbado.

– Eu cuido da biblioteca principal. - Ele sorriu todo orgulhoso. - Sei que depois de ontem, não pareço alguém que cuide de uma biblioteca, mas é que todos tem os seus vícios.

– Mas você não deveria estar lá? - Ambos sorriram, ela notou que ele a olhava com um olhar despreocupado.

– Sabe, nunca vai quase ninguém lá, então eu posso sair a ora que quero - Ele apontou para a ponte e ambos passaram para o outro lado. - Tenho essa atorização do Rei. Sabe uma coisa legal, eu já li todos os exemplares que há lá.

Os dois continuaram, Aurora não sabia aonde ele a estava levando, por que já tinham passado da casa de Mirdha e a mesma permanecia fechada, ela ficou com medo que algo ruim pudesse ter acontecido enquanto ela estava com Lirái.

– O que aconteceu? Mirdha não está em casa? - Ela dirigiu um olhar preocupado a Cyd.

– Foram avistados Drikënëis nas redondezas, uma coisa nada normal e com isso todos foram convocados. - Aurora entendeu o por que de Lirái ter sido chamado.

– O que são Drikënëis? - Cyd deu um sorrisinho charmoso, como se aquela pergunta fosse muito singela.

São seres das sombras, criados por Drakenus, eles nascem da pura escuridão do coração do tirano. - Cyd cerrou os dentes e sua expressão mudou para repúdio. - Junto deles e dos elfos negros, ele devastou muitos lugares ao longo dos reinos.

– Você disse que leu tudo da biblioteca, então certamente deve saber sobre ele, tem que me contar o que sabe. - Ela o parou e olhou fundo em seus olho, fez uma expressão de criança pedindo doce e ele não pode dizer que não, suspirou fundo.

– Essa história se passou na Reino do Sol, na época Drakenus não possuía esse nome, o chamavam de Köruím, ele era um homem de extrema confiança do Rei, portador de grande sabedoria e treinado em magia da alma, a magia pura dos elfos, mas ele começou a mexer com coisas antigas, uma magia das trevas, quase esquecida. Só que o Rei descobriu e o expulsou, ele ficou triste, porque pensou que o Rei era seu amigo e entenderia, mas a lei proíbe os elfos de lidar com as forças das trevas e ele sabia. - Cyd fraquejou ao continuar, aquele assunto não era muito aceitado entre os elfos. - Ele vagou até encontrar as colinas de Sangue, aonde Tehöa gerava do seu ventre de escuridão os elfos negros, ela o aperfeiçoou na necromancia e lhe deu novos intuitos. Enquanto isso no Reino do eterno Sol, o Rei e sua esposa acabavam de ter a sua primeira filha, era tudo alegria e prosperidade, mas alguns anos depois Drakenus portando um exército de Drikënëis e elfos negros, avançou sobre a cidade, na ocasião o Rei Lidhrës, muito amigo do Rei do Sol, estava lá com sua família, ele lutou e os soldados do nosso reino também, mas Drakenus e seu exército eram mais forte, ele sobrepujou o Rei do sol e o matou, roubou o cristal mestre dele, aquele cristal não era a parte mais forte, mas mesmo assim podia aumentar os poderes dele, já as duas partes juntas se em suas mãos más se tornaria devastação, mas na mão do rei ele se torna salvação. Ele usurpou o trono do rei e começou a governas o Reino.

Aurora estava com uma expressão de pavor, a história estava a afetando, ela sentia um embrulho no estomago, não queria ouvir mais nada, mas Cyd ainda não acabara a história e o mesmo também não estava bem, o acontecido tinha sido o pior de qualquer tempo, ninguém gostava de lembra-lo e agora Aurora o fez contar todos os detalhes.

– Mas a Rainha e sua filha fugiram e levaram a outra parte do cristal, a parte Alfa, mas conta-se que as duas foram mortas tentando passar para o outro mundo e encontradas sem a parte do cristal, que está omissa de drakenus até hoje e já se fazem quarenta anos. - Aurora sentia o mesmo que no outro dia depois de comer a fruta da árvore central. - O evento afetou todos os Reinos, naquele fatídico dia, o Rei Lidhrës perdeu sua esposa e o filho mais velho, o príncipe Lirái presenciou tudo.

– Que horror, jamais imaginaria algo assim, por isso o Rei é tão áspero. - A história era cruel e afetava a todos do mesmo modo, deixava com uma sensação de insegurança e dor.

– Mas sabe a uma velha profecia que se refere a volta da filha do Sol e que ela iria derrotá-lo portando o cristal alfa, todos tem esperança que seja real. - ele sorriu e eles voltaram a andar.

– Cyd, sei que já fiz você lembrar demais sobre esse assunto horrendo, mas quais eram os do Rei e da Rainha ? - Ela lhe dirigiu um sorriso cativo e sedutor, ele não resistiu.

– O Rei Aristhy era o descente direto do grande Mirdor e a Rainha Lüniaph era sobrinha do Rei do Reino da Noite . - Aurora parecia expressar um sorriso de alegria, algo esquisito para aquela ocasião. - já a princesa, o nome não se é datado.

Eles continuaram sua ilustre conversa, mas sem tocar em assuntos ruins, a percepção de aurora comparada a Cyd mudara muito, ela viu que ele era um homem bem original e sábio, que conhecia muitas histórias sobre o munda dela e dele, o seu único problema devia ser a bebida. Eles estavam perto do portão centrar da muralha, quando Cyd tocou sua mão, ela não entendera ao certo o motivo daquilo e esquivou a mão.

– Lirái não é o ser perfeito que diz ser, não se iluda, ele não é um total cavalheiro. - Ele sorriu vendo que Mirdha se aproximava.

– O que quer dizer com isso? - Ele se afastava lentamente.

– Pergunte a Mirdha, ela sabe a resposta, não sou o único amante de vinho aqui. Adeus Minäryn. - Ele fez o gesto tocando a testa e saiu.

Mirdha se aproximou rapidamente e Cyd acenou para ela de longe, as duas se cumprimentaram e Aurora viu que ela parecia um pouco assutada e temerosa.

– Aurora, vá para minha casa e tome conta de Sídal para mim, Por favor. - Ela parecia receosa, sentia que algo não ia bem, Aurora concordou e já estava indo. - Comam alguma coisa ouviu.

– Sim mamãe, pode deixar . - Mirdha deu um sorriso alegre e afetuoso.

Aurora apressou o passo para chegar rápido a residência, não deveria deixar Sídal nem mais um minuto sozinha, ela era uma criança, podia ser um pouco mais experiente que ela, mas mesmo assim uma criança. Aurora chegou a casa, abriu a porta levemente e colocou a cabeça para dentro, quando avistou Sídal entrou.

– Oi - Ela respondeu igualmente, estava sentada a mesa, vestidas com roupas limpas. - Sua tia teve um pequeno compromisso e pediu para eu cuidar de você.

As duas se olharam, Aurora se apoiou no balcão, notou que não tinha nenhuma experiência em cuidar de criança, cuidou de um gato uma vez e tempos depois ele morreu, ela passou a mão na cabeça e suspirou. Entrou na cozinha para ver o que tinha, para poder improvisar algo de almoço. Só tinha alguns tomates, cebolas, um tipo de pimentão, pão e umas batatas, ela teve uma ideia para o que fazer.

– Olha já sei o que vou fazer, eu comia muito isso quando tia Lúcia não estava em casa. - Ela sorriu e Sídal acompanhou.

Aurora decidiu fazer uma salada de batatas com o tomate, as cebolas e o pimentão, o pão foi só um acompanhante. Colocou as batatas descascadas e cozidas em uma vasilha junto com os outros legumes picados e misturou, levou a vasilha e o pão para a mesa, já haviam pratos, talhares e copos postos sobre a mesma, aurora sentou, cortou fatias do pão, Sídal levantou e correu para a cozinha, trouxe de lá uma jarra com chá, as duas sorriram e almoçaram juntas.
Sídal gostou muito do prato que não havia provado antes, Aurora ficou feliz de tê-la agradado. As duas terminaram de comer e lavaram a louça, Sídal a ensinou que os pratos eram sempre colocados de volta na mesa com os talheres, deixava mais bonita a mesa, elas riram e se divertiram, depois resolveram se sentar na escadaria da rua, Sídal se ofereceu para arrumar o cabelo de Aurora que assentiu grata. Ela puxou o que conseguiu do cabelo e prendeu atrás com uma fita, mas uma mexa na frente da orelha esquerda não queria ficar presa, ela resolveu trançar aquela mexa, depois de pronto ela prendeu com uma presilha de prata pequena em formato de esfera, para que não se desmancha-se.

– Eu tenho duas dessa e quero que fique com uma para se lembrar de mim. - Ela sorriu docemente e Aurora retribuiu.

– Não se preocupe não vou esquecer você, porque não vou embora. - Sídal não estava mais sorrindo, estava como que triste.

– Eu sinto que você vai partir, seus negócios não são aqui, mamãe sempre dizia que algumas pessoas veem para nos ensinar lições, outras veem para que nós as ensinemos lições e outras aprendem junto de nós. - Sídal sorriu para ela e ela sorriu de volta, mas foi um sorriso meio desligado, ela refletia sobre as palavras da garota.

– Sídal, o que aconteceu com a sua mãe? - A garotinha desviou o olhar para o córrego ao longe, ela parecia que ia chorar, mas não o fez.

– Minha mãe veio para me ensinar uma lição, mas não para aprender junto de mim, ela partiu a um tempo. - Aurora queria poder retirar sua pergunta, ela viu que a garotinha sofria, ela sentia o mesmo quando fala dos pais. - Ela estava com meu pai na floresta, ajudando a procurar os troncos petrificados, quando Drakënëis atacaram, eles fizeram uma emboscada, meu pai tentou defende-los mais não conseguiu, minha mãe foi atingida por uma facada e não resistiu.

Passou-se um tempo até Mirdha chegasse, quando ela veio, sídal pediu para ir junto a umas amigas brincar na base da cachoeira, ela permitiu e Sídal se foi, assim ficou só as duas na casa. Mirdha estava começando a fazer a ceia, enquanto isso varia o chão da cozinha com aurora sentada nos bancos do balcão como costumava fazer, Mirdha cantarolava e ela ria. Aurora decidiu puxar assunto primeiro falando de como foi difícil substituí-la para fazer o almoço e depois sobre a mãe de Sídal, mas chegou a um assunto que Mirdha emudeceu.

– Me diga Mirdha, o por que de Cyd falar aquilo de Lirái. - Mirdha permanecia de costas para ela, varrendo vagarosamente o chão, não respondia. - Se ele me disse aquilo, quer dizer que eu tenho algo haver com isso.

– Não, ninguém tem, a não ser o príncipe, e Cyd não pode falar desse assunto, sendo ele mesmo um beberam. - Mirdha se auterou, não era de seu costume se irritar, Aurora ficou com vergonha.

– Desculpe, acho que não é da minha conta, mas eu ainda desejo saber. - Mirdha se virou e bufou, balançou a cabeça como que não concordando mais aceitando falar, Aurora sorriu satisfeita.

– Isso não deve sair daqui. - Aurora assentiu curiosa. - isso aconteceu no mesmo dia que o Rei descobriu sobre o envolvimento romântico dos dois, Lïah veio para casa, austera, como se nada tivesse acontecido, mas quando começou a me contar desabou em soluços e lágrimas, ela passou a noite chorando no quarto. Eu sai para o meu posto, fiquei com o perímetro perto do castelo e quando passava pela frente da adega do palácio, que é um lugar anexo ao castelo, ouvi um barulho muito alto, de vidros quebrando, me aproximei calmamente, mas me assustei quando eu vi quem estava fazendo toda aquela bagunça, eu me escorrei na porta de entrada e fiquei quieta, não desci a escadaria nem nada só fiquei ali, não podia acreditar que era Lirái quem fazia toda quela baderna. Ele estava alterado, devia já estar ébriu, ele gritava e soluçava, jogava as garrafas no chão e nas paredes, estava tudo sujo. O Rei apareceu, pela passagem que liga o castelo a adega, ele olhou o cômodo inteiro com ojeriza e desaprovação, ele disse algo a Lirái que eu não lembro e depois o mandou sair, ele saiu e esbarrou no pai, como que de proposito, o rei fitava o cômodo balançando a cabeça com um misto de tristeza e irritação. Ninguém a não ser eu e Cyd, ficou sabendo sobre o acontecido e Cyd usa disso sempre que pode, como um trunfo.

Aurora estava triste pelo amigo, ele não era perfeito mesmo, mas Cyd não tinha necessidade de contar algo que não tinha haver com o assunto deles durante a manhã, não conseguiu parar de pensar em Liái gritando em desespero e ninguém para acudi-lo, lembrou-se de quando chorava escondida no banheiro da escola e ninguém se importava.

Lirái adentrava a sala do trono vorazmente, o Rei estava de pé ao lado de uma pequena mesa escorada na parede, servindo vinho em uma bela taça de prata com detalhes de folhas desenhados nela. Lirái se aproximou mas não subiu os degraus, ficou parado olhando pra todos os lados menos para a figura do pai.

– O que o senhor deseja de mim? - O rei se virou solvendo um gole de vinho de sua bela taça decorada.

– Só queria avisá-lo que sua amiga Aurora será convidada a cear conosco hoje. - Lirái o olhou surpreso e o Rei sorriu, Lirái estava alegre, mas por um lado sabia que o pai escondia algo.

– O que ela fez de tão importante para ser convidada a cear conosco? - Ele fez a pergunta que iria definiria o rumo dessa história.

–Ela nasceu Lirái... Ela nasceu. - Ele tinha se esquecido de seus pressentimentos, ele olhou para o chão atônito. - Você estava tão envolvido sentimentalmente com ela, que não percebeu, acho que você não anda usando os dons que possuí, essa sua vontade de ficar com aqueles sem privilégios, está afetando os seus.

O Rei desceu os degraus um por um, levemente, parou ao lado do filho. Lirái mantinha os pensamentos longe, nunca mais conseguiu olhar o pai do mesmo jeito, não depois do acontecido da adega, Lidhrës pegou os cabelos do rapaz e deixou que escorressem pela mão.

– Sabe Lirái, me orgulho do seu desempenho na guarda e de suas habilidades, mas você omite de si mesmo, a percepção que nosso clã tem, o vinho anda obstruindo sua coordenação. - Ele parou na frente de Lirái que o fitava sério, Lirái tinha ódio de como o pai falava e ao mesmo tempo sentia uma tristeza enorme.

Lidhrës subiu os degraus novamente e estendeu a mão ao filho, para que o segui-se.

– Venha, devemos estar limpos para comer, nossa convidada chegará em breve, os guardas já foram solicitar sua presença.

Lirái o seguiu e os dois foram para os aposentos internos do castelo.


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A noite já avançava sobre o dia, fazendo que se esquivar para dar lugar a ela. Aurora acabara de descer as escadas, tinha tomado banho pela primeira vez ali, submergir-se em uma banheira não era nada mal. Ela estava com um vestido amarelo-claro e um corpete por cima, por incrível que pareça ele não a incomodava, pelo contrário o dava sensação de mais mobilidade, Mirdha se alegrou ao vê-la.

– Está linda Minäryn . - Mirdha sorriu encantada e Aurora não entendeu nada, mas sorriu educadamente de volta, gostou demasiadamente da vestimenta.

– O problema é que o espartilho ficou um pouquinho apertado. - Ela mexeu no corpete junto ao corpo e olhou um pouco desconfortável para Mirdha.

– É que eu sou um pouco mais magra que você . - Ela riu e Aurora a olhou como um ofensa mais logo começou a rir junto também.

Lïah adentrou e se deparou surpresa com as risadas que pararam imediatamente, ela suspirou e fitou Aurora da cabeça ao pés procurando possíveis imperfeições na garota, já que não encontrou, olhou para Mirdha que permanecia séria e depois sorriu humildemente para a irmã.

– Lïah, a Aurora passará a noite conosco hoje novamente. - Lïah olhou para Aurora que a dirigiu um sorriso de provocação.

– Acho que não . - Ela passou bruscamente por Aurora e foi em direção as escadas, quando ouviu-se repetidas batidas na porta.

Mirdha foi abrir, já que era a mais velha e por isso a dona, tinha que recepcionar quem fosse. Ela abriu a porta e lá estavam dois homens vestidos com as armaduras da Guarda Especial, parados em posição de sentido fitando-a, Aurora veio e parou ao seu lado na porta.

– Senhorita Aurora o Rei exige sua imediata presença para um jantar formal no castelo. - Aurora ficou sem palavras, achou empolgante a ideia, mas ficou desconfiada, pelo convite ter sido feito pelo Rei, não seria nas melhores condições.

Ela concordou e se despediu de Mirdha, Lïah fez um acesseno em sinal de deboche e ela retribuiu no mesmo gesto. Ela partiu com os guardas, tentou puxar algum assunto, mas eles a ignoraram, ela não gostou do gesto, achou falta de educação, mas respeitou, deviam ser ordens não falar com os prisioneiros, quero dizer "convidados".

Eles caminharam em silêncio até a rua principal com Aurora bufando e suspirando a cada dois passos. Ao chegar eles pegaram a direita e foram ret, viraram ao lado do castelo, no lado oeste havia um portão, não era tão grande mas deveria ter uns dois metros e meio de altura, tinha dois guardas em cada lado do portão, com espadas cruzadas, eles se afastaram para que os três pudessem passar. Ao entrar ela se deparou com um jardim interno, com duas árvores, um banco e um pequeno lago, eles atravessaram o jardim e entraram por uma porta, tinha corredores amplos dos lados e uma enorme escadaria na frente, eles a subiram.
A escadaria tinha dois níveis, era bem iluminada com o que pareciam lâmpadas brancas de água brilhante, o segundo andar era parecido com o primeiro, tinham um corredor amplo e janelas de iluminação que no primeiro não tinha, em frente havia uma sala ampla que ela não pode distinguir o que havia nela, por que havia uma passagem lateral e a parede ficava obstruindo a visão, ao esticar o pescoço um pouco ela viu que no final do corredor esquerdo havia um porta, possivelmente levaria a um quarto.
Os guardas a levaram a sala em frente, era uma sala de jantar, com três batentes, uma na entrada e as outras no lado esquerdo e direito, todas sem portas, só aberturas vazias. A sala tinha um enorme lustre de cristal transparente que faziam a iluminação do cômodo, tinha uma longa mesa de madeira branca, pratos de madeira petrificada como os de Mirdha, só que com contorno de ouro, taças de prata entalhadas. Sentados a mesa estavam Lirái e o Rei, Lidhrës sentava na ponta direita da cabeceira da mesa, Lirái sentava dois acentos depois dele a frente de Aurora.
Lidhrës estava sem a coroa, não era necessário muita formalidade naquela ocasião, estava com um manto cinza com desenhos de galhos estampados no tecido, seu cabelo amarelo liso, caído sobre as vestes, segurava uma taça entre os dedos, já Lirái estava vestido como sempre, só que o tecido era mais leve e claro, a túnica cinza clara contrastava com seus cabelos loiros com as tranças caídas ao lado do rosto, ele não fazia contato visual com ela, olhava em direção ao pai.

– Aurora sente-se conosco. - Ele fez um gesto com a mão esquerda e um dos guardas puxou a cadeira em frente a eles, dois acentos longe do Rei, ela se sentou e os dois foram embora com outro aceno. - Bela essa noite não?

– Sim senhor. - Ela sabia que precisava medir suas palavras, se não passaria a noite nas celas. - Não era necessário que me convidasse para cear com vocês, eu ia ficar na casa de Mirdha Rosa-Azul essa noite.

– Não foi nada, mas acho que as acomodações dos Rosa-Azul não são como as nossas. - Ele balançava a taca na mão de um lado a outro, Lirái não expressava nada, fitava o fundo do prato vazio. - Sabe, nosso clã é o mais antigo a vir para estas terras, nós Carvalho-Branco somos fortes e firmes, não nos enganamos fácil.

– Não sei o que quer dizer com isso senhor. - Ela lhe dirigiu um olhar sério e ele sorriu enquanto solvia um gole da taça de vinho. - Sei de algo que nem você tem conhecimento, jovem Aurora.

Ele ia continuar mas uma donzela adentrou a sala, trazia consigo o alimento, duas travessas, uma com legumes refolgados e outra com eles frescos, colocou as travessas sobre a messa e serviu um pouco de cada um dos alimentos nos pratos deles, depois serviu o vinho, menos para Lidhrës que já tinha sua taça cheia, ela ficou parada perto a porta até que o rei a dispensou e depois de uma reverência saiu.

– Voltando ao nosso assunto que foi interrompido. - ele deu um suave sorriso, de realçar o semblante. - Você senhorita Aurora é uma jovem excepcionalmente bela e possuí algo que a difere de todas as outras, essa marca em seu pescoço.

– Não é nada, já disse, nasci com ela. - Ela passou a mão no pescoço em cima da marca.

– É claro que nasceu com ela, ninguém disse o contrário, o fato é que o que ela representa é o importante nisso. - Ele tomava leves goles do vinho, Aurora desviava o olhar algumas vezes para Lirái a sua frente que apenas comia devagar a comida. - Sabe minha cara, sei que andou tendo uma conversa com o Cyd, o curador da biblioteca e ele lhe contou algumas história, mas lhe omitiu a parte que a princesa possuía o simbolo dos filhos do sol, uma bela Fênix dourada no pescoço, sei também que trás consigo um colar de cristal, que brilha quando você tem sonhos intensos.

– Como sabe disso. - Ela estava assustada, segurava o colar forte contra o peito, ela não acreditava. - Não o mostrei a ninguém.

– Sei de muitas coisa sobre você Aurora, nunca notou que você era diferente das outras garotas, que tinha a aparência diferente dos demais, mais destreza em artes físicas que os outros. - Era muita informação para ela, mas ela lembrou da noite anterior junto a árvore.

– Não! Eu passei pela transição da árvore, não tem como eu seu uma... uma Elfa. - O Rei a olhou perspicaz, notou que conseguiu atingi-la no ponto certo.

–Você não desmaiou, desmaiou? - Ela negou, mas não assumia o posto que a impunham, não ainda. - Todo mortal desmaia, não importa quão forte seja, a lição é total.

– Então como explica ela ter tido a visão de Yathën, se ela nasceu aqui. - Lirái quebrou seu silêncio, mas ainda se mantinha concentrado bebendo o vinho, sua expressão como a de uma rocha.

– Ela nasceu aqui, mas viveu a maior parte do tempo lá, muito da conexão original foi quebrada, os hábitos humanos a encheram fazendo esquecer suas tradições. - Lidhrës pela primeira vez até agora, tocou na comida, Aurora não acreditava.

– Não, não, não, isso não é verdade, você mente. - Ela se pôs de pé aos berros, Lirái suspirou, já Lidhrës a olhou com um pouco de satisfação.

– Eu não menti, os fatos estão na sua frente e agora, que sei quem você é realmente, cuidarei para que não aconteça mal algum a você, ficara no castelo. - Em um estalar de dedos, dois guardas entraram na sala e ficaram lado a lado com ela. - Podem levá-la, sabem aonde ela ficará. Boa noite Aurora.

Ela começou a se debater e se sacudir, não queria ficar confinada naquele castelo, agora mais do que tudo queria estar com tia Lúcia, que erro não ter ficado para tomar café ela pensava. Os guardas a levaram embora, a última coisa que ela viu foi Lirái desviando o olhar, ela tinha vontade de soca-lo, por que ele não fazia lago, porque só ficava olhando. Eles a levaram até o quarto no fim do corredor esquerdo, abriram a porta e a colocaram para dentro, trancaram a porta rapidamente, ela bateu com os dois punhos na madeira.
Era um belo quarto com um armário encostado na parede, tinha uns quadros de paisagens, pintados a mão, tinha duas espadas cruzadas na parede, ambas de fio largo e uma aljava mas nenhum arco, a cama era suspensa por raízes trançadas, tinha muita poeira em tudo. Ela se aproximou da janela, a única que tinha dava para o jardim interno, era alto, não dava para pular sem quebrar uma perna, ela se debruçou sobre o guarda corpo da varanda, os leves tecidos laranjas da cortina balançavam atrás dela com o vento. Do outro lado, ela pode ver Lirái adentrar seus aposentos, ele se despiu da túnica e das botas, caminhou em direção a varanda, olhou para ela e fechou as cortinas, Aurora decidiu que também deveria dormir, tirou o corpete e se jogou na cama, o colchão era feito de ervas e ao se mexer exalava um delicioso perfume que era muito calmante. Ela estava irritada mas em poucos segundos adormeceu com o perfume.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, qualquer coisa me digam comente, eu adoro respondê-los! beijos.



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