Dobrou outro short, largando-o na pilha das roupas arrumadas e pegando mais um entre o pequeno amontado que estava no chão. Suspirou, não aguentava mais ter que arrumar as suas roupas.

Maldito fosse Sasuke e sua mania de organização.

Na opinião dela suas coisas não estavam tão zoneadas assim, tinha uma bagunça aqui, outra ali, algumas calcinhas acabaram parando em um lugar onde não devia, mas em suma estava razoável, porém não para Sasuke. Aos dele um cataclisma estava prestes a se formar dentro do closet.

Obviamente cabia a ela arrumar tudo e lá estava ela. Dobrando shorts e blusas, arrumando sapatos e colocando vestidos em cabides no seu dia de folga. Sasuke podia ser muito cruel quando queria.

Depois de ter dobrado pelo menos umas trinta peças levantou. Suas costas doíam e ela não aguentava mais ficar naquele cômodo. Ele estava preparando o almoço, podia fazer uma pausa para descobrir que tipo de guloseima comeria.

Desceu as escadas correndo e no último degrau ouviu o som da campainha. Virou-se para porta estranhando o som. Depois da última investida e do contra-ataque por parte deles, poucos foram os amigos que insistiam em fazer visitas sem avisar com antecedência.

O som ecoou mais uma vez e para não acabar perturbando Sasuke em seu momento sacrossanto foi ver quem era, ao abrir a porta teve uma infeliz visão.

— O que você quer? — Sakura não se deu ao trabalho de esconder o desagrado em ver Karin. Não que a achasse uma má pessoa, mas ela adorava achar que tinha algum direito sobre o seu marido.

— Bem, eu costumava ajudar o Sasuke na faxina da casa. — Mais uma vez ela tentou tomar a frente e como no dia em que ofereceu a comida foi barrada pela Uchiha.

— Nós fazemos isso juntos, não é preciso...

— Então eu cozinho!

— Ele está cozinhando. — Cerrou os punhos, respirando fundo para não acabar acertando aquela mulher.

— Então você faz o Sasuke arrumar a casa e cozinhar? Ele não podia ter escolhido esposa pior.

— Há! É que eu ando muito ocupada me dedicando em aprender a arte de fazer sopa de piranha. Você quer se voluntariar? É difícil achar essa aguaria fresca, nessa época do ano. — Sorriu, juntando as mãos em frente ao corpo, enquanto Karin espumava a sua frente.

— Ora sua... — Não ficou para escutar o resto da ofensa, fechou a porta na cara dela. — Ei, não me deixe falando sozinha... — Voltou a tocar a campainha e Sakura foi forçada a reabrir a porta.

— Vá embora! Não a nada para você aqui.

— Eu posso lavar a roupa.

— Temos máquina de lavar.

— Eu preciso falar com o Sasuke-kun, é um assunto de vida ou morte. — Voltou a investir contra Sakura tentando a todo custo entrar na residência.

— Eu já disse que você não vai entrar. — Voltou a fechar a porta e correu para a cozinha, bufando de raiva. Garota idiota!

— Quem era? — Sasuke perguntou provando o arroz, adorava vê-lo na cozinha com avental na cintura e sua serenidade divina.

— Ninguém. O que teremos para o almoço? — Sorriu, focando sua atenção em Sasuke, mas isso não durou muito tempo Karin apareceu em frente à janela da cozinha.

Desesperada Sakura jogou-se na frente, arriando as persianas, mas a garota continuou a insistir batendo no vidro.

— Sakura...

— Não se preocupa, eu vou agora acabar com a vida dela. — Suspirando, Sasuke largou o avental, tirou a ex-Haruno da frente e abriu a janela.

Tanto Karin, quanto Sakura ficaram sem reação. Não esperavam atitude alguma por parte dele, o espanto da Uchiha foi maior ao vê-lo se inclinar para a Uzumaki e sussurra alguma coisa em seu ouvido, dando dos tapas no topo da cabeça dela como quem faz com um cachorro. O gesto a fez corar, então concordo com um breve movimento e foi embora.

Sem brigar, sem relutar.

Sasuke voltou a preparar sua comida, inabalável como sempre, mas Sakura permaneceu do lado de fora, absorvendo aquela situação. O que tinha acabado de acontecer ali?

— O que disse a ela? — Ouviu o som da risada abafada dele.

— Não posso te contar, querida. Vai ter que descobrir sozinha. — E outra breve risadinha ecoou pela cozinha.

Sasuke colocava sua mão no fogo que Sakura nunca iria atrás de Karin em busca de respostas, mas ele havia esquecido da curiosidade voraz de sua esposa e ela não ficaria sem aquela resposta.