Três dias depois

Qualquer coisa, precisava achar um mínimos rastro de Slade, mas não consigo. Algo está sempre bloqueando as câmeras, de alguma forma também bloqueia minha visão da A.R.G.U.S era como se Slade tivesse uma versão minha o ajudando. Isso era frustrante e me irritava.

Bufei pelo que devia ser a milésima vez nos últimos cinco minutos.

–Felicity, relaxa. Você vai encontrar alguma coisa. –Diggle tentou me acalmar. Roy e Oliver estavam fazendo a ronda da noite.

–Não Dig, não estou conseguindo achar nada, e... –Parei, tendo uma ideia.

–O que?

–A A.R.G.U.S.

–Felicity? Você não esta pensando em...

–Sim! Afinal, a culpa é deles mesmo que o Slade fugiu. John, se esse ajudante do Slade conseguiu barrar minha visão do satélite da A.R.G.U.S. por alguns minutos significa que ele entrou no sistema, e se ele entrou no sistema eu posso pega-lo.

–Não sei, não quero pedir mais esse favor a Lyla.

–Não precisa de muito John, é só colocar isso no computador do satélite e eu faço o resto em dez minutos. Waller nem ao menos vai notar.

Respirou fundo.

–Tudo bem, eu só...

A frase de John foi cortada pelos computadores que começaram a apitar e os programas a se abrirem e fecharem sozinhos. Okay, barrar minhas visões das câmeras era uma coisa, agora tentar entrar no meu sistema já é demais.

–Não! –Exclamei.

–O que esta acontecendo? –Perguntou Dig.

–Alguém esta tentando passar pelo Firewall.

–E está conseguindo?

Pensei em responder, mas minha mente trabalhava rápido, pensando no que fazer para impedir a invasão.

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Pov Diggle

O nervosismo começou a crescer dentro de mim, Felicity digitava freneticamente no computador fazendo o que podia para impedir que o nosso sistema fosse invadido. No minuto seguinte os barulhos dos computadores pararam e ela parou de digitar, respirando apreensiva.

–Consegui. –Disse, respirando agora aliviada. –Mas... –Sua expressão novamente mudou para preocupada.

–O que?

–Ele quase conseguiu. Quase Dig. Isso não é normal, esse cara é muito bom.

Novamente os barulhos começaram.

–Droga, de novo não!

–Felicity! Você deveria deixar. –Disse, pensando que provavelmente ela acharia que eu tinha perdido o juízo.

–O que?

–Se ele entrar, você consegue pega-lo.

–Isso é arriscado John, ele pode descobrir onde estamos e... Ou não.

Começou a digitar novamente.

–Acho que consigo barrar a informação da nossa localização e logico, as câmeras. Então ele entrará no sistema por alguns minutos e eu o expulso.

–Consegue fazer isso?

–Consigo se ele tiver dois QI a menos que eu.

Ouvi barulhos na escada e institivamente apontei a arma para a mesma. Logo Roy e Oliver entraram em meu campo de visão. Baixei a arma, respirando aliviado.

–O que está acontecendo? –Perguntou Roy. Oliver tinha a mesma expressão questionadora.

–Tem alguém tentando invadir nosso sistema. –Explico.

–O que? Quem? –Oliver pergunta indo até a cadeira ao lado de Felicity. –Esta conseguindo barra-lo?

–Sim. –Ela responde concentrada.

O barulho neles começa a aumentar.

–Felicity, isso não parece nada bom. –Diz Oliver.

–Ele esta entrando. –Ela diz. –Consegui!

Se levantou da cadeira, mas o barulho não diminuiu, pegou o tablet e se afastou dos computadores.

–É melhor se afastarem, se ele também tiver a ideia brilhante de mandar os computadores se suicidarem, melhor não estar perto.

–Espera, você disse que conseguiu, e ele esta entrando. O que... –Começou Oliver.

–Ele vai entrar e eu vou expulsa-lo, então vou conseguir rastrear sua localização. –Explicou rapidamente com algum programa aberto no tablet, provavelmente para conseguir expulsar o invasor.

Todo o barulho se dissipou e o silencio se fez no local, sendo quebrado apenas pelas nossas respirações. As telas do computador ficaram pretas assim que o barulho parou.

–Deu certo? –Sussurrei.

–Acho que sim. –Felicity sussurrou de volta.

O computador se acendeu novamente e sua tela ficou azul, passando para preta e depois azul novamente, para logo em seguida parar no branco

–Felicity?

–Já estou o expulsando.

–Não, não está. –A voz se fez no computador, ainda com as telas apagadas, a voz não estava modificada, então dava claramente para perceber que era Slade quem falava. –O que vocês estão pensando com tudo isso? Que vão conseguir me achar? Acham que eu me importo. Se me encontrarem pensam que vão me matar ou me prender novamente? Isso não vai acontecer, dessa vez vai haver sangue daquele que quero que derrame. E tudo o que eu vou ver antes de matar Oliver Queen será seu olhar torturado, e o seu sofrimento estampado em seu rosto, o mesmo sofrimento que me causou garoto. Não importa o que você faça, eu vou mata-la. Dessa vez nada e nem ninguém ira me parar. Aproveite um pouco de felicidade que ainda lhe resta garoto, aproveite enquanto ainda tem pessoas por você, passe um tempo com elas porque todas elas vão sangrar em sua frente, uma por uma e a primeira será a pessoa que trás luz para você, vou te deixar em um escuro tão profundo que não conseguira proteger mais ninguém. A melhor parte é minha vingança não se referir a somente a você garoto, todas as pessoas que tentaram me impedir da primeira vez vão sofrer se entrarem em meu caminho novamente e tem uma em especial que além de ser quem eu vou usar para te destruir da pior forma possível como eu fui destruído está sempre do seu lado e é claro, também tentará me impedir. Então também terá o que merece antes de morrer. Quantas pessoas você já perdeu na vida Srta.Smoak? Acho que deveria se manter atenta para não perder mais ninguém. Digamos que nem tudo é o que parece e você deveria reavaliar seu passado. Vou deixar essa dica a você, mas presumo que não demorará muito para descobrir do que estou falando, afinal, tenho certeza que virão atrás de mim.

Tudo se silenciou novamente e os monitores voltaram ao normal. Todos estavam atônitos sem saber ao certo o que fazer e todos nós ao mesmo tempo olhamos para Felicity que tinha o tablet nas mãos e um semblante preocupado.

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Pov Felicity

–O-Okay, só alguns minutos e consigo um endereço. –Eu disse, voltando para os computadores ignorando o olhar de todos sobre mim. Slade praticamente disse com todas as letras que estava atrás de mim e mais. O que ele queria dizer com tudo aquilo sobre

Oliver começou a andar de um lado para o outro.

–Oliver, pare com isso, vai dar certo, Felicity vai conseguir o endereço e vamos até la e acabamos com isso.

–Isso não vai resolver Diggle, ele não se importa de o acharmos, deve ter alguma coisa nos esperando la, algo que ele sabe que não enfrentaríamos.

–O que? Uma arma?

–Talvez, talvez alguém com Mirakuru no sangue, ou até ele próprio. Não teremos ajuda da liga dessa vez, estamos indo lá sozinhos, acho melhor estarmos preparadas para qualquer surpresa que nos espere lá.

–Consegui! –Informei. –O endereço. –Girei a cadeira para ficar de frente pra eles. –Vão mesmo fazer isso?

Oliver me olhou parecendo pensar.

–Sim, pode ser uma armadilha, mas temos que saber o que ele tem, se conseguiu mais Mirakuro, se tem armas potentes, quem está do lado dele, o que pretende fazer com a cidade, só vamos conseguir indo até la.

–Tudo bem, vamos ao anoitecer então? –Perguntou Roy.

Oliver assentiu.

–Ótimo, se o lugar tiver câmera consigo invadi-las também.

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Estar sozinha na caverna era uma coisa bem estranha, tudo quieto demais. Oliver disse que daria uma volta e parecia estar voltando pelos pessos que ouvi nas escadas. Ou talvez não fosse Oliver, afinal, Slade já tinha entrado na caverna antes. Olhei atenta para a escada e varri o lugar com os olhos procurando algo para me defender. Já estava quase me levantando para ir até a gaveta de armas quando Oliver surgiu no meu campo de visão. Respirei aliviada, já estava começando a ficar paranoica. Principalmente por minha mente não parar de pensar nas palavras de Slade em relação a mim, não das que juravam minha morte, mas as outras sobre as pessoas de quem me importo e sobre reavaliar meu passado. Talvez alguma referencia sobre o que ele fez com Cooper? Não faz muito sentido já que ele já havia o matado. Eu já havia ligado para minha mãe e estava tudo bem com ela. Pedi para que ficasse alerta, sem dar muitos detalhes.

–O que foi? Você esta bem? –Oliver me perguntou.

Eu deveria estar parecendo agitada. Relaxei na cadeira e a virei para os computadores novamente.

–Sim, eu só...

–Achou que fosse Slade? –Perguntou parecendo já saber a resposta.

Assenti. Oliver respirou fundo e caminhou até o meu lado e parou ali, levou uma mão até o meu ombro provavelmente esperando que eu o olhasse. Virei a cadeira lentamente, notando o quão próximo estávamos, meu coração automaticamente acelerou quando meus olhos encontraram os dele e Oliver pareceu esquecer por um momento o que ia falar. Fechou os olhos parecendo tentar se concentrar e os abriu, se afastando um pouco da cadeira.

–Eu... –Parou procurando as palavras. –Sinto muito por você estar nisso.

Okay, isso não podia estar acontecendo. Ele novamente viria com aquele papo de perigo e de que é culpa dele e etc?

–Quando bolei aquele plano maluco de fazer Slade ver que tinha pego a pessoa errada eu pensei. “Se der certo, ela vai injetar a cura nele e tudo vai acabar. E se não der certo, ela vai estar em segurança.”

Sim , ele viria com o papo de perigo e culpa de novo. Apesar de já estar cansada de ouvir Oliver dizer o quanto eu corria perigo e tudo o mais, meu cérebro não pode ignorar a aparte em que ele não disse que tentou enganar Slade como dizia há algum tempo atrás. Ele havia dito “fazer Slade ver que tinha pego a pessoa errada”

–Era para ter acabado quando eu o prendi, não contava que ele iria fugir e voltar em busca de vingança novamente.

–Hey, Oliver. –O chamei. Ele realmente parecia se sentir culpado. –Você fez o que precisava fazer. Se não tivesse me dado aquela seringa e feito tudo aquilo, não teria acabado. Toda a cidade poderia estar morta agora assim como Thea, Diggle, Roy, eu, você. Todo mundo. Você salvou todos nós, e vamos vencer outra vez Oliver, nós vamos.

Ouvimos barulho nas escadas e Roy apareceu seguido por John.

–Hey, tudo pronto? –Perguntou.

–Sim, tudo pronto. Em vinte minutos vou ter acesso as câmeras de la, o tempo que vão levar para chegar, então vai ser mais fácil guia-los.

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–Felicity, quebramos as fechaduras e estamos entrando. Tudo limpo?

–Tudo limpo Oliver. –Respondi.

Observei todas as câmeras e não havia ninguém ali.

–Não tem ninguém, e melhor...

Parei ao observar a movimentação na câmera do andar de cima da casa velha.

–No andar de cima, primeiro cômodo da direita.

Os três entraram e se espalharam em frente a porta, Oliver chutou a porta com força. Arco e flecha em punho e atento.

–Não se mexa! –Gritei para ele assim que percebi os lasers atravessarem seu corpo, se ele se mexesse morreria. Diggle tinha ficado do lado de fora da porta, e ao ouvir meu grito se escondeu atrás da parede esperando uma oportunidade de fazer algo.

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POV Oliver

Roy e eu congelamos no exato momento em que Felicity mandou. Olhei tudo a minha frente, não conseguia ver quase nada, estava tudo escuro.

–Ola garoto. –Ouvi a voz conhecida de Slade.

As luzes se ascenderam e pude vê-lo vestido com sua roupa equipada e protetora de sempre. Ao seu lado havia um homem, sentado em uma cadeira em frente ao computador. Devia ter cerca de quarenta e oito ou cinquenta anos. Não tinha cara de capanga, ele parecia um tanto assustado na verdade. Desviei meus olhos dele, voltando a encarar Slade.

–Realmente já estava começando a pensar que não viesse. O proposito desse encontro não é você me pegar e sim eu lhe mostrar o quanto estou em vantagem dessa vez.

–Eu vou para-lo nem que isso seja a ultima coisa que eu faça. –Disse firmemente para que ele percebesse o quanto eu estava falando sério. Não permitira que ele machucasse mais ninguém.

–Deveria ver o quanto soa patético para mim você falar isso, a questão é que não tem mais esse poder. Nem ao menos pode se mexer agora sem ser explodido em mil pedaços.

Slade fez uma expressão presunçosa e antes que eu pudesse dizer algo o homem ao seu lado murmurou um “Agora” e Slade levantou a mão.

–Em um... –Ergueu os dedos enquanto contava. –Dois...-Me preparei para o que viria. –Um.

Os lasers que estavam em mim e Roy se desligaram.

–Oliver, consegui desligar os lasers. –Ouvi a voz de Felicity, mas não pelo meu comunicador e sim do computador do homem. A voz de Felicity ecoou por todo o ambiente.

–Você tem uma ótima aliada Queen, mas olha só. Eu também tenho, e a altura.

Olhei o homem novamente que parecia perplexo olhando o computador e para Slade, voltando para o computador, como se tivesse visto alguma coisa chocante. Algo de muito errado estava acontecendo.

–Oque está fazendo? –Disse o homem para Slade.

–Cale a boca.

–Não era esse o trato! Como fez isso? –Ele parecia revoltado. Eu tinha que fazer algo, mas precisava descobrir o que estava acontecendo.

–Oliver, o que esta havendo? –Ouvi a voz de Felicity, que como antes ecoou alto pelo local.

O homem olhou para o monitor e novamente para Slade e se levantou. Percebi lagrimas em seus olhos.

Sem esperar mais atirei uma flecha e Slade desviou. Sacou a arma e apontou para a cabeça do homem como se ele fosse o maior dos reféns.

–Devia tomar cuidado, eu posso atirar nele sem querer.

–E porque eu deveria me importar?

–Primeiro porque sabemos que você não mata mais, segundo que a Srta.Smoak tem muito o que dizer dele.

Roy Dig e eu nos entreolhamos brevemente, sem entender nada.

–O-Oliver... –Ouvi Felicity sussurrar tremulamente.

–Eu sinto muito, sinto muito. Não queria que isso acontecesse F-Felicity. –Disse o homem já chorando.

–Felicity? –A chamei, esperando por alguma explicação para tudo aquilo.

Era possível ouvi a respiração entrecortada de Felicity.

–P-Pai? –Sua voz trêmula sussurrou.