Naquela noite, Koala estava sentada na amurada do pequeno tigre, olhando para o reflexo da lua no mar e esperando. Nada fora do normal. Fazia isso todos os dias que passavam ali.

O barco era sua casa já fazia três anos, desde que adotaram Shiro. Não precisavam de uma casa na vila porque não queriam estar presos a um lugar em terra firme, mas era bom ter um lugar que servisse de lar para os três.

Ainda passavam muito tempo em missões, embora não tanto quanto antes. Ainda eram revolucionários, afinal de contas, e Sabo continuava a liderar logo atrás de Dragon. Levavam Shiro naquelas que consideravam menos perigosas, como as diplomáticas, e quando tinham de ir sozinhos ela sempre ficava com Dadan ou com a mãe de Koala. Não deixaria que ela voltasse para a creche.

Hack parecia ser o mais divertido com aquilo tudo. Agia como um tio divertido para a pequena, daqueles que sempre contam as piores histórias do passado dos pais dos sobrinhos. E ele tinha MUITAS para contar. Nem era preciso dizer que a menina o adorava.

Ela sorria perdida em meio as lembranças, até sentir dois braços conhecidos e mais quentes que o normal a envolverem.

—-Pensando em mim?- Sabo apoiava o queixo no topo da cabeça da namorada.

—-Na verdade lembrando quando você conheceu a minha mãe.

Koala sentiu que ele fazia careta.

—-Ela não foi com a minha cara.

—-Ela gosta de você. Só ficou brava porque me pediu em namoro sem pedir pra ela primeiro.

—-Eu duvido muito.

—-Bom, pelo menos da Shiro ela gosta.

—-Todo mundo gosta da Shiro, até o Luffy.

—-Luffy gostaria de qualquer um que você chamasse de “filho”.

—-Isso é verdade.- Os dois riram, ficando em silêncio por alguns segundos depois.

—-Você esqueceu não foi?- Koala quebrava o silêncio, se virando de frente.

E geralmente é nesse momento em que homens normais congelariam e perceberiam a grande burrada que fizeram, mas fingiriam que tinha lembrado seja lá do que fosse e seriam desmascarados poucos segundos depois.

Mas como já foi dito anteriormente (parágrafo 51, capítulo 11- Quase Quites) Sabo é um garoto incrivelmente idiota.

—-Na verdade, eu lembrei.

E garotos incrivelmente idiotas vão sempre fazer o que menos se espera.

—-Ah é? Do que?

—-Que hoje é nosso aniversário. É exatamente um dia depois do da ASL. Acha que eu esqueceria?

—-Você esqueceu nos últimos dois anos.

—-Tá, mas dessa vez eu lembrei. Até te trouxe um presente.- Ele estendeu umaa pequena cixinha aveludada.

—-Sério? Isso é novidade!- Ela nem precisava abrir para saber o que estava dentro.

Ele se ajoelhou.

—-Queimou um discurso dessa vez também?

—-Não dessa vez eu decorei, pra não correr riscos.

—-Vamos ver isso.

—-Ele é curto na verdade, olha: “Dane-se o discurso. Você quer casar comigo?”

Koala sorriu.

—-“E alguma vez eu disse não?”

Sabo riu, a puxando para mais perto.

—-Eu amo você.

—-Eu sei.

—-Como se eu nunca te disse? O Açúcar não conta.

—-Você ainda fala dormindo.

Ele riu.

—-Mas e você?

—-Ainda preciso responder?- Ela o puxou pelo pescoço, colando seus lábios nos dele.

Porque no fim, eles não precisavam de palavras.