Paixões Opostas escrita por Lua


Capítulo 8
Capítulo 7 - Música, Memórias e Redenção


Notas iniciais do capítulo

Olá, estrelas de my life (eu sou a Lua, vocês as estrelas :3 Ba dum tss) õ/ Adivinhem quem ainda está viva?
*desvia dos tomates*
Sim, eu sei que demorei (prefiro nem contabilizar, sacomé e.e) muito para atualizar, e peço mil desculpas por isso, de verdade. Em minha defesa, tenho a dizer que esse capítulo foi muito trabalhoso e está grandão (orgulhinho *-*), o que justifica, embora apenas em parte, a demora. Espero que vocês gostem, e obrigada por não desistirem de mim. Cada um de vocês mora no meu coração (e sem pagar aluguel) ♥
YasGordelia, Bia Jackson, Felipe, NiihMendes e Isa2014, sejam bem-vindos ao mundo de Paixões Opostas õ/ Um beijo especial para vocês :*
Esse capítulo contém cenas inéditas e também algumas “continuações”, digamos assim, de cenas já postadas. Divirtam-se fazendo as relações entre os capítulos :D

OBS: Para quem não conseguiu associar, o CD que a Nanda recebeu do Leo corresponde à ideia que ele teve no capítulo 4.

OBS²: Fiz uma playlist no youtube para o capítulo õ/ Aqui o link: https://www.youtube.com/playlist?list=PLaNn3wG_BBhE0Tz0wdNv5ctT9M0LIKu-8

OBS³: Na carta do Leo, coloquei os nomes das músicas correspondentes aos trechos entre parênteses, para que vocês pudessem associar melhor (alguns trechos estavam em inglês, então coloquei a versão traduzida). Mas, claro, leiam como se eles não estivessem ali, o conteúdo da carta é só os trechos e a assinatura mesmo.



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“Lucky I'm in love with my best friend

Lucky to have been where I have been

Lucky to become home again” (Jason Mraz e Colbie Caillat – Lucky) 

Fechei a porta ainda em choque, segurando a caixinha nas mãos. Nem a expressão curiosa de minhas amigas foi capaz de tirar o enorme sorriso que tomava o meu rosto, enquanto lia o bilhete que Leo havia escrito.

 

Não sei bem ao certo, se é só ilusão (Aonde Quer Que Eu Vá)

De qualquer maneira, eu vou lhe dar meu coração (A Sky Full Of Stars)

Prometo, pra sempre vou te amar (De Janeiro a Janeiro)

Porque a sua loucura parece um pouco com a minha (De Todos Os Loucos do Mundo)

Minha mente nem sempre tão lúcida (Ela Vai Voltar)

Me faz ser exagerado (Exagerado)

Mas o que posso fazer

Se fico assim sem você? (Fico Assim Sem Você)

Estou apaixonado pela minha melhor amiga (Lucky)

Aconteceu sem que eu imaginasse (Meu Novo Mundo)

Complicada e perfeitinha, você me apareceu (Mulher de Fases)

Por você, eu aceito a vida como ela é (Por Você)

Eu sei que você sabe, quase sem querer (Quase Sem Querer)

Que eu te amarei mesmo quando tivermos 70 (Thinking Out Loud)

Pois meu amor é teu, teu sorriso me faz sorrir (Vagalumes)

E porque eu preciso de sua doçura em minha vida (Sugar)

Com amor, Leo

Meu coração acelerava a cada linha que eu linha, e meu sorriso só aumentava. Voltei minha atenção para a caixa, enquanto as meninas aproveitavam minha distração para pegar a carta de minhas mãos. Admirei a delicada rosa por alguns instantes, e em seguida peguei o CD. Eu estava extremamente curiosa para descobrir o conteúdo do disco, embora já tivesse um palpite.

— Que coisa mais adorável! - a voz de Mari interrompeu meus pensamentos.

— Meta de crush, multiplica senhor - Mila implorou, olhando para o teto como se estivesse falando com Deus.

— Concordo plenamente, o Leo é maravilhoso, mas quero privacidade para ouvir meu CD. Podem fazer isso por mim? - pedi, olhando suplicante para elas.

Minhas amigas não resistiram a minha carinha fofa e aceitaram ir embora, desde que eu contasse tudo para as duas depois. Assim que fechei a porta, subi para meu quarto, coloquei o disco no aparelho de som e apertei o play, deitando na cama em seguida. Como eu esperava, seu conteúdo era composto por músicas, e a julgar pela primeira da lista, eram as minhas favoritas.

 

1 – Aonde Quer Que Eu Vá

“Olhos fechados

Pra te encontrar

Não estou ao seu lado

Mas posso sonhar

Aonde quer que eu vá

Levo você no olhar” (Os Paralamas do Sucesso – Aonde Quer Que Eu Vá)


Sabe aqueles momentos em que você está confuso em relação a alguma coisa, e acontece algo que te deixa ainda mais confuso? Eu sei. Aos primeiros toques de “Aonde quer que eu vá”, lembrei-me de um momento exatamente assim, que aconteceu no dia da viagem do Leo, enquanto estávamos sentados no sofá da minha casa e ele se despedia de mim.

— Confesso que não estou sofrendo tanto assim pelo nosso afastamento durante essa viagem – disse Leo, sorrindo ao ver minha expressão passar de conformada para indignada.

— Como assim, Leonardo? – questionei, cruzando os braços, sem conseguir (ou mesmo tentar) esconder o que a frase havia provocado em mim.

— Calma, não foi isso que eu quis dizer. Posso não ter você ao meu lado, fisicamente, durante estas duas semanas, mas eu sempre te levarei comigo no olhar, no pensamento e no coraçãocompletou.

Some essa fala ao beijo que trocamos pouco depois e veja que eu tinha (sim, “tinha”, no passado) todos os motivos para me sentir confusa em relação ao que sentia pelo Leo. Eu só não imaginava que essa confusão sumiria em tão pouco tempo.

 

2 – A Sky Full Of Stars

“’Cause you’re a sky, ‘cause you’re a sky, full of stars

I’m going to give you my heart

’Cause you’re a sky, ‘cause you’re a sky, full of stars

‘Cause you light up the path” (Coldplay - A Sky Full Of Stars)

O que é necessário para contar estrelas? Um céu estrelado, é claro. Esse era o cenário de um dos meus encontros com o Leo, na Colina das Rosas Brancas. Foi nesse dia que ele tornou evidente o quanto gostava de mim, e diminuiu as minhas dúvidas sobre o que eu sentia por ele.

— Hoje o céu está muito lindo – afirmei – Todo estrelado, iluminando o mundo todo.

— Sabe de uma coisa? – Leo perguntou.

— O que?

— Você é como um céu estrelado.

— Como assim? – questionei.

— É linda, e a única que ilumina o meu mundo apenas por existir – respondeu, fazendo-me sorrir.

Depois dessa declaração, não tinha como haver mais incertezas: Leo estava apaixonado por mim, e eu estava começando a perceber que a recíproca era verdadeira.

3 – De Janeiro a Janeiro

“Olhe bem no fundo dos meus olhos

E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar

O universo conspira a nosso favor

A consequência do destino é o amor

Pra sempre vou te amar” (Nando Reis e Roberta Campos – De Janeiro a Janeiro)

Novamente, o momento lembrado por essa música foi um encontro meu com o Leo, na Colina. Essas saídas nossas juntos, apenas nós dois, me marcaram muito, e só agora eu pude perceber isso, ao ver como uma simples canção é capaz de trazer à tona tantas recordações. Ao contrário da lembrança anterior, dessa vez estava de dia, e nós havíamos acabado de fazer um piquenique e estávamos deitados na toalha, lado a lado. Brincávamos de procurar formas nas nuvens, e o clima no local era de completa calmaria.

— Que tranquilidade – comentei, envolvida pela brisa serena e pelo toque suave da luz do sol.

— É o universo conspirando a nosso favor – Leo afirmou – Acho que a consequência do destino já se faz presente em nossas vidas – ele continuou.

— E qual seria ela? – questionei.

— Você logo descobrirá – retrucou, com ar misterioso.

De qualquer maneira, ele tinha razão: eu estava descobrindo que o amor realmente entrara em nossas vidas, e chegara para ficar.

4 – De Todos Os Loucos do Mundo

“Você esconde a mão, diz que é Napoleão

Boa parte de mim, acredita que sim

(...)

Você fala chinês, pela primeira vez

Eu dou opinião, num perfeito alemão” (Clarice Falcão – De Todos Os Loucos do Mundo)

— Leo! Você está incrível! – exclamei, quando encontrei-o na festa à fantasia de Fabrício, um colega nosso.

 - Você acha? – ele deu um leve sorriso, enquanto analisava a própria roupa.

— O Napoleão verdadeiro ficaria com inveja – afirmei, sorrindo também – E quanto a mim? O que você acha?

— Você é a alemã mais linda que eu já vi – elogiou, enquanto olhava-me de cima a baixo.

— E a única morena, tenho certeza – brinquei.

— Talvez seja, mas isso só prova que você é diferente e, portanto, é única e especial. – Leo disse, enquanto tocava suavemente o meu rosto.

— Leo...

— Sim?

— Acho que você está trabalhando a sua habilidade em me fazer corar – disse, fazendo-o gargalhar.

— E você, a sua habilidade em cortar climas – retrucou.

— Ai, essa doeu – disse, rindo também.

— Nada que um beijo não cure – afirmou, dando-me um selinho – Vou buscar uma bebida, e já volto.

Ele sumiu na multidão, deixando-me atônita, com gostinho de “quero mais” e a certeza de que se eu era ótima em cortar climas, Leo era perito em criá-los.

5 – Ela Vai Voltar

“Minha mente nem sempre tão lúcida é fértil e me deu a voz

Minha mente nem sempre tão lúcida fez ela se afastar

Mas ela vai voltar” (Charlie Brown Jr – Ela Vai Voltar)

Por vezes, quando estamos chateados, dizemos coisas das quais nos arrependemos, ou nas quais nem mesmo acreditamos de verdade. No dia em que os gêmeos chegaram à escola, eu fiquei com muita raiva do Leo e sim, admito, senti ciúmes. Pensando nisso depois, eu percebi que só sentimos ciúmes de quem amamos. Ou seja... eu amo o Leo, e esse amor não é apenas fraternal. Mas, como nem tudo é perfeito, lembrei-me que ele provavelmente estava chateado comigo pela forma como o tratei e, consequentemente, me veio à mente a cena da nossa discussão.

— O que você quer? - perguntei rispidamente, arrependendo-me de imediato, pois não queria mostrar o quanto estava abalada com a situação.

— Que você pare de me evitar - ele retrucou.

— Não estou te evitando - neguei, mesmo sabendo que aquela era uma mentira deslavada.

— Tudo bem, não vou insistir. Saiba que não pode fugir de mim para sempre.

Mal sabia ele o quanto estava certo...

 

6 – Exagerado

“Paixão cruel, desenfreada

Te trago mil rosas roubadas

(...)

Exagerado

Jogado aos seus pés

Eu sou mesmo exagerado” (Cazuza – Exagerado)

Que garota nunca quis receber flores? Um gesto como esse pode parecer simples, mas carrega muito significado, principalmente quando vem acompanhado de palavras escritas com carinho. Isso nunca havia acontecido comigo, e por isso jamais esquecerei o dia em que recebi um buquê de rosas brancas, não apenas por ser o primeiro que eu recebia, mas pela pessoa que o enviou. Sendo assim, ao ouvir as palavras “Te trago mil rosas roubadas”, adivinha do que eu lembrei? Se você disse “Do buquê que o Leo te mandou”, acertou.

Eu, Mariana e Camila estávamos assistindo “Planeta dos Macacos”, e no meio do filme, um entregador deixou o buquê na minha casa. Apesar de já imaginar que era para mim, fiz uma pergunta idiota, e as meninas resolveram me trollar.

— Para quem é? – perguntei.

As meninas trocaram um olhar malicioso, e em seguida disseram, em uníssono:

— Para a Victória.

Quando admiti que esperava que o buquê me pertencesse, elas disseram a verdade:

— No fundo, eu esperava que essas flores fossem para mim...

— Então pode comemorar garota, pois elas são suas mesmo! – Mila disse, enquanto jogava o buquê em cima de mim e gritava:

— Corre, Mari! “Run for your life!”

Lembro perfeitamente que tentei correr atrás delas (falhando miseravelmente) e que depois demos risada de tudo, mas a memória mais marcante que tenho daquele dia é o momento em que vi o buquê. De fato, ele foi uma espécie de confirmação, de que as rosas brancas eram e sempre seriam um símbolo da minha relação com o Leo.

7 – Fico Assim Sem Você

“Eu não existo longe de você

E a solidão é meu pior castigo

Eu conto as horas pra poder te ver

Mas o relógio tá de mal comigo” (Claudinho e Buchecha – Fico Assim Sem Você)

A saudade definitivamente é um sentimento singular: te faz sofrer por alguém e, ao mesmo tempo, aumenta o seu carinho por aquela pessoa. Fazia apenas uma semana que Leo havia viajado, e eu já sentia a falta dele. Nesse período, como não podia fazer muita coisa (meu tornozelo me impedia), eu passava o tempo ouvindo as mais diversas músicas. “Fico Assim Sem Você”, especialmente, foi minha fiel companheira durante esse tempo, por me lembrar do meu amigo e ser tão condizente com a minha situação atual. Sendo assim, quando ela se iniciou, eu imediatamente me lembrei da minha espera constante e da expectativa para o dia em que Leo voltaria de viagem. Eu só não imaginava que tudo aconteceria de forma tão diferente do que era esperado...

8 – Lucky

“Lucky I'm in love with my best friend

Lucky to have been where I have been

Lucky to become home again

(...)

I’ll put a flower in your hair” (Jason Mraz e Colbie Caillat – Lucky)

— Qual espécie você quer estudar primeiro? – perguntei a Leo, enquanto fazíamos o trabalho de Biologia sobre a estrutura das flores.

— Podíamos dar uma olhada na rosa, pois por ela ser hermafrodita, preenche o primeiro requisito da lista – respondeu ele, mostrando-me a apostila que Ângela, nossa professora, havia nos entregado.

Começamos a trabalhar: enquanto eu fazia anotações, Leo tirava fotos de todos os ângulos da planta. Me envolvi quase imediatamente no que eu fazia, como sempre acontece quando escrevo algo. De fato, estava tão distraída que não notei quando o garoto se aproximou, colocou uma flor no meu cabelo e se afastou, sorrindo.

— Ela contrastou perfeitamente com a cor do seu cabelo, ficou linda – afirmou – Nunca pensei que passaria a gostar tanto da combinação castanho e branco (N/A: sim, era uma rosa branca *-*), mas foi o que aconteceu.

— Não sei se fico triste por você ter arrancado a rosa do seu habitat ou se fico contente pelos seus gestos e palavras tão doces - disse, sorrindo também.

— Essa é fácil: fique feliz.

— Okay, estou feliz.

Beijei-o no rosto para agradecer e, ao me afastar, não pude deixar de observar:

— Leo, você está muito corado!

— Deve ser o calor, é muito quente dentro dessa estufa – retrucou, sem me olhar nos olhos.

— É, deve ser mesmo... – concordei, deixando implícito que eu não acreditava em uma palavra do que ele havia dito, e ao mesmo tempo, feliz com a probabilidade de que aquele rubor fosse causado, ao menos em parte, pelo toque de meus lábios em sua pele.

x-x-x-x-x

Cada nova música que se iniciava evocava uma lembrança, um momento meu com o Leo. Por isso, eu tinha certeza de que a escolha das canções não havia sido aleatória.

x-x-x-x-x

 

9 – Meu Novo Mundo

“Tipo coisas da sétima arte

Aconteceu sem que eu imaginasse

(...)

A vontade de te ver já é maior que tudo

Não existem distâncias no meu novo mundo” (Charlie Brown Jr – Meu Novo Mundo)

Nisso que dá ser distraída. Você está andando normalmente pela rua e, de repente, pisa numa casca de banana, sente sua perna escorregando e vê o chão se aproximando cada vez mais rápido. A depender da sua sorte, você pode cair no assoalho ou nos braços de um cara gato. É, digamos que a sorte me sorriu naquele dia.

— Moça? Você já pode abrir os olhos – ouvi uma voz gentil me chamando.

Eu não estava enxergando nada, pois o meu primeiro impulso ao perceber que ia cair de costas no chão foi fechar os olhos. Estava confusa, pois ao invés de sentir o asfalto em contato com minha pele, percebi que um par de mãos fortes me segurava pelos braços, firme, porém suavemente.

Lentamente, abri os olhos e dei de cara com um par de íris âmbares me encarando. Se o dono delas não estivesse me amparando, eu com certeza teria caído de vez, tamanho era o meu fascínio com a beleza do garoto.

— Hum... olá – eu disse, me sentindo uma idiota e corando, devido à nossa proximidade.

— Olá – ele respondeu, sorrindo diante do meu constrangimento – Você está bem?

— Estou, graças a você. Muito obrigada, eu teria me machucado seriamente se você não tivesse me segurado – agradeci, ainda constrangida, mas já sem corar.

— Não foi nada – respondeu – Agradeça aos meus reflexos aguçados – completou, fazendo pose de ninja e, em seguida, rindo.

— Que pessoa modesta – brinquei, rindo também, como se fôssemos velhos amigos.

— Claro que sou – retrucou, enquanto consultava o relógio – Lamento, mas preciso ir. Tenho um compromisso de família, e já estou atrasado. Espero que nos reencontremos...

— Fernanda. Me chamo Fernanda – completei.

— Espero que nos reencontremos, Fernanda – repetiu, sorrindo e piscando para mim. Em seguida, ele saiu correndo. Felizmente, me lembrei de um detalhe antes que ele sumisse de vista.

— Espera! – gritei, fazendo com que ele parasse imediatamente e se virasse – Você se esqueceu de dizer o seu nome!

— Leonardo. Para você, Leo – respondeu, voltando a correr logo em seguida.

— Leonardo. Tenho certeza que te encontrarei de novo algum dia... – afirmei, falando sozinha. Eu não tinha ideia do quanto estava certa...

Alguns dias depois desse ocorrido, Carla, a coordenadora, nos avisou que receberíamos um novo aluno. Sem motivo aparente, eu senti como se já o conhecesse, mesmo sem saber absolutamente nada sobre ele. No meio da aula de Literatura, a mulher entrou novamente na sala, mas dessa vez acompanhada pelo meu novo colega de classe. Eu estava de costas, conversando distraidamente com Camila, mas me virei quando Carla pediu a atenção da turma, e mal pude acreditar no que estava vendo: ali, parado ao lado da coordenadora, Leonardo sorria timidamente, parecendo envergonhado. Ao perceber que eu o encarava, o brilho em seus olhos aumentou, mas ele logo desviou o olhar, provavelmente para não atrair os olhares dos demais, talvez por se lembrar de como enrubesci no nosso 1º encontro. Então, ele se sentou, Carla saiu da sala e a aula seguiu normalmente. Decidi que estava me importando demais com o fato de que Leonardo estava na minha sala. Afinal, ele havia me salvado de uma queda, não me pedido em namoro! Eu o trataria apenas como colega, e só. Mal sabia eu que, ainda naquele dia, o novato se tornaria mais que um simples colega: se tornaria meu amigo. (N/A: o fato mencionado pela Nanda é descrito em “Quase Sem Querer”)

10 – Mulher de Fases

“Me diz Deus, o que é que eu faço agora?

Se me olhando desse jeito ela me tem na mão

‘Meu filho, aguenta.

Quem mandou você gostar

Dessa mulher de fases?’ ” (Raimundos – Mulher de Fases)

Eu estava confusa. Desde o início do dia, eu já havia me desmanchado em lágrimas, explodido de raiva e chorado de novo. Eu sabia que não estava surtando de vez, o motivo era um pouco melhor (ou pior, depende do ponto de vista): TPM. Tensão Pré-Menstrual, também conhecida como Temporada Para Matança. Foi nesse estado de espírito adorável e completamente estável que cheguei ao colégio, à procura de possíveis vítimas... digo, de meus amigos. Não encontrei as meninas, mas avistei Leo no pátio, conversando com Cláudia, nossa colega de classe. Senti uma mistura de ciúmes, raiva e insegurança borbulhando dentro de mim, mas, sabendo que faria confusão caso fosse ao encontro dos dois, resolvi esperá-lo na sala, ainda vazia. Após alguns minutos, o garoto entrou no local, vindo imediatamente falar comigo.

— Bom dia – cumprimentou, beijando-me na bochecha.

— Só se for para você – retruquei.

— Nossa, que mau humor. O que houve?

Antes que eu pudesse responder, Leo continuou:

— Espera, deixa eu fazer uns cálculos rápidos aqui – ele pensou por alguns instantes e concluiu – Tá na TPM, né?

— Isso não vem ao caso. Posso saber o que você estava conversando com a Cláudia? – questionei, determinada a não dar o braço a torcer e admitir que ele estava certo.

— Ela me pediu ajuda com o dever de Português, só isso – respondeu, calmamente.

Repentinamente irritada com toda aquela tranquilidade, comecei a bater nele, mas Leo foi mais rápido, agarrou um caderno e usou como escudo, até que eu me cansasse, sentasse no chão e começasse a chorar. O garoto simplesmente abriu a mochila, tirou uma caixa de lenços e me entregou.

— Obrigada... – murmurei – Ainda que você prefira a Cláudia como amiga.

— Nanda, a minha melhor amiga é a garota que eu salvei de uma queda, e que agora está com ciúmes de mim (N/A: Diga as verdades, Leo õ/) – afirmou, com convicção.

— Eu não estou com ciúmes de você – retruquei.

— Claro que não – ironizou.

— Tá, só um pouquinho... – admiti – Quero chocolate.

Imediatamente, uma barra de Diamante Negro caiu no meu colo. Olhei para cima e, em uma tentativa de deixar o clima no ambiente mais leve, perguntei:

— Deus, é você?

— Já me chamaram de muitas coisas, mas de “Deus” é a primeira vez – Leo respondeu, rindo.

Acabei rindo também, enquanto abria a embalagem, tirava dois pedaços e entregava um para ele.

— Sinta-se honrado por eu estar dividindo comida com você, mocinho – ordenei, ainda rindo – Principalmente chocolate.

— Claro, até porque nem fui eu que te dei a barra, imagina – retrucou, ironicamente.

— Obrigada por fazer eu me sentir ingrata, chato.

— De nada – disse, enquanto pegava mais chocolate.

Após comermos mais alguns pedaços de doce, Leo perguntou-me:

— Está mais calma?

— Estou... me desculpe pelo chilique, mas você acertou, eu estou na TPM – respondi.

— Não se preocupe, está tudo bem.

— Só você mesmo para me aguentar quando estou assim – admiti, rindo baixinho.

— Realmente – concordou, fazendo com que eu lhe desse um tapa.

— Não era para você concordar – expliquei, rindo da expressão indignada dele. 

— Você não explica! Mudando de assunto, olha a lambança que nós fizemos.

Olhei para nossas mãos, que estavam completamente sujas de chocolate.

— É verdade... – concordei, enquanto ele já se levantava e ia em direção à saída – Aonde você vai?

— Ao banheiro, lavar as mãos – ele respondeu – Já volto, minha complicada e perfeitinha – disse, piscando para mim.

11 – Por Você

“Por você

Conseguiria até ficar alegre

Pintaria todo o céu

De vermelho

Eu teria mais herdeiros

Que um coelho” (Barão Vermelho – Por Você)

— Bom dia, turma. Vamos dar início às apresentações. Primeira equipe, pode vir à frente – disse a professora de arte, Júlia, ao iniciar sua aula.

As apresentações às quais ela se referia correspondiam ao trabalho passado pela mesma na semana anterior. Nossa tarefa era apresentar uma música de forma criativa, individualmente, em duplas, trios ou equipes de até 6 alunos. Segundo o roteiro que todos deveriam entregar para a turma, o primeiro grupo iria apresentar “Rude”, da banda MAGIC!. Eu adoro essa música, e como já conhecia o clipe e a letra, consegui acompanhar bem a apresentação. Duas garotas e um rapaz estavam sentados ao redor de uma mesa, todos vestindo roupas semi-formais. Do lado oposto da sala, alguém bateu na porta e o garoto que estava sentado levantou-se e foi abrir, permitindo que um outro rapaz, também de terno, entrasse. Eles encenaram uma breve discussão, apenas gesticulando, e em seguida o rapaz que entrara por último se dirigiu ao fundo da sala, onde três outros garotos o esperavam. Pouco depois, uma das moças também abandonou a mesa e se juntou ao grupo de rapazes, abraçando um deles. O casal trocou alianças, se beijou e, em seguida, a música acabou. Todos aplaudiram a equipe, e a professora chamou o próximo grupo, que na verdade era um trio: eu, Camila e Mariana. Iríamos apresentar a música “Máscara”, da Pitty, e nossa vertente seria a dança mesclada com o teatro.

Começamos a apresentação vestidas da cabeça aos pés por mantos e com os rostos cobertos por máscaras. Ao decorrer da canção, fomos gesticulando e fazendo mímicas correspondentes à letra da música, e ao chegarmos no trecho “Tira a máscara que cobre o seu rosto”, fizemos o que o mesmo dizia, além de deixarmos os mantos caírem, revelando nossas roupas coloridas, perucas com diferentes penteados e rostos maquiados. A partir desse momento, cantamos junto com a música até o final, e terminamos a apresentação apontando para a frente, em referência ao conselho “Seja você”, que finaliza a letra. Após os aplausos da turma, foi a vez da terceira equipe, que carregava uma grande tela presa em um cavalete e vários potes de tinta, em diversas cores. A vertente deles, obviamente, seria a pintura. Antes de começarem, eles forraram a área em volta da tela com papel pardo, e logo entendi o porquê.

Ao som de “Colorir Papel”, os integrantes do grupo iniciaram uma dança composta por pulos, giros e rodopios, na qual a cada vez que eles se movimentavam deixavam cair tinta na tela, de forma completamente aleatória. O resultado final foi um quadro abstrato, alegre e muito bonito. Depois que a equipe recolheu suas coisas e deslocou a tela até o fundo da sala, para que a mesma não atrapalhasse as apresentações seguintes, Júlia chamou o próximo aluno:

— Leonardo, é a sua vez.

Leo encaminhou-se para a frente, ligou o projetor e abriu uma apresentação de slides com o título “Por Você”. Segundo o folheto, a vertente artística escolhida por ele fora a fotomontagem.

— Bom dia. Eu resolvi basear o meu trabalho em uma música que me lembra alguém muito especial para mim. Para facilitar a compreensão de vocês, acrescentei o trecho correspondente a cada imagem acima da mesma.

Ouviram-se diversos “Own” por parte da porção feminina da sala e Leo, um pouco corado, iniciou a apresentação. Ele colocou a música para tocar, ao mesmo tempo em que passava os slides. Cada um deles continha uma montagem que representava um trecho da música, todas estreladas pelo Leo. Enquanto os demais admiravam a criatividade dele, eu não conseguia parar de pensar que a pessoa a quem o garoto se referia era eu. De fato, quando olhei para ele no meio da apresentação, o mesmo sorriu e piscou para mim, discretamente. Sorri de volta, tão corada que sentia meu rosto quente. No fim, Leo foi aplaudido por toda a turma e pela professora. Ao sentar-se em seu lugar, atrás de mim, ele sussurrou no meu ouvido:

— Espero que você tenha gostado.

Virei-me na cadeira e sussurrei de volta:

— Eu adorei.

Inclinei-me em sua direção e, aproveitando-me da escuridão que reinava na sala, beijei sua bochecha, ignorando as borboletas em meu estômago e ainda extasiada pela declaração que havia acabado de receber.

12 – Quase Sem Querer

“Quantas chances desperdicei

Quando o que eu mais queria

Era provar pra todo o mundo

Que eu não precisava

Provar nada pra ninguém” (Legião Urbana - Quase Sem Querer)

— Você está bem? – Leo perguntou, após flagrar-me chorando na biblioteca.

— Eu pareço estar bem? – arrependi-me da grosseria assim que as palavras deixaram a minha boca – Desculpe, você não tem nada a ver com os meus problemas.

— Vamos conversar, desabafar com alguém estranho pode ajudar – propôs, enquanto sentava-se ao meu lado no chão.

— Você não é estranho – retruquei.

— Claro que sou. O que você sabe sobre mim, além do meu nome?

Diante da minha hesitação, ele deu um pequeno sorriso, que retribuí involuntariamente.

— Vamos lá, não custa nada tentar – ele incentivou-me.

— Tudo bem, eu vou te contar – cedi, pois não aguentava mais guardar aquela angústia dentro de mim - Eu sou bailarina, desde muito nova. Adoro dançar, adoro mesmo. Contudo, também me sinto atraída por um esporte totalmente contrário ao ballet: o skate. Nunca pratiquei, não sei como devo reagir a isso, tenho medo...

— Medo de sofrer preconceito? – completou.

Assenti, timidamente.

— Olha, Nanda... – ele hesitou, com medo de sofrer represálias pelo uso do apelido. Sorri, incentivando-o a continuar – Eu acho que você deve fazer o que gosta, sem se preocupar com o que os outros vão pensar.

— A minha parte racional sabe disso, mas a emocional não – disse, abaixando a cabeça.

— Tente lutar contra o seu medo! Você é mais forte do que aparenta, eu sinto isso. Em todo caso, se precisar conversar com alguém, ou resolver aprender a andar de skate, saiba que eu estou aqui. (N/A: Lembram-se que foi o Leo quem introduziu a Nanda nesse esporte?)

— Leo...

— Sim?

— Obrigada! – gritei, enquanto o abraçava.

Recebemos represálias da bibliotecária, o que nos provocou uma crise de risos. Crise essa que durou até o fim do intervalo, quando acordamos para a realidade e voltamos para a sala de aula, e que se repetiu muitas vezes após aquele dia.

13 – Thinking Out Loud

“So honey now

Take me into your lovin' arms

Kiss me under the light of a thousand stars

Place your head on my beating heart

I'm thinking out loud” (Ed Sheeran - Thinking Out Loud)

Quem não gosta de sorvete? Especialmente nos dias quentes, é uma das minhas sobremesas prediletas. Durante o verão, eu detesto ficar trancada em casa, então saio sempre que posso. Em um dia especialmente calorento e tedioso, recebi um convite que chegou na hora certa: Leo me chamando para ir à sorveteria. Aceitei imediatamente, e pouco depois estávamos nos deliciando com sundaes, enquanto andávamos pelas ruas. Resolvemos ir à praça principal do bairro, que era cheia de árvores e possuía um chafariz, o que a tornava um oásis no meio de todo o asfalto. Durante o percurso, conversávamos animadamente, pausando apenas para saborear os sorvetes antes que derretessem.

— É incrível como a conversa flui entre nós, não é? Eu nem vejo o tempo passar, adoro isso – afirmei, enquanto abraçava-o carinhosamente.

— Deve ser porque eu te amo – Leo sussurrou, como se não quisesse ser ouvido.

— O que você disse? Não tenho certeza se ouvi direito.

— Nada, estou apenas pensando alto – ele desconversou.

A essa altura do campeonato, eu já havia começado a refletir e percebido uma coisa: talvez eu houvesse encontrado o amor bem ali, ao meu lado, onde nunca imaginara que ele estaria.

14 – Vagalumes

“Vou caçar mais de um milhão de vagalumes por aí

Pra te ver sorrir eu posso colorir o céu de outra cor

Eu só quero amar você

E quando amanhecer eu quero acordar

Do seu lado” (Pollo e Ivo Mozart – Vagalumes)

Na maioria das vezes, eu não gosto dos trabalhos que os professores passam para nós, pobres e sobrecarregados alunos. Contudo, por vezes, surge uma tarefa interessante, como observar o comportamento de insetos. Sim, insetos. A sala foi divida em duplas por Ângela, e cada um dos pares ficou com uma espécie para pesquisar. Eu e Leo ficamos com os vagalumes e, portanto, nosso trabalho teria que ser feito à noite. Decidimos observá-los na varanda da minha casa, onde eles sempre apareciam com facilidade, principalmente por estarmos na primavera. Sendo assim, diminuímos as luzes e aguardamos. Em pouco tempo, os insetos surgiram em grande quantidade, e Leo conseguiu capturar um deles com um copo de vidro. Analisamos o comportamento do vagalume por cerca de 5 minutos, enquanto gravávamos um vídeo.

— Acho que já observamos o bastante, vamos soltá-lo agora – eu disse, pois não queria que o inseto morresse.

— Também acho – Leo concordou, enquanto o libertava – Não se deve restringir a liberdade de ninguém, pois ela deve ser como o carinho que eu sinto por você: sem limites.

— Leo... – comecei, mas ele logo me interrompeu.

— Não fala nada... – ele disse, mais como um pedido do que como uma ordem.

Sem conseguir resistir, assenti e observei enquanto Leo chegava mais perto. Sabia que ele ia me beijar e, de repente, percebi que eu não me importava mais com isso. Pelo contrário, eu também queria aquele beijo. Fechei os olhos e me aproximei dele, mas quando apenas alguns centímetros nos separavam, minha mãe irrompeu pela porta com uma bandeja em mãos.

— Trouxe um lanche para vocês – ela disse, enquanto pousava a travessa na mesa ao nosso lado. Pude ouvir Leo suspirando de frustração, mas antes que a mesma pudesse perguntar algo, ele agradeceu.

— Obrigado, Dona Vanessa. Foi muita gentileza sua.

— De nada querido, foi um prazer – minha mãe respondeu – Vou deixar vocês concluírem o trabalho, mas façam uma pausa para comer.

— Pode deixar, mãe - concordei.

Ela deixou o local, e como realmente estávamos com fome, praticamente atacamos o bolo de chocolate e o suco de manga. Comemos em silêncio, e ao terminarmos, sugeri que fizéssemos logo o relatório, para ficarmos livres daquele trabalho. Leo concordou, mas era evidente que estava decepcionado. Naquele momento, apesar de também gostar dele, não consegui tomar nenhuma atitude, provavelmente por falta de coragem. Fiquei triste ao ver a desilusão nos seus olhos, mas agora eu sabia que, em breve, ele seria compensado.

15 – Sugar

“Sugar

Yes, please

Won’t you come and put it down on me?

I’m right here, ‘cause I need

Little love and little sympathy” (Maroon 5 – Sugar)

No dia das mães, Leo e eu resolvemos fazer um almoço de presente para as nossas. Decidimos que o prato principal seria lasanha, e a sobremesa seria pudim de leite. Eu já havia montado a massa no dia anterior, e resolvemos fazer o doce juntos. Para garantir que Dona Alice e Dona Vanessa não estivessem em casa, sugerimos que elas fossem ao shopping para comemorar, e ambas concordaram. Quanto à escolha do turno da manhã, argumentamos que o local estaria mais vazio e elas não enfrentariam tantas filas. Como Victória havia dormido na casa de uma amiga e só voltaria à tarde, eu e Leo estávamos sozinhos. Às 09:30h, ele chegou, colocamos a lasanha para assar e começamos a trabalhar: enquanto ele media a quantidade correta de açúcar, eu quebrava os ovos. Sem que eu percebesse, o garoto se aproximou e passou o condimento em minha bochecha.

— Que coisa feia Leonardo, desperdiçando comida – brinquei.

— Foi por um bom motivo – ele retrucou.

— Ah, é? E qual seria? – questionei.

— Agora, eu posso limpar sua bochecha.

Não entendi o que Leo queria dizer com aquilo, até que ele se aproximou e beijou minha bochecha, demoradamente. Ao se afastar, disse:

— Pronto, já tirei todo o açúcar. Contudo, devo dizer que você continua tão doce como sempre foi.

Dito isto, ele voltou à sua tarefa, como se nada tivesse acontecido. Porém, eu sabia que algo havia sim ocorrido: Leo, com seu jeito calmo, paciente e carinhoso, conseguira me conquistar.

x-x-x-x-x

Ao último toque de “Sugar”, o aparelho de som silenciou. Eu me sentia maravilhada, tanto com o fato de Leo me conhecer tão bem, quanto com toda a paciência que ele deve ter tido para selecionar as músicas e compor aquela carta. Se antes de ouvir o CD eu já pretendia ir falar com ele, agora estava mais que decidida a visitá-lo. Com isso em mente, levantei-me da cama, arrumei os cabelos (estavam uma bagunça depois de tanto tempo deitada) e saí.

x-x-x-x-x

Após praticamente correr em direção à casa do garoto, eu me recompus, respirei fundo e toquei a campainha. Com o universo conspirando a meu favor pela 1º vez na vida, adivinha quem veio atender a porta? Se você disse “Leo”, acertou.

— Oi – cumprimentei, sorrindo timidamente. Depois de tudo o que eu falara para ele, não sabia como começar uma conversa.

— Nanda? O que você está fazendo aqui? Desculpe, estou sendo grosso – Leo desatou a falar, mal parando para respirar – Você entendeu tudo errado, eu...

Antes que o mesmo pudesse concluir a frase, colei meus lábios aos dele, em um beijo carregado de saudade e desejo.



No próximo capítulo...

“Após nos separarmos, sorri para Leo, que tinha uma expressão atônita no rosto, embora estivesse visivelmente radiante com a minha atitude.

— Então... se me lembro bem, você tinha um pedido para me fazer – afirmei, ainda sorrindo – E não, eu não estou mais chateada com você. Peço desculpas, fui injusta e não te dei a chance de falar nada.

Eu esperava que ele me perdoasse, pois não suportaria se Leo me rejeitasse. Felizmente, ele sorriu de volta e assentiu.

— Fico feliz que tenha reconhecido a verdade. Quanto a ter ficado chateado com você, não se preocupe, eu sei que foram apenas ciúmes – disse, sorrindo maliciosamente, e antes que eu pudesse retrucar, ele continuou – E sobre o pedido...

Leo fez uma pausa, ajoelhou-se, pegou minha mão e fez a pergunta mais linda que eu já havia ouvido:

— Nanda, você aceita namorar comigo?”


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, quero dizer que eu não plagiei a Paula Pimenta. Acredito que os fãs de “Minha Vida Fora de Série” (MVFS) entenderão o que digo de imediato, mas para os que não são, eu vou explicar. Na 2º temporada de “MVFS”, um dos personagens (coincidentemente chamado Leo) dá um CD gravado por ele mesmo para a garota que gosta. Uma das músicas usadas na fic (Mulher de Fases) também aparece no livro, em outro contexto diferente do CD. Mas as semelhanças param por aí. Anyway, enquanto estava escrevendo esse capítulo notei a coincidência, e estou explicando para evitar confusões. Até a próxima õ/



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