Paixões Opostas escrita por Lua


Capítulo 13
Capítulo 12 – Classificação, Aula de Música e Testes


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus pedacinhos do céu ♥ Como vocês estão?
Tia Lua voltou com mais um capítulo fresquinho, diretamente do forno :3
Primeiramente, quero dar as boas-vindas à SnowShy e Entusiasta. Vocês agora fazem parte da família PO e moram no meu kokoro ♥
Quero também celebrar o retorno de Lybruma, uma das minhas primeiras leitoras que ainda acompanha a fic (muito leal sim). 120 beijos para você, flor ♥
Dito isso, curtam o capítulo õ/ Nanda e companhia estavam com saudades, e eu também :3



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“Tente!

E não diga

Que a vitória está perdida

Se é de batalhas

Que se vive a vida” (Raul Seixas - Tente Outra Vez)

 

Após assistir meia dúzia de apresentações, meu cérebro já se desligara completamente do que estava acontecendo, e eu perdera toda e qualquer noção de tempo. O nervosismo que me dominava tinha grande culpa nisso, seguido pela minha ansiedade em saber se havia me classificado ou não.

Finalmente, Úrsula Andrade concluiu suas manobras e o locutor pediu que todos os skatistas retornassem à pista para receberem os resultados. Em um misto de aflição e alívio, me levantei do banco em que estava sentada, seguindo meus concorrentes até o local indicado.

— E chegou o momento tão esperado por todos! Dentro de instantes, nossos 10 escolhidos serão anunciados definitivamente – O apresentador anunciou, recebendo gritos empolgados como resposta. – Peço a paciência de vocês, pois os juízes estão concluindo suas anotações.

Cerca de 5 minutos se passaram, quando a voz fez-se ouvir novamente.

— Agora é oficial: os 10 nomes que terão a chance de competir pela vitória neste campeonato! Em 1º lugar, Rafael Oliveira, com 9.5 pontos! – Aplausos foram ouvidos, enquanto um rapaz ruivo sorria e acenava para a plateia. – Na 2º posição, Estela Santos, com média 9! – Mais aplausos, desta vez para uma jovem de pele bronzeada e cabelos castanho-aloirados. - Em 3º, Alexandre Dias, com 8.8!

E assim as chamadas seguiram, deixando-me cada vez mais tensa. O locutor já anunciara 5 selecionados, e a cada nome citado minha esperança diminuía. Me sentia frustrada, e mal conseguia conter as lágrimas ao vê-lo erguer o microfone novamente.

— Fernanda Macedo, com 8 pontos, classificada em 6º lugar!

Respirei fundo e deixei as lágrimas escorrerem, sabendo que dessa vez elas eram de felicidade. Lá no fundo eu sabia que, embora estivesse dentro do campeonato e com a minha chance em mãos, ainda havia um longo caminho a ser percorrido, rumo ao 1º lugar. Eu vencera uma batalha, não a guerra. Contudo, isso estava longe de me desanimar, pelo contrário: minha determinação estava no auge, e eu tentaria novamente quantas vezes fossem necessárias, até alcançar meu objetivo.

— E por último, mas não menos importante, Amanda Novais, com 7 pontos! A próxima etapa acontecerá daqui a 2 semanas, e a data oficial será divulgada no site do campeonato, cujo endereço pode ser encontrado em todos os panfletos do evento.  – O locutor seguia dando informações, enquanto os selecionados comemoravam. – O grande prêmio, como a maioria já sabe, será um skate à escolha do vencedor, 500 reais e uma medalha de ouro! O 2º e o 3º lugar também ganharão medalhas e prêmios em dinheiro, nos valores de 200 e 100 reais.

Enquanto ele falava, a plateia se deslocava em direção aos skatistas reunidos na pista. Avistei minha torcida a poucos passos de mim, e corri até eles.

— Parabéns, filha! Eu sabia que você conseguiria. – Minha mãe disse, sorrindo orgulhosamente.

Ainda extasiada com minha conquista, me deixei ser abraçada por todos eles, enquanto silenciosamente já pensava em como melhorar meu treinamento. Afinal, eu prometera a mim mesma dar o meu melhor, e não poderia decepcionar.

 

x-x-x-x-x

 

Meu domingo se passou tranquilamente, com uma comemoração caseira (bolo e suco para os mais íntimos) preparada pela minha mãe e mais uma vídeo chamada com meu pai, que me parabenizou pelo sucesso no campeonato. Fui dormir me sentindo leve, apesar de saber que o dia seguinte era segunda e outra semana escolar se iniciaria. Eu ainda não sabia, mas teria uma surpresa que deixaria minha vida colegial muito melhor.

 

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A aula de História estava prestes a começar, e alguns alunos retardatários ainda entravam na sala, quando o diretor pediu a palavra, acompanhado de uma mulher. Ela tinha um ar jovial, apesar de sua meia-idade, e sorria animadamente para todos.

— Bom dia, pessoal. – Ele cumprimentou, escutando algumas poucas respostas, a maior parte da turma ainda semi-adormecida. – Esta é a professora Cecília, ela dará aula de música para vocês.

Aquela simples frase pareceu despertar todos. Afinal, quem não gostaria de uma aula mais dinâmica e que envolvesse canções? Além disso, não só a matéria parecia agradável, mas também a mulher que a lecionaria. Esta ainda sorria para nós, e eu simpatizei de imediato com ela.

— Vocês receberão um novo horário com as devidas adaptações, e poderão conversar mais com Cecília quando as aulas se iniciarem. Afinal, não queremos atrapalhar ainda mais o professor Heitor.

Dito isso, eles se retiraram e a explanação seguiu normalmente. No segundo horário recebemos o cronograma revisado, quando pude ver que nosso primeiro encontro com a simpática professora aconteceria ainda naquela manhã, e me vi ansiosa com a chegada de tal momento.

Outro horário se passou, tivemos o intervalo e em seguida fomos direcionados para uma sala que até então estivera vazia. Ao entrar, encontramos instrumentos variados espalhados pelo local, um papel de parede branco com notas musicais pretas e alguns pufes coloridos. A professora Cecília estava sentada em um deles, de cor vermelha, até que nos viu entrar na sala. Sem largar a flauta que segurava, ela se levantou e nos saudou, ainda sorrindo. Com suas feições angulosas, um corpo pequeno e esguio e seu vestido amarelo (que contrastava com o pufe), a mulher mais parecia uma fada, saída diretamente da Terra do Nunca.

— Sejam bem-vindos à nossa primeira aula. Espero que consigamos conviver harmonicamente, em uma perfeita sinfonia, metaforicamente falando. Tenho a impressão de que vamos nos dar muito bem, vocês concordam?

Respondemos de forma afirmativa, todos já contagiados pelo alegre estado de espírito da nossa docente.

— Como não sei seus nomes, gostaria que se apresentassem rapidamente, para que possamos iniciar os trabalhos sem demora. Caso saibam tocar algum dos instrumentos presentes nessa sala, gostaria que dissessem também.

Após as breves apresentações, descobrimos alguns talentos escondidos na classe. Cecília pediu que os alunos viessem à frente, pois para essa primeira aula ela planejara algo mais descontraído. Cada um deles tocaria uma música de sua preferência, e o resto da turma acompanharia cantando. Como provavelmente nem todos saberiam as letras das canções escolhidas, a professora fez uso do projetor presente no local.

O primeiro aluno a se prontificar para tocar algo foi Fabrício, que tocou “Pais e Filhos”, do Legião Urbana. A grande maioria da turma sabia a letra de cabeça, então o coral ficou ótimo, como se tivéssemos ensaiado com antecedência.

Além do violão usado por ele, o piano e a harpa também tiveram vez. Foi a aula mais divertida que nós vivenciamos em muito tempo, e antes que o sinal tocasse Cecília já havia se tornado a minha professora favorita.

Infelizmente, nossos 50 minutos acabaram, e fomos obrigados a voltar para os cadernos e canetas que nos aguardavam. Eu mal podia esperar pela próxima segunda-feira, quando teríamos outro momento com a fada de cabelos escuros, pele negra e calorosos olhos castanhos.

 

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Depois dessa maravilhosa estreia musical, os outros horários passaram voando, e quando me dei conta já estava em casa, repousando um pouco antes de seguir para a aula de ballet. Sabendo que provavelmente cochilaria, programei meu alarme para 14h, pois considerando que a aula começava 15h, eu teria tempo de sobra para me arrumar e chegar à academia.

Após um sono reparador, vesti meu collant, um short e sandálias rasteiras, prendendo meus cachos em um coque e guardando a saia e as sapatilhas na mochila, juntamente com minha garrafa d’água e meu celular. Conferindo no relógio se estava dentro do horário, peguei minhas chaves e saí de casa, rumo ao recanto de uma das minhas paixões.

 

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Quando entrei na academia, alguns alunos se aqueciam, mas Leila ainda não havia chegado. Me dirigi ao vestiário, troquei de roupa e me juntei aos demais bailarinos. Algum tempo depois, nossa professora apareceu, ofegante, se desculpando pelo atraso devido ao trânsito e anunciando que tinha uma novidade para todos nós.

— Como vocês sabem, temos uma apresentação anual como tradição. Ela serve para encerrar o ano letivo e também arrecadar dinheiro para as despesas da academia. – Começou, após se recompor da corrida. – Nosso tema dessa vez será o ballet “Giselle”, e os testes para personagens começarão hoje. Além da protagonista, terão destaque os seus dois pretendentes, Hilarion e Albrecht, e também Wilfrid, Bathilde, Duque de Courland e Mirtha, a Rainha das Willis.

Imediatamente, o silêncio se quebrou com o som das vozes que reivindicavam determinados papéis ou faziam perguntas sobre o espetáculo. A muito custo, Leila conseguiu reestabelecer a calma no local.

— Vou colocar fichas no mural para que vocês se inscrevam durante 20 minutos, e após esse tempo começaremos os testes. Aqueles que não quiserem protagonizar ou não passarem para os papéis que desejam serão camponeses, cortesãos ou willis.

A professora pendurou meia dúzia de papéis no quadro e os alunos se espalharam pelo local. Alguns foram imediatamente escrever seus nomes, enquanto outros preferiram aguardar até que houvesse menos movimento próximo ao local. Eu me encaixei na segunda categoria, pois sabia que não havia necessidade de se apressar, visto que apenas a habilidade de cada um decidiria sua função na peça.

Quase no término do prazo, fui até o mural e escrevi meu nome na ficha de Giselle. 8 outras garotas também queriam o papel, e eu sabia que precisaria dar tudo de mim se quisesse protagonizar a apresentação.

Ao fim dos 20 minutos, Leila recolheu as fichas e organizou-as em mãos, com os papéis secundários por cima e os principais por último.

— Muito bem, parece que já temos alguns personagens definidos! Guilherme será Wilfrid, o escudeiro real, Luíza será a Mãe de Giselle, Bernardo ficou com o papel do Duque de Courland e Helena representará Bathilde, pois todos eles foram os únicos a se candidatarem para esses papéis. Quanto aos demais, os que não se inscreveram para nenhum personagem podem sentar-se no fundo da sala e assistir aos testes, enquanto aqueles que desejarem ser Giselle, Hilarion, Albrecht ou Mirtha, a Rainha das Willis, podem se dirigir à frente. Que os testes se iniciem!

Dito isso, andei até o canto frontal esquerdo da sala, seguida por 8 colegas. Os aspirantes a Hilarion e Albrecht ficaram no meio, e as possíveis Mirthas no canto frontal direito.

— Começaremos pelo papel de Mirtha. Vocês 3, um passo à frente.  

As garotas se destacaram do grupo e, aos comandos de Leila, dançaram a coreografia leve que remetia à personagem fantasmagórica. Rebeca foi a escolhida, seus passos suaves encantaram a todos e lhe garantiram o papel.

Em seguida, os garotos que almejavam representar Albrecht se adiantaram e nós, as candidatas a Giselle, fizemos o teste com eles, pois a professora queria testar a química dos casais. Meu par foi Diego, que por sorte era um amigo próximo e com o qual eu tinha bastante sincronia. Coincidentemente, a quantidade de Albrechts era proporcional à de Giselles, e Leila decidiu que o melhor casal ganharia ambos os papéis.

Nos dividimos em grupos, e cada um por vez se apresentou diante de nossa mestra. Após o findar das danças, ela decidiu que 3 duplas haviam se destacado: eu e Diego, Renata e Daniel, Clara e Tiago.

— Como nosso tempo está acabando, escolherei o casal principal na próxima aula. Vocês devem ensaiar a cena inicial, que marca os dois como enamorados. Boa sorte aos seis! – Leila afirmou, sorrindo como forma de encorajamento. – Finalizaremos a aula de hoje com o teste para Hilarion.

Os 4 rapazes que desejavam tal papel foram para o local de destaque, e Rebeca fez um breve teste com cada um deles, visto que ambos os personagens interagiam em determinado momento da peça. Pedro levou a melhor, e conseguiu a função que queria.

— Com isso, nós finalizamos as audições de hoje. Estão dispensados, descansem bastante para o primeiro ensaio. – Nossa professora aconselhou, enquanto se levantava e arrumava as fichas.

Segui para o vestiário e, após me trocar, combinei com Diego para nos encontrarmos em sua casa, pois precisávamos treinar se queríamos conseguir interpretar os protagonistas. Eu estava determinada a alcançar mais esse objetivo, mas naquele momento tudo que me vinha na cabeça era um banho quente e minha cama. O dia havia sido cansativo, mas bastante produtivo, e me senti satisfeita ao pousar a cabeça no travesseiro e adormecer.

 

 

 

No próximo capítulo...

“ – Olá, dona Carla. O Leo está?

— Oi, Nanda! Sim, ele está no quarto. Pode subir. – Ela respondeu, me dando passagem até a escada.

Abri a porta do quarto, louca para contar as novidades, mas vi algo que me surpreendeu completamente, da pior maneira possível: Leo e Gabriela se beijando.”


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam da nova matéria escolar de Nanda e companhia? Eu particularmente adorei, meu sonho sempre foi ter aula de música ♥
Curiosidade: o nome Cecília significa literalmente “padroeira dos músicos”.
Pergunta aleatória do dia: Você é potterhead? Se for, qual sua casa de Hogwarts? Eu selecionei nosso sexteto principal e o Eric para as 4 casas: Grifinória – Nanda, Mari e Mila; Corvinal – Eric; Lufa-Lufa – Leo; Sonserina – Daniel e Gabriela. Concordam comigo? Em caso de discordância, digam em qual casa vocês acham que cada um deles se encaixa õ/
O.B.S: Aos mais observadores ou àqueles que gostam de reler os capítulos, devo avisar que alterei um pouco a cena na qual Nanda sofre abuso, acrescentando detalhes que serão cruciais futuramente. Se quiserem entender melhor o que vem por aí, recomendo que releiam essa parte, mas não é obrigatório.
Até o próximo capítulo, beijos da Lua ♥



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