How to Be Free escrita por Mia Miatzo


Capítulo 15
Wings


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoinhas!

E chegamos ao último capítulo da fic ;-; Siiiiim, depois de quase dois anos escrevendo essa jossa (contando com meu período de hiatus no Nyah!) finalmente chegamos ao fim. Estou imensamente feliz em poder finalmente por um ponto final e me focar em meus outros trabalhos, ao mesmo tempo em que meu coração dói ao dizer adeus, essa foi a minha primeira fanfic, então mesmo que tenha mudado completamente meu jeito de ser ela ainda foi o começo de tudo.
Agradeço muito a todos que acompanharam até aqui, e espero que não desistam de mim quando eu realmente disser 'fim'. Vou fazer um agradecimento maior e mais detalhado nas notas finais como vocês merecem. Então por enquanto é apenas um até logo. ♥

Beijos e boa leitura.

Nos vemos lá embaixo!



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Duas semanas depois

Já faz duas semanas desde o ataque ao Ninho. 14 dias desde a batalha contra o maior pesadelo dos vikings, que ficou conhecido como Morte Rubra. 336 horas desde o momento em que nossos maiores inimigos se tornaram nossa maior fonte de apoio. 20.160 minutos desde que retornamos daquele pedaço de fim de mundo. 1.209.600 segundos desde que o único garoto ao qual já amei na vida está em coma.

Nesse meio mês muita coisa mudou. Os dragões que antes caçávamos desenfreadamente se tornaram nossos maiores aliados e integram nosso povo como parte dele. Várias construções e instrumentos que antes eram usados para caçá-los e matá-los foram modificados por Bocão e outros ferreiros e agora são objetos de uso comuns para nossos amigos reptilianos. A arena onde antes ocorriam shows sangrentos e treinamentos para matadores de dragões agora virou um centro onde os mesmos dormem em segurança.

Eu e os outros adolescentes que aprendemos pouco mais que os outros vikings agora os ensinamos o básico que Soluço nos passou sobre as criaturas. Bocão nos ajuda bastante, embora seus métodos sejam um pouco mais antiquados e agressivos. Não o culpo, logicamente, afinal ele teve um treinamento completamente diferente do nosso. Mas o que mais me surpreende é a avidez dos aprendizes em saber mais e mais. Achei que assim que colocássemos os pés na ilha após aquele fatídico dia tudo voltaria ao normal e os dragões que salvaram nossas vidas naquele inferno seriam retaliados e expulsos de Berk.

Mas não foi isso o que aconteceu, pelo contrário. Ao chegarmos em casa exaustos, sujos e doentes, a primeira coisa que todos fizeram foi oferecer sua hospitalidade a nossos salvadores. Um banquete de peixes, aves e cordeiros foi servido tanto para os Hoolingans famintos quanto para os operários da Rainha que nunca puderam desfrutar de uma refeição sem medo. E isso me deixou tão feliz que meu sorriso não murchou um segundo sequer durante toda aquela noite de festa no Grande Salão.

Porém nem tudo são flores, e enquanto comemorávamos as curandeiras cuidavam de nosso amigo ferido. A perna de Soluço realmente foi amputada e Bocão logo tratou de criar um modelo único e diferente de todos os outros que já havia feito de prótese para seu melhor aprendiz. Durante todos esses dias, revezei meu tempo entre cuidar do garoto e ajudar nas reformas da ilha. Praticamente vivia na casa dos Spantosicus e provavelmente a tribo inteira já deveria ter percebido que alguma coisa estava acontecendo entre nós dois. Fofocas correm rápido, mas nunca me importei, tudo o que queria neste momento é que meu amigo ficasse bem. Tudo o que mais queria ver era ele acordar e olhar para mim com aqueles olhos brilhantes e infantis que iluminam meu dia, sorrir com aqueles dentinhos tortos que somente aumentam seu charme e dizer que está tudo bem.

Banguela não era diferente, passava 24 horas ao lado do treinador, vigiando-o como seu próprio filhote, cuidando para que nada acontecesse e mesmo rosnando para alguns aldeões que ele achava ameaçadores demais para se aproximar de seu companheiro. Praticamente não saía do pé da cama de Soluço, zelando por sua segurança como uma mãe preocupada e se não fossemos eu e Stoico para alimentá-lo nem mesmo comeria para não sair do lado do mesmo.

O Fúria da Noite se tornou o maior herói de Berk, juntamente com seu cavaleiro e por onde passava era venerado como tal. Assim que retornamos à ilha Bocão prontamente se ofereceu para cuidar do animal ferido, e mesmo que tenha levado algum tempo e talvez uns arranhões até que o dragão confiasse ao menos parcialmente no ferreiro para que pudesse ajudá-lo sua recuperação foi rápida. Logo estava debaixo do mesmo teto que o líder e seu filho, coisa surpreendente de se ver já que há apenas alguns dias atrás Stoico Spantosicus Strondus não era nada mais nada menos que o maior matador de dragões das Ilhas Internas.

Pois é, as coisas aqui em Berk mudaram mesmo em tão pouco tempo, para melhor se me permite dizer. E tudo o que precisávamos era de alguém curioso e corajoso o suficiente para nos mostrar que aquele não era o único caminho a se seguir. Não tínhamos apenas uma opção. E meu sonho nunca voltou a se repetir, pois agora eu vi que tinha uma nova escolha, tinha uma nova esperança. E com a ajuda de Soluço agora estou trilhando meu próprio caminho, e a experiência é revigorante.

É claro, nunca deixarei de ser a Destemida Astrid Hofferson, a viking cabeça quente e punho forte que persegue uma aventura até o fim. Mas agora meu verdadeiro eu se revela, a Astrid honesta, sentimental, divertida e sonhadora que poucos tiveram a chance de conhecer e agora todos podem ver. E não tenho vergonha de mostrar isso, não tenho mais receio de revelar minha verdadeira personalidade, a Astrid que cai, que erra, que se autocritica, que se corrige, que se exaure, que ama, que cuida, que se preocupa, que chora. Minha máscara de ferro foi quebrada por ele, os muros de pedra de minha prisão particular foram destruídos por suas palavras, e meu coração de gelo derreteu com seu amor.

Deuses, estou perdida e ridiculamente apaixonada por Soluço Spantosicus Strondus III. E o pior é que ele não está aqui acordado para que possa lhe dizer isso.

*****

— Isso. E o número máximo de tiros de um Fúria da Noite são seis. – digo a Perna-de-Peixe que neste momento está complementando as informações do Livro dos Dragões, que antes apresentava uma grande lacuna em branco sobre a espécie negra.

— Tiros de plasma, podem atravessar metais pesados e incendiar embarcações inteiras. Realmente impressionante. – conclui, divagando mais uma vez em seu próprio mundinho – Obrigado, Astrid.

— Por nada. Mas eu não sou a pessoa certa para dar essas informações. Quando Soluço acordar com certeza vai ficar louco para ver suas anotações, Peixe. – digo convincente, meu melhor sorriso otimista estampado no rosto.

— Ainda nada? – pergunta receoso, referindo-se ao garoto deitado em sua cama pelas últimas duas semanas.

— Não. Bocão diz que é normal, foi um grande choque. – explico, repetindo as palavras de meu instrutor – Mas tenho esperanças de que ele acordará em breve, tenho certeza.

— Parece mais animada hoje. Algo bom aconteceu?

— Talvez. – respondo misteriosa, lançando um olhar divertido ao mesmo que sorri. Logo depois olho para fora das grandes portas do salão comunal e vejo que já são por volta do meio dia – Ah, tenho que ir. Bocão me pediu para que passasse na ferraria antes de ir cuidar de Tempestade hoje. Nos vemos mais tarde. Boa sorte com as anotações! – grito, saindo correndo da sala e acenando para meu amigo gênio que volta a focar no livro.

Realmente posso dizer que algo relativamente bom aconteceu hoje. Pela primeira vez em dias não tive pesadelos com rainhas dragão, vulcões infernais e batalhas sangrentas. Pela primeira vez pude dormir relaxada e a única visão que me veio em meu sono foi nada menos que esperançosa.

Sonhei que estava na casa dos Strondus cuidando de Soluço, Banguela se aconchegava a meu lado e o som do fogo trincando nos galhos secos da lareira era reconfortante. Sem perceber logo estava dormindo, minha cabeça apoiada na dura estrutura de madeira da cama e minhas mãos segurando as finas e calejadas do garoto. Era uma sensação boa, uma paz interior se apossou de mim e eu só não fiquei mais tempo naquela posição porque senti um carinho sendo depositado em meus oleosos fios loiros.

Aproveitando mais o calor da fonte de afeto me aproximei mais e mais, até que abri meus olhos lentamente apenas para encontrar as densas florestas verdes à minha frente. Seu olhar brilhava como mil estrelas ao retribuir meus oceanos infindos e involuntariamente meu sorriso se abriu de orelha a orelha. Parecia que minhas bochechas iriam rasgar com a força com que os músculos eram usados, mas ver suas lindas íris novamente e aquele inconfundível sorrisinho torto que tanto me encantava era maravilhoso.

Parecia querer me aprofundar cada vez mais em seu olhar, decorar cada parte sua, cada detalhe mínimo de seu rosto como se fosse uma ilusão e que assim que acordasse a visão se apagaria de minha mente. Com a mão precisa ainda em meu rosto ele se abaixa, se aproximando mais e mais, e mesmo que não colocássemos em palavras os dois sabiam que queriam isso. E então, quando nossos lábios estavam a milímetros de distância...

Eu acordo, o cobertor jogado no chão e eu por cima dele. Bela pose Astrid, realmente a imagem que todo viking precisa para ser lembrado.

Desde então não consigo parar de pensar em meu sonho. Posso parecer uma garotinha boba e apaixonada, mas quem pode me culpar? Se ter esperanças de que seus sentimentos são correspondidos, se desejar ter sempre a pessoa amada a seu lado, se sonhar com a alegria de ver o sorriso de alguém que se ama é bobo e idiota, então eu sou sim uma garotinha boba e idiota que está perdidamente apaixonada pelo filho do líder Hooligan.

Chego à ferraria para encontrar Bocão coberto de fuligem e encoberto com uma máscara de solda. Ouço-o murmurar uma balada desconhecida e aproximo-me mais do mesmo, parecendo não notar minha presença enquanto esquenta a carvoaria com um fole enorme.

— Eeh, Bocão? – o interrompo receosa e o instrutor dá um pulo ao se assustar com minha voz.

— AH! Por Odin, Astrid! Achei que as Valquírias estavam vindo me levar mais cedo. – grita dramático, mas tudo o que consigo deixar escapar são minhas risadas contidas.

— Desculpe, me desculpe. Mas o senhor estava tão absorto com seu trabalho, não quis atrapalhar. – me desculpo sincera, embora meu sorriso divertido me denuncie.

— Há. Deixa pra lá. O que quer, menina? -  pergunta, resmungando.

— Eeh, Bocão, foi você quem me pediu pra vir até aqui, na verdade.

Ele me olha confuso, como se tivesse acabado de dizer que acabei de ver Sven o Silencioso conduzindo um iaque voador por um arco-íris de jujubas (n/a: existiam jujubas já? Ah, dane-se, acabei de inventar kkk). Ok, talvez essa cena tenha sido um pouco perturbadora.

Então como um clique parece se lembrar de algo e tudo clareia em seu cérebro amassado por anos de luta com porretes.

— Aaaaaaah, sim. Venha cá, garota. Tenho algo a lhe mostrar! – diz lembrando-se do assunto em questão e me puxando para dentro de uma pequena saleta dentro da ferraria.

Assim que passo pela cortina improvisada dou de cara com um cômodo que me transmite uma sensação familiar e acolhedora. Os desenhos nas paredes feitos com traços graciosos e precisos, os diversos materiais de desenho e metalurgia dispostos em potes e canecos nas prateleiras, a leve bagunça com esquemas e projetos iniciados sobre a mesa de trabalho denunciam imediatamente a quem pertence o local. O lugar é a sala de trabalho de Soluço.

Escaneio o quartinho com olhos curiosos, atenta aos mínimos detalhes. Meu olhar para num desenho que se sobrepõe aos outros, pregado por cima de outros esquemas menos importantes. Admiro cada linha, cada curva precisa e perfeita, traços rijos e confiantes vindos de mãos habilidosas que conhecem profundamente a área com que trabalham. Deixo-me levar em pensamentos e indagar ao certo o que seria aquele rascunho em destaque.

— Belo projeto, não? – Bocão fala ao meu lado segurando em suas mãos enormes um objeto enrolado em pano vermelho – Foi seu primeiro modelo de cauda para o Banguelão. Claro que não venho muito aqui, é invasão de privacidade já que cedi a saleta para seus projetos pessoais, sabe? Mas depois que voltamos dos Portões do Inferno me senti na necessidade de espiar no que estava trabalhando e ter inspiração para sua própria prótese, e encontrei isso. – aponta para o esquema ao lado – Com algumas modificações para aumentar a velocidade e leveza das manobras e acho que consegui algo que vai satisfazê-los por um tempo. – refere-se ao objeto que carrega e abre-o como um leque em minha frente.

Minha boca se abre em espanto, o objeto é maravilhoso. Arrisco levar meus dedos para tocar a superfície áspera do tecido vermelho forte e rugoso, passando minhas unhas curtas pela pintura branca que adorna o aparelho, o símbolo dos cavaleiros de nossa tribo. Nada mais apropriado para nosso futuro líder, treinador e cavaleiro de dragões.

— É lindo, Bocão. Tenho certeza que Soluço e Banguela vão adorar.

— Assim espero, garota. – diz o mais velho com um sorriso que correspondo prontamente.

Poderíamos ficar mais tempo naquela toca, apenas admirando os trabalhos manuais talentosos e perfeccionistas do garoto, mas uma comoção fora da ferraria faz com que ambos saiamos do estabelecimento para ver o que está acontecendo. Vários vikings passam por nós sem nem mesmo se importar com nossa presença e seguem em direção à casa do líder. Vemos Ranhento passando apressado e Bocão chama a atenção do companheiro.

— Ranhento, o que está havendo aí em cima? Por acaso a feira do iaque chegou mais cedo e eu não estou sabendo?

— Não, Bocão. – nega o outro – Melhor que isso. Soluço acordou!

Depois dessas palavras tudo ao meu redor parece andar em câmera lenta. As pessoas e conversas alheias parecem apenas borrões e murmúrios sem sentido, tudo porque a única coisa que faz sentido já me foi dita.

Soluço acordou. Depois de tanto tempo, depois de tanta espera, meu Soluço finalmente está acordado.

E não vou deixa-lo escapar de mim nunca mais.

*****

Quando finalmente dou por mim, até o ferreiro que se encontrava ao meu lado desapareceu. Olho para os lados procurando por sua presença e vejo que já está bem à frente, aproximando-se do centro da atenção de todos, o garoto que até uma hora atrás estava mais pálido que a própria morte e agora esbanja um sorriso acolhedor e uma face surpresa pela recepção calorosa de todos. Meus pés começam a se movimentar por conta própria e me estapeio mentalmente por estar chegando tão perto de meu objetivo sem nem mesmo saber o que dizer a ele quando estivermos cara a cara.

Apenas seja você mesma, Astrid. Lembre-se que é o Soluço, que gosta de você do jeito que é, apenas haja normalmente.

Então ao chegar a apenas alguns centímetros dele faço a primeira coisa que minha mente e corpo induzem.

Dou um soco em seu braço.

Ele dá um salto e se vira para olhar seu agressor, massageando o local atingido e encontrando meus orbes enquanto digo:

— Isso é por me assustar.

— Mas, v-vai ser sempre assim? Porque... – começa a protestar, mas não deixo que continue quando meu subconsciente comanda a ação que gostaria de ter feito há muito tempo.

Eu o beijo.

É apenas um selinho, apenas o encontro de duas bocas distintas que demonstra afeto entre duas pessoas. Mas para mim foi maravilhoso, ter seus lábios nos meus me preencheu com uma nova sensação, um sentimento quente e profundo se apossou de mim, como um copo de leite quente em um dia de inverno ou uma canção de ninar antes de dormir. Com esse simples gesto posso perceber todo o carinho, afeto e compaixão que tem por mim, assim como eu por ele, e finalmente confirmo que o que sinto é recíproco.

Afasto-me dele contra minha vontade, o selar durou apenas alguns segundos, mas para mim pareceram horas, e poderia ficar desse jeito por mais algumas décadas não fosse a presença de quase a tribo toda à nossa volta e a falta de ar que logo viria.

Vejo seus olhos se abrirem lentamente, tentando entender o que acabou de acontecer, e por dentro também estou em um conflito interno que me antecipa as fofocas que irão correr pela ilha e a reação de todos quanto ao meu pequeno gesto impulsivo. Mas não ligo, depois lidarei com todas essas questões banais, agora só quero recuperar todo o tempo perdido com meu melhor amigo. E com tempo perdido não quero dizer apenas essas duas semanas que ele passou desacordado, porém todos os anos em que fui tola demais em recusar sua amizade.

— Dá pra me acostumar com isso. – completa assim que sai de seu transe, o que me faz sorrir divertida sendo correspondida prontamente por ele.

Bocão se aproxima novamente, dessa vez com a cauda que vimos há pouco e um tipo de cela conectada. Ele entrega tudo ao garoto que sorri com gratidão a seu mestre e o mais velho diz:

— Seja bem-vindo. – sorri.

Tudo está perfeito, tudo como eu desejo que sejam todos os dias. Até alguém gritar:

— Fúria da Noite!

Banguela aparece saltitante em direção a seu cavaleiro, derrubando alguns vikings azarados no processo de aproximação. Rimos com a cena e nos entreolhamos cúmplices, sabendo exatamente o que cada um quer dizer apenas com essa ação.

E não há outro lugar que eu desejaria estar nesse momento. Tudo pelo que passei, tudo o que abdiquei em minha vida e tudo o que recuperei graças a esses dois seres que mostraram a todos que a amizade entre vikings e dragões é possível me trouxe até aqui.

Eu poderia dizer que essa é uma história de superação de uma garota que perdeu entes queridos para bestas aterrorizantes e mudou seu jeito de ser completamente. Poderia dizer que é um romance entre uma viking destemida e cabeça dura que se apaixonou pelo garoto excluído que era mais talentoso e competente que qualquer um.

Mas é muito mais do que isso, essa é a história de Astrid Hofferson, a menina que deixou de ser uma simples e meiga garotinha para se embrenhar em uma luta sangrenta de gerações. Que deixou de lado qualquer tipo de emoção ou sentimento que a influenciasse em sua busca pela vitória. Mas que foi recuperada no meio do processo de autodestruição por ninguém mais ninguém menos que seu melhor amigo, a primeira pessoa que amou fora de sua família, e a quem abandonou cegamente quando iniciou sua jornada de guerreira. E esse garoto que a fez enxergar o mundo de uma forma diferente e colorida fez também com que seu coração congelado voltasse a bater forte e ritmicamente em compasso ao seu.

Soluço me ensinou muitas coisas em meu processo de recuperar meu verdadeiro eu. Ensinou-me a ver o mundo de forma bela e otimista, ensinou-me a viver cada dia ao máximo como se fosse o último de nossas vidas, ensinou-me coisas que eu deveria saber desde pequena, mas que perdi com o tempo em que estive focada demais para realmente ‘viver’, como amizade, amor e compaixão.

Acima de tudo, Soluço me ensinou que não preciso de uma máscara de ferro para proteger minhas emoções, que não preciso de muros de pedra à minha volta para me proteger do mundo externo, e que não preciso temer em ser quem eu realmente sou.

E aqui, montada em Tempestade a seu lado, com um sorriso no rosto maior do que poderia demonstrar enquanto decolo aos céus infindos, percebo a maior lição que aprendi com ele e que realmente me libertou das algemas de minha alma.

Como ser livre.

E eu nunca poderia retribuí-lo da mesma forma.


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Notas finais do capítulo

Bem, então é isso, não? Esse é o fim pelo qual vocês esperaram tanto e espero que não os tenha decepcionado (aliás, foi o maior capítulo que eu já escrevi!).

E agora alguns agradecimentos finais. Gostaria de agradecer a todos que favoritaram, a todos que comentaram, a todos que me mandaram mensagens de apoio, que foram tão carinhosos comigo e nunca me deixaram desistir. Queria agradecer principalmente aos meus leitores do Nyah! que me acompanharam até aqui e que nunca desistiram de mim ou da fic, sou eternamente grata à persistência de vocês amoras kkk.

Gostaria de citar alguns nomes aqui também pelos quais tenho muito a agradecer.
Dama Misteriosa, que foi a primeira a me encontrar aqui e comentar, obrigada sua fofa ♥ Jana, que sempre foi uma fofa e me apoiou muito com seus comentários super carinhosos ♥ IvyGold, porque seu coração é gigante amore, literalmente de ouro ♥ Neko D Lully, pelos comentários fofinhos e pelo apoio, desculpe nunca ter respondido ♥ LaviniaHicstrid, sempre vou lembrar de colocar seu nome, não se preocupe linda ♥ raexgar001, pelo apoio e pelos corações ♥333 MangaAlbina, por sempre comentar e me apoiar com suas mensagens lindinhas ♥ Sweet Ally, por sempre me apoiar, sempre comentar e sempre elogiar ♥ SHPrior, pelos corações e todas as mensagens lindas e carinhosas que você me mandou, me deixam muito feliz ♥

E finalmente, você minha deusa, minha vida: Temperana, por simplesmente existir e tornar meu dia mais alegre. Você que me acompanhou desde o começo dessa fic no Nyah! e nunca desistiu de mim, você me encontrou aqui e mais uma vez deu tanto amor à essa fic. Sou muito grata por tudo que você sempre fez, todos os comentários, mensagens lindas e por todo o apoio, você merece tudo de bom linda. Obrigada novamente por ser minha amiga ♥

E claro, agradeço a todos os fastasminhas que nunca deixaram nenhuma marca da sua existência aqui, mas saber que fiz o dia de alguém ficar mais feliz com essa história que começou a ser escrita por uma menina de 14 anos nooba e inexperiente é tudo o que eu preciso. Obrigada por acompanharem até aqui mesmo de longe. ♥

Acho que isso é tudo, como estava dizendo essa fic já passou por tempos ruins. Comecei a escrevê-la no nono ano, com 14 anos, eu era inexperiente e tinha medo de errar, de ninguém gostar. Mas as primeiras repercussões dela (ainda no Nyah!) foram incríveis, todo mundo me apoiando e me incentivando a continuar.
Quando entrei no 1º ano em uma escola nova, foi uma catástrofe. Não só me sentia a ovelha negra do rebanho porque muitas pessoas tinham inveja do meu 'talento para escrita' (palavras da minha prof de literatura, te amo prof ♥), como também fiquei super ocupada com meu horário novo, não tinha tempo nem pra mim quanto mais para atualizar a fic.
No começo dei o meu máximo e conseguia de quando em quando postar um capítulo novo. Mas começou a ficar muito difícil para mim lidar com tudo isso e logo estava postando de vez em nunca. Então, sem dar explicações ou deixar qualquer mensagem eu desapareci do Nyah! e por muito tempo me remoí por essa decisão e por abandonar a fic inacabada faltando apenas dois capítulos. Sempre pensava em voltar quando tinha tempo (nas férias por exemplo), mas sempre que sentava a bunda na cadeira e dizia "bora acabar essa merda" minha criatividade parecia ter ido tirar férias em Timbucto sem avisar.

Por isso, peço novamente desculpas por todo o atraso. Quando finalmente criei vergonha na cara para acabar de vez essa fic que me perseguia pela culpa entrei no Spirit e assim minha conta e a primeira fic minha lá surgiram. E eu não poderia estar mais feliz por todo o apoio que vocês me deram, e mesmo os leitores do Nyah! que me encontraram lá nunca brigaram ou xingaram por eu ter sumido, pelo contrário, apenas me deram mais força para que eu não desistisse dessa vez.
E sou eternamente grata por tudo isso.

As notas finais estão ficando muito grandes, por isso vou terminar por aqui.
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Então é com muita emoção e alegria no coração que deixo aqui o meu sincero 'até logo'.
Obrigada por tudo, sempre ♥

Beijinhos pra quem fica.
Mia :3



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