How to Be Free escrita por Mia Miatzo


Capítulo 12
Sticks and stones


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores.
Sabe pensando que só temos mais três capítulos me deixa um pouco triste.
Mas olhem pelo lado bom. Começarei a escrever outras fics de HTTYD como a que prometi a vocês sobre os irmãos da Astrid que eu decidi ser de cinco capítulos contados pela Stella e o Sven, e provavelmente ela vai ser publicada antes da próxima fic que vocês só saberão qual vai ser no último capítulo dessa. (por favor não me odeiem, é pra ser surpresa).
O título do cap é a música tema de HTTYD pra quem não percebeu, “Sticks and Stones” de Jónsi.
Desafio da semana anterior: “Ele já deveria saber que quando resolvo dar um gelo em alguém, posso mata-lo congelado”. Porém como a Ella diz isso ao Ezra sobre a Aria a frase original fica: “A Aria é muito forte, mais do que imaginam. E quando ela resolve dar um gelo em alguém pode mata-lo congelado.”
Quem acertou?
Bom, boa leitura queridos.



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Eu e meus pais nos dirigimos rapidamente para a horda de vikings que entram aos tropeços e empurrões no Grande Salão e se acomodam desajeitadamente em frente à fogueira central e ao líder.

Stoico nos observa, bem, estoicamente, e pigarreia antes de começar a falar. Sua voz sai como um estrondo:

– Acho que todos já sabemos dos acontecimentos de hoje mais cedo e não espero que perdoem meu fi... – ele hesita – Soluço – corrige-se – por trazer aquele demônio para Berk. E posso jurar a vocês que ele será devidamente punido por seus atos. Mas também posso confirmar que a fera já foi contida na arena de treinamento e em minha opinião aquela besta deveria ser morta de imediato pelos problemas causados a nossa tribo por tantos anos.

Não consigo pensar em Banguela sendo morto depois de tudo o que fez por mim. Aliás, depois de conhecê-lo e entender melhor o ponto de vista de Soluço não consigo imaginar dragão nenhum sendo morto. Noite passada foi a primeira vez em semanas que dormi bem. Sem sonhos nem pesadelos. Sem vozes misteriosas nem Pesadelos Monstruosos. Minha consciência estava limpa e minha alma leve. Tudo graças a eles.

– Porém, - o chefe continua – por mais que eu gostaria de executar esse monstro, acho que afinal achei uma utilidade em tê-lo aqui.

Todos soltam suspiros surpresos. Stoico o Imenso confraternizando com o Fúria da Noite seria um ultraje para todo o Arquipélago Barbárico.

Procuro Soluço rapidamente enquanto o coro de sussurros e exclamações de protesto continua, mas não vejo sua cabeça castanho avermelhada em lugar nenhum. Finalmente volto meus olhos para o líder quando ele explica.

– Eu sei o que devem estar pensando e não é isso o que está acontecendo. Segundo Soluço, somente um dragão pode encontrar o caminho para o Ninho. Então vamos usar isso a nosso favor. Vamos obrigar o Fúria da Noite a nos levar à sua casa infernal. E expulsá-los de lá de uma vez por todas!

Os guerreiros bradam ferozmente. Todos levantam seus punhos no ar e os agitam alegremente no jeito típico viking de comemorar as coisas, com risadas e cabeçadas.

A multidão começa a me espremer e uso a vantagem do meu tamanho para passar entre os vãos dos corpos e chegar ao fundo do Salão. Respiro pesarosamente com o esforço.

As pessoas comemoram a ida ao campo de batalha com taças de hidromel e cantoria. Pode não parecer, mas vikings cantam muito bem em grupo. Mas deixe apenas um deles cantarolando alto que passará os três dias seguintes tentando encontrar suas ovelhas. Vai por mim, experiência própria.

Ouço gritos de festejo e canecas se chocando em brindes quando tento, sem sucesso, sair da muvuca. Vejo a luz do sol entrando pelas portas ao final do corredor. Por apenas um momento penso ter visto uma silhueta na entrada, um garoto com o sol refletindo em seu cabelo e o tornando vermelho brilhante.

– Soluço? – penso por um segundo. Tento chegar à porta para confirmar minhas suspeitas, mas neste momento Stoico fala:

– Prestem atenção todos. Sei que estão entusiasmados e ansiosos, por isso peguem suas armas e aquilo que for REALMENTE necessário e me encontrem nas docas em 15 minutos. Vamos voltar aos Portões do Inferno!

Os Hooligans bradam mais uma vez o grito de guerra de nossa tribo. Estou na metade do caminho para a saída quando um tumulto generalizado passa por mim quase me pisando e se encaminha para a entrada. Tento acompanha-los e ir para a porta, mas quando finalmente chego lá Soluço já desapareceu.

*****

Ando pela vila incessantemente atrás dele depois daquilo. Vejo vikings armados correndo para os barcos, mas nem me incomodo em ir falar com meus pais. Sei que deveria, mas tudo o que me importa agora é ele. Preciso encontra-lo, saber como ele se sente com tudo isso. E conhecendo-o do jeito que conheço “bem” não é o adjetivo que usaria.

De repente ouço um grunhido frustrado, abafado como se algo tapasse sua boca. Olho para trás e o mundo parece parar enquanto vejo Banguela sendo arrastado por um tipo de carrinho de suspensão com o corpo totalmente amarrado por correntes e madeira e a boca atada. Meus olhos ganham um tom escuro como o mundo que me cerca, frio e tenebroso. Preciso achar Soluço agora mais do que nunca.

Estou quase desistindo de procura-lo, vendo que os navios já estão saindo, com Banguela preso na nau principal. Quando finalmente o avisto na ponte que leva às docas, na colina. Espero que perceba minha presença, mas quando isso não acontece dou um passo para frente.

– Poxa. – digo, isso atrai sua atenção – Você deve tá arrasado. – ele permanece calado. Eu continuo – Você perdeu tudo. O seu pai, a sua tribo, o seu melhor amigo...

– A sua sinceridade é comovente. – ele finalmente fala.

E depois vem o silêncio de novo. Mas não é como uma rejeição, e sim como um pensamento profundo.

– Por que que eu não matei logo aquele dragão quando achei ele na floresta? – ele se pergunta – Isso teria sido melhor pra todo mundo.

Tento fazê-lo desabafar.

– É. Qualquer um teria matado. – silêncio – Então por que não matou?

Silêncio. Eu o pressiono.

– Por que não Soluço?

– Eu sei lá. Eu não consegui.

– Isso não é resposta. – digo por impulso.

– Por que que você quer tanto saber assim de repente? – ele se irrita.

Falo num reflexo.

– Porque quero me lembrar do que vai dizer agora.

– Ai Odin, eu... Eu fui covarde. Eu fui fraco. Eu não queria matar um dragão.

– Viu? Você disse “eu não queria”.

– Tá, e daí? Eu nunca mataria. Eu sou o primeiro viking em três séculos que não quer matar um dragão.

Agora é minha vez de ficar em silêncio. Penso nas palavras certas que direi antes de pô-las pra fora.

– Mas foi o primeiro a montar em um. – percebo sua tensão – Não foi?

Ele se acalma e reflete seus pensamentos. Depois de alguns segundos responde com mais suavidade.

– Eu não podia mata-lo porque ele tava tão assustado quanto eu. – ele vira-se pra mim – Quando eu olhei pra ele, - ele olha nos meus olhos e diz – eu vi a mim mesmo.

Desencontramos nossos olhares e sei pela primeira vez meu papel nessa trama. Tenho de encorajá-lo. Fazê-lo seguir em frente como ele fez tantas vezes comigo.

– Ele deve tá muito assustado agora. – espero por sua resposta, quando ela não vem digo – O que você vai fazer?

– Ah, - ele funga – uma besteira com certeza.

– Tá. Mas isso aí você já fez.

Seus olhos ganham um brilho próprio quando vejo que uma ideia começou a ser formulada em sua mente.

– Então alguma loucura.

Ele se vira correndo com aquela cara de plano infalível. Sinto meu sorriso indo de uma orelha a outra.

– É assim que se fala. – digo rindo e vou atrás dele.

*****

Sei exatamente aonde ele está indo, por isso não me importo em encontra-lo alguns minutos depois. Preciso resolver uma coisa importante antes. Se o que ele vai fazer é o que estou pensando então vamos precisar de reforços.

Finalmente vejo um rosto familiar (que não seria minha primeira opção sobre quem eu confiaria para isso) que pode ser minha chance.

– Melequento! – chamo sua atenção enquanto corro em sua direção.

– Astrid. O que posso fazer por você gata? – ele me pergunta com seu melhor sorriso conquistador.

De qualquer jeito, não deixo me abalar com suas cantadas. Estou com muita pressa para isso.

– Me faça um favor. Chame os gêmeos e me encontre na praça principal o mais rápido possível.

– Claro linda. Qualquer coisa por você minha deusa...

– Melequento. Olha, isso é importante. Eu sei que pra você tudo parece uma brincadeira, mas este não é o caso. Eu estou tentando ser séria aqui. E se você realmente gosta de mim então precisa me ajudar. Por favor, Meleca, é uma emergência. – digo sinceramente, advertindo-o.

Melequento se cala pelo que parece ser a primeira vez em sua vida. Seus olhos azul cristal ficam arregalados, olhando para mim. Finalmente um engasgo sai se sua expressão congelada.

– Tudo bem.

Ele se vira ainda aturdido e corre em direção à casa dos Thorston.

– Puxa. – uma voz aguda fala atrás de mim enquanto giro para encontrar Perna-de-Peixe. Levo um susto e quase caio pra trás.

– Perna-de-Peixe! – grito surpresa – O que você acha que tá fazendo? Você quase me matou do coração!

– Desculpe. É que eu nunca vi o Melequento... calar a boca assim. – ele assente e olha para mim – Estou impressionado.

– É, - acrescento – parece que há uma primeira vez pra tudo.

*****

Quando todos estão reunidos na praça olho nos olhos de cada um. Meus amigos me encaram curiosos com o que tenho a dizer. Finalmente tomo coragem para começar a falar.

– Olhem, eu sei que o que vou contar agora pode ser ridículo, estúpido, insano e totalmente inacreditável. Mas é a verdade e preciso que a ouçam.

Os adolescentes vikings me olham como se eu fosse louca, mas não dizem nada, o que eu entendo como a deixa para eu continuar. Respiro fundo e desabafo.

Conto como a história de Soluço sobre o Fúria da Noite era verdadeira; como o segui; como soube de seu segredo; como descobrimos o Ninho e a Rainha; como escondemos isso de todos.

Omito a parte sobre o voo romântico e meus sentimentos por ele. Mesmo que eles queiram saber sobre isso (o que os conhecendo bem nem a Cabeçaquente vai querer ouvir) agora não é o momento, temos outras prioridades. Alguns segundos se passam até que Cabeçadura coloca voz às expressões de incredibilidade.

– É você tem razão. Isso é estúpido.

– E ridículo. – diz sua irmã.

– E insano. – fala Perna-de-Peixe.

– E inacreditável. – completa Melequento.

Minha moral parece desmoronar quando penso que eles só irão mandar a Astrid, a garota delirante para a Gothi examinar. Mas no final Cabeçadura comemora.

– Demais! Por que você não falou antes?

– É explodir rainhas dragão é nossa especialidade. – diz Cabeçaquente e os irmãos chocam seus elmos.

– Eu ainda acho insano, mas vou ajudar. Só não sei por quê. – diz Peixe.

– Eu amei o plano! Quando começamos? – alegra-se Meleca.

Eu rio.

– Agora mesmo.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam do cap? Finalmente estamos indo para a batalha.
Ah, e eu sei que a frase da Astrid no dublado é "Ah eu só to curiosa com qual vai ser a tua resposta." Mas a frase original do filme é tão mais linda e tocante que coloquei do original.
Eu gostaria de pedir humildemente que quando essa fic acabar não me abandonem, por favor. Vocês são a minha motivação e ficaria desolada se perdesse minhas principais comentaristas e leitores. E estou falando de vocês Dama Misteriosa, Jana, Ivy Gold, Temperana (aliás li suas fanfics “A Guerra pela Paz” e “A Nossa História”, e atualmente estou lendo “A Era dos Dragões”. Menina você é muito boa, não para não. Suas histórias me emocionaram, nunca seria tão romântica assim nem se rezasse muito à Freya. Adorei o casamento deles (SPOILER, mas eu não falei qual) e assim que você postar algo novo vou ler com certeza. Você merece muitos beijos minha escritora linda, te amo amiga), LaviniaHicstrid, Manga Albina, PriscillaA, raexgar001, e todos os outros que favoritaram, comentaram, recomendaram, ou só leram mesmo. Muito obrigada pelo tempo e a atenção de vocês. Vocês significam muito pra mim.
Sem mais coisinhas melosas, beijos e até semana que vem.
Mia