O legado dos heróis escrita por RL


Capítulo 17
Treta


Notas iniciais do capítulo

Aos leitores anônimos que nunca me deram “oi”. (Pelo jeito eles querem que eu mate todo mundo no final).
A Cristina Pinheiro Godoi por comentar com frequência, por me fazer pensar, e que me deixa muito feliz a cada comentário. Obrigada!
Ao Mello que sugeriu esse título sem graça, mas que é um ótimo leitor/escritor/amigo/sensei que sempre me aguenta no face o perturbando, e que sempre me ajuda, sempre comenta, sempre está comigo. Obrigada! (se você matar a Liza já sabe o que eu faço)



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– Tem certeza que você não terá problema? – ele me perguntou. Podia ver em seus olhos a curiosidade e a vontade de fazer perguntas para entender como era tudo. Eu entendia que sentimento era aquele.

– O senhor não quer conhecer seus netos? – ele me encarou furioso com o olhar – FUTUROS netos... Futuros.

– Quero – ele falou seco. Eu sabia que ele iria ficar um pouco bravo, mas sua reação foi muito além que isso.

Primeiro lhe contei sobre a profecia. Depois da máquina do tempo, nessa hora seus olhos brilharam, deixei claro que iria fazer auto programada para se destruir – desativar permanentemente – depois de ser usada. Ou seja, só funcionaria uma única vez. Ele logo entendeu como uma máquina dessa era perigosa. Principalmente se caísse nas mãos errada. Aproveitei seu estado de alegria, orgulho e contei sobre os gêmeos. Ele pareceu fascinado, porém quando contei sobre o casamento ele explodiu. Falou que eu era nova demais. Que era uma irresponsabilidade. Um ato insensato. Que nunca esperava isso de mim. O falei que já era responsável por mim mesma desde que tinha 7 anos de idade. Tivemos uma briga terrível. Ele me jogava na cara que havia destruído meu futuro e que nunca iria me tornar uma arquiteta. Minha madrasta nos interrompeu antes que o jogasse na cara que já era arquiteta do Olimpo. Para minha surpresa ela me apoio e acalmou meu pai. Mas ele continuou seco e ríspido comigo. Só havia me perguntado se poderia conhecer seus netos. Então o levei para o acampamento Júpiter.

Entramos no acampamento, todos nos olhavam. Fui direto para sala de Reyna. Esse era um dos motivos de não revidar as brincadeiras dela, eu abusava muito da sua bondade.

– Claro que podem usar minha sala para conversarem – ela disse apertando a mão do meu pai – fiquei sabendo que o senhor é homem altamente corajoso. Atirar em um exército de monstros com um avião é louvável – ela acrescentou rápido – irei chamar o Percy...

– Ele não – meu pai começou agressivo – por favor.

– Como quiser – ela disse me olhando curiosa. Só assenti com a cabeça – irei chamar só os gêmeos.

– Não tinha nominho menos estranho não, Annabeth? Damásen e Zöe? – ele me perguntou rancoroso. Reyna colocou a mão em meu ombro antes que eu pudesse dizer algo. Ela me dizia para ser compreensiva com olhar, antes de sair da sala.

– Lembra-se da menina que foi em sua casa quando estava desaparecida? – perguntei sem esperar resposta – ela se chamava Zöe. Ela morreu para me salvar e salvar Ártemis. Você deveria se lembrar, já que estava lá tentando ser um pai.

“Damásen é um dos gigantes Gaia. Se Percy e eu estamos aqui hoje, é graças a ele e a Bob. Sem eles não sairíamos do Tártaro.”

Antes que ele pudesse responder os gêmeos chegaram. Mas não correram para abraçar o meu pai, como achei que fariam. Estavam muito acanhados.

– Ela é a sua cara – ele disse. Amassando o seu boné de aviador na frente do corpo.

– Também é bom ver você vô – Zöe falou.

– Nossos tios estão bem? – Damásen perguntou.

– Eles estão sim. Pararam de brigar com a idade.

– Por que não veio a senhora Chase? – perguntou Zöe.

– Hoje não era o dia – ele respondeu frio.

Alguém bateu na porta e logo entrou. Era Percy, ele estava usando uma roupa bem diferente para ele. Uma camisa branca por baixo de um suéter azul. Uma calça preta não muito larga e sapatênis preto. Ele havia cortado o cabelo também. Agora estava bem rende, não caia mais sobre os olhos. Tinha um pequeno topetinho. Ele parecia mais velho. Mais forte – principalmente agora que ele voltou a comer – e ele também parecia mais alto, deveria ser o sapato.

– Senhor Chase gostaria de conversar com o senhor – ele disse sério – Zöe e Damásen esperem lá fora, por favor – os gêmeos saíram – acho que seria mais confortável nós nos sentarmos.

– Eu gostaria...

– Vocês não precisam dizer nada – meu pai disse interrompendo Percy – quando essa profecia acabar vocês irão parar de brincar de casinha. Você – ele apontou o dedo para Percy – vai voltar para casa da sua mãe, terminar o colégio e fazer uma faculdade – ele se virou para mim – o apartamento era para você parar de fugir. Nunca pensei que você seria tão burra. Era para você terminar os estudos, fazer Arquitetura e realizar seus sonhos.

– Eu o que... – comecei, mas Percy me interrompeu.

– Não estou brincando com sua filha.

– Está sim, você tem só 17 anos, não passa de um moleque – ele disse com desprezo – vocês não tem nem como se sustentar. O que sua mãe acha disso? – ele perguntou para mim – Ela pelo menos é sábia de verdade.

– Ela que fez o casamento – Percy falou.

– Casamento no mundo de vocês! No mundo dos mortais vocês são só duas crianças. E irão continuar assim quando essa palhaçada acabar.

– Eu sei o que faço da minha vida! A única que manda nela sou eu! – bati forte na mesa me levantando – nunca acreditaram em mim sobre as aranhas. Simplesmente nunca acreditaram em mim. Eu queria saber por que essa mudança de humor? Me parecia realmente que eu tinha um lar, esses anos que se passaram, mas eu agora eu vejo que estava enganada. Ou melhor, que eu me deixei enganar – mesmo lutando com todas as forças contra as lágrimas elas tomaram meu rosto.

– Acho que sua visita já foi longe demais – Percy disse com raiva, mas tentando ser educado – queira me acompanhar. Reyna o levará até a saída – os dois se levantaram e saíram da sala. Eu desabei na cadeira.

– Nada que ele disse vai acontecer. Nada que ele disse é verdade – Percy disse entrando na sala sentando-se ao meu lado. Ele me abraçava pelo ombro.

– Percy teremos que fazer o que ele disse – falei enxugando meu rosto e arrumando minha postura na cadeira – não temos idade para casar no mundo mortal. Também não teremos a autorização dos pais. Ele pode ir à polícia, arrumar um jeito de nos separar de alguma forma.

– Mas...

– Shiiiu! Vamos ter que aceitar. Mas não quer dizer que vamos nos separar – disse encostando minha testa na dele. Segurando seu rosto entre minhas mãos, com os olhos fechados. Sentia sua respiração se juntar a minha – Percy esse vai ser o menor dos nossos problemas – nos beijamos apaixonadamente. Não iria deixar meu pai se pôr entre nosso amor. Já tinha gente de mais tentando fazer isso.

– Então assim que a profecia acabar eu irei voltar para casa da minha mãe? – ele perguntou interrompendo o beijo.

– Sim. Mas não quer dizer que você não poderá ir lá todos os dias.

– Entendi. Então a partir de agora em diante é definitivo que durmo sozinho de novo?

– Espero que sim, pela sua própria saúde – disse sorrindo.

– Annabeth, podíamos vim morar aqui – ele começou a dizer meio sem jeito.

– Se continuarmos vivos quem sabe – disse pensando no último ano de escola. Se tudo continuasse como estava iriamos repetir o ano. Para a graduação na faculdade, mesmo sendo em Nova Roma, precisava me formar no ensino médio primeiro. Eu queria ter um diploma de Arquitetura, eu queria construir edifícios, monumentos no mundo mortal. Queria deixar a minha marca em ambos os mundos. E no Olimpo já havia deixado – mas temos que termina a escola, mesmo que seja ano que vem.

– Você e seu pai não melhoram suas relações desde que ele lhe salvou e você decidiu lhe dar uma chance?

– Sempre foi instável – disse lembrando todas nossas brigas – não quero falar sobre isso. Me prometa que nunca seremos assim com Zöe e Damásen. Nunca seremos ausentes e incompreensíveis.

– Eu prometo... Eu prometo – ele disse me beijando.

– Posso saber que mudança foi essa no visual? – dessa vez, fui que perguntei interrompendo o beijo.

– Sua estratégia – ele disse sacudindo as mãos na defensiva.

– Como você sabia que iria trazer meu pai aqui? – perguntei com uma sobrancelha erguida.

– Não sabia – ele disse se afastando de mim – eu estava me preparando para ir atrás de você, quando foram correndo me contar que você havia chegado com um senhor. Estilo aviador primeira guerra mundial.

– Você estava indo...

– Não me soca! Só queria estar ao seu lado para dar apoio – eu o encarei por alguns instantes – okay! Eu admito! Não queria você andando assim sozinha. Você realmente não tem noção de como é bonita? Principalmente com essa roupa – ele me olhou de cima a baixo – se nem os romanos que me conhecem e principalmente conhecem você, não paravam de olhar. Imagina os mortais?

– Percy preciso lhe contar uma coisa – comecei a falar lembrando de Érebo.

– Annabeth você está me assustando...


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Notas finais do capítulo

Rose!!! Kkkkkkkkkkkk só de lembrar dela já começo a rir. Eu sei que lá no fundo, bem no fundo, lá abaixo do Tártaro, lá embaixo, bem embaixo, ela gosta de mim. Ela não comenta, ela me ameaça, me chama de louca, masoquista. Kkkk Só por que eu deixo as coisas um pouquinho emocionante. Leitores como ela, incentiva nossa criatividade (só não garanto se é o lado “boazinha” que se desenvolve). Obrigada! (de verdade, eu gosto muito dos seus comentários).
Seane, o que dizer dela? Única palavra que me vem mente é indescritível. Uma leitora que todos os escritores gostariam de ter. Muito obrigada de verdade!
Um agradecimento para as pessoas que fazem valer a pena escrever.



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