Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 40
Feliz desaniversário!


Notas iniciais do capítulo

Oi lindaaaas!
Gente, demorei pra postar de novo, maaaas... Eu já tentei postar esse capítulo 1000 vezes e sempre dá erro, só Deus sabe o porquê, mas enfim.
Tenho uma novidade para vocês, vou contar lá embaixo e espero que gostem do capítulo!
Beijos e obrigada pelos comentários meninas!!!



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“Então vejamos o que temos na lista para confirmar...” Disse para Emily, pegando uma pasta contendo vários papéis sobre uma das festas que estávamos organizando. “Música ok, salão de festas ok, decoração ok, bem casados ok...”.

“Bem casados?” Emily me interrompeu e perguntou sorrindo.

“Aqueles docinhos... Você sabe o que são Emily.” Revirei os olhos.

“Eu sei o que são bem casados, quero saber o que eles estão fazendo no planejamento da festa de aniversário da empresa.” Ela disse com diversão. Eu cerrei os olhos e olhei mais atentamente para a papelada.

“Oh droga... Isso são as coisas do casamento!” Gemi frustrada. “Espera, eu deixei as coisas da festa da empresa em algum lugar, eu tenho certeza que vi...” Levantei e comecei a procurar por cima da mesa, em meio a pilha de papel que estava protagonizando uma perfeita bagunça. Depois de muito procurar, enfim achei os papéis sobre a festa da Trammer’s, sentei na cadeira e respirei fundo. “Eu vou pirar com tanta coisa assim pra fazer!” Olhei para Emily desesperada.

“Olha, você cuida das coisas do casamento e eu fico com esses papéis da Trammer’s.” Emily falou e eu assenti.

Ela se abaixou pegando uma caixa rosa e a colocou na minha frente. Eu a olhei curiosa, ela abriu a caixa, tirou de dentro um cupcake, pôs em cima uma pequena vela e a acendeu.

“Sabe que não precisava disso, não sabe?” A olhei sorrindo.

“Eu sei, mas... Eu queria desejar um feliz aniversário, mesmo sabendo que você odeia.” Ela sorriu sem graça.

“Obrigada Emily!” Levantei e a abracei rapidamente.

“Não foi nada...” Ela disse. “Bem, eu vou ver como está a locação do salão de festas, já tem algum posicionamento sobre qual vai escolher?”

“Qualquer um, menos o que a Amy indicou.” Dei de ombros.

“Certo, vou fazer alguns orçamentos, ver algumas fotos dos lugares e trago para a senhorita.”.

“Ótimo Emily, vai ajudar bastante!” Voltei a sentar em minha cadeira.

Guardei meus pertences em minha bolsa, me preparando para ir almoçar em casa. Ethan não iria poder ir almoçar conosco, ia resolver alguma coisa da boate, mas, prometeu que iria comparecer ao meu jantar de desaniversário. Emily andou em direção à porta e esbarrou em Matthew.

“Desculpe Sr. Davis.” Ela disse educadamente, ele sorriu e entrou.

“Preciso falar com você.” Ele disse apoiando as mãos na cadeira.

“Tem que ser agora?” O olhei rapidamente e voltei minha atenção para minha mesa bagunçada, a qual eu tentava deixar apresentável agora.

“Tem que ser agora.”.

“É que eu to meio que atrasada...” Peguei o cupcake que Emily me deu, apaguei a vela, e fechei a caixa.

“É seu aniversário hoje?” Ele cerrou os olhos.

“O quê? Não, claro que não é. É aniversário da Emily.” Desconversei.

“Então por que o bolo ficou com você?”

“Por que ela esqueceu aqui.” Falei sem olhar para ele. “Quando eu voltar do almoço, nós conversamos.” Peguei minha bolsa e andei para a porta, sendo impedida por Matthew me segurando.

“Eu realmente, realmente, preciso falar com você agora. Nesse exato momento.” Ele falou e eu bufei, sentei no sofá, cruzei as pernas e o olhei impacientemente. Ele puxou a cadeira e sentou de frente à mim.

“Dá pra ao menos tentar ser rápido?! O que houve? Aconteceu alguma coisa?”

“Aconteceu.”

“Ai meu Deus... O que foi?” Disse nervosa.

“Quero você de volta.” Ele falou calmamente.

“Perdão... O que você disse?” Falei incrédula.

“Eu disse que eu quero você de volta.” Ele se recostou na cadeira.

“Mas... Como você? Quando? E a Lindsay?”

“Desde aquela noite, quando você mandou eu voltar pra ela, eu tenho pensado nessa história. Cheguei a conclusão de que se Lindsay encontrasse outra pessoa, iria ficar feliz por ela, só iria desejar que essa pessoa a fizesse feliz. Diferentemente de quando eu vi você e o soldadinho, já que eu basicamente, preciso me controlar sempre que eu vejo vocês dois para não cometer um crime.” Ele disse com a maior tranquilidade do mundo.

“Matthew...” Desviei o olhar dele e respirei fundo. “Eu e o Ethan estamos juntos e é pra valer.”.

“É simples, você só precisa terminar com ele e francamente, quanto tempo acha que ele vai levar para seguir em frente? Algumas horas? Talvez minutos...”.

“Você não pode falar essas coisas dele, você nem o conhece!”

“Eu conheço o suficiente...” Ele deu de ombros.

“Acontece que eu estou feliz com ele, então não estrague as coisas. Se não quer voltar para a Lindsay, ótimo, ela não é a mulher certa pra você, mas, não se meta na minha vida particular Matthew e eu estou falando sério.”.

“Acha que o fato de você estar brincando de namorar com o soldadinho vai me impedir de ter de volta o que é meu por direito?”

“O que você está tentando dizer com isso?” O olhei confusa.

“Só estou avisando que eu quero você de volta e que eu vou ter você de volta. Não me importa se vai levar 1 mês ou 1 ano, você vai ser minha. Só queria lhe deixar ciente disso.” Ele sorriu cinicamente, se levantou e saiu. Como sempre, uma dose de drama diário não é? Que delicia...

Saí do escritório e dirigi até em casa. Quando entrei no apartamento, Luke estava na cozinha, terminando de preparar o almoço.

“Eu preciso muito, tipo muito mesmo, falar com você.” Disse e ele me olhou assustado. Joguei minha bolsa no sofá e andei até o balcão da cozinha. “Você não faz idéia do que me aconteceu há poucos minutos.”.

“O que houve?” Ele arregalou os olhos, preocupado.

“Eu estava me preparando para vir para cá, quando o Matthew entrou na minha sala e...”.

“Sophie...” Luke me interrompeu, mas eu ignorei.

“E ai ele começou a falar umas coisas sem sentindo e assim do nada ele falou...”.

“Sophie, espera.” Luke me alertou de novo.

“Só um minuto Luke.” Falei impaciente. “Ele disse, abre aspas, eu quero você de volta. Foi no mínimo muito bizarro... E eu falei que eu estava com o Ethan agora e tudo mais, só que ele disse que isso não ia impedir ele e eu estou tipo meio que surtando com isso.” Luke olhou para detrás de mim e eu me virei, Ethan estava encostado na parede com os braços cruzados, me olhando sério. “Você? Mas... Eu achei que você tinha uma reunião e...”.

“Eu adiei a reunião para vir almoçar com você.” Ele disse com a mandíbula cerrada.

“Era isso que eu estava tentando dizer...” Luke sussurrou e eu o fuzilei com os olhos.

“Eu... Eu sinto muito, eu não queria... Quero dizer...” Falei sem graça.

“Será que dá pra gente ficar à sós, só por cinco minutos?” Ethan olhou para Luke que assentiu.

“Vou trancar as gavetas que tem as facas, só por segurança...” Ele sorriu sarcástico e depois saiu. Eu sentei em cima do balcão e Ethan ficou de frente a mim, mas ainda com uma certa distância.

“Então... Aquele bocó que voltar com você...” Ele disse calmamente.

“Eu não tinha a intenção de te contar isso, eu só estava contando para o Luke por que... Por que é o Luke, eu conto tudo pra ele.”.

“Você quer?”

“Quero o quê?”

“Voltar pra ele.” Ethan disse e eu fiquei pensativa por um momento.

“Não.” O olhei e sua expressão suavizou.

“Ótimo. Então, não tenho com o que me preocupar.”

“Você não está me odiando?” O olhei surpresa.

“Você é uma mulher linda, vai chamar a atenção de muito filho da mãe por ai, enquanto não quiser nada com nenhum deles, eu não ligo. É comigo que você está todos os dias.” Ele deu de ombros.

“Uau... Isso foi muito maduro da sua parte.” Falei incrédula.

“Eu sou um cara maduro.” Ele sorriu triunfante. “E posso derrubar dez caras ao mesmo tempo, esse bocó não significa nada.” O olhei feio. “Além do mais...” Ele se aproximou. “Não quero estragar esse dia pra você, já que é seu aniver...” Coloquei a mão em sua boca o fazendo se calar e senti seu sorriso, ele tirou minha mão e suspirou derrotado. “Seu desaniversário.” Assenti esboçando um sorriso. “De onde você tirou isso de desaniversário? Nunca ouvi falar!” Ele falou com diversão.

“Lewis Carrol.” Respondi sorrindo.

“Luis quem?” Ele me olhou confuso.

“Que Luis o quê... Lewis. Ah, vai dizer que não sabe quem é?!”

“Eu não faço idéia de quem seja...”.

“Autor de Alice no país das maravilhas, só meu livro preferido no mundo todo!” Bati em sua cabeça.

“Ahhhh sim...” Ele sorriu depois me encarou sério. “Ainda não faço idéia do que você está falando.”

“Não se preocupe.” Desci do balcão. “Vamos assistir ao desenho.” Falei animada.

“Desenho?”

“É, a Disney fez uma adaptação... Não está fiel ao livro, mas... Eu adoro o desenho.” Sai correndo para o quarto e voltei com o DVD do filme.

“Você vai mesmo nos obrigar a assistir isso?” Ethan estava sentado na poltrona, Luke e Ken estavam no sofá, Luke com as pernas apoiadas no colo de Ken.

“É meu aniversário, vocês têm que fazer o que eu quiser.” Cruzei os braços.

“Ah claro, quando é pra atender suas vontades, você assume que hoje é seu aniversário!” Luke falou tentando ficar sério.

“Sua oportunista!” Kenny disse se fingindo de ofendido.

“Calem a boca, vamos ver o filme por que eu quero e não se fala mais nisso!”

“Mas, e o almoço?” Ethan falou. “Eu estou com fome!” Ele sorriu.

“A gente faz nossos pratos e come aqui na sala.” Os rapazes se levantaram de mau gosto indo para a cozinha e eu estava adorando os torturar a ver desenho animado.

O filme acabou e eu já estava mais do que satisfeita de ter feito eles assistirem, me arrumei e voltei para o prédio. Estava na minha sala, lendo um relatório feito pelo pessoal da contabilidade. Ouvi uma batida na porta e pedi que entrasse.

“Senhorita, houve um problema na academia...” Emily disse e eu dirigi minha atenção à ela.

“O que aconteceu?”

“Parece que uma das paredes do segundo andar racharam, já foi acionado o pessoal para consertar, mas precisam que a senhorita ou o Sr. Davis estejam lá, só para mostrar que estão cientes e assinar alguns papéis.” Ela continuou explicando. “O Sr. Davis está muito ocupado no momento então eu vim saber se a senhorita teria disponibilidade para ir.”

“Claro Emily, eu vou para lá agora mesmo.” Desliguei o monitor do computador, peguei minha bolsa e saí.

Cheguei à academia e subi para onde estava o problema, a rachadura não era muito grande, mas estava profunda, o engenheiro responsável me explicou que, com o tempo, iria comprometer o encanamento do prédio, sem contar a própria estrutura em si. Depois da rápida explicação da situação, eu assinei as autorizações e solicitei que fosse feita uma vistoria no prédio, precisávamos ver o que tinha causado a rachadura e que se poderiam causar novas, basicamente, iríamos agir no problema antes dele acontecer. Resolvi tudo e desci para poder voltar para a empresa, saí andando pela calçada para chegar em meu carro e meu celular começou a tocar, informando que tinham mensagens novas, estava concentrada nele quando esbarrei em uma pessoa.

“Desculpe, eu...” Levantei o rosto e vi Mason Davis parado na minha frente. “Davis.” Falei em forma de cumprimento.

“Trammer.” Ele falou sorrindo. “Que coincidência nos esbarramos aqui!”

“É Nova Iorque, as pessoas que se esbarram o tempo todo... Bom te ver, nos falamos depois.” Esbocei um sorriso e quando dei um passo para ir embora, ele ficou na minha frente impedindo que eu saísse.

“Vamos tomar um café, conversar um pouco... Por minha conta.”

“Não, obrigada.” Desviei dele e sai andando.

“Algum motivo para você ser tão receptiva comigo?” Ele veio andando atrás de mim.

“É meu jeito educado de ser.” Dei de ombros.

“Ah... Deixa eu adivinhar... Meu irmão já andou fazendo minha caveira para você.” Ele disse e eu parei virando em sua direção.

“Seu irmão nunca falou nada ruim ao seu respeito, muito pelo contrário, sempre fala de vocês com carinho e admiração, então cuidado com o que fala dele.” Falei e ele me olhou cínico. “Eu conheço você, se não o trato com a devida simpatia que você acha que merece, tenho meus motivos.”

“Então você só me odeia gratuitamente mesmo? Por que é impossível que você saiba algo sobre mim, nos conhecemos há poucas noites atrás e trocamos o quê? Duas, três frases?”

“Eu conheço o suficiente para saber que eu devo manter distância de pessoas do seu tipo, apenas isso.”

“Ah, é mesmo? De que tipo?”

“Do tipo que tem um caso com a noiva do próprio irmão por anos.” Falei e me arrependi de imediato, não sabia se deveria ter contado para Mason que eu sabia sobre ele e Lindsay, mas agora já era. Ele arregalou os olhos e abriu a boca tentando falar algo, sem sucesso e eu revirei os olhos.

“Como você sabe disso?” Ele cerrou os dentes.

“Eu sou uma mulher muito bem informada Davis e muito influente. Além do mais, sua namoradinha ou ex namoradinha, não sei, cometeu o terrível erro de se meter comigo. Foi ela que causou isso, não eu.” Sorri irônica.

“Você não contou nada pro Matt, contou?”

“Acha mesmo que ele ainda olharia na sua cara se soubesse de algo?”

“E por que não contou nada? Eu sei que vocês tiveram um lance... Megan divulgou isso para os quatro cantos. Pra você seria perfeito queimar o filme da Lindsay com ele.”

“Megan precisa aprender a ficar calada...” Revirei os olhos. “E o único motivo pelo qual não falei nada, é por que me importo com ele. Como acha que ele iria ficar se soubesse que foi traído pelo próprio irmão? E eu não preciso queimar o filme da Lindsay com ele, ele não gosta mais dela dessa maneira. E eu já segui em frente, já encontrei outra pessoa e que é maravilhoso comigo.”

“Eu preciso me explicar...”

“Você não precisa se explicar para mim e eu, honestamente, não quero saber.”

“Por favor, só me escute.” Ele pediu e me parecia sincero, então assenti. “O Matthew sempre foi o queridinho da família e eu a ovelha negra.”

“E parece que você se esforça pra manter o titulo...” Falei e ele me olhou feio. “Prossiga.” Disse.

“Meu pai sempre deixou claro, indiretamente, que Matt era o seu preferido. Eu sempre me senti deixado de lado, sempre senti que não era bom o suficiente pra bater o ‘Senhor perfeito’. Ficar com a Lindsay servia pro meu ego, me provava que o que ele quisesse ter, eu podia ter também.”

“Seu irmão está longe de ser perfeito, o que faz com que ele se destaque entre os demais é que ele tenta ser uma pessoa boa, honesta. Eu acredito que você tenha qualidades imensuráveis, não necessariamente iguais as do Matthew, mas, características só suas. O Nicholas, quero dizer, Sr. Davis, é um dos homens mais justos que já conheci, eu tenho certeza que ele não tem um filho preferido, não é dele isso, ele ama vocês quatro de forma iguais, só tem mais afinidade com os gostos de um mais do que de outros, então só por isso acha que ele te ama menos?” Mason me olhou boquiaberto por um minuto e desviou o olhar de mim.

“É... Acho que não tinha pensado dessa forma.”

“E é uma pena que não tenha. O Matthew não merece o que você fez com ele e você sabe disso tanto quanto eu.”

“Eu sei e por isso que quando a Lindsay quis algo mais sério, eu recusei na hora. Jamais ficaria com uma mulher que traiu meu irmão.”

“Ressalvo que ela traiu o seu irmão, com você.” Sorri sarcástica e ele riu.

“Não vai ter jeito de você ir com a minha cara não é?”

“Sabe o que dizem... Você nunca vai ter uma segunda oportunidade de causar uma boa primeira impressão.” Falei e ele sorriu.

“Não conte nada pra ele, por favor. Brigamos o tempo todo, não temos nada em comum, mas eu me importo com ele.” Respirei fundo, pensativa por um momento.

“Não conto com uma condição.” Cruzei os braços. “Convença Lindsay a voltar pra Califórnia, não quero ela aqui.”

“Ela conseguiu mesmo conquistar o seu desprezo...” Ele falou com diversão.

“E acredita que ela nem se esforçou muito pra isso?”

“Como vou convencer ela a voltar conosco?”

“Ah, ai já não é problema meu. Só garanta que eu não vou mais precisar olhar na cara dela e eu fico de boca fechada.” Estendi a mão para ele. “Temos um acordo?” Ele olhou para mim e depois para minha mão e a apertou.

“Temos um acordo.”

“Ótimo, agora se me der licença, preciso voltar ao trabalho.” Disse e me virei andando para o meu carro.

Voltei para o prédio e quando passei por Emily, vi uma sacola enorme dourada em cima do seu balcão escrito em preto Louboutin. Andei para trás ficando de frente para a sacola.

“Por favor, por favor, por favor... Diz que é pra mim!” Falei animada.

“É para a senhorita.” Emily disse rindo e eu comecei a dar pulinhos de alegria.

Peguei a sacola e a abri, tirando de dentro uma caixa dourada também, quando a abri, me deparei com o paraíso em forma de sandália. Era preta, com o típico e conhecido solado vermelho, com um tira cheia de pequenos diamantes rosas.

“Ai meu Deus... Eu morri e estou no céu dos sapatos!” Falei enquanto avaliava o par.

“Eles são maravilhosos!” Emily falou.

“Quem os mandou?” A olhei curiosa.

“Tem um cartão dentro da caixa, por que não vai até a sua sala e o abre?” Ela falou sorrindo.

“Nossa, quanto mistério...” Comecei a rir e peguei minha sacola, com a caixa e andei para minha sala.

Sentei em minha cadeira e peguei o cartão de dentro da caixa.

O que se dar de presente a uma mulher que tem tudo, odeia flores e odeia aniversários?

Espero que faça parte dos preferidos na sua coleção,

Feliz Aniversário,

M.

“Tá de sacanagem comigo!!!” Bufei e voltei a encarar as sandálias.

Não vou aceitar isso... Não posso aceitar. Quem tinha contado para ele do meu aniversário? Ah, claro... Só podia ser a fofoqueira da Emily. E agora, o que eu faço? Talvez eu deva só provar... E quem sabe, nem vai caber no meu pé, ai eu tenho uma desculpa para devolver. Isso, brilhante! Calcei as sandálias, com muito cuidado para não as encostar no chão e para minha infelicidade ou não, couberam perfeitamente. Levantei as pernas, as colocando por cima da minha mesa e fiquei encarando meus pés. Ai... São perfeitas!

“Acho que acertei no presente!” Matthew entrou e eu não desviei meu olhar das sandálias. “Eu tive que praticamente implorar para Emily para ela me confirmar se era seu aniversário ou não.”

“Não divulgo a data do meu aniversário...”

“Eu sei. Mas, a Emily sabia que era hoje, por que eu não podia saber?” Ele sentou na cadeira de frente a mim.

“A Emily sabe até o número da minha identidade decorado, acha que eu ia conseguir esse triste dia dela?” O olhei, ele estava sorrindo.

“Isso é alguma técnica para amaciar sapatos ou o quê?” Ele falou com diversão apontando para minhas pernas penduradas.

“Eu ainda estou me decidindo...” Falei voltando minha atenção aos meus pés.

“Sobre...?”

“Se eu encostar meus pés no chão, não vou poder devolver as sandálias, vou ter que aceitar o presente.”

“E isso é uma opção? Não aceitar o presente?”

“Claro que é!”

“São só sapatos, apenas aceite e diga obrigada como qualquer ser humano normal...”

“Não são só sapatos. Eu sou uma eximia compradora dessa marca, eu sei o quanto custam. E eu nunca tinha visto esse modelo e olha que eu conheço o catálogo decorado de trás para frente.”

“É por que ainda vão lançar esse modelo.” Ele falou e eu o olhei boquiaberta.

“Como conseguiu um modelo exclusivo?”

“Meu pai é amigo de um dos designers...” Ele deu de ombros como se fosse a coisa mais natural do mundo. Revirei os olhos e me recostei na cadeira, apoiando a cabeça nas mãos.

“São tão lindos...” Falei me lamentando.

“Então aceite o presente, é simples!”

“Deixa eu pelo menos pagar por eles.” O olhei séria.

“Não, é um presente.” Ele se levantou. “Se bem que...” Matthew me olhou pensativo.

“O quê?” Franzi a testa.

“Meu pai está abrindo um instituto para cuidar de crianças carentes...”

“Sério? Não sabia... Isso é incrível. Posso ajudar em alguma coisa?”

“Por que, ao invés de me pagar por um presente, você não doa o dinheiro para a abertura desse instituto? Toda ajuda é bem vinda.”

“Claro! É uma ótima idéia na verdade... Eu conheço algumas pessoas que se interessariam em ajudar também. Me dê o número da conta e considere feito.” Sorri.

“Nós agradecemos. Agora pode, por favor, coloca o pé no chão pra firmar o compromisso de estar aceitando o meu presente?” Ele começou a rir e eu ri também. Me levantei e pisei firmemente no chão.

“Agora são meus, oficialmente.” Cruzei os braços. “Obrigada, eu adorei mesmo.”

“Espero que os use nos futuros encontros que ainda vamos ter.” Ele piscou e saiu.

Argh... Cara chato. Tudo bem, ele pode ser chato, mas verdade seja dita, tem um gosto incrível para sapatos!

Já estava anoitecendo, saí da minha sala para ir para casa, Emily não estava em sua mesa. Deve ter ido ao banheiro... Fui dirigindo, subi para meu andar e quando abri a porta, estava tudo escuro e silencioso. Ah não, por favor, que eles não tenham ousado fazer isso...

“Surpresa!” As luzes acenderam revelando Luke, Ken, Ethan, Meg, Emily e Black.

É... Eles ousaram fazer isso. Fiquei parada, perplexa, olhando toda a decoração cafona, típica de aniversário, todos usavam chapéu de festa, exceto por Luke, que usava uma coroa. Cobri meu rosto com as mãos.

“Alguém me mata, por favor...” Gemi frustrada.

“Nem vem com esse clima de funeral!” Luke disse correndo vindo me abraçar. “Parabéns sua vadia dramática.” Ele disse rindo me fazendo rir também.

“Não se preocupe, é de informação pública que você odeia aniversários e odeia festas de aniversários, estamos bem cientes disso.” Black disse com diversão e Emily sorriu para mim.

“Até você Meg?” Olhei para ela incrédula.

“Não me julgue, só soube há 1h atrás que é seu aniversário, não sabia que você era contra ele.” Ela levantou as mãos em forma de rendição.

“Sophie, se não pode vencê-los...” Kenny começou a falar.

“Eu sei, junte se a eles.” Revirei os olhos e entrei em casa rindo.

O jantar foi surpreendentemente muito agradável. Black estava muito a vontade com todos, assim como Emily e Megan. Todos estávamos rindo de alguma bobagem que Luke falou, comemos e bebemos até não agüentar mais. Ethan entrou na cozinha e voltou trazendo um bolo com velas em cima que diziam: Feliz aniversário!

“Eu odeio vocês!” Falei rindo.

“Nós sabemos!” Ethan riu também. “Agora, um pedido e apague as velas. Mas, todas têm que apagar de uma só vez!” Ele disse tão empolgado que não tinha como ficar com raiva dele, aliás, de nenhum deles.

Olhei ao redor e vi meus amigos ali, reunidos, comemorando meu aniversário. O mesmo aniversário que eu não comemorava desde os 15 anos. Desde Connor, Anne e toda a minha bagagem emocional. Olhei para frente, vendo Ethan sorrindo para mim e pateticamente ridículo com um chapéu de festa rosa na cabeça e fiquei pensativa.

“O que mais eu poderia querer?” Disse e todos sorriram abertamente.

“Então você talvez deva pedir que nós possamos comemorar seu aniversário todos os anos assim, com você rodeada de pessoas que te amam e que querem apenas ver você ser feliz.” Luke sentou ao meu lado e beijou meu rosto.

Apoiei meus braços na mesa e apaguei todas as velas de uma vez só. Todos bateram palmas e gritaram animados. Ethan se aproximou e beijou meu nariz me fazendo rir.

“Podemos falar um instante?” Ele sussurrou e eu assenti me levantando.

Todos os outros atacaram o bolo e eu fui com Ethan até a varanda, ele fechou a porta atrás de nós.

“Eu tenho que admitir... Foi uma grande idéia essa festa.” Sentei na cadeira colocando os braços ao meu redor para me aquecer do vento frio. “Você é a mente brilhante por detrás disso?”

“Na verdade foi o Luke. Ele disse que sempre quis fazer uma festa assim para você, mas, sabia que você não ia gostar, por isso nunca se atreveu.” Ele sentou de frente a mim. “Só fui a mente atrevida por detrás da idéia.” Ele riu.

“Obrigada.” Coloquei a mão em seu joelho, ele se aproximou e me beijou docemente.

“Deixe para agradecer depois do presente...” Ele sorriu entre o beijo.

“Ninguém escuta o que eu falo? Sem festas e sem presentes!”

“Esse você vai gostar... Quer dizer, eu espero pelo menos.” Ele me olhou receoso.

“O que é?”

“Primeiro, eu quero pedir que você deixe a mente aberta e não surte antes que eu explique tudo...” Ele colocou a mão no bolso.

“Agora você está me assustando um pouco...” O olhei séria.

“Depois que ouvi sobre aquela história do bocó e tudo mais, eu voltei pra boate e no caminho vi isso aqui numa vitrine...” Ele tirou do bolso uma caixa branca pequena e a abriu revelando um anel prata com uma pedra no centro e rodeada de pedras menores. Eu arregalei os olhos em pânico. “Como eu disse, deixa eu explicar. Antes que você enfarte, que eu acho que vai ser em breve, baseado na sua expressão, eu não estou te pedindo em casamento. É só um anel, que eu achei muito bonito e que combina com você. É delicado, feminino, mas resistente ao mesmo tempo.”

“Eu não estou entendo nada...” Falei nervosa.

“É um anel de compromisso. Do nosso compromisso, meu e seu.” Ele respirou fundo. “Sophie, quer namorar comigo?” Ele disse e eu o encarei em choque, ele estava nervoso e tão tenso como eu.

Um anel de compromisso... Eu nunca tive um anel de compromisso. Ninguém nunca me deu um anel, sequer me pediu em namoro alguma vez na vida. Ethan estava parado na minha frente, me olhando ansioso e eu sabia que tinha que tomar uma decisão.

“Eu vou ter que colocar o anel ou você faz isso?” O olhei esboçando um sorriso e ele me olhou confuso.

“Isso é um sim?”

“Sim.” Sorri e ele me puxou me abraçando.

“Beija, beija, beija...” Todos estavam de pé na porta da varanda, batendo palmas e cantando em coro.

Ethan e eu nos olhamos sorrindo e nos beijamos. Tudo estava certo.


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Notas finais do capítulo

Meninas, eu tirei esses dias pra adiantar um pouco a história e para não ficar um "livro" só muito grande, decidi fazer como que um segundo livro. O livro dois vai se chamar Se não fosse amor e eu queria saber de vocês, se continuo postando a continuação da história aqui ou se preferem que eu poste como uma nova história.
Me dêem suas sugestões!!!



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