Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente! Demorei para postar pq tava passando por um sério bloqueio de criatividade aq... Bom, espero que gostem! Boa leitura e não esqueçam de comentar!



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Jade estava arrepiada e suas mãos e pernas tremiam. A presença dele, ali tão perto, a deixava entorpecida. A garota não sabia o que pensar, mas sabia que estava um pouco menos triste. Ele se importava com ela, afinal.

Cobra, nervoso, esperava pela resposta, porém ela não veio. Jade apenas abraçou o lutador com força. Ele sorriu ao perceber que tinha ela de novo, mas quando percebeu que ela chorava baixinho, esse sorriso sumiu.

– Ei, minha dama! Calma, eu tô aqui... Eu vou te ajudar a passar por tudo isso, tá? - Ele sussurrava, tentando acalmá-la. Ela confirmou com a cabeça, enquanto tentava evitar o choro. Desprendendo-se um pouco do abraço, continuou: - Vem comigo para o QG. Eu preciso tomar um banho, arrumar esses curativos... A gente aproveita e conversa um pouco. Pode ser? - Jade concordou novamente e Cobra se apoiou nela, dando alguns pulos na direção da loja.

Chegando lá, Cobra foi procurar as coisas para os curativas, mas não as encontrou. Jade, percebendo a situação, resolveu ajudar.

– Cobra, faz o seguinte... Entra no banho, que enquanto isso eu vou ali na farmácia e compro essas coisas aí.

– Mas você não tá e...

– Eu consigo ir na farmácia, Cobra. Certo?

– Certo... Eu vou tomar meu banho então. - Virou-se e foi para o banheiro nos fundos da loja.

No caminho da farmácia, Jade teve a péssima ideia de começar a pensar. Você tá fazendo tudo errado, garota!. Mas não tinha jeito. Ela estava carente, precisando de alguém, e ele estava lá, todo carinhoso... Definitivamente, resistir ao vagabundo não era uma missão possível para Jade.

Comprou o necessário e voltou para o QG. Chegando no local, percebeu que estava imundo. O que você esperava?. Era até um pouco nojento, mas essa sensação passou quando ela sentiu aquele perfume de banho. Virando-se, encontrou Cobra mancando na sua direção, apenas de bermuda. Nossa... Foco, Jade! Tenha foco!

– Você precisa me explicar o que aconteceu. - Disse, entregando as compras para Cobra. Percebeu que tinha sido uma ideia ruim quando viu o garoto todo enrolado com as gases. - Ai meu Deus, Cobra. Que bagunça! Deixa que eu faço isso. Deita ali no colchão, vai!

Cobra analisou a expressão da Jade, enquanto deitava-se em sua "cama". Ela parecia estar mesmo disposta a ajudar, sem aquela malícia das outras vezes que havia cuidado dele. Por um segundo, ele pensou que não conseguiria tê-la novamente. E aquilo doeu mais do que os vários machucados que agora Jade tratava.

– Eu preciso mesmo te explicar muita coisa. Ai Jade! Vai com calma aí, poxa!

– Deixa de ser fresco, Cobra! - Finalmente, divertiu-se Jade.

– É, fresco... sei... Mas continuando... Lembra daquela nossa discussão, antes do pagode? - Após a afirmação da garota, continuou: - Ela aconteceu porque a Nat tava aqui no QG, me falando do acor...

– A Nat tava aqui? Com você? Como assim, Cobra? - Jade parou um pouco de fazer o curativo e olhou séria para o lutador, deixando que o seu ciúmes transparecesse.

– Relaxa, dama! Ela só tava me falando do acordo... - Franzindo o cenho, Jade deu a entender que não estava entendendo nada. - É que o Alan, irmão do Duca, tinha um dossiê contra o povo da Khan. Depois que ele morreu, a Nat e o Duca meio que se uniram com a polícia para colocar o Lobão e companhia atrás das grades.

– Uhum... Legal, mas onde você entra nessa história?

– Acontece que o Lobão descobriu e expulsou a Nat da Khan, onde ela funcionava tipo um agente secreto, entende? - Jade afirmou. - Então ela me pediu para assumir o papel dela lá dentro.

– E você aceitou? - Perguntou a dançarina, admirada com a atitude do rapaz.

– Eu prometi mudar, não prometi? Eu queria te ver orgulhosa de mim, mas eu acho que do jeito que eu fiz... Eu estraguei tudo, não foi? Agora você tá com ódio de mim e nã...

– Shh! - Pediu Jade, calando a boca dele com sua mão, sorrindo. - Eu não tô com ódio de ninguém não. Eu só quero entender... Por que você se afastou de mim?

– Jade, você não conhece o Lobão. Ele não consegue distinguir as coisas e se ele ficasse sabendo de alguma coisa, podia querer se vingar de mim... Te usando. Ele sabe que eu me importo com você e ia fazer de tudo para te proteger, inclusive desistir do trato. - Jade não pode evitar o sorriso. Ainda se fazendo de durona, perguntou:

– E por que você não me contou? Eu ia ter entendido, você sabe disso.

– Eu acho que é pelo mesmo motivo que você me escondeu a doença da sua mãe. Achei que você não precisava saber, até porque, se soubesse, você ia querer ficar comigo de qualquer jeito. Mas agora acabou. Depois do flagrante da luta de hoje, o Lobão e toda aquela gente tá na cadeia.

– Tá bem, me deixou sem argumentos. Agora, eu quero te perguntar uma coisa... Você entende por que eu tinha que sair daqui correndo, para cuidar da minha mãe? Você entende que não é porque eu gostava menos de você ou qualquer coisa do tipo, não é?

– Entendo. Sabe Jade, eu te acho muito forte, sabia? - Cobra acariciou o rosto da menina, delicadamente. - Passar por toda essa barra sozinha... Não deve ter sido fácil.

– Não foi... - Antes que começasse a chorar de novo, decidiu mudar de assunto. - Mas eu também, tô super orgulhosa de você! Quem diria que você ia fazer o bem um dia! - Ela sorria, porque estava falando a verdade.

– Eu gosto de quando você sorri. - Cobra se aproximava lentamente da garota, voltando a fazer carícias no seu rosto. - Senti sua falta.

– Eu também. Muito.

Ao ouvir isso, Cobra desistiu de manter alguma distância entre os dois. Esquecendo-se de todas as dores, se entregaram a um beijo. Calmo e simples, sim, pois Jade não tinha condições psicológicas e Cobra, físicas, de tentar algo além daquilo, porém nem por isso aquele momento foi menos especial ou intenso. Os dois corações batiam em um descompasso acelerado e perigoso demais, mas nenhum dos dois queria parar. Foram obrigados, porém, quando já lhes faltava oxigênio.

Olharam-se por alguns segundos, tentando normalizar as respirações. "Ele não é o rapaz certo para você..." A lembrança daquelas palavras vieram como um balde de água fria para Jade. Já estava se levantando, quando Cobra a segurou pelo braço.

– Espera! Olha, desculpa! Eu entendo que você não queira ficar me beijando agora, mas fica aqui comigo! Eu prometo me comportar! - Ele sorriu de uma maneira tão sincera que Jade desistiu de ir embora. - Você já terminou os curativos?

– Já. Por quê?

– Porque agora você já pode se deitar aqui. - Puxou a dançarina para seus braços e ali ela se aninhou, sentindo, depois de muito tempo, que não estava sozinha. Conseguiu se esquecer dos problemas por algum tempo e quando estava quase adormecendo, ouviu:

– Jade?

– O que?

– Posso te pedir uma coisa?

– Pode.

– Me chama de vagabundo de novo? - Jade sorriu. Ele, definitivamente, não existia. Não por ser perfeito, ele não era, mas por ser tão imprevisível.

– Claro, vagabundo. Agora dorme, vai! - E foi o que ele fez, com um belo sorriso nos lábios.

***

Enquanto dormia, Jade pode jurar que ouvia sua mãe dizendo:

"Eu estou vendo, Jade.

Estou vendo cada um dos seus passos, cada um dos seus erros.

Francamente, Jade! Depois de tudo o que eu te pedi, você ainda tem coragem de se encontrar com esse marginal?

Você, sem dúvidas, é a minha maior decep..."

– Não! - Jade, chorando compulsivamente, deu um pulo no colchão e assustou Cobra, que dormia tranquilamente.

– O que aconteceu, minha dama?

– Cobra... Cobra, eu ouvi! Eu ouvi a minha mãe! Ela me disse que eu... eu decepci... - Sem conseguir dizer mais nada, ela se levantou e foi na direção da porta do QG.

– Calma, Jade! Espera! Por que você tá indo embora? - Porém ele falava para as paredes. Jade já estava do lado de fora, constatando que o sol já nascia.

– Jade, o que aconteceu? - Cobra segurou Jade pelo braço, fazendo com que ela se virasse para ele. Com as lágrimas ainda lavando seu rosto, ela disse:

– Cobra, por favor, não pede que eu explique alguma coisa agora. Eu tô nervosa e preciso ir para casa. - Quando ela estava saindo, deu de cara com uma das pessoas que naquele momento, e que isso fique claro, era uma das últimas que ela gostaria de ver. Até porque ela sabia que ouviria exatamente aquilo:

– Mas já, Jade? Você não tem o mínimo respeito pela sua mãe, garota?


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Notas finais do capítulo

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