Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Primeiro, eu queria dizer que tô meia chateada com o número de reviews do último capítulo. Eu não sei se vocês leem as notas, mas vou reforçar um pedido que eu faço sempre: COMENTEM! Não me deixem ficar com a sensação de que escrevo para as paredes, por favor.
Depois do momento #desabafo hahahah eu queria avisar que o capítulo de hoje tem música! É a "Savin' Me" do Nickelback. É importante que vocês saibam a tradução, por isso tá aqui o link: http://www.vagalume.com.br/nickelback/savin-me-traducao.html
E por último, mas não menos importante, atendendo a pedidos, uma pessoinha muito querida vai aparecer de novo!
Boa leitura, meus amores!
Obs.: Leiam as notas finais!



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– A organização do campeonato nos solicitou e nós estamos atendendo. Sabemos que muitas substâncias podem ser camufladas nos exames caso o atleta não use um determinado número de dias antes de coleta da amostra. Por isso, hoje nós vamos aplicar um exame surpresa.

Cobra gelou. Depois que tinha colhido a amostra, ele voltou a usar os anabolizantes normalmente e agora eles iriam aparecer no resultado do maldito exame. A não ser que ele fizesse alguma coisa.

– Eu me nego. - Afirmou Cobra, surpreendendo a todos.

– Podemos saber o motivo, Ricardo? - Perguntou o funcionário da clínica.

– Eu... Eu não vou fazer a coleta de uma amostra de sangue em local impróprio, como essa Academia. - Foi o melhor que ele conseguiu inventar. - Não quero correr o risco de pegar uma infecção.

– Acredito que isso não seja problema. - Cobra se desesperou internamente. - O exame será baseado em uma amostra de urina.

Não havia mais argumentos. Muito a contragosto, Cobra seguiu, junto com os outros atletas que iam participar do campeonato, para colher a amostra. Minutos depois, todos os procedimentos estavam acabados e o funcionário da clínica explicou:

– O resultado deste exame vai demorar um pouco mais para ficar pronto, já que exige muito detalhismo. Devido a isso, o resultado será entregue um pouco antes da luta, já no ginásio, por isso todos devem estar presentes. Caso algum atleta seja pego, ele será retirado imediatamente do local. - Ele varreu os olhos pela sala, antes de concluir: - Esperamos que isso não seja preciso.

Assim que ele saiu, Cobra foi falar com Benjamim.

– E agora, hein? Eu tô perdido! Acho que nem vou aparecer no dia da luta...

– Deixa de bobagem! - Exclamou Benjamim, dissimulado. - Esse anabolizante passa batido em exame de urina.

Cobra pareceu acreditar, embora ainda tenha ficado um pouco receoso. Assim que o brasileiro se afastou, Benjamim murmurou, baixinho:

– Acho que alguém tá fora do campeonato... - E então sorriu, vitorioso.

***

Os dias passaram. Com a proximidade do campeonato, Cobra só queria saber de treinar o máximo possível, chegando até a assustar a Karina, que pensou que isso poderia acabar prejudicando a saúde do amigo. Cobra afirmou que suportava, então a lutadora ficou mais calma.

Quem também estava ansiosa com a proximidade do campeonato era a Jade. Mesmo sabendo que ele poderia se ferrar, a menina queria estar lá para aplaudi-lo, caso isso não acontecesse. Estava cada vez mais confusa. Uma parte menor, porém forte, queria ir assistir o rapaz e a outra maior, porém fraca, queria manter a maior distância possível dele.

Precisava conversar com alguém. Pensou em seus amigos, Karina e John. A Karina jogaria a morena nos braços do Cobra. Já John puxaria Jade para os seus. Nenhuma das opções pareceu agradar a bailarina. Ela precisava de alguém mais... neutro. Então, na véspera do campeonato, depois de um dia exaustivo de ensaios, uma lâmpada se acendeu sobre a sua cabeça e ela pegou um táxi na porta do hotel.

Quando chegou no seu destino, Jade pediu algumas informações e foi conduzida para um quartinho com três camas, mas que no momento só tinha uma menininha dentro. Essa menina ensaiava alguns passos de balé.

– Alice... - Chamou Jade, baixinho.

– Tia Jade!! - A garota correu na direção da bailarina e a abraçou forte. - Tava com saudades! Viu a matéria que saiu na revista? - Jade afirmou. - Tem uma foto nossa!! - Ela esta sorridente.

– Vou deixar vocês sozinhas. - Avisou, quem Jade acreditava ser a assistente social do local.

– A gente tava tão bonita! - Continuou Alice, ignorando o comentário da mulher. Ia fazer outro comentário sobre a entrevista, mas travou quando prestou atenção no rosto da bailarina. - Tá triste, tia Jade? - A morena assentiu e em seguida baixou a cabeça. - O que aconteceu?

– Problemas aqui, ó... - Jade levou a mão no lado esquerdo do peito, mas Alice interpretou de outra forma.

– Ah! É com a blusa? Pode me perguntar o que quiser! Eu sei tudo sobre moda! - Jade sorriu da falta de humildade da garota e se explicou:

– Não, mini-estilista... O problema é no coração.

– Doença no coração? - Apavorou-se a garotinha.

– Não, Alice! - Riu Jade. - Hoje você não tá entendendo nada, hein?

– Você é que não tá falando coisa com coisa! - Revidou Alice, cruzando os braços.

– Tá, então eu vou começar de novo. - Jade fez uma pausa e suspirou, pensando no que iria falar. - Acontece que a tia Jade gosta muito de um garoto... Só que ele só faz coisa errada, Alice! E eu não sei como lidar com isso! - Terminou a bailarina, sem saber como continuar. Colocou as mãos no rosto, tentando esconder algumas lágrimas que surgiram e ficou um tempo em silêncio. Até que ouviu:

– Eu tinha um cachorro.

– O que? - Perguntou Jade, confusa, enquanto enxugava as lágrimas.

– É isso. Quando eu ainda morava com a minha mãe, eu tinha um cachorro. Ele era fofinho e brincava comigo. Como eu nunca tive muitas amiguinhas, ele era o meu melhor amigo e eu amava muito ele. Até que ele me mordeu e eu fiquei com muita raiva! - Ela gesticulava bastante e Jade arregalou os olhos com a reação da menina. - O que foi? Ele tinha me mordido! Eu briguei muito com ele... Mas muito mesmo! Eu cheguei até a falar pra minha mãe entregar ele pra um canil que tinha perto de casa. - Ela recuperou o fôlego. - Mas a minha mãe me perguntou, antes de levar ele: "Você não dizia que amava o Scooby? Que o Scooby era o seu melhor amigo?". Scooby era o nome do meu cachorrinho.

– Tá, eu entendi. - Comentou Jade, envolvida na história. - Continua.

– Tá... Aí a minha mãe me perguntou isso e eu disse que sim. Então ela falou assim: "Quando a gente ama, a gente não pode simplesmente desistir. Quando o Scooby te machucar, faz carinho nele. Assim ele vai ver que pode confiar em você." Deu certo. Eu comecei a fazer carinho nele de novo e a gente voltou a ser amiguinho. - Jade parecia entender. - Eu não sei se eu te falei a coisa certa, mas me pareceu um pouco com a tua história, tia Jade.

– Falou sim, pequena... - Jade acariciou o rosto da menina. - Na verdade, você não sabe o quanto me ajudou.

Ela pôs a menina sentada em seu colo e a Alice começou a brincar com as pontas do cabelo da bailarina. Minutos depois, Jade verificou a hora e decidiu ir embora.

– Ah, fica mais um pouquinho, tia! - Reclamou a menina, manhosa.

– Eu não posso, Alice... Amanhã eu preciso acordar cedo. - Disse, enquanto descia a menina do seu colo.

– Mas você volta, né? - Perguntou Alice, esperançosa.

– Assim que possível, pequena. - Ela deu um beijo na testa da Alice e saiu.

Dentro do táxi, no caminho do hotel, Jade pensava: Sério mesmo que a minha melhor amiga é uma garotinha de sete anos? . Ao pensar em Alice desse jeito, Jade se pegou sorrindo.

***

O dia seguinte era o do campeonato e Cobra estava muito tenso. Queria muito acreditar nas palavras do Benjamim, mas sua consciência não deixava. O tempo voou e logo a noite surgiu. Ele se pôs a caminho do ginásio e durante o trajeto encontrou vários dos seus outdoors. Se estivesse menos nervoso ficaria feliz ao ver o sucesso que tinha alcançado, mesmo sem ter lutado ainda.

Isso porque o jovem era tido como uma grande promessa, um nome que chegaria para ficar marcado na história do Muay Thai brasileiro. A empresa responsável pela sua imagem era realmente boa e Cobra conseguiu ver o seu número de seguidores nas redes sociais aumentar significativamente.

Não conseguiu evitar de pensar que, se fosse pego, decepcionaria muita gente.

Quando entrou no ginásio, viu as arquibancadas lotadas. Foi rodeado de seguranças para escoltar a sua passagem entre a multidão. Durante o caminho até o vestiário, ouviu muitas pessoas gritando o seu nome. Ou seu apelido: Snake. Cobra, em inglês. Muitas outras aplaudiam. Outras gritavam e aplaudiam. Entre essas estava Jade.

Mal sabia ele que a torcida ia além daquele ginásio. No Rio de Janeiro, toda a Academia do Gael estava reunida assistindo ao campeonato pelo computador. Todos estavam felizes, afinal, nunca um lutador formado ali tinha ido tão longe.

Assim que chegou no vestiário, encontrou os outros lutadores da Academia. O Cobra era, de longe o mais nervoso. Ficou mais ainda quando Mike chegou com o resultado dos exames nas mãos.

Ele começou a falar os resultados e novamente Cobra ficou por último. Todos tinham sido habilitados para a luta. Até que chegou no seu nome.

– Ricardo Cobreloa... Posi... Como é que é? - Mike encarou Cobra, furioso. - Positivo?! Você tava usando doping esse tempo todo?

– Isso aí tá errado! Só pode! - Tentou Cobra.

– Não tá, não, treinador! - Intrometeu-se Benjamim. - Dias atrás, eu vi um frasco de anabolizante na mochila desse aí!

– Mas o que? Foi você que me deu essa porcaria, filho da mãe! - Cobra avançou sobre o Benjamim e foi impedido pelos seguranças.

– Eu acho melhor você não envolver um ex-colega seu nas tuas confusões, rapaz! - Continuou Mike, mais calmo. - Podem levar ele pra fora.

Pela reação do público, o narrador já havia anunciado a desclassificação de Ricardo Snake Cobreloa por uso de substâncias ilícitas. O som das vaias tomou conta da mente do lutador enquanto ele se dirigia para fora do ginásio. Ele sentia como se tudo que ele tinha construído com tanto esforço estivesse desabando. O pior é que ele parecia desabar também.

Cobra só conseguiu entrar em um táxi e ir para o apartamento que por enquanto era seu.

***

Jade até tinha se esquecido que Cobra estava tomando anabolizantes e levou um susto quando ouviu o narrador anunciar que ele tinha sido desclassificado.

O que se seguiu foi praticamente um filme de terror. As pessoas não tiveram a mínima piedade ao entoar as vaias e Cobra parecia tão abalado que doía. A bailarina chegou a pedir aos que estavam na sua volta que parassem, mas viu que seria em vão quando percebeu que o ginásio inteiro o vaiava. Milhares de pessoas contra uma não parecia nada justo.

Depois que Cobra finalmente saiu do ginásio, Jade demorou um certo tempo para conseguir fazer o mesmo. Espremeu-se entre muitas pessoas até alcançar a saída e entrar em um táxi.

Ela deu o endereço do seu hotel e o trajeto ocorria em silêncio, até que o taxista teve a infeliz ideia de ligar o rádio.

Prison gates won't open up for me
On these hands and knees I'm crawlin'
Oh, I reach for you
Well I'm terrified of these four walls
These iron bars can't hold my soul in
All I need is you
Come please I'm callin'
And oh I scream for you
Hurry I'm fallin'

A música parecia um pedido de socorro e Jade começou a ficar agoniada. E se Cobra precisasse de ajuda? E se Cobra precisasse dela?

Ela não podia imaginar o quanto ele estava triste. Durante muito tempo, tinham compartilhado os sonhos e agora que o dele tinha acabado, Jade sentia-se na obrigação de ajudar. Até pegou o celular para mandar uma mensagem, mas desistiu. Não quis me ouvir? Agora vai aprender na marra!

Show me what it's like
To be the last one standing
And teach me wrong from right
And I'll show you what I can be
Say it for me
Say it to me
And I'll leave this life behind me
Say it if it's worth saving me

– O senhor pode desligar essa porcaria de rádio, por gentileza? - Perguntou Jade, ácida, com as mãos suando e tremendo devido ao nervoso que aquela música tinha lhe causado.

O homem, meio envergonhado, desligou o aparelho. Jade aproveitou o silêncio por alguns instantes, esperando que a sua respiração se acalmasse, porém isso não aconteceu. Isso só aconteceria se ela fizesse uma coisa.

– Motorista! Mudança de destino.


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Notas finais do capítulo

No próximo vai ter o que? O que? COBRADE!! hahahahah Se estiverem ansiosos, comentem. Quantos mais comentários, menos tempo eu demoro. E como o prometido, ai está a nossa pequena Alice de novo! Gostaram? Espero vocês nos reviews! Beijos!



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