Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente!! Td bem? Nesse cap, um novo personagem vai aparecer. O nome dele é... Bom, vocês vão ver!
O cap de hoje tem música! É a "The Days" do AVICII.
Ta aí o link: http://www.vagalume.com.br/avicii/the-days-feat-robbie-williams-traducao.html
Espero que gostem! Não esqueçam de comentar!
Boa leitura!



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– Você... Você vai voltar para o Rio?

– Eu... Eu não sei ainda. - Pelo menos há uma esperança..., pensou o garoto. - A gente precisa conversar.

– Tudo bem. Pode começar. - Ele estava um pouco nervoso e ela parecia tão distante, tão fria que isso assustou o lutador.

– Tá... Eu li a carta. - Ela tirou o papel de dentro da bolsa.

– Ah... Desculpa, foi um ato de desespero. - Cobra baixou a cabeça, envergonhado. - Ficou meio gay, né? Pode falar! - Jade sorriu, porém ele não notou e sussurrou para si: - Cara, eu sou um idiota!

– Relaxa, Cobra! Ficou fofa!

– Que ótimo! - Disse, irônico.

– Bom, não é pra falar da tua criatividade que eu tô aqui... - Ela começou. - Cobra, faz quanto tempo que você fica com a Karina?

– Eu nunca fiquei com ela antes, Jade. Acredita em mim. - Ele parecia ser sincero. - Quem tem uma mulher como você do lado, não precisa de outra.

– Eu sei! Mas como o cérebro masculino é sub-desenvolvido, né? - Ela sorriu e ele fez o mesmo. - Promete pra mim uma coisa, Cobra?

– Qualquer coisa!

– Promete que nunca mais vai me trair? Eu sei que eu sou linda, gostosa, irresistível... Mas eu também fiquei um pouco insegura agor...

– Relaxa, minha dama! Eu prometo que nunca mais vou te trair. Eu só quero saber de você! - Com o passar da conversa, Cobra ficava mais calmo, pois sentia que era apenas questão de tempo para ela aceitar ficar nos Estados Unidos.

– Sendo assim... Pode levar a minha mala pro nosso quarto, vagabundo! - Ordenou, brincalhona.

– Com todo prazer, minha dama! - Ele se aproximou da garota, mas deixou a mala de lado e lhe deu um beijo.

– Uhul! É isso aí, gente! - Eles se assustaram, mas quando viram que era Karina que vinha, toda saltitante pelo corredor, ficaram tranquilos. - Tô tão feliz porque vocês voltaram!

– Obrigado, Ka! - Disse Cobra, sorrindo, porém sua expressão mudou quando viu o rosto da Jade. - Jade, tá tudo bem?

– Mais ou menos... Ah, Cobra! Você e a Karina treinando juntos, todos os dias... É estranho! - Ela desabafou.

– Jade, me desculpa! Eu, sinceramente, não sei o que me deu ontem! - Ela parecia sincera. - E pode ficar tranquila, agora eu aceitei namorar à distância com o Pedro.

Após alguns instantes de silêncio, Jade se pronunciou:

– Tudo bem, tá desculpada! Mas eu não esqueci, viu? - Karina sorriu. Já era um começo, pelo menos.

***

Quando Cobra foi levar a mala da bailarina pro quarto, Jade o seguiu.

– Ô vagabundo... Eu sei que você tem que mostrar serviço e que é só o teu segundo dia de treino... Mas eu queria te pedir uma coisa.

– O que foi? - Perguntou, preocupado.

– Será que tem como você me acompanhar naquele teste que eu falei, hoje de tarde? - Ela estava nervosa e isso deixou Cobra desconfiado.

– Por que?

– Eu acho que eu nem comentei contigo... Mas aquela vez, que eu fiz a entrevista pra ser professora naquela escolinha de balé, sabe? - Cobra afirmou. - O diretor tentou... Umas coisas a mais comigo e...

– Como é que é? - O lutador gritou, furioso. Foi até a parede e deu um murro na mesma - Esse diretor é um homem morto!

– Eu acreditaria nisso... Se ele não tivesse em outro continente! - Jade não se deixou abalar pela reação do rapaz. Já estava acostumada.

– Por que não me contou antes?

– Porque já começou toda aquela história da luta ilegal... Passou o tempo de falar. Mas o trauma continua aqui... - Ela apontou pra cabeça. - Me fazendo lembrar que eu tenho que desconfiar de tudo... Até de um velho ridículo que dirige uma escolinha de balé. - Ela parou por um segundo e se acalmou. - Por isso que eu queria que você fosse. Eu sei que você não deixaria ninguém fazer alguma coisa comigo, né vagabundo?

– Claro! Eu prometi que vou te proteger de tudo, não foi? Pode deixar que eu falo com o meu treinador e dou um jeito! - Cobra a abraçou e imediatamente a fez se sentir mais segura. Caramba! Espero que ele não saiba que tem todo esse poder sobre mim!, divertiu-se Jade.

***

Pela tarde, os dois foram em direção à Palace of Dance Company, que tinha a sede em um teatro antigo de Las Vegas. Durante o trajeto, Cobra pôde perceber que Jade tremia, tamanho seu nervosismo.

– Ei gata! Se acalma! Você dança benzão!

– Ah, sim! Até porque um elogio desses, vindo de um lutador, vale muito! - Ela comentou, sarcástica.

– Posso não entender muito de dança mesmo, mas eu acredito em você! - O lutador pegou nas mãos da garota e percebeu que ela estava suando. - Jade, você tá me assustando! Tá passando bem? Quer desistir?

– Você nunca vai me ver desistindo de alguma coisa, meu bem! - Ela sorriu. - Eu vou passar nesse teste... Você vai ver!

Então, eles chegaram no local dos testes. Infelizmente, eles eram fechados ao público, por isso Cobra teve que ficar de fora.

Fazia mais de meia-hora que Jade tinha entrado e o lutador estava começando a ficar preocupado. Você conseguiu me deixar nervoso também, garota!, pensava Cobra. Ele se recostou em uma parede e resmungou uma prece, meio enrolado, já que nunca rezado antes:

– E aí, Carinha aí de cima! Tudo tranquilo? Eu acho que Você nem deve se lembrar de mim, até porque eu não dou motivos, mas... Tu bem que podia dar uma força nesse lance da Jade, né? Ela tava nervosa... Mexe teus pauzinhos, ajuda aí! Era isso... Valeu! - Cobra terminou fazendo um sinal da cruz rápido, olhando para os lados, procurando por alguém que pudesse ter visto aquilo e não encontrou ninguém.

Algum tempo depois, Jade apareceu com uma cara meio desanimada.

– E aí? - Cobra perguntou, agoniado, depois de dar um breve beijo na morena.

– Ah... Eu fiz o meu melhor! Espero que tenha sido o bastante... Eles disseram que vão mandar uma carta para as selecionadas.

E eles voltaram para casa.

***

Duas semanas depois do teste, Jade já tinha perdido as esperanças de entrar na companhia e estava procurando outros testes. Já era noite quando Karina voltou do treino, anunciando:

– Jade Gardel! Correspondência pra você!

– De quem? - Indagou, confusa.

– Da Palace of Dance Company... Não foi do negócio que você fez o teste?

– Foi... Abre aí, Jade! - Se meteu Cobra, que tinha chegado mais cedo e estava saindo do banho.

"Senhorita Jade Gardel, estamos felizes em comunicar que a senhorita foi uma das selecionadas para particip..." Cobra! Eu passei! - Exclamou Jade, depois de fazer a tradução de parte do conteúdo da carta, com um sorriso enorme no rosto.

Eu sabia! Ele correu para abraçá-la. - Isso merece uma comemoração!

– Como assim?

– Vamos sair! Vamos curtir a noite de Las Vegas!

– Mas... Peraí! Você não tá cansado? - Estranhou Jade, afinal, era assim que ele chegava sempre, depois de um dia cheio de chutes e socos em um saco de porradas.

– Tô! Mas por você, minha dama... Eu faço esse sacrifício! - Ele sorriu, enquanto puxava Jade mais para si e enchia seu pescoço de beijos.

– Ai Cobra! Pera... Você vem com a gente, lutadora? - Perguntou Jade, depois de afastar-se de Cobra.

– Deixa eu ver... Ficar de vela em uma boate cheia de gente bêbada e suada? Foi mal, mas eu prefiro ficar conversando com o meu guitarrista... Mas boa festa pra vocês! E parabéns Jade! - Disse, indo em direção ao banheiro para tomar uma ducha.

– Bom, pelo visto é só a gente... - Fez uma carinha triste a bailarina.

– A gente nunca precisou de mais ninguém mesmo! Bora?

Bora! Só deixa eu trocar de roupa... - Enquanto ela saia, Cobra murmurou:

– Valeu, Carinha aí de cima!

***

Depois de pesquisarem na internet, acabaram descobrindo uma balada ali perto e acabaram indo a pé mesmo. Durante o percurso, Cobra comentou:

– Esse teu short não tá muito curto, Jade?

– Qual foi, Cobra? Eu já usei roupas muito mais curtas que isso...

– Mas isso era antes de ter um namorado.

– Namorado. Não dono. Eu ainda mando naquilo que eu visto! - Revidou Jade, surpresa com o comportamento do lutador.

– Tudo bem... - Cobra parecia ter se dado de conta da cena patética que estava fazendo. Em um pedido de desculpas, envolveu a cintura da garota com um dos braços, trazendo-a mais para perto de si. Aproveitou a proximidade e mordiscou a orelha da menina, antes de sussurrar: - Você tá linda... Irresistivelmente linda.

– Tô sabendo... Você também não tá de jogar fora... - Ela provocou e logo após o presenteou com um beijo.

***

Já dentro da boate, eles foram para o bar e começaram a beber alguma coisa. Quando Jade reconheceu uma melodia que se iniciava, pegou seu copo e puxou Cobra para a pista.

Vamo, Cobra! Vem dançar!

– Já? A gente acabou de chegar! - Ele tentou resistir.

– Por favor! Eu adoro essa música! - O lutador desistiu e se deixou levar pela garota.

Under the tree where the grass don't grow
We made a promise to never get old
You had a chance and you took it on me
And I made a promise that I couldn't keep

Heartache, heartbreaks
All over town
But something flipped like a switch
When you came around
And I'm in pieces
Pick me up and put me together

A boate estava exatamente como Karina havia previsto: pessoas bêbadas e suadas se espremiam por um lugar onde pudessem dançar. Tinha uma fumaça no ambiente que dificultava a respiração. Mas nada disso importava, porque parecia mentira para Jade. Ela tinha passado para uma companhia que sempre sonhou, no exterior, com o Cobra ao seu lado. Já o lutador, mesmo a contragosto, estava dançando. E, inacreditavelmente, ele estava se divertindo com a proximidade do corpo da Jade do seu.

These are the days
We've been waiting for
On days like these
Who could ask for more?
Keep on coming
'Cause we're not done yet
These are the days
We won't regret
These are the days
We won't forget

These are the days
We've been waiting for
Rattle the cage and slam that door
And the world is calling us
But not just yet
These are the days
We won't regret
These are the days
We won't forget

De longe via-se que Jade não era como as outras. O jeito como ela se movia fez Cobra ficar hipnotizado. Ela dançava naturalmente, como se não houvesse ninguém ao redor dos dois. Chegando mais perto, Cobra perguntou:

– Qual é o seu defeito, garota? - Jade não respondeu, apenas o olhou, provocante, ao mesmo tempo que mordia o lábio inferior do lutador. É ser exatamente igual a você, vagabundo...

Out on the midnight, the wild ones howl
Last of the lost boys have thrown in the towel
We used to believe we were stars aligned
You made a wish and I fell out of

Time flew, cut through
All over town
You made me bleed when I look up
And you're not around
But I'm in pieces
Pick me up and put me together

A presença da dançarina, aos poucos ia sendo notada. Vários rapazes olharam na direção dos dois e Cobra começou a ficar incomodado. Jade parecia não estar notando, ou então não estava dando importância. Continuou a dançar tranquilamente, enquanto o lutador ia perdendo o pouco da paciência que tinha.

These are the days
We've been waiting for
On days like these
Who could ask for more?
Keep on coming
'Cause we're not done yet
These are the days
We won't regret
These are the days
We won't forget

These are the days
We've been waiting for
Neither of us knows what's in store
You just pull your window down
And place your bets
These are the days
We won't regret
These are the days
We will never forget

Um dos garotos que cercavam Jade tomou coragem e se aproximou. Como ela estava de costas, nem percebeu. Cobra, pelo contrário, observou cada passo que o rapaz deu na direção dos dois, olhando para o corpo da dançarina. Ele chegou perto o bastante e fez um carinho no braço da Jade. Ela se assustou com o toque e mais ainda com o empurrão que Cobra deu no rapaz, fazendo o cair no chão.

– Qual foi, moleque? Perdeu a noção?

And these are the days
(these are the days)
And these are the days
(these are the days)

– Cobra, ele não vai te entender! - Jade riu mais do que o necessário, um pouco alterada pelo álcool.

O garoto se levantou e tentou brigar com o Cobra. Obviamente, não conseguiu. Com outro empurrão, o lutador o colocou no chão novamente.

– Cobra, vamo bora! Daqui a pouco chega a segurança! - Pediu Jade, mais ciente do que estava acontecendo.

Mas era tarde. Os seguranças chegaram e levaram para fora todos os envolvidos na confusão. O casal logo pegou o caminho do apartamento em silêncio, até que o Cobra falou, envergonhado:

– Desculpa...

– Pelo que? - Jade, definitivamente, não estava bem.

– Por toda essa confusão... Vem cá, você não tá triste, ou com raiva, ou com medo?

– Por que?

– Aquele cara acabou de tentar ficar contigo, Jade!

– Ele fez um carinho no meu braço... Mas eu não me preocupei. Você tava lá. Você só me protegeu, Cobra... Não tem porquê eu estar com raiva, ou triste, ou com medo. - Ela falou, simplesmente.

– Você tá de boa? - Cobra ficou confuso.

– Eu tô feliz, vagabundo! - Ela sorria. - Eu passei pra companhia que eu tanto queria... Já dizia o mestre Thiaguinho: "Hoje ninguém vai estragar meu dia..." - Cantarolou, dando giros na calçada.

– Essa música não é do Thiaguinho... É do Charlie Brown Jr.! - Riu Cobra.

– Que seja! O fato é que eu tô feliz! - Ela se abraçou no rapaz e os dois continuaram o caminho, em silêncio. Quando estavam quase chegando, Jade comentou: - Fala aí... Foi um inicio memorável na vida noturna de Las Vagas, né?

– Sem dúvidas! - Concordou Cobra, rindo. Você não existe, garota!

***

No dia seguinte, Jade leu com mais calma a carta. Ali dizia que ela deveria comparecer no teatro na próxima segunda-feira e assim ela fez. Chegando lá, logo um senhor veio falar com ela:

– Senhorita Jade Gardel? - Jade afirmou. - Tenho uma ótima notícia!

– O que foi? - Perguntou, curiosa.

– Nós gostamos tanto do seu teste, que ao invés de uma dançarina do coro, como era a ideia inicial, nós te encaixamos em uma parte do nosso espetáculo, com um outro bailarino, que formará com você o casal. Será uma apresentação apenas de vocês dois, por isso nós precisamos de muita emoção. - Jade automaticamente lembrou-se do ciúmes que Cobra vinha demonstrando e se preocupou. - Ah, ali está ele! John, conheça sua parceira! - Jade seguiu a direção que o olhar do senhor apontava e encontrou um rapaz jovem, aparentemente forte, com cabelos negros, olhos verdes e um sorriso inacreditavelmente branco.

– Olá, Jade! Me falaram de você... Parece que o seu teste foi muito bom. Como você está? - Perguntou, deixando claro o seu sotaque britânico. Sorriso branco, cabelos negros, olhos verdes, braços fortes, sotaque britânico... Você será um problema, John!


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Notas finais do capítulo

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