Were you really surprised? - Cobrade escrita por HJ


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Demorei pra postar porque fiquei super desanimada com o número de reviews! Eu sei que tem muita gente lendo, por isso, POR FAVOR APAREÇAM! MANIFESTEM-SE! Eu não mordo e críticas são aceitas.
Boa leitura!



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– Preparem-se, a vida daqueles que eles resolverem ajudar vai mudar completamente!

– É isso mesmo! - Um dos engravatados reforçou. - O Muay Thai brasileiro precisa de incentivo e de novos nomes, por isso escolhemos dois lutadores de capacidade inquestionável para patrocinar. - Os sorrisos brotaram em quase todos os rostos, menos do de Cobra, pois a vida já tinha lhe ensinado a não criar expectativas sobre as coisas. - Os escolhidos são... - Fez alguns instantes de suspense. - Karina Duarte e Ricardo Cobreloa!

Bateram palmas, mas Cobra não ouviu. A ficha ainda não tinha caído. O sonho de se tornar um lutador profissional, com grande chances de se tornar um campeão, finalmente estava acontecendo! Quando se deu de conta disso, um sorriso enorme brotou em seu rosto. O outro engravatado continuou:

– Gostaríamos de falar com os dois em particular. Quanto aos outros, tenham um ótimo treino!

Aos poucos, os outros lutadores foram voltando para os exercícios. Cobra ainda estava em êxtase quando Karina chegou aos seu lado, junto com os dois empresários. Os quatro se dirigiram para a secretaria da Academia junto com Gael. Chegando lá, um dos senhores começou:

– Karina e Ricardo... Vocês tem noção do que está acontecendo com a vida de vocês? - Perguntou, sorrindo. Os dois negaram. - Está mudando completamente. A nossa empresa está há anos no mercado das lutas, investindo em novos talentos. Vocês dois tem uma capacidade enorme de serem futuros campeões. A partir de agora, só depende de vocês, pois todo o auxílio nós daremos.

– Exatamente. - Continuou o outro empresário, sendo ouvido atentamente pelos dois lutadores. - Vocês terão os melhores equipamentos, os melhores treinadores, toda uma equipe de apoio com médicos, psicólogos, nutricionistas... Tudo do bom e do melhor! Porém, nem tudo são flores... - Cobra começou a se preocupar. Tava demorando... – Como a nossa empresa é transnacional e patrocina atletas do mundo todo, o centro de treinamento fica em Las Vegas, nos Estados Unidos.

– Nós cobriremos seus gastos financeiros e concederemos um apartamento com quatro quartos, perto do local de treino, para vocês dividirem, até que estejam ricos o suficiente para comprar as suas próprias casas. - Prosseguiu o outro senhor, sorrindo. - Sabemos que todas essas mudanças não são fáceis, por isso nós damos a oportunidade de cada atleta levar um acompanhante. - Cobra sorriu e o aperto que sentia no peito se desfez. Ele poderia levar a sua dama e estava feliz por isso. - Com a condição, claro, de que este acompanhante trabalhe e ajude nas despesas. E se não quiserem levar acompanhante, tudo bem, mas Karina... Você é menor de idade, certo? - Karina afirmou. - Você precisa de uma autorização do seu pai.

– Hoje é segunda-feira. Precisamos de uma resposta de vocês e de seus acompanhantes até quinta, no máximo, para que possamos dar entrada no pedido do visto norte-americano. Se tudo der certo, em um mês nós partimos, tudo bem?

– Claro! - Responderam os dois, animados. Depois das despedidas, Cobra pediu para Gael:

– Mestre, o senhor me dá um minuto? Eu preciso falar com a Jade...

– Claro, garoto! Mas volta rápido! - Respondeu Gael, emocionado com a oportunidade que os dois estavam tendo.

Cobra subiu as escadas de dois em dois degraus e chegou rapidamente na porta da sala de dança, esbaforido, com a visão marejada e com um sorriso de orelha a orelha. Ficou olhando através do vidro a imagem da menina dançando. Ela estava tão séria, tão concentrada, que Cobra ficou com um certo medo de interromper. Porém a sua presença não passou muito tempo despercebida.

– Cobra? - Jade se assustou com o estado do rapaz. Ele parecia feliz, mas estava quase chorando. - O que aconteceu? Com licença, professora... - Jade saiu da sala e foi ao encontro do lutador.

– Vem comigo! - Cobra conduziu a garota para mais longe dos ouvidos atentos de todos, em silêncio. Quando estavam no hall da escada, Jade perguntou, um tanto agoniada:

– Será que agora dá pra você me explicar o que tá acontecendo?

– Jade, você não tem ideia! Aconteceu uma coisa incrível! - A bailarina percebeu que ele estava feliz e ficou mais calma. - Eu... Eu...

– Você o que, meu Deus? Fala!

– Eu fui escolhido pra ser patrocinado por uma empresa que investe em novos talentos do Muay Thai!

– Isso é ótimo, vagabundo! - Jade sorriu. - Você tá realizando seu grande sonho! Vai ser um campeão! Ou melhor... o meu campeão! - Disse, envolvendo o pescoço do Cobra com os braços e em seguida lhe dando um beijo em comemoração.

– Mas tem uma coisa... - Continuou o lutador, depois do beijo, ainda junto de Jade.

– O que? - A bailarina ficou séria, talvez prevendo o que viria.

– O centro de treinamentos dessa empresa é em Las Vegas... E eu vou ter que me mudar permanentemente pra lá...

– Você tem que ir para os Estados Unidos? - Perguntou Jade, já com a voz embargada e com algumas lágrimas nos olhos, afastando seu corpo do de Cobra.

– Vou... Mas calma, minha dama... - Cobra se aproximou novamente, sorrindo e fazendo um carinho no rosto da garota. Falou baixinho, para que só ela escutasse: - Você vai junto! Eu vou te levar comigo!

– Com... Como assim, Cobra? - Ela se acalmou um pouco e ouviu o que ele tinha a dizer.

– Eu posso levar um acompanhante comigo... E como eu sou um vagabundo solitário e a única pessoa que eu tenho é você... Nada mais justo que você ir comigo...- Cobra se deteu ao ver a cara de espanto da garota. Ele ainda não tinha pensado na hipótese dela não querer ir. - Ou você não quer?

Intermináveis instantes de silêncio passaram. Jade desviou do olhar do Cobra e passou a encarar o chão. Ela tinha uma vida no Rio de Janeiro e não podia, assim, tão de repente, largá-la. E ele entende isso?

– Cobra, tenta entender... Eu tô um pouco assustada! Não é todo dia que alguém me convida pra ir pra Las Vegas! - Cobra parecia não estar acreditando. Ela tá me dando um "não", na cara dura? Como assim?– Por favor, entende!

– Você não quer ir comigo, é isso? Pode dizer! - Pressionou Cobra, com o tom de voz mais alto.

– Não é isso, Cobra! Mas eu tenho um planos aqui no Rio, tenho metas que eu quero atingir. Tem o Edgard, que cuidou de mim todo esse tempo e que se preocupa comigo! Eu não posso simplesmente dizer: "Adeus, tô indo pra Las Vegas" e virar às costas. Tem a Ribalta e a carreira que eu tô construindo aqui. Eu tenho uma vida, Cobra. E eu não sei se tô pronta pra deixar ela pra trás.

– Que vida, Jade? A tua mãe morreu, o teu pai nunca deu o ar da graça, o Edgard já é bem grandinho pra saber se cuidar sozinho e quanto a sua carreira... Qual é, Jade? Você sabe que nos Estados Unidos, a vida de bailarina é bem melhor do que aqui. Aqui na Ribalta ninguém dá o valor que o teu talento merece e lá tem um monte de companhia de dança famosa. E tem eu também... Caramba, Jade! Eu pensei que valesse um pouco mais pra você! - Concluiu Cobra, baixando a cabeça, triste.

A dançarina admitia que Cobra tinha razão em seus argumentos, mas ela tinha medo de tomar a escolha errada. Ele subestimava os sentimentos dela, mas Jade resolveu testá-lo:

– O que você faria? - Cobra ficou confuso. - É... Se fosse eu escolhida por uma companhia, tivesse que me mudar para os Estados Unidos, pudesse levar um acompanhante e te escolhesse. O que você faria? Virava às costas para os teu campeonatos, para os teus sonhos a curto prazo, pra vida que você construiu? Você abandonaria tudo isso, entrava em um avião e se jogava no mundo comigo?

– Em um piscar de olhos. - Respondeu Cobra, sério e firme, deixando Jade sem palavras. - Mas você não precisa ser tão rápida. Tem até quinta pra dar a resposta. - Já ia embora, quando lembrou-se de algo e voltou. - Ah, só pra você saber: se você não for comigo, eu vou ir só com a Karina.

– Oi? Como é que é, Cobra?

– É isso mesmo. Ela foi a outra lutadora escolhida pela empresa para se mudar para os Estados Unidos. - Olhando bem nos olhos da garota, ele concluiu: - Pensa, Jade. Pensa bem em tudo o que você tá perdendo. Vale a pena?

Jade não teve tempo de responder. Quando conseguiu pensar em alguma coisa, Cobra já estava descendo as escadas, deixando para trás uma bailarina chorando, confusa e com medo de perdê-lo.


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Notas finais do capítulo

Campanhas lançadas!
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